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paulolacativaImagine as duas faces de uma moeda. É como funcionam a insulina e a amilina no organismo. Ambas são produzidas pelas células beta no pâncreas e trabalham numa espécie de parceria no que diz respeito ao metabolismo dos carboidratos. A insulina permite que o açúcar que está presente no sangue penetre nas células para ser utilizado como fonte de energia. Se esse hormônio falta ou não funciona corretamente, haverá aumento de glicose no sangue, que é o diabetes. A amilina, por sua vez, é o “hormônio parceiro” que envia sinais de saciedade ao cérebro, para que ninguém coma sem parar, assim como retarda o esvaziamento gástrico do estômago, para evitar a ingestão excessiva de calorias – do contrário, não haveria insulina que desse conta de tanto açúcar!

No entanto, apesar dessa complementaridade, o tratamento para o controle do diabetes se vale apenas da reposição de insulina, deixando de lado a reposição da amilina. E por quê? Quem explica é o médico e pesquisador Paulo Lacativa, mestre e doutor em endocrinologia pela UFRJ. “A grande dificuldade sempre foi desenvolver um medicamento à base de amilina humana, que é bastante insolúvel. Em poucos segundos, ela começa a se aglomerar e vira algo parecido com uma bolota. Por isso, já houve uma tentativa de pôr um produto análogo no mercado, conhecido como pramlintide, nos EUA e na Europa. Entretanto, seu uso não era o que se poderia chamar de amigável para o paciente. A amilina tinha que ser administrada separadamente da insulina, o que significava até sete picadas por dia. Sem contar que usar as drogas de forma independente resultava num desbalanceamento difícil de equilibrar”, diz.

Ele afirma que o grande desafio é o que os médicos chamam de repor a fisiologia do paciente: “é o equivalente a restaurar um estado de saúde. Um exemplo simples é o indivíduo com hipotireoidismo, que deixa de produzir o hormônio necessário. No entanto, basta que seja feita a reposição com a dose correta para ele se comportar como alguém saudável. O mesmo não acontece com o paciente diabético, porque ele se desestabiliza facilmente. O simples uso de insulina não permite que se comporte como as pessoas sem a doença, e sua reposição intensiva causa aumento do peso e risco de hipoglicemia. Portanto, tratar os pacientes com insulina e amilina seria o caminho para uma maior estabilidade fisiológica”.

A ótima notícia é que essa situação está em vias de mudar, graças ao trabalho da equipe do pesquisador. Os estudos começaram no laboratório da UFRJ, sob o comando do professor Luís Maurício Lima, e se tornaram tão promissores que foi criada uma startup que conta com o financiamento de um fundo de investimentos para ciência de ponta, do qual participam BNDES e Finep, entre outros. “Foram duas grandes descobertas”, afirma o doutor Lacativa. “A primeira é poder usar a amilina humana. A segunda é conseguir colocar a amilina e a insulina juntas, de forma que a aplicação seja única. Existem vários tipos de insulina sintética, que imitam a ação do hormônio natural do corpo, e não haverá incompatibilidade com nenhuma delas”, completa.

O futuro medicamento foi batizado como BZ043 e será mais uma boa nova na XXXIII Reunião Anual da FeSBE (Federação de Sociedades de Biologia Experimental), que se encerra hoje em Campos de Jordão. A próxima fase será a de realização de estudos com função regulatória. Segundo o doutor Lacativa, os testes com humanos serão feitos em cerca de seis meses e a expectativa é de a medicação estar disponível no mercado em três ou quatro anos. De acordo com o portal da Fiocruz, os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que 16 milhões de brasileiros sofrem de diabetes, e a taxa de incidência da doença cresceu 61,8% nos últimos dez anos. O Rio de Janeiro aparece como a capital brasileira com maior prevalência de diagnóstico médico da doença, com 10.4 casos a cada 100 mil habitantes. O diabetes é uma epidemia global e o Brasil ocupa o 4º lugar no ranking dos países com o maior número de casos, atrás de China, Índia e Estados Unidos.

 

G1

Foto: acervo pessoal

Pesquisa mundial inédita, divulgada nesta quinta-feira (6) no 25º Congresso Brasileiro de Reumatologia, no Rio de Janeiro, evidencia os impactos causados na vida pessoal de pacientes com artrite reumatoide (AR).

