O Supremo Tribunal Federal (STF) deverá definir na próxima quinta-feira, 26, se mantém a suspensão da resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que proibiu a fabricação e venda de cigarros com sabor artificial. A norma foi suspensa na terça-feira, 17, por meio de uma liminar da ministra Rosa Weber. A decisão terá que ser referendada pelo plenário da Corte.

 

A ministra atendeu pedido de liminar da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para suspender a Resolução 14/2012, que entraria em vigor no dia 15 de setembro. Na ação, a CNI alegou que a norma resultaria na proibição de todos os cigarros produzidos pela indústria por restringir a utilização de qualquer substância que não seja tabaco ou água. A confederação também defendeu que a proibição representa o fechamento de fábricas e demissão de trabalhadores.

 

O decreto com as regras foi publicado pela Anvisa em março de 2012. A medida da agência reguladora estipulou o prazo de 18 meses para a adequação da indústria, a partir da publicação da resolução, para os cigarros, e 24 meses para os demais derivados do tabaco, como charutos e cigarrilhas. A norma da Anvisa, no entanto, permite o uso de oito substâncias no processo de fabricação, como o açúcar, que poderá continuar sendo utilizado exclusivamente com a finalidade de recompor a quantidade do produto perdida no processo de secagem das folhas de tabaco.

 

 

A Anvisa alega que as substâncias que conferem sabor doce potencializam a ação da nicotina no organismo e servem para conquistar novos fumantes, principalmente jovens. Entre 2007 e 2010, o número de marcas de cigarros aromatizados, cadastradas na Anvisa, cresceu de 21 para 40.

 

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refluxoEstima-se que mais de 20 milhões de pessoas sofram de refluxo gastroesofágico. A sensação é a de que a comida ‘não caiu bem’ – queimação no tórax, volta de parte do alimento que foi ingerido, boca ácida e por aí vai. Isso não quer dizer que esses sintomas são sinônimo da doença em 100% dos casos.

 

Vez ou outra, depois de uma refeição mais pesada, como feijoada, por exemplo, a maioria das pessoas sente dificuldades de digestão. É preciso investigar quando os episódios são corriqueiros e acontecem mais de uma vez na semana.

 

O gastroenterologista, Antonio Luiz de Vasconcellos Macedo, cirurgião do Hospital Israelita Albert Einstein, explica que a doença do refluxo gastroesofágico (DRG) é um desequilíbrio entre os fatores protetores, como as barreiras antirrefluxo, e os fatores agressores, como a acidez e o volume gástricos.

 

Simplificando, o esfíncter é uma válvula que tem o papel de fechar a abertura do esôfago para o estômago, que deveria abrir apenas quando a pessoa engole, para permitir a entrada dos alimentos no estômago. Durante o resto do tempo, o esfíncter mantém-se contraído. É o que não acontece nos casos de DRG, em que o músculo do esfíncter fica relaxado e deixa os sucos gástricos e restos de alimentos voltarem para o esôfago. Depois de algum tempo sendo agredido pelos sucos digestivos ácidos, a parede do esôfago fica em constante inflamação, o que pode até aumentar as chances de câncer.

 

“Em nosso meio pode-se dizer que os maus hábitos alimentares e a obesidade são as principais causas de refluxo”, diz Macedo. Segundo ele, muitas vezes ocorrem somente sintomas atípicos que são a tosse crônica, rouquidão e asma, entre outros. “Neste caso, se o medico não suspeitar do refluxo, o diagnóstico não é realizado”, afirma.

 

Cuidado com os dentes

Alguns pacientes podem apresentar erosões dentárias e feridas na mucosa oral causadas pela regurgitação ou simplesmente pelo vapor ácido que atinge a cavidade oral quando o refluxo acontece. Os dentes passam por um processo de descalcificação e ficam fragilizados. “Alguns estudos mostram que alguns pacientes com diagnóstico de refluxo associado a distúrbios de salivação diminuída estão mais propensos a lesões orais”, diz Macedo.

