Quem não quer uma vida longa e saudável? Imagine como deve ser maravilhoso ver os netos crescendo e conquistando novos espaços. Nem todo mundo tem essa graça. Mas o que será que pode prolongar nossa existência aqui na Terra?
Poderíamos dar vários exemplos, mas vamos nos ater especificamente ao vinho. Embora o ser humano viva muito mais do que há alguns séculos, acredita-se que ainda podemos ir além.
Um estudo chamado 90+ começou em 2003n nos Estados Unidos, na esperança de estudar as pessoas com mais de 90 anos, uma faixa etária que está crescendo muito no mundo.
Os participantes iniciais do estudo fizeram parte de outro estudo chamado The Leisure World Cohort Study (LWCS) que começou em 1981. A Leisure World era uma grande comunidade de aposentados de Orange County, Califórnia, formada por 14.000 participantes.
O estudo 90+ fez a mesma pergunta que fizemos recentemente: o que faz alguém viver mais de 90 anos?
Com esse questionamento inicial, a equipe também verificou:
- Fatores associados à longevidade
- A epidemiologia da demência em idosos
- As taxas de declínio cognitivo e funcional no idoso mais velho
- As correlações patológicas clínicas nos idosos mais velhos
- Fatores de risco para mortalidade e demência
Os voluntários que participaram dos estudos eram visitados duas vezes por ano para testes neurológicos e neurofisiológicos.
Além disso, pesquisadores da Clínica de Pesquisas sobre Envelhecimento e Educação, localizada em Laguna Woods, Califórnia, reuniram informações sobre dieta, atividades que os participantes faziam no dia a dia, seu histórico médico, medicamentos e outros fatores relacionados ao estilo de vida.
E quer saber o que descobriram?
Que todos aqueles que beberam a vida toda uma quantidade moderada de álcool vivem mais tempo, especialmente o vinho.
Os principais benefícios para a saúde são:
- Reduz o risco de problemas cardíacos
- Reduz as chances de AVC
- Reduz o risco de diabetes
Então aproveite um copo de vinho durante o jantar.
Mas é preciso beber com MODERAÇÃO.
As mulheres adultas saudáveis e os homens com mais de 65 anos, basta uma taça de vinho.
Os homens mais jovens podem beber até duas taças por dia.
Brincar com colegas ou passear em locais públicos com a família nem sempre são fontes de diversão para Teodoro, de 9 anos.
Se algo não sai como esperado ou foge da rotina, a reação pode ser explosiva, com atitudes agressivas e berros. "O que sinto no meu filho é uma constante angústia com coisas que ele não deveria se preocupar, como o convívio com outras crianças", conta a artista plástica Juliana Ali, de 41 anos.
A dificuldade de interação social, muitas vezes confundida com birra ou timidez, é uma das principais características do autismo, transtorno que afeta Téo e outras milhares de crianças no País e que, atualmente, é alvo de dois estudos que buscam uma abordagem terapêutica inédita para o problema.
As novas linhas de pesquisa apontam para a possibilidade de que o cérebro do autista produza substâncias em desequilíbrio e que isso poderia ser corrigido com medicamentos. Nenhum dos estudos indica ou promete cura, mas revela novos caminhos de tratamento associados às terapias comportamentais já indicadas. Hoje não há remédios específicos para o Transtorno do Espectro Autista (TEA) apenas drogas para atenuar sintomas relacionados, como irritabilidade ou insônia.
Um desses estudos obteve em fevereiro autorização da agência de vigilância sanitária americana, a FDA, para ter seus testes avaliados pelo órgão de forma prioritária, dada a inovação do trabalho e o ineditismo da droga proposta. Desenvolvida pela farmacêutica Roche, a pesquisa identificou que a vasopressina, um dos hormônios associados ao medo, funciona de forma diferente nos autistas, prejudicando a interação social. "A droga tem o objetivo de promover um reequilíbrio e, como consequência, mudar a performance na parte do cérebro responsável pelas emoções, onde o hormônio atua", diz o diretor médico da empresa no País, Lenio Alvarenga.
Pessoas diagnosticadas com autismo têm quadros muito diferentes, pois o transtorno tem um espectro amplo. Há desde casos leves, nos quais o paciente é independente e se comunica, como Téo, até os mais severos, em que a comunicação não é verbal e o contato físico, evitado, mesmo com os pais. Por enquanto, a droga da Roche está sendo testada em autistas com quadros considerados de leves a moderados.
