Nessa segunda-feira, 20, esteve na redação do Piauinoticias, em Floriano, para uma entrevista, mas a mesma não foi concluída, dado a problemas internos, o profissional em saúde bucal, Dr. Ricardo Granjeiro.
O profissional da área da odontologia estará de volta ao portal na próxima sexta-feira, no mesmo horário, às 11h30, para falar sobre cremes dentais e escovação.
O internauta tem total liberdade para participar com perguntas ou mesmo com exemplos de questões voltadas ao assunto.
A expressão “pulmão de pipoca” surgiu nos Estados Unidos no início dos anos 2000, quando operários de fábricas de pipoca para micro-ondas começaram a apresentar bronquiolite obliterante, uma condição respiratória rara. A enfermidade causa inflamação e cicatrização nos bronquíolos, dificultando a respiração. Atualmente, o problema volta a preocupar autoridades de saúde em diversos países, inclusive no Brasil, devido ao aumento do uso de cigarros eletrônicos.
O nome popular da doença está relacionado ao diacetil, um aromatizante com gosto de manteiga utilizado em pipocas industrializadas. A exposição prolongada a esse composto por inalação foi associada aos danos pulmonares nos trabalhadores. Embora o consumo oral não apresente o mesmo risco, estudos indicam que a inalação pode causar cicatrizes permanentes nas vias respiratórias.
Análises recentes de líquidos usados em cigarros eletrônicos identificaram a presença de diacetil e substâncias similares, como a 2,3-pentanodiona, em diferentes concentrações. Aromas doces como baunilha, manga e algodão-doce são os mais frequentemente associados a esses compostos. A inalação contínua pode causar danos semelhantes aos observados em ambientes industriais.
No Brasil, apesar da proibição da venda, importação e propaganda de cigarros eletrônicos pela Anvisa desde 2009, reforçada em abril de 2024, esses produtos ainda circulam ilegalmente. Dados do Vigitel 2023 indicam que 2,1% dos adultos brasileiros utilizam esses dispositivos, sendo a maior parte jovens entre 18 e 24 anos. A Sociedade Brasileira de Pneumologia alerta sobre os riscos desconhecidos das substâncias presentes nos líquidos saborizados.
O pneumologista Ricardo Meirelles ressalta que os pulmões humanos não são preparados para absorver substâncias químicas aquecidas, e que os danos causados por isso podem ser irreversíveis. Entre os sintomas da bronquiolite obliterante estão tosse seca, chiado no peito, falta de ar e fadiga extrema. Em casos graves, o transplante pulmonar pode ser necessário.
É fundamental distinguir essa doença da EVALI, uma síndrome aguda associada ao uso de vaporizadores que ganhou destaque em 2019. Enquanto a EVALI se manifesta de forma rápida, a bronquiolite obliterante se desenvolve lentamente. Especialistas alertam que, devido à falta de controle nos produtos ilegais, ambas podem ocorrer simultaneamente.
Como ainda não existe cura para a bronquiolite obliterante, evitar o contato com substâncias perigosas é a principal forma de prevenção. A crescente adesão ao uso de cigarro eletrônico entre jovens e a ausência de fiscalização rigorosa tornam essa uma questão urgente para a saúde pública brasileira.
Você costuma acordar meio da noite? Talvez não seja um distúrbio do sono. Mas sim uma herança que pode remeter a tempos pré-históricos. Foi o que descobriu o historiador Roger Ekirch.
Na verdade, o sono de oito horas só foi surgir na época da Revolução Industrial, com a invenção da eletricidade e das longas jornadas de trabalho. Antes disso, o normal era o sono bifásico. Ou seja, separado em dois turnos.
O primeiro começava pelas 9h da noite e ia até umas 11h, quando o pessoal começava a despertar naturalmente — afinal, o despertador ainda não tinha sido inventado.
Aí todo mundo ficava acordado por umas duas horas e voltava para a cama pela 1h da manhã, levantando de vez junto com o sol.
Esse intervalo entre um turno de sono e outro era conhecido como “a vigília”, e era ocupado de formas variadas. Tinha quem levantava para fazer xixi, tomar remédio ou colocar mais lenha na lareira.
Quem usava o tempo para rezar e filosofar. Quem aproveitava para trabalhar, tocar tarefas domésticas ou cuidar dos animais — os mais pobres, claro.
E até quem dava umas escapadinhas para cometer assassinatos por aí. Mas a maioria usava o tempo para socializar — até mesmo sexualmente.
No início, o historiador pensava que o sono bifásico era uma peculiaridade da Idade Média, que foi por onde ele começou os estudos.
Afinal, o hábito estava presente em documentos da época e livros como “Os Contos de Cantuária”, de Geoffrey Chaucer, escrito entre 1387 e 1400 — um dos mais famosos trabalhos de literatura medieval.
Mas depois ele começou a desconfiar que se tratava de uma herança dos nossos ancestrais pré-históricos.
O primeiro registro cronológico que ele encontrou foi na “Odisseia” de Homero, datada do século 8 a.C. Já o último é do século 20, fase técnico-científica da Revolução Industrial.
E o sono bifásico não era exclusividade da Europa. O pesquisador achou evidências do hábito na África, Ásia, Austrália e até mesmo aqui no Brasil.
Em um relato de 1555, um padre francês em viagem pelo Rio de Janeiro conta que os indígenas tupinambá comiam quando tinham apetite e que “à noite, depois do primeiro sono, levantavam para comer e depois voltavam a dormir”.
Ou seja, agora você tem uma desculpa para a próxima vez que alguém te julgar por não cumprir suas oito horas de sono — especialmente se esse alguém for você mesmo.
A vitamina D, frequentemente referida como a “vitamina do sol”, desempenha um papel crucial para o bom funcionamento do nosso organismo, indo muito além da saúde óssea. Ela é essencial para a regulação do cálcio no sangue, um mineral vital. A deficiência dessa vitamina pode manifestar-se através de uma série de sintomas que, muitas vezes, são ignorados ou atribuídos a outras causas.
Um dos sinais mais evidentes da carência de vitamina D é o cansaço persistente e a fadiga. Mesmo após uma boa noite de sono, a sensação de esgotamento pode ser constante, afetando a qualidade de vida e o desempenho nas atividades diárias. Outro sintoma que pode indicar níveis insuficientes é a queda de cabelo. A vitamina D está ligada ao ciclo de crescimento capilar, e sua falta pode desregular esse processo, levando a um afinamento ou perda excessiva dos fios.
Além disso, a deficiência pode impactar o sistema imunológico, tornando o corpo mais suscetível a infecções e gripes. A vitamina D modula as defesas do organismo, e sua baixa concentração pode enfraquecer a resposta imune. Dores musculares e nas articulações, bem como um humor deprimido, também são indicadores que merecem atenção, pois a vitamina D tem receptores em diversas células do corpo, incluindo as cerebrais.
Para identificar a falta, é necessário um exame de sangue específico, que mede os níveis da vitamina D no organismo. A principal fonte dessa vitamina é a exposição solar, pois a pele a sintetiza a partir dos raios UVB. Contudo, fatores como uso de protetor solar, pouca exposição ao sol, alimentação deficiente e certas condições de saúde podem levar à carência. O tratamento geralmente envolve a suplementação, conforme orientação médica, e ajustes no estilo de vida.