 

Segundo o especialista, o trabalho em conjunto entre o médico gastroenterologista e o dentista pode contribuir para o diagnóstico precoce deste tipo de lesão oral. “Geralmente, o médico não faz associação entre refluxo e erosão dentária e como se trata de um processo lento e pouco habitual, o diagnóstico pode acabar sendo feito quando já há comprometimento importante da saúde bucal”, afirma.

 

Mude hábitos

- Evite tipos de comidas que estimulam a produção ácida pelo estômago, como pimenta, café e bebidas cítricas

- Coma devagar e mastigue bem

- Fracione a dieta a cada três horas

- Evite beber durante as refeições

- Evite álcool, ele relaxa a esfíncter e deixa o estômago ácido

- Nos pacientes com sintomas noturnos sugere-se não comer até três horas antes de deitar-se e elevar a cabeceira da cama.

 

Tratamento

 

Mudanças de hábito alimentar e medicamentos para diminuição da acidez gástrica são os tratamentos mais indicados para a maioria das pessoas. “Esse tratamento apresenta excelentes resultados na maior parte dos pacientes, mas em casos que apresentam esofagite persistente ou hérnia de hiato volumosa o tratamento cirúrgico está indicado”, diz Macedo.

Bem aceito por boa parte da sociedade, legalizado e promovido pela publicidade, o consumo de álcool deve ser tema de conversa entre pais e filhos, defendem especialistas. Eles acreditam que é a melhor forma de combater o uso durante a adolescência. O tempo certo para a conversa, no entanto, é variável e depende de cada família.

 

"É bom que não seja depois dos 12 anos, que é a idade em que muitos têm o primeiro contato com o álcool, mas é claro que a necessidade de aconselhar a criança depende do grau de exposição à bebida. Tudo depende do contexto. Se a criança começa a ser exposta ao álcool mais cedo, vendo as pessoas e os próprios pais beberem, isso tem que ser conversado", argumenta a professora do departamento de medicina preventiva da Universidade Federal de São Paulo Zila Sanchez, integrante do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas.

 

No 6º Levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio das Redes Pública e Privada, nas 27 capitais brasileiras, com dados de 2010, os pesquisadores do centro de pesquisa constataram que a idade média do primeiro contato com as bebidas alcoólicas é 13 anos.

 

Foram ouvidos 50.890 estudantes, e 15,4% dos que tinham entre 10 e 12 anos declaram que tinham consumido álcool no ano da pesquisa. A proporção sobe para 43,6% entre 13 e 15 anos, e para 65,3% entre 16 e 18 anos. De todo o universo pesquisado, 60,5% dos estudantes declararam ter consumido álcool. A taxa foi maior entre os alunos das escolas privadas (65%) do que entre os das públicas (59,3%). Mais que um quinto dos estudantes (21,1%) tinha consumido álcool no mês da pesquisa.

 

Outro estudo, divulgado pela companhia cervejeira Ambev mostra que 33% dos pais brasileiros não conversam com os filhos sobre o consumo de álcool, apesar de 98% dizerem que consideram importante. Entre os 11 países pesquisados, o Brasil só fica na frente da Ucrânia (34%) e da China (53%). Na Alemanha, apenas 15% dos pais disseram não ter falado.

 

Quase metade dos pais brasileiros, que disseram não ter tocado no assunto, consideram que o filho é muito novo para isso (48%), apesar de a idade média que os entrevistados consideraram a ideal para a conversa ser 9 anos. Outros 22% disseram não saber como tocar no assunto, 15% afirmaram confiar nos filhos e 9% alegaram que acham estranho ou tem vergonha de conversar sobre isso.

