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O número de embriões congelados no Brasil aumentou mais de 125% entre 2014 e 2023. Os procedimentos anuais saltaram de 47.812 para 107.830, segundo o Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio), da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Nesse intervalo de 10 anos, foram congelados 840.232 embriões.

O congelamento de embriões consiste na preservação das células, femininas e masculinas, responsáveis por iniciar uma gestação. O procedimento, que custa em torno de R$ 20 mil, é realizado a partir da técnica de vitrificação, ou seja, o congelamento ultrarrápido do embrião. O método difere do congelamento de óvulos, técnica que preserva apenas as células da mulher.

Ainda de acordo com o SisEmbrio, entre 2020 e 2023, 196.504 embriões foram descartados no país, o que corresponde a 50% do total coletado no período de quatro anos (392.362 embriões). Segundo o regulamento do Conselho Federal de Medicina, o descarte dos embriões só pode ser feito com autorização dos doadores e depois de três anos de congelamento.

Segundo o médico especialista em reprodução humana Marcelo Marinho, o descarte dos embriões envolve regras e etapas que devem ser seguidas com controle de segurança. "A haste é conferida e checada, sendo retirada do botijão de nitrogênio, onde a temperatura é mantida constante em -196° C e simplesmente descartada", explicou.

Os embriões que não forem utilizados também podem ser doados a outras pessoas que desejam fazer a fertilização in vitro ou para pesquisas. Neste último caso, a célula não poderá mais ser usada para iniciar uma gestação. Para a doação, o Conselho de Medicina estabelece que o ato não pode ter caráter lucrativo ou comercial, e os provedores não podem saber a identidade de quem recebeu, assim como o contrário.

Segundo o presidente da SBRA (Associação Brasileira de Reprodução Assistida) e especialista em reprodução humana, Alvaro Pigatto, o aumento de embriões congelados pode ser associado, principalmente, à vontade das mulheres de querer ter filhos mais tarde. Pigatto ainda comentou os riscos atribuídos ao vírus da Covid-19, o que levou muitos casais a procurarem o procedimento.

Dos 35 aos 38 anos O especialista afirmou que a maioria das mulheres pode realizar o procedimento, que, normalmente, é de baixo risco, mas um acompanhamento individualizado deve ser feito para casos mais graves. No geral, é indicado que as mulheres façam o congelamento até os 35 anos, podendo postegar até os 38, dependendo do caso.

Além do custo do procedimento, algumas pacientes devem arcar com medicamentos para induzir a ovulação. Nesses casos, cada medicação pode variar entre R$ 5 mil a R$ 10 mil. Especialistas explicam que não existe "vencimento" definido para os embriões, mas podem ficar congelados por até 20 anos.

Descarte de embriões Atualmente, existem discussões sobre a equivalência do descarte a um aborto, pelo fato do embrião ser considerado o estágio inicial do desenvolvimento de um organismo. Entretanto, especialistas ouvidos pelo R7 discordam do questionamento e apontam ser um debate muito amplo.

Para Marcelo Marinho, o aborto "é toda interrupção da gravidez antes da 22° semana de gravidez" e não existe nenhuma legislação no Brasil que considere o descarte como o ato. "No caso específico do descarte embrionário e dos demais procedimentos envolvendo a reprodução assistida, não há, no Brasil, legislação própria que delimite as ações", completou.

Reprodução assistida no SUS Desde 2012, o SUS (Sistema Único de Saúde) oferece um programa de reprodução assistida de inseminação artificial. São poucos os hospitais que disponibilizam a fertilização totalmente gratuita, a maioria cobra valores relacionados aos medicamentos e procedimentos.

Mesmo com alguns serviços públicos de graça, a burocracia e a fila são fatores que atrasam o atendimento de mulheres para o procedimento.

No Distrito Federal, por exemplo, os critérios para a fila de espera para a fertilização levam em consideração a idade da mulher. Segundo a Secretaria de Saúde, o critério de atendimento é a ordem de inscrição na fila.

R7

A alta de casos de dengue no país, que enfrenta uma epidemia da doença, com oito estados e o Distrito Federal em situação de emergência, acende o alerta para o risco de diminuição das plaquetas. Para entender melhor por que a redução ocorre e como reverter a situação, o R7 conversou com um especialista.

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O que são plaquetas? As plaquetas são uma das três principais células da corrente sanguínea, além dos glóbulos brancos — também conhecidos como leucócitos — e os glóbulos vermelhos. "Plaquetas desempenham um papel crucial na coagulação sanguínea e ajudam a prevenir o sangramento excessivo", explica o infectologista Manuel Renato Palacios.

