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O corpo funciona em equilíbrio – de um lado, estão as bactérias do bem, responsáveis por deixar as defesas sempre ativadas e contribuir com a digestão e funcionamento do organismo; do outro, estão as bactérias ruins, que quando se sobressaem sobre as boas, levam a um desequilíbrio que causa sintomas, como por exemplo, coceira na vagina e diarreia. O verão é a época em que essas bactérias mais se desequilibram e por isso, é preciso tomar alguns cuidados para proteger tanto a flora intestinal como também a flora vaginal, como mostrou o Bem Estar desta terça-feira, 21.

 

No caso do intestino, um dos fatores que podem desequilibrar a flora é a comida pesada, cheia de gordura ou feita na rua, de procedência duvidosa. Segundo o cirurgião do aparelho digestivo Fábio Atui, isso não significa, no entanto, que esses alimentos estejam proibidos – o ideal é saber reconhecer o próprio corpo e evitar excessos. Na hora de comer na rua, é importante ainda observar se há fumaça saindo da preparação do alimento, já que isso mostra que a temperatura está alta, o que mata os microorganismos que eventualmente possam provocar contaminação.

 

Porém, se por acaso o alimento estiver contaminado, o paciente pode começar a ter sintomas, como intestino solto, diarreia, cólica, barulho na barriga e empachamento. Isso significa que há um desequilíbrio na flora e as bactérias ruins, predominantes, acabam ingerindo o alimento e mudando sua estrutura, levando a uma fermentação. Essa fermentação gera gases, que distendem o abdômen, dando a sensação de desconforto e empachamento e causando ainda ruídos desagradáveis. O cirurgião explica ainda que no caso da diarreia, o paciente pode começar a sentir o desconforto apenas 20 minutos depois de comer o alimento contaminado.

 

Já a flora vaginal, se houver alguma alteração, um dos principais sintomas que aparece é a coceira, como explicou o ginecologista José Bento. Fora isso, pode ocorrer ainda corrimento, vermelhidão e dor ao urinar. O médico explica que as bactérias e fungos que interferem na região íntima da mulher já estão ali, mas precisam estar em equilíbrio para não provocarem infecções.

 

No verão, quando muitas mulheres passam horas de biquíni, é importante tomar alguns cuidados para evitar, por exemplo, o fungo da candidíase e a bactéria gardinerela. De acordo com o ginecologista José Bento, no caso da candidíase, o fungo já vive no intestino e se cai a resistência do corpo, por algum motivo, como excesso de sol ou falta de sono, ele pode aparecer e se proliferar – além do corrimento, a infecção pode dar também coceira e ardor.

 

Para diminuir o risco desses problemas, a mulher deve evitar ficar muito tempo com a roupa de banho molhada e, na hora de dormir, ficar sem calcinha. Passar a calcinha também é um bom hábito já que o ferro pode matar os microorganismos. O médico alerta que nunca se deve usar o biquíni de outra pessoa ou deixar vários juntos, o que também aumenta as chances de contaminação. Depois de sair da praia ou piscina, ainda é possível continuar se cuidando – usar um creme vaginal receitado por um médico ajuda a reequilibrar a flora, assim como o banho de assento com bicarbonato, para afastar a gardinerela.

 

Outra dica é usar um secador de cabelo para retirar a umidade do maiô ou biquíni e depois, optar por roupas largas, como saias e vestidos, para evitar que a região íntima fique úmida e quente, criando um ambiente favorável para bactérias e fungos.

 

Em caso de infecção, pode ser necessário o uso de antibióticos, mas os médicos alertam para os riscos desse tratamento. Muita gente costuma parar com o remédio logo que os sintomas desaparecem, mas isso pode ser perigoso – além de não resolver todo o problema, o uso errado desses medicamentos também pode desequilibrar a flora bacteriana.

 

Água

Uma das situações que também pode fazer mal é tomar água contaminada - para evitar isso, muita gente leva sua própria garrafinha para beber ao longo do dia. Mas existe ainda aqueles que compram a água de vendedores ambulantes, o que pode oferecer riscos à saúde. Para mostrar a qualidade da água vendida na rua, equipes do Bem Estar recolheram amostras em cinco capitais brasileiras, como mostrou a reportagem.

 

 

Os especialistas avaliaram a presença de bactérias heterotróficas, echerichia coli e coliformes totais e fecais - a presença de algum deles já pode tornar a água imprópria para consumo, como explicou a farmacêutica e bioquímica Eliane Delgado.

 

 

G1

dentaduraPerder os dentes não é fácil e a adaptação com a dentadura pode não ajudar. É preciso ter paciência para a boca se acostumar com os novos dentes. Nesse estágio, pode ser que a prótese fique um pouco solta e até cause feridas na gengiva.