Alvarenga diz que o remédio em desenvolvimento, administrado em comprimidos, já foi testado em 200 pessoas com TEA nos Estados Unidos. Segundo ele, os resultados indicam que o medicamento inibe a ação da vasopressina e, por isso, auxilia na interação e nos chamados comportamentos adaptativos do dia a dia, que envolvem comunicação e habilidades motoras.
Apesar de o medicamento estar entrando na fase 3 de testes, a última antes do pedido de registro, a Roche não arrisca estipular um prazo para que a droga esteja disponível no mercado.
Sinapses
Ainda em fase inicial, outra pesquisa relacionada ao desequilíbrio de uma substância no cérebro dos autistas também traz expectativa. Desenvolvido pela Universidade de São Paulo (USP), o trabalho aponta que pessoas com o transtorno produzem em excesso uma citocina específica - a interleucina 6. Segundo a responsável pelo estudo, a neurocientista Patrícia Beltrão Braga do Instituto de Ciências Biomédicas, a substância é tóxica e, em alta quantidade, capaz de reduzir o número de sinapses feitas pelos neurônios.
"Bloqueamos a produção em excesso e conseguimos resgatar o número de sinapses e sua funcionalidade. O ensaio mostra que há uma neuroinflamação no cérebro dos autistas, e ela é provocada pelos astrócitos, que são células que sustentam os neurônios", diz Patrícia, que fez os testes em laboratório com base na produção de neurônios derivados da polpa de leite de indivíduos com autismo.
A vantagem da descoberta, segundo ela, é que já existem drogas capazes de bloquear a ação da IL 6 e, consequentemente, eliminar essa neuroinflamação. Se a pesquisa avançar, não seria preciso desenvolver um novo medicamento, apenas ampliar o uso de remédios existentes.
Para os pais de autistas, medicamentos que melhorassem, ainda que parcialmente, a interação social das crianças seriam um grande avanço. "Sou muito cuidadosa: primeiro vem o conforto e o bem-estar do meu filho. Mas também sou muito corajosa. Cercada de garantias de que não fariam mal, eu estaria disposta a testar novos mecanismos que pudessem tornar a vida dele mais tranquila e feliz. Seria minha maior alegria", diz Juliana.
Para especialistas, linhas devem ser vistas com cautela
Para especialistas em neurologia infantil, ambas as pesquisas seguem linhas promissoras, mas devem ser vistas com cautela por causa da complexidade do transtorno.
Segundo Marco Antônio Arruda, neurologista infantil e membro titular da Academia Brasileira de Neurologia, outros estudos já mostraram a relação da vasopressina com o comportamento antissocial, mas isso não quer dizer que, regulando a produção dessa substância, o problema estaria completamente resolvido.
"Como o autismo é um transtorno multifatorial, dificilmente um medicamento que atua em um só alvo vai ajudar a controlar todos os comportamentos ou servir para todos os tipos de autista", ressalta o especialista.
Para Erasmo Casella, professor livre docente de Neurologia da Faculdade de Medicina da USP e neurologista da infância e adolescência do Hospital Israelita Albert Einstein, são as pesquisas que "dão esperança", mas resultados definitivos deverão aparecer apenas no longo prazo.
"Muitas moléculas são pesquisadas, mas é necessário esperar o fim dos testes para saber se aquele medicamento vai apresentar um benefício de fato. Em relação à pesquisa da USP, será interessante se os pesquisadores conseguirem replicar o que foi feito em laboratório em modelos animais e, depois, em humanos."
Os dois médicos destacam que, mesmo que a eficácia de novos medicamentos seja comprovada, a resposta ao tratamento poderá ser diferente de acordo com o paciente e o nível do transtorno. "É difícil falar em cura, mas a melhora do funcionamento social do indivíduo já seria um grande passo", diz Arruda.
Definir o que causa a endometriose é um dos grandes desafios da ciência. Em todo o mundo, a doença afeta 176 milhões de mulheres, uma em cada dez. Além de ser responsável por fortes dores abdominais, a endometriose está no diagnóstico de 50% das mulheres que não conseguem ter filhos.
O que é endometriose?
Endométrio é o tecido que se forma ao longo do ciclo menstrual para revestir a parede interna do útero. Quando não acontece a fecundação, a mulher não engravida e este tecido é eliminado pelo organismo em forma de menstruação.
Nas mulheres que sofrem com a endometriose, esse tecido aparece em outras partes do organismo. O desafio é explicar como isso acontece.
Existem algumas teorias formuladas por pesquisadores, mas, até hoje, nenhuma foi comprovada cientificamente.
