Dificuldade de lembrar datas, fazer cálculos ou realizar tarefas básicas do dia a dia são alguns dos sintomas da perda cognitiva. As habilidades cognitivas geralmente diminuem à medida que a idade avança, mas uma pesquisa feita por cientistas da USP (Universidade de São Paulo) mostra que a perda chega a ser 28% maior entre pessoas que consomem mais alimentos ultraprocessados.

Esses alimentos são aqueles que passaram por um processo industrial muito intenso. Encaixam-se nesta categoria pães de forma, salgadinhos, refrigerantes. O declínio cognitivo foi maior entre as pessoas que consumiam mais de 20% das calorias diárias de ultraprocessados. E não é difícil chegar a essa média: 20% equivale a três fatias de pães de forma por dia.

Os resultados foram apresentados na Conferência Internacional de Alzheimer, realizada na semana passada na cidade de San Diego, nos Estados Unidos. Recentemente, um estudo baseado em um banco de dados de saúde do Reino Unido, conhecido como UK Biobank, também mostrou que pessoas que consomem uma maior quantidade de alimentos ultraprocessados, como refrigerantes e batatas fritas industrializadas, podem ter um maior risco de desenvolver demência, se comparadas com aquelas que consomem uma baixa quantidade. O estudo britânico descobriu que substituir 10% dos alimentos ultraprocessados por não processados ou minimamente processados, como frutas frescas, vegetais, legumes, leite e carne, já diminui em 19% o risco de desenvolver a síndrome.

A pesquisa brasileira, por sua vez, analisou o desempenho das pessoas que participaram do mais longo e maior estudo de performance cognitiva realizado no Brasil: o Elsa-Brasil. São cerca de 15 mil pessoas, entre 35 e 74 anos, que começaram a ser acompanhadas em 2008 para investigar fatores de risco para doenças crônicas como hipertensão, arterioesclerose e acidente vascular cerebral.

O estudo analisou os dados conforme o tipo de alimento consumido: alimentos não processados, como vegetais e frutas, os ingredientes culinários, como sal e óleos, os alimentos processados, com modificações leves como adição de sal ou açúcar, e os ultraprocessados.

Dados do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP mostram que o consumo médio de alimentos ultraprocessados no Brasil é justamente de 20%. Como é uma média, algumas pessoas consomem muito mais. Mas ainda assim, é um patamar três vezes menor que a de países ricos, onde a média chega a 60%.

Mas, é justamente essa diferença que torna um país como o Brasil um mercado cobiçado pela indústria de alimentos, explicou a nutricionista e integrante do Núcleo de Pesquisas em Nutrição e Saúde da USP, Renata Levy.

R7 com Agência Brasil

Um estudo publicado na revista Nature demonstrou que as baixas temperaturas dificultam o crescimento de células cancerígenas, pois ativam a gordura marrom do corpo humano — responsável pela produção de calor corporal —, que consome os açúcares de que os tumores precisam para se replicar.

cancerigena

"Descobrimos que o tecido adiposo marrom ativado pelo frio compete com os tumores pela glicose e pode ajudar a inibir o crescimento do tumor em camundongos”, diz o professor do Departamento de Microbiologia, Tumores e Biologia Celular do Karolinska Institutet, na Suécia, e autor correspondente, Yihai Cao. Como as células cancerosas, normalmente, precisam de elevados níveis de glicose para crescer, os cientistas constataram que as temperaturas frias desencadearam uma absorção grande de glicose no tecido adiposo marrom. Por consequência, foram detectados poucos sinais da substâncias nas células tumorais.

Na prática, é como se o processo de aquecimento do nosso corpo no frio "roubasse" o alimento necessário para as células cancerígenas se multiplicarem.

Os testes compararam o crescimento do tumor e as taxas de sobrevivência em camundongos com diversos tipos de cânceres, como o colorretal e de mama, em ambientes frios e quentes.

