Um estudo que analisou 70 mil mulheres ao longo de 20 anos concluiu que o excesso de peso pode aumentar as chances de surdez. A pesquisa foi realizada pela Brigham and Women’s Hospital, em Boston, e as informações são do Daily Mail.
Para chegar a este resultado, a cada dois anos durante duas décadas, as participantes do estudo foram questionadas sobre a saúde e o estilo de vida, incluindo hábitos de alimentação, peso e audição. A partir das respostas, os pesquisadores descobriram que as que estavam muito acima do peso, com IMC (Índice de Massa Corporal) a partir de 40 eram 25% mais propensas a ter problemas de audição do que as que apresentavam um índice abaixo de 25. Também foi descoberto que as mulheres que tinham mais de 87 cm de cintura apresentavam 27% mais riscos de sofrer sintomas de surdez do que aquelas cujas cinturas mediam menos de 71 cm.
Apesar dos resultados, os pesquisadores não sabem ainda precisar por que as mulheres com mais sobrepeso estão mais propensas a ter problemas de audição. No entanto, acreditam que o acúmulo de gordura poderia obstruir áreas dos ouvidos, limitando a circulação do sangue e, consequentemente, causando danos às células. “O ouvido é altamente ativo metabolicamente, o que significa que é muito dependente de um fluxo sanguíneo adequado”, explica a pesquisadora Sharon Curhan.
O novo estudo mostrou também que atividade física regular, como 2 horas de caminhada por semana, poderia reduzir o risco de surdez em até 15%. Embora a pesquisa tenha sido focada em mulheres, os resultados se estendem também às pessoas do sexo masculino.
Exposição frequente a solventes exalados pela gasolina pode provocar danos neurológicos em frentistas de postos de combustível. É o que mostra uma pesquisa do Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo) com 25 trabalhadores da capital. Foram feitos testes visuais para identificar alterações em grupos de células do cérebro. O pesquisador Thiago Leiros Costa destaca que houve alterações significativas em todas as tarefas sugeridas.
"Usamos a visão para entender se o cérebro tinha sido alterado pela exposição ao solvente. E vimos que a atividade cerebral pode ser afetada de maneira maléfica", disse Costa. Os testes mediram a discriminação de cores, sensibilidade ao contraste e sensibilidade em diferentes pontos do campo visual. "Na maioria dos testes, o participante tinha que discriminar o estímulo, de um fundo. O estímulo ia se misturando com o fundo até um ponto em que o participante não consegue mais diferenciar. Conseguimos entender como está a sensibilidade para esse tipo de estímulo", explicou.
Os voluntários passaram por exames oftalmológicos que descartaram qualquer alteração estrutural na córnea, no cristalino ou no fundo do olho. Mesmo assim, eles tiveram um desempenho inferior na comparação com o grupo controle. Em quatro frentistas, a perda de sensibilidade para cores foi tão significativa que foi necessário fazer um exame genético para descartar a possibilidade de daltonismo congênito.
"Não é uma alteração na lente do olho. É uma alteração do nível cerebral, seja na retina ou em outras áreas. O fato de a gente ter encontrado alteração em todos os testes, que mediam atividades em diferentes grupos de células do cérebro, podemos dizer que é uma perda difusa e que provavelmente não se limita exclusivamente ao sistema visual", declarou o pesquisador.
Thiago Costa destaca que, quanto maior o tempo de exposição aos solventes, maiores são os danos neurológicos. "O tipo de perda que encontramos progrediu com o tempo", apontou. De acordo com ele, os principais meios de contato dos trabalhadores com os químicos são as vias aéreas. "Mas também é possível que haja certo nível de intoxicação pelo contato com a pele e das mucosas", acrescentou.
Embora os resultados da pesquisa sirvam de alerta para os riscos da profissão de frentista, o pesquisador esclarece que seria necessário ampliar os estudos no campo da medicina do trabalho para definir se equipamentos de segurança seriam eficazes na proteção aos trabalhadores.
Para nutricionistas ouvidos pela reportagem, as principais responsáveis pelo ganho de peso no final de ano são as comidinhas servidas nas confraternizações que antecedem o Natal, e não a ceia propriamente dita. Pratos típicos dessa ocasião, como peru, chester e lombo de porco, tem pouca gordura e podem ser comidos sem culpa.
A nutricionista Camila Gracia, do Hospital do Coração (HCor), observa que as pessoas costumam entrar em um “processo de engorda” nessa época. “Tem amigo secreto da empresa, festa do condomínio, festa do filho na escola... Nesses eventos, a pessoa acaba exagerando e é isso que leva ao ganho de peso”, diz. A especialista lembra que ceia e almoço de Natal são só duas refeições que, sozinhas, tendem a não provocar grande impacto.
Outro costume que contribui para a engorda é o hábito de fazer uma quantidade de comida muito maior do que o necessário para essas refeições especiais. “As pessoas fazem muita comida e continuam comendo isso ao longo dos dias. Se na ceia teve pudim, por exemplo, a pessoa vai comer pudim de sobremesa a semana inteira”, diz Camila.