A médica ginecologista Bárbara Murayama, coordenadora da equipe de ginecologia do Hospital 9 de Julho, explica que uma das mais aceitas é a teoria da menstruação retrógrada. Ao invés do sangue sair pelo útero e ser totalmente eliminado pelo organismo, parte dele sai pelas trompas uterinas e adere a outros órgãos, causando lesões e inflamações.
A menstruação retrógrada é comum, mas a maioria das mulheres nem percebe que ela acontece, porque, normalmente, esse tecido que não é eliminado acaba sendo absorvido pelo organismo.
“Então, porque isso acontece em umas mulheres e em outras não, a gente não sabe ao certo. Parece haver uma pré-disposição genética, questões imunológicas, endócrinas, que a gente não sabe muito bem”, explica a ginecologista.
O que se sabe é que a endometriose tem relação com os hormônios femininos e é uma doença que acontece, principalmente, durante a fase reprodutiva da mulher.
Outras teorias sugerem que o problema aconteça na formação do embrião, desta forma, a criança já nasceria com alguns tecidos de endométrio fora do lugar – e estes tecidos seriam estimulados pelos hormônios a partir do primeiro ciclo menstrual. Mas ainda não existem informações concretas sobre esta possibilidade.
“O que a gente vem acreditando é que seja uma doença multifatorial, que tenha influência de todos esses fatores e outros que talvez a gente não conheça ainda. É uma doença bastante desconhecida”, afirma Bárbara.
Sintomas
Em algumas mulheres a doença é assintomática. Na maioria, o principal sintoma da endometriose é a dor muito forte durante o período menstrual, tão forte que chega a incapacitar para o trabalho ou qualquer outra atividade.
Ao longo da vida, esta dor é progressiva, ela aumenta com o passar dos anos. O que na adolescência era uma dor de um dia, chega a afetar a mulher adulta durante vários dias do mês.
Ainda é comum que a mulher tenha menstruação irregular, constipação intestinal, náuseas e dor intensa durante a relação sexual.
Tratamento da endometriose
A causa desconhecida afeta diretamente nas possibilidades de tratamento para a doença.
“A gente só vai conseguir ter um remédio, um tratamento bem certinho para a doença, a hora que a gente souber o que causa. Todos os grandes pesquisadores de endometriose no mundo buscam as reais causas para gente poder atacar a doença na base”, explica Bárbara Murayama.
Sem um medicamento definitivo, o que os médicos podem fazer é desenvolver, junto com uma equipe multidisciplinar, um tratamento clínico individualizado voltado para o alívio da dor.
Em alguns casos, o mais indicado é um tratamento hormonal que pode, ou não, bloquear a menstruação. Isso vai depender do desejo da paciente ter um filho.
A cirurgia pode ser feita durante várias vezes ao longo da vida da mulher. Mas, a intenção é que isso aconteça o menor número de vezes possível.
“A grande questão hoje é a gente conseguir achar o momento perfeito para conseguir fazer uma única cirurgia ao longo da vida desta paciente que tem uma doença crônica e que vai começar, provavelmente, na adolescência e vai durar até a menopausa. O que a gente vê são pacientes com cinco, até seis cirurgias, múltiplas cirurgias, mutiladas. O momento para se operar vai depender da quantidade de lesões, do grau da doença, do desejo gestacional, da idade da paciente, da reserva ovariana, de tudo isso para a gente poder definir em conjunto com a paciente e com a equipe multiprofissional, qual é o melhor momento”, defende a ginecologista.
Muitos fatores podem impedir um casal de ter filhos. Em 35% dos casos, essa causa é masculina e não está relacionada à saúde da mulher.
Em outros 35% dos casos, a causa está ligada à problemas das tubas uterinas, também chamadas de trompas de Falópio – os tubos que transportam o óvulo do ovário para o útero.
A endometriose é uma doença que afeta a tuba uterina porque pode levar ao surgimento de lesões ou obstrução na tuba – o que pode impedir o óvulo de ser fecundado e chegar ao útero.
Em 15% dos relatos de infertilidade, a causa é ovulatória. Estes casos também podem estar ligados à endometriose, já que a doença pode afetar os ovários e comprometer o estoque de óvulos da mulher.
Sendo assim, 50% das causas de infertilidade feminina podem ter origem na endometriose.
A médica ginecologista Marisa Samama, professora do programa de pós-graduação em reprodução assistida do Instituto São Paulo de Medicina Reprodutiva, explica que a mulher com endometriose pode engravidar depois de fazer um tratamento para controlar a doença.
