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Todos os anos mais de 17 milhões de pessoas com menos de 70 anos morrem no mundo por doenças não transmissíveis (DNT), o que significa uma morte a cada dois segundos.

Essas perdas representam 74% dos óbitos globais, sendo que muitos desses poderiam ser evitados de acordo com dados divulgados pela OMS (Organização Mundial da Saúde), na manhã desta quarta-feira (21), na Assembléia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), que acontece em Nova York, no Estados Unidos.

O relatório "Números Invisíveis: A verdadeira extensão das doenças não transmissíveis e o que fazer sobre elas" divulgado hoje indica que boa parte desses óbitos poderiam ser evitados com medidas de atenção em quatro fatores de riscos: social, ambiental, comercial e genético.

Com isso, os países poderiam evitar 39 milhões de mortes até 2030, ano limite para serem cumpridas as metas do ODS (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável) da ONU. A OMS considera que as DNTs são "um dos maiores desafios de saúde e desenvolvimento deste século", de acordo com um comunicado oficial da entidade.

A pesquisa analisou dados de 194 países sobre quatro DNTs, as doenças cardiovasculares, câncer, diabetes e doenças respiratórias crônicas, e seus principais fatores de risco, o uso de tabaco, dieta não saudável, uso nocivo de álcool, falta de atividade física e poluição.

As perdas por DNT acontecem em todos os lugares do mundo, todavia três quartos de todas as mortes por esses fatores ocorrem em países de baixa e média renda, tornando essas doenças uma questão de desenvolvimento socio-econômico das nações.

De acordo com a OMS, isso acontece porque milhões de pessoas – principalmente nos países mais pobres – não têm acesso à prevenção, ao tratamento e aos cuidados que previnem ou retardam as DNTs e as consequências delas. Jovem são os mais vulneráveis aos fatores de risco

Entre os fatores de riscos analisados, a OMS sugere que o consumo de alimentos não saudáveis, o uso de tabaco e o uso nocivo de álcool são fortemente influenciados pela indústria, incluindo a formulação, design de embalagem, marketing e promoções de produtos.

E acrescenta que os jovens estão particularmente em risco, uma vez que as indústrias do tabaco e do álcool buscam atrair as populações vulneráveis, como crianças e jovens, para consumir os produtos.

Veja a relação das mortes com os seis fatores pesquisados:

Tabaco

8 milhões de mortes

Mais de um milhão por fumo passivo

Dieta não saudável 

8 milhões de mortes por DCNT (Doenças Crônicas Não Transmissíveis) ao ano

Todos os riscos alimentares combinados; O número equivale a 19% das mortes por DCNT

Álcool

1,7 milhão de mortes por DNT em 2016

4% das mortes por DNT

Inatividade física

830.000 mortes por DNT por ano

2% das mortes por DNT

Obesidade

O sobrepeso, ou obesidade, é um importante fator de risco para DNTs como doenças cardiovasculares, diabetes, doenças musculoesqueléticas e alguns tipos de câncer

A obesidade em todo o mundo quase triplicou desde 1975

Poluição do ar

Em 2019, estimava-se que 99% da população global vivia em locais que não cumpriam as diretrizes de qualidade do ar da OMS Impacto econômico

Além das questões de saúde pública, a OMS aponta o impacto econômico das doenças não transmissíveis. Pelo relatório, as enfermidades analisadas representam um enorme dreno nas economias globais e nacionais.

Estimativas indicam que serão gastos 30 trilhões de dólares, o que representa mais de R$ 150 trilhões, entre 2011 e 2030 só com essas questões.

A entidade sugere também que gastar mais 18 bilhões de dólares, R$ 92,6 bilhões, por ano nos países de baixa e média renda poderia gerar benefícios de 2,7 trilhões de dólares, R$ 13,92 trilhões, em sete anos.

R7