Ceia e almoço de Natal
Para essas ocasiões, uma forma de evitar o exagero é limitar o número de opções na mesa. “Uma boa dica é servir um tipo de carne, dois acompanhamentos diferentes e uma bela salada com legumes e folhas variadas”, diz a nutricionista Ariana Fernandes, da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso).
O lombo de porco e o peru são considerados saudáveis. Mas, no caso de a pessoa não poder comer gordura alguma, o ideal é retirar a pele do peru. Isso pode ser feito no prato ou até antes de assá-lo. Nesse caso, é indicado acrescentar azeite e colorau por cima da ave, para que ela fique mais dourada.
Algumas substituições simples também podem reduzir a contagem de calorias. Em vez de optar pela maionese caseira, feita com ovo e óleo, pode-se optar pela industrializada, que tem bem menos gordura. Na maionese, também é interessante colocar menos batata e mais legumes como vagem, cenoura e ervilha, segundo Camila. Para uma farofa mais saudável, o bacon e os embutidos devem ser substituídos por legumes, frutas secas e castanhas.
Segundo os nutricionistas, é importante que uma salada também faça parte das refeições. Ariana sugere que o prato seja feito com folhas verdes e legumes ralados, além de frutas coloridas para decorar.
Para a sobremesa, a dica da nutricionista Alline Cristina Schüncke é escolher as que são feitas com fruta. “As pessoas não devem abrir mão da sobremesa porque é uma época especial do ano. Claro que vai ter açúcar e gordura, mas por que não torná-la mais saudável?”, diz. Como exemplo de doces refrescantes, ela cita mousse de maracujá e iogurte natural com calda de frutas vermelhas.
Álcool
Segundo Alline, as pessoas geralmente esquecem que o álcool é responsável por grande parte das calorias consumidas nessas ocasiões. “O álcool contribui bastante para o ganho de peso. Ele tem em torno de sete calorias por grama. Para quem quer uma dieta saudável, a gente recomenda que se limite a uma dose de destilado ou uma dose de vinho ou duas latas de cerveja”, diz. Entre uma bebida e outra, é importante tomar água para diminuir os efeitos da ressaca.
Saúde do coração
Camila Gracia, do HCor, alerta para um hábito perigoso de quem tem de tomar diariamente remédios para pressão alta. “Tem muita gente que pensa: ‘como vou exagerar, não vou tomar o remédio’. Isso está errado. Pelo contrário, quando se exagera, aí é que tem que cuidar para tomar o medicamento direito”, diz a nutricionista.
No dia seguinte
Se o exagero for inevitável, ainda é possível por em prática um plano de “redução de danos”. A nutricionista Alline diz que uma boa opção para o café da manhã do dia seguinte aos exageros é preparar um suco desintoxicante. Feito com suco de laranja, couve, alface, salsinha, fibra de maracujá e açúcar mascavo, a bebida é nutritiva e contribui para o bom funcionamento do intestino. O líquido também pode ajudar a curar os efeitos da ressaca.
“Se a pessoa acabou exagerando na ceia de Natal, o importante é no outro dia voltar à rotina alimentar em vez de comer tudo o que sobrou do dia anterior. É importante não achar que está tudo perdido e continuar comendo em grandes quantidades”, diz Ariana.
Foi-se o tempo em que o destino do dente era ficar embaixo do travesseiro para ser trocado com a fada por algum dinheiro. Hoje em dia, é necessário conscientizar as crianças sobre a importância da doação dos dentes.
As células-tronco da polpa dos dentes de leite são valiosas para os cientistas. A Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP usa o material para reconstituir neurônios para o tratamento de autismo.
Também no Centro de Estudos do Genoma Humano da USP, testes com animais estudam a regeneração de ossos. Já a faculdade de Odontologia da universidade, estuda a reconstrução do tecido dentário que revolucionaria tratamentos de cáries e periodontites.
Estudo
Os estudantes de odontologia também precisam dos dentes para as aulas. A Faculdade de Odontologia da USP - FOUSP - foi pioneira no Banco de Dentes Humanos e recebe doações de diferentes locais do Brasil. Hoje a coleção é de, aproximadamente, 10 mil peças. “Recebemos entre 40 e 50 dentes decíduos por mês, o ideal seria receber 200”, diz José Carlos Imparato, professor da faculdade e idealizador do banco.
Segundo o professor, um semestre de aula de tratamento de canal, com cinquenta alunos, consome cerca de 450 dentes.
Como doar
Todo dente pode ser doado, seja ele sadio, cariado, amarelado, restaurado, de leite ou permanente. O ideal é guarda-lo no soro fisiológico ou na água destilada. As doações podem ser feitas pelo correio, de qualquer lugar do país. Basta encaminhar as peças para a Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo - Avenida Professor Lineu Prestes, 2.227, Cidade Universitária, SP, CEP 05508-900. Lembre-se que os dentes devem ser lavados com água e sabão e colocados em sacos plásticos ou em um pote.