Aqueles que foram alocados em temperaturas de cerca de 4°C demonstraram um crescimento tumoral mais lento e viveram quase o dobro dos ratos designados para as salas de 30°C.
Para fins comparativos, os pesquisadores também removeram a gordura marrom e atestaram que o efeito benéfico do frio é eliminado sem o tecido, e os tumores voltam a crescer na mesma velocidade que os dos camundongos expostos a temperaturas mais altas.

Da mesma forma, alimentar os animais com uma bebida com alto teor de açúcar inibiu a ação do frio e restaurou o crescimento do tumor.

“Curiosamente, as bebidas com alto teor de açúcar parecem anular o efeito das temperaturas frias nas células cancerígenas, o que sugere que limitar o suprimento de glicose é provavelmente um dos métodos mais importantes para a supressão de tumores”, informa Cao.

A situação deixa os pesquisadores otimistas quanto às novas formas de tratamento para os quadros de câncer.

“Nossas descobertas sugerem que a exposição ao frio pode ser uma nova abordagem promissora para a terapia do câncer, embora isso precise ser validado em estudos clínicos maiores”, relata Cao. Experiência em humanos

Os pesquisadores avaliaram, a partir de uma PET-CT (tomografia por emissão de pósitrons, um dos melhores aparelhos de diagnóstico de câncer), seis voluntários saudáveis e um paciente com câncer em quimioterapia.

Os resultados mostraram que a exposição de adultos saudáveis a uma temperatura ligeiramente fria, de 16°C, com shorts e camisetas, por até seis horas por dia, durante duas semanas, aumenta significativamente a quantidade de gordura marrom ativa no pescoço, coluna e tórax. Já o paciente com câncer foi submetido a passar um tempo com roupas leves em salas de 22°C por uma semana e, posteriormente, quatro dias em ambientes de 28°C.

Os exames de imagem evidenciaram que, nas temperaturas mais baixas, houve um aumento da gordura marrom e, consequentemente, uma diminuição de captação da glicose no tumor.

“Essas temperaturas são consideradas toleráveis ​​pela maioria das pessoas”, complementa Cao.

E acrescenta: “Estamos, portanto, otimistas de que a terapia fria e a ativação do tecido adiposo marrom com outras abordagens, como medicamentos, possam significar a inserção de mais um item na caixa de ferramentas para o tratamento do câncer”.

O estudo foi financiado pelo Conselho Europeu de Pesquisa, Conselho Sueco de Pesquisa, Sociedade Sueca de Câncer, Fundo Sueco de Câncer Infantil, área de pesquisa estratégica em células-tronco e medicina regenerativa do Karolinska Institutet, Fundação Torsten Söderberg, Maud e Birger Gustavsson Fundação, a Fundação Novo Nordisk e a Fundação Knut e Alice Wallenberg.

R7

Foto: Freepik

O Piauí já registra 15 casos suspeitos de monkeypox, também conhecida como varíola dos macacos em 8 municípios. Atualmente existe um caso confirmado da doença, no município de Batalha, a 163 km de Teresina.

De acordo com Amélia Costa, coordenadora de epidemiologia da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), já foram notificados 20 casos, sendo que desse número, 15 ainda estão sendo investigados, 4 descartados e um confirmado.

“São 3 casos [notificados] em Parnaíba, 5 em Teresina, mas também temos casos suspeitos em Esperantina, União, Cocal, Itaueira, Barras, Batalha, então observamos que são municípios mais centralizados na região norte do estado”, explicou Amélia.

Dos casos suspeitos, dois estão internados, sendo um deles em Parnaíba, um idoso de 60 anos que vive em situação de rua. Outro caso é de Teresina. “Dos 15 casos investigados, temos duas internações, um deles em Parnaíba, que tem problema mental, e outro caso em Teresina que é de um portador de comorbidade, que adicionado a isso teve uma suspeita de monkeypox”, explicou.

Ela informou que as Vigilâncias Sanitárias devem ficar atentas aos casos, e na investigação que será realizada para apurar se realmente estão aparecendo os sintomas da varíola dos macacos.

