Um dos maiores riscos para a nossa saúde, principalmente à medida que envelhecemos, é o aparecimento de doenças cardiovasculares. Monitorar o desenvolvimento desses problemas nem sempre é fácil, mas uma das maneiras de se fazer isso é medindo e acompanhando a pressão arterial.

A pressão arterial nada mais é que o nível de pressão com que o seu sangue circula através dos vasos sanguíneos. Ela é utilizada para avaliar o estado de saúde do sistema cardiovascular e a pressão alta (hipertensão) está associada a falhas desse sistema. Em termos práticos, o aumento da pressão se deve à contração dos vasos por algum motivo, fazendo com que o sangue tenha menos espaço para circular.

Por isso, é importante acompanhar e estar atento à pressão arterial, pois essa medida é o que permite que os profissionais da saúde observem e intervenham preventivamente para evitar doenças que ameacem a vida — uma vez que a hipertensão está entre as principais causas de morte, principalmente entre os idosos.

Antigamente, a pressão arterial era comumente medida com esfigmomanômetros de mercúrio, que hoje já são substituídos pelos aparelhos medidores de pressão eletrônicos, de encaixar no pulso. Por isso que a unidade de medida utilizada para aferir a pressão arterial chama-se milímetros de mercúrio (mmHg).

Vale ressaltar também que a medição da pressão arterial é dupla (x por x). De um lado, mede-se a pressão máxima atingida quando o coração bombeia sangue, chamada de pressão sistólica. Do outro, está a pressão mínima de nossas artérias quando o coração recebe sangue, intitulada pressão diastólica.

Qual é o valor normal da pressão arterial? Levando em consideração a diversidade de pessoas, não existe uma resposta exata para essa questão, pois pode haver variações no que é considerado uma pressão normal. No entanto, é comum que uma pressão arterial saudável esteja abaixo de 120 e 80 mmHg (12 por 8) de pressão sistólica e diastólica, respectivamente.

Uma pressão acima de 120 mmHg e abaixo de 130 já é considerada alta, pois a hipertensão começa a ser diagnosticada entre 130 e 140 mmHg. Enquanto isso, a pressão arterial baixa, chamada hipotensão, apesar de causar sintomas mais leves, como tontura e desmaio, também traz riscos à saúde. O normal é que a pressão não fique abaixo de 90 e 60 mmHg.

Como controlar a pressão arterial Em artigo publicado no MinhaVida, o cardiologista Pedro Mekhitarian explica quais são as causas da hipertensão. “Normalmente, é causada quando há uma resistência e endurecimento maior dos vasos sanguíneos para a passagem do sangue, o que demanda uma força maior do coração para o bombeamento do sangue. Isso pode ser um processo natural do corpo, mas é aumentado com alguns dos fatores de risco”, diz.

Não só relacionado a problemas pulmonares, o uso do tabaco é um desses elementos que pode prejudicar a saúde cardiovascular. Para evitar que isso aconteça, é recomendado não fumar. O álcool é outro fator de risco que, quando consumido em excesso, pode levar à hipertensão. Além disso, o diagnóstico de diabetes e o excesso de peso também estão associados à doença.

Assim, para manter a saúde em dia, uma das recomendações é controlar a pressão arterial e sempre estar atento a ela. Sabemos que cada organismo age de uma maneira, porém, existem algumas mudanças no estilo de vida que podem ajudar na prevenção tanto da hipertensão como da hipotensão.

Praticar exercícios físicos regularmente é uma alternativa para evitar o sedentarismo e passar longe da hipertensão. Você pode começar com atividades simples, como a caminhada. Outra orientação é seguir uma dieta saudável, aumentando o consumo de frutas e vegetais e reduzindo a ingestão de alimentos ultraprocessados ou que possuem grandes quantidades de sódio.

Em entrevista ao MinhaVida, a nutricionista Catia Medeiros explica que, embora não tenha cura, a hipertensão pode ser controlada através do consumo de alguns alimentos ricos em potássio. “[O nutriente] está presente no inhame, feijão preto, abóbora, cenoura, espinafre, maracujá, laranja, banana e em diversos outros alimentos”, afirma. Então, capriche no prato e movimente-se para garantir uma qualidade de vida melhor!

Minha vida

Imagine uma solução natural para o controle do apetite e a perda de peso, tão eficaz quanto os medicamentos mais modernos, mas sem os incômodos efeitos colaterais. Como se fosse um Ozempic Natural

Parece sonho? Pois essa realidade pode estar mais próxima do que imaginamos, graças a uma descoberta revolucionária de pesquisadores da Stanford Medicine.

Eles identificaram uma molécula natural, batizada de BRP, que age de forma semelhante ao Ozempic (semaglutida), mas com uma abordagem mais específica e menos efeitos adversos. Hoje, aqui no SaúdeLAB, que tal conhecer essa promessa que pode mudar o jogo no tratamento da obesidade?

O que é o Ozempic Natural? A molécula BRP, descoberta recentemente, mostrou-se capaz de suprimir o apetite e promover a perda de peso em testes com animais, sem causar náuseas, constipação ou perda significativa de massa muscular – efeitos comuns associados ao uso do Ozempic.

