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O número de fumantes no Brasil cresceu pela primeira vez em quase duas décadas. A proporção de adultos fumantes passou de 9,3% em 2023 para 11,6% em 2024, ou seja, um crescimento de 25% em apenas um ano, o que mostrou uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde.

fumante

A OMS (Organização Mundial da Saúde) alerta que o tabagismo é uma pandemia, e é a principal causa de morte evitável no mundo.

Em entrevista ao Conexão Record News desta segunda-feira (20), Maria Enedina Scuarcilupi, coordenadora da Comissão Científica de Tabagismo da SBPT (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia), diz que além do aumento do cigarro de forma geral devido ao isolamento da pandemia de Covid-19, os uso crescente do cigarro eletrônico por jovens também impactou no resultado.

“Os jovens 14 a 24 anos estão usando muito mais o vape, apesar de ser totalmente proibido no Brasil. Isso é preocupante, porque é aquela história de uma ‘modinha viciante’ que provoca doença e mata”, explica.

Segundo a médica, ainda não é possível dizer quais serão os malefícios do cigarro eletrônico, mas, só de terem as mesmas substâncias que o cigarro comburente, a probabilidade é de que os efeitos no futuro sejam os mesmos.

Em relação as possíveis medidas para combater o uso de dispositivos eletrônicos, Maria afirma: “Legalizar não vai proteger ninguém, pelo contrário, as pessoas vão se sentir confortáveis de consumir porque está legalizado”. Impor sanções seria mais eficiente, na visão da médica.

R7

Foto: Reprodução/Record News

Nessa segunda-feira, 20, esteve na redação do Piauinoticias, em Floriano, para uma entrevista, mas a mesma não foi concluída, dado a problemas internos, o profissional em saúde bucal, Dr. Ricardo Granjeiro.

ricarfdo

O profissional da área da odontologia estará de volta ao portal na próxima sexta-feira, no mesmo horário, às 11h30, para falar sobre cremes dentais e escovação.

O internauta tem total liberdade para participar com perguntas ou mesmo com exemplos de questões voltadas ao assunto.

Da redação

A expressão “pulmão de pipoca” surgiu nos Estados Unidos no início dos anos 2000, quando operários de fábricas de pipoca para micro-ondas começaram a apresentar bronquiolite obliterante, uma condição respiratória rara. A enfermidade causa inflamação e cicatrização nos bronquíolos, dificultando a respiração. Atualmente, o problema volta a preocupar autoridades de saúde em diversos países, inclusive no Brasil, devido ao aumento do uso de cigarros eletrônicos.

O nome popular da doença está relacionado ao diacetil, um aromatizante com gosto de manteiga utilizado em pipocas industrializadas. A exposição prolongada a esse composto por inalação foi associada aos danos pulmonares nos trabalhadores. Embora o consumo oral não apresente o mesmo risco, estudos indicam que a inalação pode causar cicatrizes permanentes nas vias respiratórias.

Análises recentes de líquidos usados em cigarros eletrônicos identificaram a presença de diacetil e substâncias similares, como a 2,3-pentanodiona, em diferentes concentrações. Aromas doces como baunilha, manga e algodão-doce são os mais frequentemente associados a esses compostos. A inalação contínua pode causar danos semelhantes aos observados em ambientes industriais.

No Brasil, apesar da proibição da venda, importação e propaganda de cigarros eletrônicos pela Anvisa desde 2009, reforçada em abril de 2024, esses produtos ainda circulam ilegalmente. Dados do Vigitel 2023 indicam que 2,1% dos adultos brasileiros utilizam esses dispositivos, sendo a maior parte jovens entre 18 e 24 anos. A Sociedade Brasileira de Pneumologia alerta sobre os riscos desconhecidos das substâncias presentes nos líquidos saborizados.

O pneumologista Ricardo Meirelles ressalta que os pulmões humanos não são preparados para absorver substâncias químicas aquecidas, e que os danos causados por isso podem ser irreversíveis. Entre os sintomas da bronquiolite obliterante estão tosse seca, chiado no peito, falta de ar e fadiga extrema. Em casos graves, o transplante pulmonar pode ser necessário.

É fundamental distinguir essa doença da EVALI, uma síndrome aguda associada ao uso de vaporizadores que ganhou destaque em 2019. Enquanto a EVALI se manifesta de forma rápida, a bronquiolite obliterante se desenvolve lentamente. Especialistas alertam que, devido à falta de controle nos produtos ilegais, ambas podem ocorrer simultaneamente.

Como ainda não existe cura para a bronquiolite obliterante, evitar o contato com substâncias perigosas é a principal forma de prevenção. A crescente adesão ao uso de cigarro eletrônico entre jovens e a ausência de fiscalização rigorosa tornam essa uma questão urgente para a saúde pública brasileira.

História de PaiPee/2 minutos de leitura

Você costuma acordar meio da noite? Talvez não seja um distúrbio do sono. Mas sim uma herança que pode remeter a tempos pré-históricos. Foi o que descobriu o historiador Roger Ekirch.

Na verdade, o sono de oito horas só foi surgir na época da Revolução Industrial, com a invenção da eletricidade e das longas jornadas de trabalho. Antes disso, o normal era o sono bifásico. Ou seja, separado em dois turnos.

O primeiro começava pelas 9h da noite e ia até umas 11h, quando o pessoal começava a despertar naturalmente — afinal, o despertador ainda não tinha sido inventado.

Aí todo mundo ficava acordado por umas duas horas e voltava para a cama pela 1h da manhã, levantando de vez junto com o sol.

Esse intervalo entre um turno de sono e outro era conhecido como “a vigília”, e era ocupado de formas variadas. Tinha quem levantava para fazer xixi, tomar remédio ou colocar mais lenha na lareira.

Quem usava o tempo para rezar e filosofar. Quem aproveitava para trabalhar, tocar tarefas domésticas ou cuidar dos animais — os mais pobres, claro.

E até quem dava umas escapadinhas para cometer assassinatos por aí. Mas a maioria usava o tempo para socializar — até mesmo sexualmente.

No início, o historiador pensava que o sono bifásico era uma peculiaridade da Idade Média, que foi por onde ele começou os estudos.

Afinal, o hábito estava presente em documentos da época e livros como “Os Contos de Cantuária”, de Geoffrey Chaucer, escrito entre 1387 e 1400 — um dos mais famosos trabalhos de literatura medieval.

Mas depois ele começou a desconfiar que se tratava de uma herança dos nossos ancestrais pré-históricos.

O primeiro registro cronológico que ele encontrou foi na “Odisseia” de Homero, datada do século 8 a.C. Já o último é do século 20, fase técnico-científica da Revolução Industrial.

E o sono bifásico não era exclusividade da Europa. O pesquisador achou evidências do hábito na África, Ásia, Austrália e até mesmo aqui no Brasil.

Em um relato de 1555, um padre francês em viagem pelo Rio de Janeiro conta que os indígenas tupinambá comiam quando tinham apetite e que “à noite, depois do primeiro sono, levantavam para comer e depois voltavam a dormir”.

Ou seja, agora você tem uma desculpa para a próxima vez que alguém te julgar por não cumprir suas oito horas de sono — especialmente se esse alguém for você mesmo.

Por Deutsche Welle