Pesquisadores da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) vão desenvolver um trabalho para analisar plantas medicinais e tratamentos fitoterápicos contra a tuberculose usados pelo povo indígena guarani-kaiowá, em Mato Grosso do Sul. O projeto deve resultar em um grande acervo de pesquisa na língua guarani e na instalação de um jardim terapêutico na Aldeia Amambai, com coordenação do Grupo de Jiga (Jovens Indígenas Guarani-Kaiowá).

pesquisadore

O estudo tem como ideia central o conceito de intermedicalidade, em que intervenções em saúde consideram também as crenças culturais e práticas terapêuticas dos povos originários. A proposta é obter, com a troca de saberes, um uso seguro desses fitoterápicos em associação com os medicamentos alopáticos indicados para a tuberculose.

O trabalho é coordenado pelos pesquisadores Islândia Carvalho, da Fiocruz Pernambuco, e Paulo Basta, da Escola de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp/Fiocruz). Os extratos utilizados em terapias auxiliares ou no tratamento da tuberculose pulmonar terão o potencial farmacológico testado no Departamento de Imunologia da Fiocruz Pernambuco.

Um estudo anterior, conduzido pelos pesquisadores da UFPE Rene Duarte e Rafael Ximenes, já havia resultado no Acervo Pohã Ñana, que apresenta o conhecimento sobre práticas tradicionais de cura e um catálogo com 82 plantas medicinais utilizadas pelo povo guarani-kaiowá de forma sistematizada e em conteúdo bilíngue. Com a pesquisa atual, esse acervo deve ser ampliado.

Agência Brasil

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Em todo o mundo, 1,5 bilhão de pessoas sofrem de dor. Mesmo com diversas opções de medicamentos disponíveis, nem todas as suas formas são tratáveis e, quando são, pode haver efeitos adversos, como o desenvolvimento de dependência ou tolerância – especialmente no caso da morfina e outros opioides.

Em busca de novas opções de analgésicos, pesquisadores do Leds (Laboratório Especial de Dor e Sinalização), do Instituto Butantan, estudaram um receptor celular denominado TRPV1, responsável por captar estímulos nocivos de calor e a sensação de ardência da pimenta. Eles descobriram uma mutação no gene codificador dessa proteína que pode causar perda de sensibilidade à dor.

Em parceria com as universidades Stanford e Emory, ambas nos Estados Unidos, e o Hospital Universitário de Münster, na Alemanha, o grupo brasileiro analisou uma série de mutações em humanos.

Os autores também se beneficiaram de um conhecimento já existente sobre as aves – animais pouco sensíveis a estímulos nocivos e indiferentes a alimentos picantes justamente por conta de uma mutação no gene TRPV1.

"Existem mais de mil mutações para o receptor TRPV1 em humanos e não é novidade tentar desligá-lo para aliviar a dor, mas até hoje essas tentativas não foram bem-sucedidas", diz Vanessa O. Zambelli, pesquisadora do Leds e primeira autora do estudo ao lado de Shufang He, de Stanford.

"Primeiro porque muitos medicamentos resultantes desse processo interferem com a temperatura corporal e segundo porque, como se trata de um canal importante para a sensação de estímulo térmico nocivo, alterar completamente sua atividade anula a dor fisiológica, interferindo com a sensação de calor, que tem função protetora", complementa.

Lance

Um estudo conduzido por pesquisadores nos Estados Unidos concluiu que idosos com mais de 70 anos que caminham 500 passos (cerca de 400 m) a mais do que o habitual todos os dias têm um risco 14% menor de doença cardíaca, derrame ou insuficiência cardíaca.

caminhada

O estudo avaliou 452 indivíduos com idade média de 78 anos, dos quais 59% eram mulheres e 20% negros. Todos usaram um dispositivo que media os passos durante três ou mais dias, por dez ou mais horas.

A contagem média de passos do grupo foi de 3.500 por dia. Eles foram acompanhados clinicamente por três anos e meio, período em que 7,5% dos participantes tiveram algum evento cardiovascular, incluindo infarto e derrame.

Observou-se que 12% de idosos do estudo que tiveram um evento cardiovascular caminhavam menos de 2.000 passos por dia (cerca de 1,5 km), em comparação a 3,5% que também sofreram algo, mas caminhavam 4.500 passos por dia (3,4 km).