A grande diferença está na forma como a BRP atua no organismo.

Enquanto o Ozempic age em receptores distribuídos por várias partes do corpo, incluindo cérebro, intestino e pâncreas, a BRP parece atuar de maneira mais direcionada, especificamente no hipotálamo, região do cérebro responsável pelo controle do apetite e do metabolismo.

Essa descoberta abre portas para um tratamento mais seguro e eficaz, especialmente para quem busca alternativas naturais e menos invasivas.

A pesquisa, publicada na renomada revista Nature em março deste ano, foi liderada pela Dra. Katrin Svensson, professora de patologia em Stanford, e pela Dra. Laetitia Coassolo, cientista sênior. Juntas, elas estão à frente de uma empresa que planeja iniciar testes clínicos em humanos em breve.

Como a BRP foi descoberta? A descoberta da BRP não foi obra do acaso. Os pesquisadores utilizaram inteligência artificial para analisar dezenas de proteínas da classe das pro-hormonas, moléculas biologicamente inativas que, quando clivadas, geram peptídeos com funções hormonais. Esses peptídeos regulam processos complexos, como o metabolismo energético.

Com a ajuda de um algoritmo chamado Peptide Predictor, a equipe identificou 2.683 peptídeos únicos derivados de 373 pro-hormonas.

Entre eles, destacou-se a BRP, um pequeno peptídeo de apenas 12 aminoácidos, que mostrou um efeito impressionante em células neuronais cultivadas em laboratório: aumentou sua atividade em dez vezes, superando até mesmo o GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon), que é a base de ação do Ozempic.

Resultados promissores em animais Os testes em animais foram igualmente animadores. Em camundongos e miniporcos (que têm um metabolismo mais próximo ao humano), uma injeção intramuscular de BRP reduziu o consumo de alimentos em até 50% na hora seguinte à administração.

Além disso, camundongos obesos tratados com injeções diárias de BRP por 14 dias perderam, em média, 3 gramas de gordura, enquanto os animais do grupo controle ganharam peso. Outro ponto positivo foi a melhora na tolerância à glicose e à insulina, indicando um potencial benefício para o controle do diabetes. Além disso, a descoberta da BRP reforça o poder da inteligência artificial na ciência. Sem o algoritmo Peptide Predictor, identificar essa molécula entre milhares de peptídeos seria uma tarefa quase impossível. Neste caso, o algoritmo foi absolutamente essencial para as descobertas.

O que esperar do futuro? A equipe de pesquisadores já está trabalhando para identificar os receptores celulares que se ligam à BRP e entender melhor seus mecanismos de ação. Outro desafio é prolongar o tempo de ação da molécula no organismo, o que permitiria uma dosagem mais conveniente, talvez até em formato de comprimido.

A expectativa é que, em breve, a BRP possa ser testada em humanos, abrindo caminho para um novo capítulo no tratamento da obesidade.

A descoberta da BRP representa um avanço significativo na busca por tratamentos mais naturais e eficazes para a obesidade. Com um mecanismo de ação específico e menos efeitos colaterais, essa molécula pode se tornar a base de uma nova geração de terapias para o controle do peso e do metabolismo.

Enquanto aguardamos os resultados dos testes clínicos em humanos, uma coisa é certa: o futuro da medicina está cada vez mais alinhado com soluções inteligentes, naturais e personalizadas. E o “Ozempic Natural” pode ser apenas o começo dessa revolução.

E o melhor: não foram observados efeitos colaterais significativos, como alterações no comportamento, na ingestão de água ou na produção de fezes. Isso sugere que a BRP atua de forma mais suave e específica, sem interferir em outras funções do organismo.

Por que essa descoberta é tão importante? A obesidade é um dos maiores desafios de saúde pública da atualidade, com poucas opções de tratamento realmente eficazes e seguras. O Ozempic, apesar de revolucionário, ainda causa efeitos colaterais que limitam seu uso prolongado.

A BRP surge como uma alternativa promissora, com potencial para oferecer os mesmos benefícios, mas com menos riscos.

Saude Lab 

A estimativa é que até 2050, os diagnósticos de demência vão triplicar no mundo. Esse cenário pode parecer assustador, porém, cientistas apontam que é possível prevenir essa condição.

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Uma série de hábitos saudáveis ao longo da vida podem proteger o cérebro e reduzir as chances de desenvolver a doença.

Quais são os momentos-chave para prevenção? Segundo pesquisadores, algumas fases da vida são especialmente essenciais para adotar hábitos que previnem o desenvolvimento de demência, como a infância, a adolescência e a fase adulta.

É nessas etapas que adotar comportamentos saudáveis é mais crucial. A seguir, entenda quais são esses comportamentos.

1) Estudar e estimular a atividade cognitiva é essencial A manutenção de atividades cognitivas a partir dos 45 anos e a continuação da educação até o final da adolescência são fundamentais para garantir um melhor funcionamento cerebral na velhice.