Ele afirma que as plaquetas, que são produzidas na medula óssea e circulam na corrente sanguínea, "entram em jogo" quando acontece algum corte ou lesão no corpo e "criam um tampão, chamado coágulo, para interromper o sangramento".

Palacios pontua que, diferente do que é dito popularmente, a quantidade de plaquetas não é o que determina a gravidade de um caso de dengue. Segundo ele, em casos de dengue, o número de plaquetas começa a cair por volta do quarto dia da doença.

Antes disso, a porcentagem de glóbulos vermelhos com relação ao total de células no sangue aumenta por causa da desidratação e perda de líquido.

Por que as plaquetas diminuem e quais os riscos? Segundo o Ministério da Saúde, a dengue é uma doença causada por um vírus e causa febre alta, dor de cabeça, fadiga, dor no corpo e outros sintomas.

Palacios diz que alguns fatores explicam a diminuição do número de plaquetas durante a dengue, entre elas: • o vírus danifica diretamente as plaquetas; • a própria resposta imune do corpo, através dos anticorpos, ataca as plaquetas; e • uma disfunção da medula óssea que reduz a capacidade de produção de plaquetas.

O infectologista explica que a diminuição do número de plaquetas aumenta o risco de sangramento no corpo, já que a capacidade de coagulação fica menor. Nesse caso, um simples machucado, como um joelho ralado por uma queda, pode criar grandes hematomas e sangramento insistente.

Além disso, Palacios afirma que outros tipos de sangramento podem acontecer, como nas gengivas, durante a escovação, no nariz, e até na urina e nas fezes. Mulheres no ciclo menstrual podem ter aumento do sangramento e um ciclo mais longo que o normal. "Em casos extremamente sérios, pode até ter sangramento intracerebral", diz.

Remédios contraindicados O médico explica que, por esse motivo, remédios anti-inflamatórios ou anticoagulantes, como ibuprofeno, nimesulida e AAS (ácido acetilsalicílico) são contraindicados para dengue.

"Nos idosos, a queda de plaquetas pode ser particularmente problemática pela possível presença de comorbidades que podem exarcebar os sintomas", pontua.

Outro ponto de atenção em idosos é sobre a medicação, já que eles podem tomar anticoagulantes no dia a dia para tratar alguma doença. Nesse caso, Palacios afirma que o médico deve ser consultado o mais rápido possível, para saber se o medicamento deve ser suspenso ou não.

Como aumentar as plaquetas? "Não existe receita para aumentar plaqueta", enfatiza o infectologista. "Ela vai aumentar até que o sistema imunitário consiga controlar o vírus, até terminar de destruí-lo totalmente".

Segundo ele, conforme o vírus for combatido com a medicação e tratamento correto, as plaquetas vão aumentar como consequência.

Palacios pontuou os perigos de seguir receitas caseiras populares na internet, como suco de inhame ou folha de mamão, que não possuem nenhum tipo de comprovação científica. "O risco disso é que [o paciente] acha que tomar essas soluções caseiras vai melhorar a situação, e ele atrasa a ida ao hospital e pode passar do ponto crítico", alerta.

R7

Foto: PEDRO VENTURA/AGÊNCIA BRASÍLIA

Enquanto manchas assustadoras podem indicar câncer de pele, há sintomas sutis que podem passar despercebidos.

Este câncer é o mais frequente no Brasil e corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país, enquanto o melanoma representa apenas 3% das neoplasias malignas do órgão.

A pele frequentemente exposta ao sol é o solo fértil para o desenvolvimento desse câncer, alertando para a importância da detecção precoce.

Sinal de alerta ao varrer a casa Ficar sem fôlego ao realizar tarefas diárias, como varrer a casa, pode ser um sinal inesperado de melanoma, o câncer de pele mais perigoso. Assim, atenção a esses sinais discretos é crucial.

Embora as taxas de sobrevivência para melanoma sejam animadoras, o não tratamento pode ter consequências devastadoras. O câncer pode se espalhar para órgãos como fígado, cérebro, pulmões e ossos, desencadeando sintomas preocupantes, como falta de ar.

Por isso, detectar o câncer de pele em sua fase inicial é a chave para aumentar as taxas de sobrevivência. Além dos sinais mais evidentes, existem outros sintomas que merecem atenção.

Sintomas do câncer de pele O câncer de pele pode se desenvolver em qualquer parte do corpo, inclusive em partes que não são expostas diretamente ao sol, como as áreas de dobras da pele, como axilas e virilhas.

