As conquistas femininas ao longo dos anos também dizem respeito ao direito e liberdade de cuidar da própria saúde. Nesse sentido, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) segue as recomendações da Política Nacional de Saúde da Mulher, que compreende três eixos.
O primeiro eixo diz respeito à prevenção de colo de útero e de mama. O exame de prevenção de colo é realizado em todas as unidades de saúde do Estado, e em redes privadas conveniadas. Atualmente, o Piauí conta com 32 mamógrafos que permite a realização dos exames em tempo hábil em todas as localidades do Estado. De acordo com a coordenadora Estadual de Atenção à Saúde da Mulher, Alzenir Moura Fé, essa otimização é viável através do sistema de regulação.
“A usuária que resida em algum município que não tenha mamógrafo é inserida no sistema de regulação, que automaticamente encaminhará para o pólo mais próximo, e em menos de um mês de registrada a solicitação, ela realiza o exame e recebe o resultado”, explica.
No eixo de atenção obstetrícia à mulher, a Sesapi trabalha no reforço das regionais para adesão total à Rede Cegonha. Além de atenção à inclusão de ultrassom gestacional em todas as unidades, garantia ao parto humanizado e acompanhamento de todo o pré-natal da gestante, além de apoio ao primeiro mês do recém-nascido.
O terceiro eixo compreende ao combate à violência contra a mulher. Para isso, a Sesapi ampliou o Serviço de Atenção à Mulher Vítima de Violência Sexual (SANVVIS). Em 2012, os municípios de Bom Jesus, São Raimundo Nonato, Corrente e Floriano passaram a disponibilizar o serviço, que até então era concentrado em Teresina, na Maternidade Dona Evangelina Rosa. Com essa descentralização, o serviço passou a registrar 469 atendimentos, sendo 277 na capital e 171 no interior.
O desafio para os próximos meses é continuar dando ênfase a esse Serviço, conscientizando as mulheres sobre a importância de informar os abusos sofridos em sua sexualidade. A coordenadora comenta que a procura pelo SANVVIS será aumentada a partir da disseminação da cultura de paz. “Ações educativas que encorajem a mulher fazem parte da nossa atribuição diária junto aos órgãos competentes e locais de discussão, nosso maior parceiro para isso é o Programa Saúde na Escola, que vem contribuindo para difundir as informações nos jovens e adultos”, comenta Alzenir Moura Fé.
Uma equipe de médicos da Áustria desenvolveu um novo cateter que funciona com o frio e permite um tratamento mais rápido e efetivo nos casos de fibrilação auricular, um tipo frequente de arritmia cardíaca.
"Por enquanto submetemos dez pacientes de Innsbruck e Linz a esta nova prova, e os resultados foram positivos", afirmou nesta sexta-feira, 8, Markus Stühlinger, um cardiologista do Hospital Clínico de Innsbruck, em entrevista coletiva.
A principal vantagem deste cateterismo cardíaco com relação aos outros já conhecidos é a inovação de funcionar com o frio, já que a refrigeração atua com maior suavidade nos tecidos, conservando suas estruturas. "Até agora, no tratamento desta doença usávamos com frequência remédios. No entanto, estes medicamentos não são muito efetivos", disse Stühlinger, que explicou que, além disso, até agora o uso do cateter no coração era complicado e doloroso.
"Este método é mais simples e o tratamento é mais efetivo", ressaltou o médico, segundo entrevista para agência austríaca APA.
"O novo cateter é inserido no átrio esquerdo. Ali, libera a refrigeração em certas veias, suprimindo assim a fibrilação auricular", declarou. Segundo o médico, a fibrilação auricular é um tipo de doença que pode derivar em embolias cerebrais ou no enfraquecimento paulatino do coração se não for tratada adequadamente.
Atualmente, a doença afeta cerca de quatro milhões e meio de pessoas só na Europa.
“Encontramos muitas crianças largadas, vivendo em torno de vizinhos, na rua. As vezes até falta a afetividade dentro de casa. Ele também tinha pequenos brinquedos, presilhas, tudo pra atrair as crianças muitas vezes com anuência das famílias”, analisa James Guerra.
São diversos obstáculos no dia a dia das pessoas que podem causar quedas e lesões graves, como buracos nas calçadas, desníveis, escadas sem corrimão, chão escorregadio, tampas de bueiro ou até mesmo raízes de árvore que rompem o asfalto.