2) Controle da pressão arterial Estudos indicam que a hipertensão está ligada a um maior risco de desenvolvimento de demência na terceira idade. Por isso, é fundamental manter a pressão arterial sob controle.

3) Prevenir lesões cerebrais Evitar lesões cerebrais é um dos passos para prevenir a demência. O uso de capacete em determinadas atividades esportivas, por exemplo, é uma medida eficaz de proteção.

4) Cuidados com a audição Acredita-se que há um aumento no risco de demência para cada 10 decibéis de comprometimento auditivo. Portanto, é essencial proteger a audição, evitando ambientes muito barulhentos e controlando o volume do fone de ouvido.

5) Evitar o diabetes Ter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios regulares e manter um peso adequado são algumas das principais formas de evitar o diabetes, condição que está entre os fatores de risco para a demência.

6) Prática de exercícios físicos Os exercícios físicos são benéficos para a saúde do cérebro. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda pelo menos 150 a 300 minutos de atividade aeróbica por semana.

Lembrando que essas são apenas algumas das principais ações para proteger o cérebro da demência. Outras atitudes podem incluir parar de fumar, ter uma vida social e evitar o consumo exagerado de álcool.

O importante é manter um estilo de vida saudável para garantir um futuro saudável e com qualidade.

Catraca Livre

Foto: © mr.suphachai praserdumrongchai/istock

Uma pesquisa inovadora, publicada na revista científica Cells, apresenta um novo método para combater o câncer, incluindo casos metastáticos e terminais. A técnica, baseada em engenharia genética, modifica as células tumorais para que o sistema imunológico consiga identificá-las e eliminá-las com mais eficiência. Os testes mostraram resultados positivos tanto em experimentos com animais quanto em pacientes humanos.

Uma estratégia inspirada em xenotransplantes O ponto de partida para essa abordagem veio de estudos sobre xenotransplantes, que envolvem a utilização de órgãos de porcos em humanos. Uma das principais dificuldades desses procedimentos é a forte resposta imunológica do organismo contra os tecidos transplantados, que são rapidamente atacados e rejeitados pelo corpo.

A partir dessa observação, os cientistas desenvolveram um vírus modificado capaz de induzir as células cancerígenas a produzir açúcares específicos encontrados em células de porcos. Esse processo faz com que o sistema imunológico reconheça os tumores como corpos estranhos e os ataque com mais intensidade.

Superando o desafio do reconhecimento imunológico Uma das principais dificuldades no tratamento do câncer é que as células tumorais se originam do próprio organismo, dificultando sua identificação pelo sistema imunológico. Com a modificação genética proposta nesse estudo, essa barreira é superada, pois as células cancerosas passam a apresentar características que as diferenciam das saudáveis. Assim, o corpo passa a reagir de forma mais agressiva contra elas, aumentando as chances de eliminação do tumor.

Resultados promissores em macacos e humanos Os primeiros testes foram realizados em macacos Fascicularis, uma espécie cuja fisiologia é bastante semelhante à humana. Os animais foram induzidos ao câncer de fígado e divididos em dois grupos: um recebeu o vírus modificado, enquanto o outro recebeu um placebo. O grupo controle sobreviveu, em média, por quatro meses, enquanto todos os macacos tratados com a nova terapia viveram por mais de seis meses.

🔑 Quer acesso exclusivo a conteúdos relevantes? Entre no canal da Catraca Livre no WhatsApp! 💬 Na fase de testes clínicos com humanos, 23 pacientes com câncer avançado e resistente a tratamentos convencionais participaram do estudo. Entre os tipos de câncer incluídos estavam fígado, pulmão, mama e ovário. Após três anos de acompanhamento, os resultados foram animadores:

1 paciente teve remissão completa; 8 apresentaram redução significativa dos tumores; 12 mantiveram a doença estável, sem progressão; Apenas 2 não responderam ao tratamento. Próximos desafios e perspectivas Apesar dos avanços significativos, os pesquisadores alertam que a técnica ainda precisa ser aperfeiçoada antes de sua aplicação em larga escala. Um dos principais desafios é evitar reações imunológicas excessivas, que poderiam levar o organismo a atacar tecidos saudáveis.

O virologista Masmudur Rahman, da Universidade do Arizona, destacou a importância de mais estudos: “Os resultados são encorajadores, mas precisamos compreender melhor quais pacientes se beneficiarão mais dessa abordagem e garantir sua segurança a longo prazo”.

A equipe liderada por Yongxiang Zhao já planeja avançar para as fases 2 e 3 dos testes clínicos, envolvendo um número maior de pacientes. O objetivo é confirmar a eficácia e segurança do tratamento em diferentes tipos de câncer, abrindo novas possibilidades para o combate à doença.

Cânceres silenciosos: a importância do diagnóstico precoce Alguns tipos de câncer, como de ovário, fígado, pâncreas e rim, podem se desenvolver de forma silenciosa, alerta a Catraca Livre. Sintomas inespecíficos dificultam a detecção precoce, o que reforça a necessidade de exames regulares e atenção a sinais como perda de peso, cansaço extremo e alterações digestivas. O diagnóstico precoce é importante para aumentar as chances de tratamento.

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