"Os passos são uma maneira fácil de medir a atividade física, e mais passos diários foram associados a um menor risco de ter um evento relacionado a doenças cardiovasculares em adultos mais velhos", afirmou em comunicado a pesquisadora principal do estudo Erin E. Dooley, professora assistente na Universidade do Alabama e na Escola de Saúde Pública de Birmingham.

Os pesquisadores salientam que mais estudos são necessários para determinar se um mínimo de passos por dia é capaz de evitar problemas cardiovasculares.

A Associação Americana do Coração recomenda, além de atividade física regular, alimentação saudável, boa qualidade de sono e evitar hábitos como o tabagismo para ter um envelhecimento com menor risco de problemas de saúde.

Erin acrescenta que idosos podem ter dificuldade de atingir metas de passos conforme envelhecem, mas que o esforço para isso pode ser benéfico para a saúde do coração.

"Incentivar pequenos aumentos no número de passos diários também traz benefícios cardiovasculares significativos. Se você é um adulto com mais de 70 anos, comece tentando dar mais 500 passos por dia", finaliza.

Os resultados do estudo foram apresentados nesta semana nas Sessões Científicas de Epidemiologia, Prevenção, Estilo de Vida e Saúde Cardiometabólica da Associação Americana do Coração 2023, em Boston, nos Estados Unidos.

R7

Foto: Freepik

Com os avanços da tecnologia, a medicina acompanha tais melhorias e doenças que aparentemente não tinham cura ou um tratamento adequado, começam a ser vistas de forma diferente (ou uma fagulha de esperança começa a surgir). Um novo estudo mostrou que a doença de Alzheimer pode ser, de certa forma, precavida.

De acordo com um longo estudo feito pela Rush University (Estados Unidos da América) e publicado na revista Neurology, a dieta mediterrânea pode sim proteger as pessoas dessa terrível doença. A pesquisa se baseou em estudos feitos mediante exames onde alguns pacientes seguiram a dieta mediterrânea ao invés da outra dieta proposta (a Mind). A dieta mediterrânea, que ganhou a atenção dos pesquisadores, tem como parte principal o consumo de vegetais, frutas e três ou mais porções de peixe ao longo da semana (enquanto que a dieta Mind recomenda o uso específico de vegetais de folhas verdes como espinafre e couve além de indicar o consumo de frutas vermelhas em detrimento a outras frutas ou peixe no decorrer da semana). O fator curioso é que ambas as dietas recomendam tomar pequenas doses de vinho.

Ainda que seja um fator positivo, não há como comprovar causa e efeito do uso das dietas com o Alzheimer. O estudo se baseou em 581 pessoas com idade superior aos 80 anos que concordaram em doar seus cérebros após morrerem para longo e detalhado estudo científico. Assim sendo, 39% dos participantes foram diagnosticados com demência e 66% com o Alzheimer, dando assim base para um estudo detalhado.

Com uma detalhada e específica divisão a respeito das dietas, idade, sexo e outros critérios, a conclusão foi que de fato as pessoas com a dieta mediterrânea tinham melhor poder cerebral de forma que seus cérebros eram aparentemente mais jovens do que eram de fato.

Líder da pesquisa, Puja Agarwal deu suas declarações sobre o estudo e suas conclusões mediante as pesquisas e análises:

“Esses resultados são empolgantes. A melhora na dieta das pessoas em apenas uma área, como comer mais de seis porções de vegetais de folhas verdes por semana ou não comer frituras, foi associada a menos placas amilóides no cérebro, semelhante a ser cerca de quatro anos mais jovem. Embora nossa pesquisa não prove que uma dieta saudável resultou em menos depósitos cerebrais de placas amilóides, também conhecidas como um indicador da doença de Alzheimer, sabemos que existe uma relação e seguir as dietas Mind e mediterrânea pode ser uma maneira de as pessoas melhorarem a saúde do cérebro e protegerem a cognição à medida que envelhecem. Nossa descoberta de que comer mais vegetais de folhas verdes está associado a menos sinais da doença de Alzheimer no cérebro é intrigante o suficiente para que as pessoas considerem adicionar mais desses vegetais à sua dieta. Estudos futuros são necessários para estabelecer ainda mais nossas descobertas." - Pula Agarwal

Assim sendo mesmo uma pesquisa em fase de análise, ressalta mais uma vez a importância de boa alimentação e como isso é importante para prevenir doenças de todos os tipos.

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