A paciente deve deixar claro para o médico que pretende engravidar. Desta forma, o principal objetivo do tratamento vai ser restaurar a capacidade do aparelho reprodutivo. Uma das indicações é a cirurgia.
De acordo com a médica, “com o tratamento cirúrgico a gente pode desfazer as aderências que comprometeram a tuba uterina, tirar o cisto de endometriose que pode ter se formado dentro do ovário, consertar a tuba uterina, fazer cirurgias na cavidade uterina para tirar miomas, pólipos, e avaliar a condição de gestação natural”.
Se a paciente não puder engravidar sozinha, as técnicas de reprodução assistida podem ser utilizadas.
“Se a mulher tem comprometimento de uma das tubas, mas tem a outra tuba uterina boa, o médico pode lançar mão de uma inseminação intrauterina. Se as duas tubas estiverem comprometidas e se o estoque de óvulos está muito baixinho, pode-se usar a técnica de fertilização in vitro, onde o médico vai estimular esses ovários para a produção de óvulos que serão coletados no dia fértil, fecundados no laboratório e colocados no útero”, detalha Marisa.
A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) define menopausa como a data da última menstruação, quando os ovários deixam de fabricar o principal hormônio feminino, chamado estrógeno. Trata-se de um diagnóstico retrospectivo, ou seja, uma mulher está em menopausa após 1 ano sem menstruar. Antes disso, existe o período chamado de perimenopausa ou climatério.
Cerca de 70% das mulheres atingem a menopausa espontânea ao redor dos 50 anos, mas os sintomas podem aparecer antes disto, por volta dos 40 anos. Esta é a menopausa precoce. Ela acontece principalmente em mulheres com mãe ou irmãs que passaram pelo mesmo problema, mas também pode surgir devido a fatores como fumo, retirada do útero e dos ovários e uso de tratamentos como radioterapia e quimioterapia. Nestes casos, a terapia de reposição hormonal é o mais indicado, feito através do uso de medicamentos à base do hormônio estrogênio, responsável por regular o ciclo menstrual e prevenir complicações como osteoporose e doenças cardíacas, que são mais frequentes em mulheres com menopausa precoce.
De acordo com a médica endocrinologista e metabologista da SBEM Tassiane Alvarenga, o climatério pode ser acompanhado de sintomas como ondas de calor, insônia, depressão, variação de humor, falta de memória, ressecamento vaginal, ganho de peso e diminuição da libido. "Com o tempo, as mulheres também começam a perder, com maior rapidez, o cálcio dos ossos, além de se tornarem mais sujeitas a doenças do coração e doenças degenerativas do sistema nervoso, como o Mal de Alzheimer", explica a médica.
O tratamento pode ser feito com reposição hormonal, mas não necessariamente. A endocrinologista destaca que "o tratamento deve ser individualizado e de acordo com a sintomatologia de cada mulher". A SBEM indica a reposição quando o principal objetivo for aliviar os sintomas da menopausa, preservar a saúde dos ossos e da pele, melhorar o bem-estar geral e a sexualidade da mulher.
A própria Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia aponta algumas contra-indicações ao tratamento hormonal. Entre elas, estão a presença de tumores que dependam de estrogênios, como os de mama e endométrio, tromboembolismo agudo (obstrução de um vaso sanguíneo por um coágulo) ou tendência para a trombofilia, lesões do endométrio e doenças do fígado.
Muitas mulheres evitam o tratamento por medo de engordar. A vida depois da menopausa está associada a um aumento de casos de obesidade. Entre as mulheres que passam por esta fase, 44% estão acima do peso e 23% são obesas. Mas existem muitos fatores que contribuem para o ganho de peso. Entre eles, a diminuição da velocidade do metabolismo, sedentarismo e aumento da ingestão de comida.
A endocrinologista Tassiane Alvarenga destaca que o tratamento em si não engorda, o que acontece é que alguns tipos de progesterona usados podem levar à retenção de líquido. A menopausa muitas vezes é acompanhada de ganho de peso pela redução da velocidade do metabolismo e pelo gasto energético. Ansiedade e as oscilações de humor podem despertar fome e gula, principalmente o desejo de comer doces. Soma-se a isso a falta de ânimo para praticar atividades físicas. "Devemos, também, orientar as mulheres a terem um estilo de vida. mais saudável, sem tabagismo, com alimentação adequada, rica em cálcio e pobre em gorduras, e atividade física regular; pois isto é importantíssimo principalmente nas mulheres após a menopausa", orienta Tassiane.