A aspirina pode ajudar a diminuir o risco de câncer de ovário, um tumor agressivo, difícil de ser diagnosticado e com pouca chance de cura — na maioria das vezes, a doença é detectada já em estágio avançado. Segundo uma nova pesquisa do Instituo Nacional do Câncer dos Estados Unidos, mulheres que tomam o medicamento diariamente podem ser até 20% menos propensas a desenvolver esse câncer do que aquelas que fazem uso de aspirina menos do que uma vez por semana.

 

A conclusão foi obtida após os autores analisarem doze pesquisas feitas, ao todo, com cerca de 8 000 mulheres com câncer de ovário e outras 12 000 livres da doença. A equipe levou em consideração se essas participantes faziam uso de aspirina e, depois, estabeleceu uma relação entre o medicamento e a incidência do tumor. O estudo foi publicado na edição desta semana do periódico Journal of the National Cancer Institute.

 

A aspirina já se comprovou eficaz para inibir o acúmulo de plaquetas no sangue e, assim, é considerada uma forma de prevenir doenças cardiovasculares. Porém, pesquisas recentes mostram que o medicamento também pode diminuir o risco de outras condições. Um estudo da Universidade Stanford divulgado no ano passado, por exemplo, associou o uso regular do remédio à proteção contra o melanoma. Já um trabalho da Sociedade Americana do Câncer concluiu que a aspirina pede ser útil no combate à mortalidade provocada pelo câncer.

 

Os autores dessa nova pesquisa lembram, porém, que as conclusões foram obtidas a partir da análise de estudos observacionais. Ou seja, eles não sabem dizer os mecanismos que levam a esse possível benefício. As pessoas não devem, portanto, passar a tomar aspirina como forma de diminuir o risco de câncer de ovário. Além disso, o medicamento pode ser prejudicial para pessoas que sofrem de úlcera.

 

Doença — O câncer de ovário não é o tumor ginecológico mais frequente entre as mulheres, mas é o mais agressivo. Isso porque ele é muito difícil de ser diagnosticado e é aquele com a menor chance de cura — cerca de 3/4 dos casos desse tipo de câncer já estão em estágio avançado no momento do diagnóstico. Mesmo assim, as principais entidades médicas do mundo não recomendam exames de prevenção para a doença, que incluem uma análise de sangue e a ultrassonografia dos ovários, em mulheres saudáveis, pois, além de não reduzirem a mortalidade, podem levar a cirurgias desnecessárias.

 

 

Cerca de 5% dos casos desse câncer são hereditários. A incidência pode ter relação com o número de ovulações — por isso, tomar pílula e engravidar muitas vezes pode ajudar a reduzir o risco do problema. Segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde, o tumor causou 3 027 mortes no Brasil em 2011.

 

 

Veja

injetavel​Altas doses de vitamina C podem aumentar a eficácia dos tratamentos de quimioterapia em pacientes com câncer, sugerem pesquisadores da Universidade do Kansas, nos Estados Unidos. O estudo, divulgado na publicação científica Science Translational Medicine, afirma que doses injetáveis de vitamina C podem ser um coadjuvante eficiente, seguro e barato no tratamento de mulheres com tumor nos ovários.

 

 

Na década de 70, o químico Linus Pauling defendeu que a administração intravenosa de vitamina C poderia ser eficiente contra o câncer. No entanto, testes clínicos em que a vitamina era ingerida pela boca falharam em replicar o mesmo efeito e as pesquisas foram abandonadas.

 

Hoje se sabe que o corpo humano expele rapidamente a vitamina C quando ingerida pela boca. Na pesquisa, os especialistas injetaram vitamina C em células cancerígenas do ovário em laboratório. Eles também repetiram o experimento em camundongos e em 22 pacientes com câncer de ovário.

 

Eles observaram que as células cancerígenas que receberam vitamina C em laboratório reagiram à substância, enquanto as células normais não foram afetadas.

Em camundongos, a vitamina C reduziu o crescimento do tumor e os pacientes com câncer que receberam injeções com a substância disseram ter sofrido menos dos efeitos colaterais da quimioterapia.

 

Sem patente

A pesquisadora Jeanne Drisko disse que há um interesse crescente entre oncologistas de testar o poder da vitamina C no tratamento contra o câncer. "Pacientes estão buscando opções eficientes e mais baratas de melhorar os efeitos do tratamento", disse ela à BBC News. "E a vitamina C intravenosa tem esse potencial, como indica nossa pesquisa científica e resultados dos primeiros testes".