Como disse a fisioterapeuta Leda Magalhães de Oliveira no Bem Estar desta sexta-feira, 8, ter as articulações e os músculos fortes é extremamente importante para se proteger e, por isso, é fundamental fazer exercícios físicos regularmente. Além disso, quem pratica atividade física adquire também uma melhor consciência corporal e equilíbrio, fatores que ajudam a manter uma postura correta, o que também é eficaz contra as quedas.
Porém, a queda pode ser também um sinal de distúrbios de equilíbrio (de origem neurológica ou labirintite), deficiência visual (como a catarata), problemas cardiológicos (como arritmias) ou até mesmo doenças nos ossos ou articulações, como alertou o ortopedista Jorge dos Santos Silva. Outro problema que pode ser observado é no jeito de caminhar – estudos mostram que quem anda muito devagar também pode ter problemas de saúde. Na dúvida, a dica é sempre procurar um médico.
De acordo com a fisioterapeuta Leda Magalhães de Oliveira, caminhar corretamente com passos macios faz bem a vários sistemas do corpo, como o nervoso, osteomuscular e até mesmo o cardiovascular.
Por outro lado, perder a mobilidade e andar do jeito errado, com os pés arrastando, pode igualmente prejudicá-los e ser um fator de risco maior para quedas. Além disso, é importante saber que até mesmo os braços são importantes na hora de caminhar e, por isso, eles devem estar sempre livres.
Uma dica de exercício para quem costuma andar "se arrastando" com o corpo de um lado para o outro é segurar dois cabos de vassoura na altura dos ombros e, a cada passo dado, usar o objeto para impedir a caída para o lado. Há também a opção de utilizar uma bolinha dura para exercitar os pés e corrigir a pisada - a dica é deslizar os pés na bolinha, do calcanhar até os dedos.
Para treinar o olhar, a dica é esticar um braço à frente com o dedo indicador levantado e levá-lo de um lado para o outro acompanhando com os olhos. Dessa maneira, a percepção melhora cada vez mais e prepara a pessoa para andar com segurança e superar os obstáculos das ruas.
De acordo com o ortopedista Jorge dos Santos Silva, as quedas são o segundo principal motivo da busca por atendimento nos hospitais, quase o dobro dos casos dos acidentes provocados no trânsito. Ao cair, a pessoa pode ter diversas lesões como, por exemplo: um entorse, que é o rompimento dos ligamentos; uma luxação, que é o deslocamento dos dois ossos das juntas; uma fratura no osso, principalmente no punho, ombro e quadril; ou também uma simples contusão, batida que deixa a região inchada e dolorida.
Além de prestar atenção no trajeto e olhar sempre por onde pisa, é importante evitar o celular ao caminhar na rua e, se tocar, parar para atendê-lo.
Os momentos mais perigosos são ao atravessar de um lado para o outro, descer escadas ou do transporte público – nessas horas, a atenção deve ser redobrada. Em descidas, a dica da fisioterapeuta é descer com o corpo de lado para diminuir o risco de cair.
O cenário da saúde mudou bastante de 1990 para cá no país. Se naquele ano a maior causa de anos perdidos por morte ou incapacidade no Brasil eram decorrentes de complicações no parto prematuro, infecções respiratórias e diarreia (nessa ordem), hoje as principais mazelas são doenças isquêmicas do coração (que incluem o infarto), violência e, acredite, dores na coluna.
Esta é uma das conclusões de uma pesquisa mundial anunciada na terça-feira, 5, na Fundação Bill & Melinda Gates, em Seattle. O projeto, chamado Carga Global de Doenças, Acidentes e Fatores de Risco 2010, ou GBO 2010 (na sigla em inglês), é liderado pelo Instituto de Métrica e Avaliação de Saúde (IHME), da Universidade de Washington, e financiado pela fundação.
A pesquisa detalha causas de morte e de incapacidade em 187 países ao redor do mundo. Inclui pesquisadores de mais de 300 instituições, incluindo gente da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
"Nosso objetivo é ajudar os governos e os cidadãos a tomar decisões bem informadas sobre políticas de saúde e investimentos, municiando-os com informação atualizada, abrangente e precisa", diz Christopher Murray, diretor do IHME. Segundo ele, a nova ferramenta mostra o incrível progresso que está sendo feito na saúde e os desafios que permanecem.
