• IMG_2987.png
  • prefeutura-de-barao.jpg
  • roma.png
  • vamol.jpg

A crescente popularidade dos cigarros eletrônicos, conhecidos como vapes, tem mascarado uma realidade alarmante: longe de serem inofensivos, esses dispositivos contêm substâncias tóxicas que causam dependência rápida e severos danos à saúde física e mental, especialmente entre os jovens brasileiros.

Cerca de 27 milhões de brasileiros com 14 anos ou mais fumam cigarro convencional ou vape, o cigarro eletrônico. Após décadas de queda no tabagismo entre adolescentes, a chegada dos eletrônicos reverteu essa tendência de forma preocupante.

A venda de vape é proibida pela Anvisa desde 2009. A legalização em outros países não reduziu riscos: apenas ampliou o mercado, inclusive com forte presença de produtos no mercado ilegal.

Siga o canal do g1 Bem-Estar no WhatsApp No podcast g1 Bem-Estar, o pneumologista Carlos Leonardo Pessôa, da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, desmistifica a ideia inicial de que o vape seria “só um vaporzinho” e explica o que realmente há por trás do design moderno e das essências saborizadas que atraem os jovens.

Substâncias tóxicas escondidas no vapor Um estudo do Laboratório de Química Atmosférica da PUC do Rio analisou modelos descartáveis e recarregáveis e revelou uma mistura perigosa:

Nicotina em altas concentrações – até três vezes mais que no cigarro comum, gerando dependência mais rápida e agressiva. Metais pesados como níquel, prata e cromo – que aumentam o risco de câncer. Substâncias antioxidantes – associadas ao desenvolvimento de DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica). Glicerina e diacetil – ligados à bronquiolite obliterante, conhecida como “pulmão de pipoca”. Acroleína – irritante com alto potencial nocivo.

“O vape não tem as 9 mil substâncias do cigarro convencional, mas já foram catalogadas pelo menos 80, suficientes para causar as mesmas doenças”, afirmou Pessôa. Ele resume em uma analogia direta: “Não tem muita diferença entre tomar três copos de veneno ou um copo. O resultado será igual”, diz Pessôa.

A porta de entrada para o cigarro Um dado da Universidade de Michigan é decisivo: adolescentes que usam vape têm 30 vezes mais risco de se tornarem fumantes habituais de cigarro convencional.

O fenômeno repete estratégias antigas da indústria. Nos anos 1950 e 60, vendeu-se a ideia de que o filtro tornava o cigarro menos nocivo. Depois vieram as piteiras. Nos anos 70, os “cigarros light”. Hoje, o discurso é o mesmo: o vape seria uma alternativa “segura”. Mas o resultado é sempre dependência.

“É o mesmo filme. Só muda a geração de jovens vulneráveis”, alerta o pneumologista.

Impactos na saúde mental O problema não se limita aos pulmões. Pesquisas já demonstram relação direta entre o uso de vapes e ansiedade e depressão, condições que já afetam fortemente a juventude atual.

Segundo Pessôa, 70% dos tabagistas em tratamento no programa da Universidade Federal Fluminense apresentam algum transtorno psíquico associado.

“A nicotina parece calmante, mas é mais ansiogênica do que ansiolítica. O cérebro se acostuma à dopamina artificial e para de produzi-la naturalmente. Quando o jovem tenta parar, entra em abstinência e o ciclo de dependência se retroalimenta”, afirma.

O apelo aos jovens: design, sabores e influência social Entre os motivos da popularidade dos vapes estão:

Design moderno – semelhante a um pendrive, discreto e associado à ideia de tecnologia. Sabores artificiais – tutti-frutti, maçã verde, entre outros, que mascaram o gosto amargo da nicotina. Influência social – muitos relatam que foram apresentados por amigos, repetindo o padrão de iniciação do cigarro tradicional. Caminhos para parar O pneumologista reforça que o primeiro passo é reconhecer a dependência. O tratamento envolve três frentes:

Química – com adesivos, gomas e pastilhas de nicotina, vendidos em farmácias e disponíveis no SUS, gratuitamente. Comportamental – terapia cognitivo-comportamental para dissociar gatilhos (como café e álcool) do hábito de fumar e estimular atividade física como fonte de prazer. Psicológica – apoio para lidar com abstinência e reforço da motivação. A porta de entrada é o posto de saúde mais próximo ou, no setor privado, um pneumologista.

Informação e prevenção Para conter o avanço, o médico defende campanhas em massa, tanto na TV aberta quanto nas redes sociais, combinando anúncios impactantes que mostram as consequências graves do uso e conteúdos claros e educativos.

Ele também sugere engajar “influenciadores do bem” que possam repercutir a mensagem para milhões de jovens.

Uma escolha que pode mudar destinos O recado final é direto: não existe forma segura de consumir nicotina. Quem ainda não começou deve evitar o primeiro contato. Quem já usa deve interromper o quanto antes, com apoio médico se necessário.

