Os brasileiros são os latino-americanos que mais recorrem a remédios para emagrecer na América Latina, mostra um estudo da empresa especializada em pesquisa de consumo Nielsen Holding. O estudo, que abrange a América Latina, mostra que 12% dos brasileiros usam emagrecedores.
A média de consumo, na região, é de 8%. Na Venezuela e no Peru, apenas 4% recorrem a esse tipo de medicamento.
Os brasileiros também são os mais insatisfeitos com a silhueta. Cerca de 43% se consideram "um pouco acima do peso" e 16% "acima do peso". Apenas 30% se mostram satisfeitos.
A insatisfação dos brasileiros está acima da média mundial. De acordo com o estudo, 35% se consideram "um pouco acima do peso".
Os chilenos também se destacam como os que se consideram "muito acima do peso" - 8%. Entre os brasileiros, 3% se enquadram nesses perfis.
Os colombianos, por outro lado, são os mais contentes com a aparência - 44% consideram o seu peso satisfatório e 38% dizem estar um "pouco acima do peso". A média de satisfação na América Latina é de 37%.
Regime e exercícios
O estudo mostra ainda que 50% dos brasileiros tentam, atualmente, perder peso de alguma forma. Desses, 76% apelam para a mudança na dieta e 64% dizem estar fazendo exercícios.
Os mexicanos são os que mais buscam estar em forma - 60% tentam perder peso. Desses, 66% fazem exercícios físicos, os recordistas no quesito na região. Os que menos se exercitam são os peruanos - apenas 49%, entre os que que buscam perder peso.
O estudo mostra também que 52% dos latino-americanos não entendem 'nada' ou 'apenas parte' das informações nutricionais contidas nas embalagens dos alimentos.
Os latino-americanos (64%) são os que mais defendem a inclusão de informações calóricas nas embalagens, contra 53% dos europeus e apenas 28% dos africanos e árabes.
A pesquisa da Nielsen Holding ouviu 25 mil pessoas, por meio da internet.
Homens têm maior risco que mulheres de apresentar comprometimento cognitivo leve (CCL) – estágio de perda de memória situado entre o envelhecimento normal e a demência –, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira, 25, na edição online da revista médica “Neurology”, da Academia Americana de Neurologia.
Os cientistas analisaram um grupo de 1.450 pessoas do condado de Olmsted, em Minnesota, com idade entre 70 e 89 anos e livres de demência no início do trabalho.
Os participantes foram submetidos a testes de memória a cada 15 meses, por cerca de três anos, e entrevistados por médicos sobre sua memória. Até o final da pesquisa, 296 pessoas adquiriram CCL.
"Os resultados são surpreendentes, pois as mulheres geralmente têm taxas maiores de demência que os homens", disse o autor Rosebud Roberts, da Clínica Mayo em Rochester, e membro da academia.
O estudo constatou que o número de novos casos de demência por ano em homens foi de 72 por mil – em comparação com 57 registros por mil mulheres e 64 por mil na média de ambos os sexos. O comprometimento cognitivo leve com perda de memória foi mais comum (38 casos por mil) que a doença sem prejuízo às lembranças (15 por mil). Indivíduos com menor escolaridade ou solteiros também tiveram maiores taxas.
A pesquisa descobriu ainda que, entre as pessoas que foram recentemente diagnosticadas com CCL, 12% por ano foram classificadas pelo menos uma vez sem o problema ou tiveram a condição regredida a um padrão cognitivo normal. Roberts destacou, porém, que a maioria (88%) dos pacientes com a doença continua com ela ou evolui para demência.
Segundo o autor, o alto risco de comprometimento cognitivo em homens e mulheres idosos é preocupante, dado que as pessoas estão vivendo mais. Dessa forma, o distúrbio pode ter um grande impacto nos custos de saúde se maiores esforços de prevenção não forem feitos para reduzir o risco.
O Brasil registrou no ano passado 30.298 novos casos de hanseníase, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira, 26, pelo secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa. O número representa queda de 15% no registro da doença em todo o país entre 2010 e 2011. Em 2010, foram 34.894 novos casos (18,22 por 100 mil habitantes), sendo 2.461 na população menor de 15 anos.
Em números absolutos, o Brasil é o segundo país que mais registra novos casos por ano no mundo, atrás apenas da Índia, que tem aproximadamente 150 mil novos casos ao ano.
A divulgação antecede o Dia Mundial de Luta contra a Hanseníase, celebrado no próximo domingo (29). Do total de 30.298 casos, 2.192 foram registrados em menores de 15 anos (4,77 por 100 mil habitantes). O número representa 15,88 novos casos da doença por 100 mil habitantes.
Segundo o secretário, é importante analisar a incidência da doença na população menor de 15 anos porque é alta a possibilidade de haver um adulto não diagnosticado em contato com essa criança.
“Se tem uma criança com hanseníase com certeza tem um adulto ali que não foi diagnosticado. Se o índice na população menor de 15 anos é alto, é sinal de que há muitos casos em adultos que não estão sendo tratados”, explicou.