 

"Geralmente eles mesmos consomem e até de forma exagerada. É difícil falar de uma coisa que você faz, às vezes, na frente dos filhos. Os pais que não consomem de maneira abusiva na frente dos filhos, os protegem do consumo. É uma questão de avaliar o quanto você está expondo seu filho. O ideal é que não consuma, mas, se consumir, é importante deixar claro que é bebida de adulto", diz Zila.

 

A professora chama a atenção para o fato de a porcentagem de jovens que consomem bebida alcoólica ter caído entre as duas pesquisas do centro de informações sobre drogas. Em 2004, eram 41,2% os estudantes de 10 a 12 anos que tinham consumido álcool, percentual que caiu para 27,9%. Para Zila, a queda é resultado de políticas públicas e conscientização, mas é preciso maior convencimento sobre o problema, uma vez que o consumo excessivo tem crescido.

 

 

"A queda é uma questão de políticas públicas e maior controle, mas o aumento do consumo em grande quantidade tem mais a ver com uma cultura que tolera a embriaguez, e que a favorece. Ela é estimulada de várias formas, como em músicas e festas", diz a pesquisadora. Ela recomenda que os pais sejam presentes na vida dos filhos para acompanhar essa questão. "Aa melhor forma que os pais têm de conhecer os hábitos e os ambientes que o filho frequenta é levando-o e buscando-o a festas e casas de amigos. Assim ele sabe se o local vai ter álcool, quem está lá, e em que estado o adolescente volta para casa".

 

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cancer-de-mamaUma nova pesquisa publicada nessa quinta-feira, 19, na revista The Lancet Oncology mostra que um período de tratamento mais curto de radioterapia, de apenas três semanas, possui os mesmos efeitos benéficos que o tratamento padrão de cinco semanas. "Além do mais, mostramos que as três semanas de radioterapia causam menos danos aos tecidos próximos à mama e são mais convenientes para as mulheres — causando menores listas de espera e menos visitas ao hospital", afirma John Yarnold, professor do Instituto de Pesquisas do Câncer, na Inglaterra, e autor do estudo.

 

Para chegar a esse resultado, os pesquisadores recrutaram 4.451 mulheres de 35 centros de radioterapia em todo o Reino Unido, entre 1999 e 2002, e dividiram sua pesquisa em duas etapas. A primeira comparou o efeito do tratamento padrão, que aplica uma dose total de 50 grays (Gy, a medida internacional para a quantidade de radiação absorvida) fornecida em 25 pequenas doses de dois grays ao longo de cinco semanas, com outros dois tratamentos de igual duração, mas que forneciam doses mais fortes. Neles, eram aplicadas apenas treze doses, mas cada uma com 3,2 ou 3 grays.

 

Após dez anos dos tratamentos, as taxas de controle do tumor entre os três grupos foram bastante semelhantes, com poucas mulheres experimentando a volta do câncer, e com um dano muito semelhante ao tecido mamário saudável em volta do tumor. Os pesquisadores provaram, assim, que doses mais fortes de radioterapia poderiam ser aplicadas nas mulheres sem lhes causar grandes efeitos colaterais.

 

Três semanas — Na segunda etapa do estudo, os pesquisadores pretenderam analisar se essas doses maiores de radiação poderiam ser aplicadas em um período menor de tempo, encurtando o tratamento. Assim, compararam o tratamento padrão — 50 grays administrados em pequenas doses de dois grays durante 5 semanas — com um mais curto, de apenas três semanas, que fornecia 40 grays divididos em doses de 2,67 grays.

 

Do mesmo modo, o número de mulheres cujo câncer de mama reapareceu dentro do período de dez anos foi semelhante — e baixo — nos dois casos (5,5% depois do tratamento com 50 grays e 4,3% depois dos 40). No entanto, após o período mais curto de tratamento houve significativamente menos danos ao tecido saudável que circundava a mama, demonstrando menos efeitos colaterais. Estes resultados foram os mesmos para todos os grupos, independentemente da idade, grau do tumor, estágio ou uso de outras formas de tratamento.

 

Com informações da veja