“Hoje sabemos que há tratamento e recursos para ajudar quem quer parar. Nunca é tarde para interromper o uso”, conclui Pessôa.

Bem Estar

Um estudo global apresentado nesta quinta-feira (28) no Congresso Europeu de Cardiologia (ESC 2025), em Madri, aponta que a vacinação contra o herpes-zóster — popularmente conhecido como cobreiro — está associada a uma redução significativa no risco de infarto e acidente vascular cerebral (AVC).

vacinaherpes

A pesquisa avaliou dados de quase duas décadas de estudos e encontrou uma diminuição de 18% nos eventos cardiovasculares em adultos acima de 18 anos e de 16% entre pessoas com mais de 50 anos.

O que mostra o estudo A meta-análise reuniu 19 trabalhos científicos (incluindo ensaios clínicos e estudos observacionais) e é a primeira a compilar evidências globais sobre o impacto da vacina do zóster na saúde cardiovascular.

De acordo com os pesquisadores responsáveis pelo estudo, a aplicação da vacina — seja a versão recombinante ou a atenuada — foi associada a 1,2 a 2,2 eventos cardiovasculares a menos por mil pessoas vacinadas por ano. Na prática, isso significa que, a cada mil pessoas vacinadas, de 1 a 2 casos de infarto ou AVC deixam de acontecer por ano.

Apesar dos resultados, os autores destacam que a maior parte das evidências vem de estudos observacionais, sujeitos a viés. Isso significa que, embora exista associação, ainda não é possível afirmar que a vacina seja a causa direta da redução de infartos e AVCs.

Como isso acontece? Para o médico infectologista Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), o trabalho reforça um conceito já observado com outras vacinas, como a da gripe:

“Essas doenças virais podem aumentar a resposta inflamatória do organismo e desencadear complicações cardiovasculares. Prevenir essas infecções é também uma forma de proteger o coração." Segundo ele, o processo inflamatório gerado por vírus como influenza, coronavírus, vírus sincicial respiratório e o próprio herpes-zóster pode desestabilizar placas de gordura nas artérias, favorecendo o desprendimento e levando a eventos graves como AVC e infarto.

Ainda assim, Kfouri pondera: “É preciso considerar que se trata de um estudo financiado pelo produtor da vacina, o que exige uma leitura crítica. Mas é um dado importante que fortalece a visão de que a vacinação é parte da estratégia de prevenção cardiovascular”.

Situação no Brasil Atualmente, a vacina contra o zóster está disponível no Brasil apenas na rede privada. A SBIm recomenda a aplicação rotineira a partir dos 60 anos e considera a partir dos 50. Já para pessoas imunocomprometidas — como transplantados, pacientes em diálise ou que usam imunossupressores — a indicação pode começar aos 18 anos.

A inclusão no Programa Nacional de Imunizações (PNI) ainda não tem previsão. “É uma vacina cara e, se for introduzida, provavelmente começará pelos grupos mais vulneráveis, como os imunossuprimidos e idosos”, explica Kfouri.

Por que isso importa Doenças cardiovasculares continuam sendo a principal causa de morte no mundo, responsáveis por mais de 3 milhões de óbitos por ano, segundo a Sociedade Europeia de Cardiologia.

A entidade publicou em 2025 um consenso clínico defendendo que as vacinas passem a ser consideradas o “quarto pilar” da prevenção cardiovascular, ao lado de medicamentos contra hipertensão, colesterol e diabetes.

G1

Foto: CDC/ Judy Schmidt

Um estudo da Universidade Johns Hopkins, publicado na revista Translational Psychiatry, identificou uma possível relação entre o vírus da hepatite C (VHC) e doenças psiquiátricas graves, como esquizofrenia, transtorno bipolar e depressão profunda. Segundo os pesquisadores, traços do vírus foram encontrados no revestimento protetor do cérebro — o plexo coroide — em amostras post-mortem de pacientes diagnosticados com esses distúrbios.

hepatite

A descoberta foi feita com o auxílio de uma ferramenta de sequenciamento viral capaz de identificar milhares de agentes infecciosos. Os pesquisadores detectaram 13 espécies de vírus no tecido cerebral, mas o VHC foi o único com associação estatística significativa aos transtornos mentais, especialmente em pacientes com esquizofrenia (3,5%) e transtorno bipolar (3,9%). Esses índices são quase o dobro dos encontrados entre pessoas com depressão (1,8%) e muito superiores ao da população sem diagnóstico psiquiátrico (0,5%).

Apesar de o vírus não ter sido detectado diretamente nas regiões centrais do cérebro, como o hipocampo, os cientistas notaram que a presença do VHC no revestimento externo do órgão estava ligada a alterações genéticas que podem influenciar funções cerebrais relacionadas à emoção, memória e comportamento.