A pesquisa mostra que, em muitos aspectos, a saúde no Brasil segue uma tendência global: as pessoas estão vivendo mais, porém estão cada vez mais sobrecarregadas e, por isso, são mais sedentárias, comem mal e sofrem mais de doenças do coração, dores nas costas e depressão.
Em comparação com outros países da América do Sul, no entanto, um problema se destaca aqui: a violência. O item aparece em segundo lugar na lista dos principais responsáveis por anos perdidos por morte ou incapacidade no Brasil.
Acaba de ser lançado levantamento tido como o mais amplo estudo da história para descrever as causas e a distribuição de doenças, traumas e fatores de risco do mundo. Isso (obviamente) é bom. E isso se mostrou (inesperadamente) ruim.
O chamado GBD 2010 (que poderia ser traduzido, do inglês, como Estudo do Ônus Global das Doenças) chegou causando impacto. Seus defensores alegam, com entusiasmo rotundo, que não há nada semelhante – nem de perto – em abrangência e profundidade na área de epidemiologia. Já os que se sentiram desconfortáveis com o oceano de dados apresentados alegam que os autores não primaram pela transparência.
Pior: os números do estudo vão de encontro a outros – bem aceitos –, vindos, por exemplo, da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A métrica utilizada é o Daly (Disability Adjusted Life Years), ou, em tradução livre, Anos de Vida Perdidos Ajustados por Incapacidade. O termo é muito utilizado por pesquisadores para comparar as condições de saúde de diferentes países ao longo do tempo. A medida inclui não apenas anos perdidos, literalmente, mas também os anos que as pessoas vivem sem poder trabalhar, por exemplo, por causa de determinado problema.
A substituição de doenças infecciosas por não transmissíveis é uma tendência em muitos países em desenvolvimento. Mostra que as condições sanitárias e o acesso à saúde evoluíram. Mas o aumento do número de mortes por agressão é especialmente preocupante no Brasil, segundo o instituto.
No ranking específico de causas de morte, a violência aparece em quarto lugar tanto em 1990 quanto em 2010 (atrás de doença isquêmica do coração, derrame e infecções respiratórias). O total estimado de mortes por agressão passou de 40.835, em 1990, para 60.534 em 2010, segundo a ferramenta. Entre indivíduos de 20 a 24 anos, representa 49% das mortes.
Apenas dois países da América do Sul – Colômbia e Venezuela – apresentam um cenário pior que o Brasil nesse sentido. Na Argentina, na Bolívia e no Uruguai, o item nem aparece entre as dez principais causas de morte.
Rafael Lozano, professor de Saúde Global no IHME e um dos profissionais que contribuíram para a pesquisa, explica que, do Caribe à Patagônia, a violência é a principal causa de anos de vida perdidos entre homens. "Este tem sido um problema desde 1990, mas em alguns países, como o Brasil, a violência tem aumentado a tal ponto que afeta seriamente a expectativa de vida."
Problemas crônicos como dores nas costas, depressão, ansiedade e asma são cada vez mais frequentes no Brasil, segundo o levantamento. Só as dores no pescoço e nas costas são responsáveis por 16% dos anos vividos com incapacidade pelos brasileiros, enquanto a depressão representa 11%. São condições que nem sempre levam à morte, mas têm um papel importante na qualidade de vida.
A pesquisa mostra, aliás, que embora a expectativa de vida do brasileiro esteja aumentando (de 69,1, em 1990, para 74,1, em 2010), os anos a mais são preenchidos com mais doenças e incapacidade. Apenas 63,8 desses 74,1 anos são vividos com boa saúde, indica a análise.
Essa também é a tendência em outros países. Mas em 78 dos 187 analisados – incluindo Colômbia, Argentina, Portugal e Espanha – as pessoas têm vidas mais longas e saudáveis que as dos brasileiros.
Os cinco principais fatores de risco para morte e incapacidade no Brasil são má alimentação, pressão alta, excesso de peso, tabagismo e açúcar elevado no sangue, nessa ordem. Todos eles têm ligação com o "assassino número 1" no país e no mundo: as doenças do coração.
O levantamento ainda ressalta que problemas como a poluição do ar doméstico (causada por produtos químicos) e a exposição ao chumbo persistem na lista dos 20 principais fatores de risco no país e, para combatê-los, é preciso reforçar as políticas ambientais.