 

No primeiro caso, pode levar algum tempo até que os músculos das bochechas e da língua aprendam a mantê-la em posição. “Se a prótese escorregar, a reposicione mordendo delicadamente e engolindo”, diz o cirurgião-dentista, Mauro Piragibe.

 

Se a dentadura estiver machucando, por mais que pareça normal, é preciso ter acompanhamento de perto do dentista. “Próteses que ficam machucando a gengiva até ‘criar calo’, porque é ‘assim mesmo’ podem levar, no mínimo, a uma hiperplasia (crescimento) gengival e, no máximo, a um câncer de boca. Cuidado”, diz a cirurgiã-dentista, Ana Paula Pasqualin Tokunaga, autora do blog Medo de Dentista.

 

Quando doer

Se a ferida já está instalada e começar a incomodar, tire a dentadura e deixe a gengiva descansar. Mesmo sem os dentes, a boca precisa ser higienizada, principalmente se há lesões. Assim, é possível se proteger contra infecções.

 

 

Enxaguar a boca com água morna e sal pode ajudar a cuidar das feridas da boca. O sal tem características antibacterianas e cicatrizantes. Gel de aloe vera também atua para diminuir a dor na gengiva. Mas é imprescindível falar com um dentista antes de lançar mão de qualquer tratamento. Essas medidas são apenas um alívio para os sintomas.

farmacNo Brasil, 35% das farmácias e drogarias não têm farmacêutico em período integral. O que significa que, em determinados períodos do dia ou da semana, o atendimento ao público é feito sem presença do profissional responsável. A informação é do Censo Demográfico Farmacêutico, realizado pelo Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação do Mercado Farmacêutico (ICTQ). Os dados foram coletados junto aos conselhos regionais de farmácia do país entre agosto e dezembro de 2013.

 

Segundo o levantamento, ao todo, são 76.483 farmácias e drogarias no país, das quais 26.613 apresentam o problema. Já 4.852 estabelecimentos, ou 6% do total, não contam com farmacêutico em período algum. Por lei, o técnico farmacêutico responsável deve estar presente nas farmácias e drogarias durante todo horário de funcionamento.

 

Ainda de acordo com o censo, os estados de Alagoas e de Sergipe são os mais deficientes quanto à presença dos farmacêuticos: 97% das farmácias e drogarias dos dois estados não têm farmacêutico em período integral. No Pará e no Piauí, essa deficiência é de 95%.

 

Levando em conta todos os estabelecimentos registrados nos conselhos regionais de farmácia – entre hospitais, indústrias farmacêuticas, laboratórios de análises clínicas, distribuidoras de medicamentos, além das drogarias e farmácias –, que totalizam 97.031 unidades, 52% funcionam com a presença apenas parcial do farmacêutico responsável.

 

“A fiscalização é deficiente e faltam muitos farmacêuticos. Tem estado que não tem nem metade dos profissionais que deveria ter”, diz Marcus Vinicius Andrade, diretor de pesquisa do ICTQ.

 

Dados são contestados

O Conselho Federal de Farmácia (CFF) questiona os dados do censo farmacêutico. De acordo com o presidente do CFF, Walter da Silva Jorge João, os dados da pesquisa não são compatíveis com os dados disponíveis no conselho, que registra a existência de 91 mil farmácias e drogarias em todo o país, em vez de 76.483.

 

Segundo João, a análise desses dados também deve levar em consideração o fato de que, em algumas farmácias, principalmente no interior dos estados, são feitos acordos com o Ministério Público estabelecendo prazos para cumprir a exigência da presença do farmacêutico em período integral.

 

Nesses casos, de acordo com João, o acordo estabelece, por exemplo, que se contrate um farmacêutico por quatro horas diárias no primeiro ano, por oito horas no segundo ano e em período integral no terceiro ano. “Mas são casos pontuais", diz João.

 

Ele acrescenta que a parcela de farmácias e drogarias que o censo aponta que não possuem nenhum farmacêutico corresponde às farmácias irregulares e clandestinas. “O conselho atua sobre elas autuando e encaminhando para as vigilâncias municipais.”

 

 

O CFF considera que não faltam profissionais farmacêuticos no país e que o número de farmácias e drogarias é muito superior às necessidades da população. De acordo com ele, o Brasil tem cinco vezes mais farmácias do que precisaria.

 

G1

Nossos genes ajudam a determinar se somos pessoas diurnas ou noturnas, dizem especialistas. Algumas pessoas pulam da cama cedo sem grandes dificuldades; outras precisam de mais de um alarme para garantir que não vão se atrasar ao trabalho. Uns ficam acordados durante a madrugada, mas há quem não abra mão de dormir cedo.