 

Um possível obstáculo ao avanço das pesquisas é falta de disposição das empresas farmacêuticas em financiar testes, porque não há como patentear a vitamina C - um produto natural. "Como a vitamina C não tem potencial para patente, seu desenvolvimento não deverá ser apoiado pelas farmacêuticas", disse o pesquisador Qi Chen. "Mas acho que chegou a hora de as agências de pesquisa apoiarem de forma vigorosa os testes clínicos com essa vitamina".

 

 

A médica Kat Arney, da instituição Cancer Research UK, disse que há uma longa história de pesquisas sobre os efeitos da vitamina C sobre o tratamento contra o câncer.

 

 

"É difícil dizer com uma pesquisa tão pequena (com apenas 22 pacientes) se altas doses da vitamina podem aumentar os índices de sobreviência ao câncer. Mas já é interessante o fato de que diminuíram os efeitos colaterias da quimioterapia".

 

 

BBC Brasil

endometrioseA endometriose, doença na qual o tecido uterino se instala fora do órgão, afeta de 10 a 15% das mulheres em idade reprodutiva. Pouco se conhece sobre as causas da moléstia, que é difícil de ser diagnosticada e pode causar cólicas severas e infertilidade.

 

É sabido que a doença tem componentes genéticos, inflamatórios e ambientais, mas os cientistas ainda não desvendaram o peso dos fatores nos sintomas de cada paciente. Em uma pesquisa publicada nesta quarta-feira no periódico Science Translational Medicine, pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) identificaram um padrão de moléculas do sistema imunológico que se relaciona com alguns sintomas de endometriose. Eles também descobriram a atividade celular que produz esse padrão.

 

Os cientistas analisaram o líquido peritoneal de 77 pacientes que reportaram sintomas de diferentes intensidades. Para cada amostra, eles mediram cinquenta proteínas, incluindo componentes inflamatórios conhecidos como citocinas. As citocinas regulam a resposta do corpo a um agente infeccioso, mas podem também causar inflamações na falta de um agente patogênico, como na endometriose.

 

Os pesquisadores descobriram que a atividade das citocinas estava associada a alguns sintomas, especificamente ovarianos e retovaginais. Esse padrão, que incluía treze citocinas, também era relacionado à fertilidade da paciente. "A descoberta pode ajudar cientistas a desenvolver um sistema de divisão de pacientes semelhante ao utilizado em mulheres com câncer de mama, cujo tratamento é adaptado ao perfil molecular do tumor", afirma a engenheira biológica Linda Griffith, líder do estudo.

 

A pesquisa também revelou que muitas das moléculas que compõem esse padrão são secretadas pelos macrófagos, um tipo de célula que atua como sentinela — patrulhando tecidos e expulsando materiais instalados fora do lugar. Eles agora investigam qual é o gatilho que dispara o sistema imunológico, que deve variar de paciente para paciente.

 

 

"Esse artigo não é para dizer que descobrimos a resposta. Nós fizemos uma descoberta interessante, mas que é apenas a ponta do iceberg", afirma Linda.

 

 

Veja

irmaos-gordosSe você não consegue emagrecer, culpe seus irmãos. Um estudo da Universidade de Auckland, publicado na revista Scientific Reports, descobriu que os filhos mais velhos tendem a ser mais gordos na idade adulta, entre 40 e 50 anos, do que os irmãos vindos em segundo ou terceiro lugar. As informações são do site inglês Daily Mail.

 

Os primogênitos também podem ter mais dificuldade em processar o açúcar, têm mais chance de serem diagnosticados com diabetes e câncer, além de sofrerem mais facilmente um ataque cardíaco do que os outros herdeiros.

 

Apesar dos resultados, os pesquisadores alertam que as conclusões ainda são precipitadas e incompletas, já que as avaliações foram feitas ao compararem os exames médicos de apenas 26 irmãos mais velhos com 24 irmãos nascidos em segundo lugar.

 

Estudos anteriores mostraram também que crianças mais velhas tendem a nascer com a pele mais clara e crescerem mais rápido durante a infância. No entanto, na adolescência, apresentaram níveis maiores de colesterol e outras gorduras no sangue. O estudo não esclareceu ao certo o motivo pelo qual a ordem de nascimento afeta a saúde, mas sugerem que seja porque as arterias que alimentam a placenta e levam todos os nutrientes ao bebê ainda estejam amadurecendo.

 

 

Os especialistas alertam que os cuidados com o primeiro filho devam ser redobrados, não só para minimizar os problemas na fase adulta, mas também para zelar a população como um todo. "Qualquer situação adversa com o primeiro filho pode afetar inclusive o crescimento da população", diz Wayne Cutfield, autor do estudo. Isto porque as mulheres podem não querer ter mais filhos, especulam os responsáveis.

 

 

Terra