“Tem que ser uma investigação muito criteriosa a diagnosticar uma suspeita de monkeypox, pois além do diagnóstico clínico tem que fazer uma indicação laboratorial, pois os casos só podem ser encerrados com um diagnóstico laboratorial”, destacou.

Casos suspeitos

O município de Parnaíba, a 337 km de Teresina, está investigando 3 casos suspeitos. Segundo a secretária municipal de Saúde, Leidiane Pio, entre os casos suspeitos estão dois homens e uma mulher, sendo que dois não viajaram. Apenas um deles teria viajado recentemente para Barra Grande, no município de Cajueiro da Praia.

Em Teresina, o Comitê de Operações Emergenciais (COE) da Fundação Municipal de Saúde (FMS) informou que atualmente existe 3 casos sendo investigados, enquanto 2 já foram descartados, totalizando então 5 casos notificados na cidade.

Primeiro caso confirmado

O primeiro caso confirmado no estado foi anunciado na sexta-feira (5), em um homem que tem 46 anos e estava visitando familiares no município de Batalha, quando apresentou febre, dores musculares e cabeça e a presença das lesões corporais, uma das principais características da doença.

A suspeita ter sido notificada no último dia 3 de julho, onde ele iniciou um tratamento e o isolamento domiciliar, o resultado do exame com diagnóstico positivo só foi divulgado um mês após a coleta de sangue do paciente. Atualmente ele já está sem sintomas.

Sintomas

Os sintomas iniciais da varíola dos macacos são principalmente dores no corpo, febre, mal-estar e cansaço. Então, a doença evolui para um quadro em que aparecem lesões no corpo em formato de bolhas.

A principal forma de transmissão do vírus é por meio do contato direto com essas feridas. Também é possível se infectar por gotículas respiratórias, mas, nestes casos, é preciso um contato longo e próximo com o doente.

Para aqueles que apresentarem os sintomas da doença, a Sesapi conta com núcleos de vigilância nos hospitais, que auxiliam no recolhimento de material para análise laboratorial e também nas informações sobre o isolamento dos pacientes infectados.

Com informações do cidade verde

Números divulgados pelo Ministério da Saúde nesta sexta-feira (5) mostram que o Brasil soma 1.860 casos confirmados de varíola do macaco (monkeypox), um aumento de 48% em relação ao número registrado há uma semana.

O estado de São Paulo é o que mais tem casos (1.404), seguido do Rio de Janeiro (200) e de Minas Gerais (75).

Outras unidades da Federação que registraram pacientes infectados pelo vírus monkeypox são:

  • Distrito Federal: 37. • Goiás: 38. • Paraná: 36. • Rio Grande do Sul: 18. • Bahia: 12. • Pernambuco: 7. • Santa Catarina: 7. • Mato Grosso do Sul: 5. • Rio Grande do Norte: 4. • Ceará: 4. • Amazonas: 3. • Espírito Santo: 2. • Tocantins: 1. • Acre: 1. • Pará: 1.

Um monitoramento dos CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos revela que o número de casos confirmados já chega a 26.864 em 88 países.

Desse total, 26.519 ocorreram em 81 países onde a varíola do macaco não é endêmica.

Os Estados Unidos são o país com o maior número de casos (7.101). Na sequência, aparecem Espanha (4.577), Alemanha (2.839), Reino Unido (2.759) e França (2.239).

Na semana passada, após a primeira morte por monkeypox no país, o Ministério da Saúde ativou o COE (Centro de Operações de Emergência) para acompanhar o surto de varíola do macaco no Brasil.

O governo anunciou a compra de 50 mil doses de vacina, que serão destinadas a pessoas que tiveram contato com casos confirmados e a profissionais de saúde da linha de frente e de laboratórios.

O ministro Marcelo Queiroga acrescentou que o país também comprará doses do antiviral tecovirimat, que pode ser usado em indivíduos com risco de desenvolver doença grave.

R7