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), os sintomas iniciais do câncer de pele podem incluir:

Manchas na pele que mudam de cor, tamanho ou formato ao longo do tempo; Feridas que não cicatrizam; Lesões que coçam, ardem, doem ou sangram; Caroços ou bolinhas na pele; Áreas de pele escamosa ou crostas que persistem por semanas; Mancha escurecida ou azulada nas unhas dos pés ou das mãos. Créditos: iStock/@jamesbenet Quando o melanoma avança para outras partes do corpo, os sinais podem ser enganosos. Fique atento a sintomas como inchaço e dor nos gânglios linfáticos, dificuldades respiratórias, alterações neurológicas e desconforto em órgãos vitais.

Além disso, é importante lembrar que nem sempre os sintomas iniciais do câncer de pele são perceptíveis.

Então é fundamental realizar exames de rotina com um dermatologista, especialmente se você apresenta algum dos fatores de risco para a doença.

Fatores de risco Os principais fatores de risco para o câncer de pele são:

exposição solar excessiva; histórico familiar da doença; pele clara; idade avançada; uso de medicamentos imunossupressores. Os tipos mais comuns de câncer de pele são o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular, que são menos agressivos. E o melanoma, que é o mais perigoso e pode se espalhar rapidamente para outras partes do corpo.

Como prevenir a doença? Os padrões de ocorrência do melanoma variam entre homens e mulheres. Enquanto as mulheres frequentemente apresentam melanomas nas pernas, os homens têm maior propensão a desenvolver câncer de pele em áreas como o tronco.

Mudanças no estilo de vida, como exposição excessiva ao sol e histórico de bronzeamento, contribuíram para um aumento alarmante nos casos.

A prevenção do câncer de pele inclui medidas simples, como:

evite a exposição solar das 10 às 16 horas; use protetor solar com fator de proteção solar (FPS) 30 ou mais, e reaplicá-lo a cada duas horas; use roupas que cubram a maior parte do corpo e chapéus de abas largas; evite o uso de câmaras de bronzeamento artificial. Tratamento do câncer de pele A detecção precoce é fundamental para o sucesso do tratamento do câncer de pele. Por isso, é importante ficar atento aos sintomas e realizar exames de rotina com um dermatologista.

O tratamento pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou terapia biológica, dependendo do estágio da doença e das características do tumor.

Catraca Livre

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) finalizou o levantamento situacional da saúde indígena no Piauí. Esse diagnóstico é para entender as necessidades e lacunas existentes, e é resultado de uma das demandas estabelecidas durante o Seminário de Saúde Indígena do Piauí, conduzido em novembro de 2023 pela coordenação de Equidade em Saúde da Sesapi, em parceria com a Secretaria de Assistência Social e Cidadania (SASC) e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI).

indigenas

O objetivo principal deste mapeamento é fornecer uma visão abrangente da saúde das comunidades indígenas no estado, culminando na implementação da saúde Indígena no Piauí.

A ação teve início no dia 05 e foi concluída nesta quarta-feira (13), contando com uma equipe composta por membros da Sesapi, em colaboração com técnicos da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), do DSEI do Ceará, da SESAI e da SASC. Juntos, eles percorreram dez municípios, dedicando-se a avaliar a qualidade dos serviços de saúde disponíveis para as comunidades indígenas nessas localidades.

"O subsistema de saúde indígena é uma parte essencial do Sistema Único de Saúde (SUS), dedicado exclusivamente à população indígena, com profissionais capacitados e sensíveis às necessidades específicas dessas comunidades", explica Filipe Silva, coordenador de Equidade em Saúde da Sesapi.

O plano é explorar a possibilidade de estabelecer um DSEI próprio para o Piauí, no entanto, caso essa opção não seja viável, os serviços serão integrados ao DSEI do Ceará. O DSEI, como parte do SUS, tem como objetivo principal oferecer atendimento de saúde especializado e adaptado às necessidades das populações indígenas em cada estado. O planejamento desse distrito prioriza a inclusão de profissionais de saúde indígenas, garantindo uma abordagem multidisciplinar que possa atender às demandas específicas dessas comunidades.

No Piauí, dados do IBGE indicam a presença de mais de 7 mil indígenas, ressaltando a importância de um cuidado especializado e culturalmente sensível.

"Com base nas informações coletadas, poderemos desenvolver um plano para a implementação do Distrito Sanitário Indígena, melhorando a qualidade dos serviços de saúde oferecidos a essas comunidades, enquanto respeitamos e valorizamos sua rica herança cultural", acrescenta Felipe Silva.

Ao término das visitas aos municípios, a equipe também conduziu pesquisas na cidade de Lagoa de São Francisco, especificamente na comunidade de Nazaré. Além do levantamento de dados, foram oferecidos serviços como imunização, nutrição, testes rápidos e segurança alimentar.

A produção deste diagnóstico reflete o compromisso assumido durante o Seminário de Saúde Indígena do Piauí, em busca de garantir uma saúde mais equitativa e eficaz para as comunidades indígenas do estado.

Sesapi

 

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