 

Somos divididos entre cotovias e corujas - e isso é definido pela genética, explica o neurogeneticista Louis Ptacek, da Universidade da Califórnia. "Independentemente de querermos ou não, nossos pais é que ditam a hora de dormir - com base nos genes que nos transmitiram", diz ele.

 

Produtividade

Os cientistas descobriram a importância de se entender o "cronotipo" de cada pessoa, ou seja, a hora do dia em que ela é mais produtiva - algo que pode ajudá-la a viver melhor no mundo moderno.

 

Rick Neubig, professor de farmácia em Michigan (EUA), é uma pessoa diurna.

 

"Pessoas com quem troco e-mails na Europa sempre reparam que eu mando as mensagens bem cedo", diz ele. "Outra coisa de que gosto muito, e que combina com manhãs, é observar pássaros. É muito mais fácil para mim do que para outras pessoas acordar de madrugada para vê-los." E essa facilidade é hereditária. Neubig conta que sua mãe costumava acordá-lo às 4h da manhã para as férias familiares. E, hoje, sua filha costuma se exercitar logo cedo.

 

Traços genéticos

Ptacek está estudando famílias de hábitos matutinos que tenham a síndrome Familiar de Fase Avançada de Sono.

 

"É um traço genético forte", diz o médico, que identificou um gene mutante que faz uma proteína diferente - e que afetou o ritmo do relógio biológico em animais estudados em laboratório. O especialista também acompanha famílias de "corujas", que têm a síndrome de fase "atrasada". Ele acha que isso se deve a uma diferente mutação no mesmo gene.

 

Nosso relógio interno é formado por milhares de células nervosas no núcleo supraquiasmático - uma estrutura localizada no hipotálamo (que controla diversas funções corporais, da liberação de hormônios à regulação da temperatura corporal), na base do cérebro.

 

Esse relógio é reiniciado diariamente pela luz. Seria lógico concluir que os relógios biológicos de todas as pessoas seguiriam ritmos parecidos, mas isso não acontece.

 

"Se o seu relógio for rápido, você será propenso a gostar de fazer as coisas logo cedo, e vice-versa", diz Derk-Jan Dijk, professor do Centro de Pesquisas do Sono da Universidade de Surrey (Grã-Bretanha).

 

Adaptação social

E nossos relógios também mudam ao longo da vida. Quem tem filhos pequenos sabe que eles costumam acordar cedo, assim como idosos. Mas, qualquer que seja nossa velocidade biológica, somos forçados a adaptá-la à sociedade e ao "horário comercial", das 9h às 17h.

 

Isso costuma ser particularmente difícil para adolescentes, que em geral não gostam de acordar cedo. O professor Till Roenneberg, da Universidade Ludwig-Maximilians, analisou os padrões de sono dessa faixa etária.

 

"Podemos demonstrar que a famosa demora dos adolescentes (em acordar) é algo real", diz ele. "Eles adquirem esse hábito ao longo da infância e puberdade e chegam a isso aos 19 anos e meio, para mulheres, e 21 anos, para homens."

 

Com um banco de dados do sono de mais de 200 mil participantes, o grupo de Roenneberg espera fazer "um mapa do sono do mundo".

 

Jet lag social

Por conta de dados como esses, Mary Carskadon, professora de psiquiatria na Universidade Brown, nos EUA, faz campanha para que as escolas comecem as aulas mais tarde.

 

"Nem sempre as notas melhoram (por conta disso), mas um dos aspectos mais sérios da privação de sono é a questão da depressão, da tristeza e da falta de motivação dos jovens", argumenta. "O humor melhora quando as aulas começam mais tarde." Mas não são muitas as escolas que costumam aderir a essa iniciativa, já que a maioria das pessoas tem de se acostumar ao horário comercial - mesmo que isso seja cansativo.

 

Roenneberg tem um jeito curioso de descrever e medir a privação de sono a que muitos estão submetidos por seus horários de estudo ou de trabalho: é o "jet lag" social.

 

"Em média, as pessoas acumulam uma ou duas horas de "jet lag" social, ainda que alguns - sobretudo jovens - acordem 5 horas mais cedo (para ir à escola do que acordariam num dia livre)", explica. Acumular o "jet lag" social é o equivalente a fazer um voo longo toda semana. Mas há formas de driblá-lo, diz o especialista.

 

 

"Deveríamos mudar horários de trabalho e torná-los mais individualizados, para que se adequem a nossos cronotipos. Se isso não for possível, devemos ser mais estratégicos quanto à exposição à luz - por exemplo, indo ao trabalho não em um veículo coberto, mas de bicicleta."

 

 

BBC