As regiões Norte, Certo-Oeste e Nordeste são as que apresentam maior índice de novos casos, onde a incidência é considerada média. No Sul e Sudeste, a taxa é tida como baixa.
Metas
A meta do governo – prevista no Plano de Eliminação da Hanseníase - é que haja menos de um caso da doença para cada grupo de 10 mil habitantes até 2015. De acordo com o secretário, o ministério identificou 252 municípios prioritários de combate à hanseníase. Nesses locais, as secretarias municipais de saúde trabalham com a busca ativa, o que aumenta o diagnóstico de novos casos e facilita o tratamento.
“A intenção da busca ativa é não esperar que a pessoa sinta alguma coisa e venha na unidade de saúde, mas buscar identificar precocemente qualquer mancha que tenha aquela sensação de dormência, que é o sintoma básico”, disse.
Outra estratégia prevista no plano é a vigilância de contatos. Jarbas Barbosa afirmou que, para cada caso da doença, outra cinco pessoas com quem o portador tem contato devem ser examinadas. “A gente vai casa da pessoa, examina a família e vê se há outros casos. Isso é bom para a pessoa, porque detecta precocemente e evita que ela possa ter uma forma avançada grave, e a gente vai interrompendo a cadeia de transmissão”, disse.
Repasses
Do total de municípios identificados pelo Ministério da Saúde como prioritários para o tratamento da hanseníase, 245 receberão R$ 16,515 milhões no próximo mês. Essas cidades representam 34,9% da população total do país e 53% dos novos casos. O repasse está previsto no programa de erradicação da extrema pobreza, Brasil sem Miséria.
De acordo com o secretário, na metade do ano esses municípios deverão receber montante ainda maior para tratamento, acompanhamento de portadores, prevenção, reabilitação e vigilância e busca ativa de novos casos.
Tratamento
O ministério esclarece que todos os casos de hanseníase têm tratamento e cura. Atualmente, em todo país há 23.660 pessoas em tratamento, que é oferecido gratuitamente pelo SUS e pode durar 6 meses ou 1 ano.
Feito a base de comprimidos orais, o tratamento também abrange exercícios e orientação da equipe de saúde. De acordo com Jarbas Barbosa, “quase que imediatamente depois que a pessoa começa a se tratar, ela já para de transmitir”.
“Seja para aquela pessoa, seja para impedir que outras pessoas contraiam a hanseníase, é importante detectar a doença o mais rapidamente possível”, esclareceu o secretário. A taxa de cura é de 80%, segundo o ministério, número que poderia ser maior não fosse o abandono do tratamento.
“Uma das metas é também atingir um percentual elevado de cura (90%), porque as pessoas às vezes melhoram e param de fazer o tratamento”, disse.
Uma equipe de cientistas da Universidade da Califórnia conseguiu criar pela primeira vez neurônios com sintomas de Alzheimer a partir células-tronco induzidas.
O objetivo é criar um modelo para estudos sobre a doença que dispense mexer diretamente com o cérebro dos pacientes. O estudo foi divulgado na revista "Nature" desta semana.
Os pesquisadores norte-americanos da Faculdade de Medicina da universidade, em San Diego, afirmam que até agora os estudos se limitavam a tentar simular a doenças em modelos sem neurônios ou em testes limitados com animais.
Para induzir as células-tronco a se transformarem em neurônios afetados pelo Alzheimer, os cientistas tiraram células (fibroblastos) da pele de dois pacientes com Alzheimer que tinham uma pré-disposição genética a desenvolver a doença. O grupo fez o mesmo procedimento com dois pacientes com a forma mais comum de Alzheimer e duas pessoas saudáveis, sem problemas neurológicos.
O passo seguinte foi fazer os fibroblastos "retornarem" ao estágio de células-tronco induzidas, que se caracterizam pela capacidade de se transformar em quase todo tipo de tecido humano. Logo depois, as células-tronco induzidas foram estimuladas para se transformarem em neurônios portadores dos problemas trazidos pelo Alzheimer. O resultado obtido nas placas de vidro em laboratório foi um tecido de células neuronais que funcionavam normalmente e apresentavam as características dos neurônios dos pacientes com a doença.
Para a equipe, as diferenças entre um neurônio comum e um afetado pelo Alzheimer são sutis, mas possíveis de serem medidas.
Com o novo modelo, os cientistas poderão estudar os estágios iniciais da doença e elencar os processos bioquímicos que levam a sintomas típicos do Alzheimer como a perda de memória. Atualmente, uma das opções mais usadas por cientistas é trabalhar com tecidos cerebrais de pessoas mortas, que apresentam células já muito afetadas.
Quando descoberta cedo, a doença de Alzheimer pode ter seus sintomas amenizados. Não há cura disponível para o problema, que afeta o bom funcionamento da memória, da coordenação motora e da capacidade de aprender.
Somente nos Estados Unidos, 5,4 milhões de pessoas sofrem com o Alzheimer. Até 2050, este número deve subir para 16 milhões, segundo a associação americana sobre a doença.