O neurocientista Sarven Sabunciyan, um dos autores do estudo, ressalta que a descoberta não significa que todos os pacientes com transtornos mentais tenham hepatite C, mas aponta para a possibilidade de um subgrupo desenvolver sintomas psiquiátricos como resposta a uma infecção viral tratável. “Isso abre caminho para que, no futuro, alguns casos possam ser tratados com antivirais em vez de medicamentos psiquiátricos convencionais”, afirma.

Quatro suplementos que podem melhorar o seu humor, diz estudo Apesar da popularidade dos produtos naturais, apenas ômega-3, açafrão, erva de São João e probióticos mostraram efeitos consistentes no alívio de sintomas depressivos, segundo revisão científica de mais de 1300 estudos publicados em revista especializada em farmacologia.

Noticias ao Minuto

Foto: © DR

Segundo o Relatório Global de Hepatites 2024, da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 304 milhões de pessoas vivem com infecção crônica pelos vírus da hepatite B ou C no mundo. No Brasil, de 2000 a 2024, foram confirmados 826.292 casos de hepatites virais registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), sendo a maior parte relacionada às hepatites B e C, que juntas somam quase 80% do total.

De acordo com a infectologista Tassiana Rodrigues, da Santa Casa de São Roque, unidade administrada pelo ​CEJAM (​Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”​)​​ ​ em parceria com a prefeitura da cidade, a maior dificuldade no controle dessas doenças é justamente o fato de muitas infecções evoluírem de forma silenciosa.

A médica explica que as hepatites virais são inflamações no fígado causadas por diferentes vírus. Os tipos A e E são transmitidos principalmente por via fecal-oral, por meio da ingestão de água ou alimentos contaminados, e costumam ter evolução aguda e bom prognóstico. Já as hepatites B e C são transmitidas por contato com sangue contaminado, por relações sexuais desprotegidas, agulhas ou da mãe para o bebê durante o parto. A hepatite D, menos comum, só afeta pessoas que já estão infectadas pelo vírus da hepatite B.

Apesar da gravidade, os tipos B e C são frequentemente assintomáticos nas fases iniciais, o que dificulta o diagnóstico precoce. “São doenças silenciosas, que podem evoluir por anos sem sintomas aparentes. Em muitos casos, o diagnóstico só é feito por meio de exames de rotina”, explica Rodrigues.

Entre os principais grupos de risco estão pessoas que compartilham objetos perfurocortantes, como alicates, barbeadores e escovas de dente, usuários de drogas injetáveis, pessoas que fizeram transfusões de sangue antes da testagem obrigatória, além de quem realiza procedimentos com material não esterilizado. Práticas sexuais desprotegidas também representam risco, especialmente nos casos de hepatite B e C. Já as hepatites A e E, embora não sejam ​​classificadas como​​ sexualmente transmissíveis, podem ocorrer por via oral-fecal em práticas específicas como anilingus.

“No caso das hepatites A e E, são fundamentais os cuidados com higiene, saneamento e o consumo de água potável. Para os demais tipos, recomenda-se o uso de preservativos, não compartilhar objetos cortantes e realizar o pré-natal adequado para evitar a transmissão vertical.”

Para os casos agudos de hepatite A e E, os cuidados incluem repouso, hidratação e alimentação leve. Já os casos crônicos de hepatite B e C, além da hepatite D, podem exigir medicamentos antivirais. A hepatite C, em especial, tem apresentado altas taxas de cura com antivirais orais. Já a hepatite D, por ser mais rara, ainda representa um desafio terapêutico.

A ampliação do acesso ao diagnóstico precoce, ao tratamento e à imunização é essencial para o enfrentamento dessas doenças, especialmente entre as populações mais vulneráveis. Além disso, a informação é uma das principais armas no combate. “É importante quebrar o estigma, que ainda afasta muitas pessoas do diagnóstico e do acompanhamento médico. Também é possível conviver de forma saudável com a doença, desde que sejam adotadas medidas de cuidado e monitoramento contínuos”, finaliza.

O Brasil oferece gratuitamente as vacinas contra a hepatite A e B pelo SUS (Sistema Único de Saúde). A testagem também está disponível na rede pública e é feita por meio de exames de sangue que detectam a presença do vírus ou de anticorpos. Esses exames permitem identificar tanto infecções agudas quanto crônicas, sendo fundamentais para o diagnóstico precoce.

Para se vacinar ou realizar o teste, basta procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima. Em caso de dúvidas, consulte o posto de saúde do seu bairro para saber sobre os dias e horários de atendimento, além da disponibilidade dos exames e vacinas.

Saiba o que acontece ao seu corpo quando vê um filme antes de dormir Pode achar que nada acontece e é apenas uma forma de ficar com sono. Contudo, podem acontecer algumas mudanças que acabam afetando o seu organismo; veja o que pode acontecer!

Noticias ao Minuto