A sondagem online foi feita com mais de 9.800 pessoas e dividida em duas etapas, captando respostas de pacientes maiores de 18 anos e de profissionais da saúde sobre questões do impacto da AR nas áreas de trabalho, relacionamentos, atividades e aspirações.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a artrite reumatoide acomete adultos, atingindo uma em cada 100 pessoas.

A primeira fase da pesquisa, feita em 2017, ocorreu em países da Europa e no Canadá, obtendo mais de seis mil respostas.

A segunda etapa abrangeu, entre janeiro e junho de 2018, sete países: Brasil, Colômbia, Argentina, México, Arábia Saudita, Coreia do Sul e Taiwan. No Brasil, participaram 1.916 pacientes e 385 profissionais de saúde. O congresso se estenderá até o próximo sábado (8).

Em entrevista à Agência Brasil, a médica reumatologista Rina Dalva Neubarth Giorgi, membro da Comissão de Artrite Reumatoide da Sociedade Brasileira de Reumatologia, revelou que a maioria dos entrevistados no Brasil foi do sexo feminino “porque a AR é uma doença mais predominante na mulher. Em torno de três mulheres para cada um homem são atingidas pela doença”. A maior parte das mulheres que participaram da pesquisa tinha entre 5 e 15 anos da doença. “Ou seja, já com a doença impactando de alguma maneira o seu dia a dia”, disse.

Novos tratamentos

Também diretora do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo, Rina Dalva destacou que, a partir dos anos 2000, teve início uma fase em que surgiram tratamentos novos e muito efetivos contra a artrite reumatoide.

Com essas novas terapêuticas, os problemas dos pacientes apresentaram melhora significativa.

Anteriormente a isso, 30% das pessoas com AR viram a doença evoluir a ponto de ficarem em cadeira de rodas.

A reumatologista salientou que, apesar disso, mais de 50% dos pacientes que responderam à pesquisa relataram que ainda sentiam dor, rigidez matinal quando acordavam, com as articulações endurecidas, com dificuldade de movimento e fadiga.

“Apesar de tudo que a gente está tratando e melhorando, você ainda sente que esses doentes têm necessidades não atendidas”, frisou.

Cerca de 36% dessas pessoas de alguma maneira tiveram de parar de trabalhar ou a AR prejudicou de algum modo a progressão da carreira delas.

Rina Dalva ressaltou que, apesar dos tratamentos que modificaram em muito a evolução da doença, os pacientes ainda têm diversas dificuldades.

Em relação à vida pessoal e social, por exemplo, a pesquisa revela que mais de 50% tiveram algum impacto nas relações interpessoais, sejam com familiares, com o cônjuge, com filhos ou amigos.

“Quase 60% dos pacientes relataram a doença levando a um impacto tanto na sua atividade física, como na sua atividade emocional, no modo de encarar a vida com frustrações, depressão, alterações de humor”, disse.

Exercícios

Os médicos também eram questionados sobre os mesmos segmentos e as respostas foram mais ou menos semelhantes, revelou a médica. Os profissionais de saúde perceberam deficiências no tratamento desses pacientes que ainda não foram atendidas.

De acordo com a pesquisa, 64% dos pacientes com AR comentaram os impactos da doença em suas relações íntimas, na sua vida sexual.

Em relação à atividade física, mais de 30% disseram não ter vontade de fazer exercícios físicos, por conta das dores que sentem. E 56% dos consultados sentem-se frustrados ou insatisfeitos quando não conseguem realizar ou completar atividades por causa da doença.

Rina Dalva informou que, uma vez a doença instalada e após o médico tirar o processo inflamatório, a indicação é que o paciente faça exercícios aeróbicos e de condicionamento físico para melhorar a questão cardiovascular, que é muito afetada.

Em termos de aspirações, a pesquisa revelou acomodação em relação à doença para grande parte dos entrevistados: 64% responderam que a AR dificulta sua vida, mas eles aceitam a doença.

“A grande maioria dos pacientes adere aos tratamentos, faz tudo direitinho, compartilha as necessidades conosco, profissionais de saúde, mas você sente que o indivíduo não se considera mais o mesmo, a partir do diagnóstico da doença. Eles se sentem impedidos em alguma situação, dentro desses domínios que foram vistos na pesquisa”, afirmou a médica.

Sem força nas mãos

A sondagem mostra que o que mais impacta os pacientes com AR, tanto nas atividades diárias de trabalho como nas atividades domésticas, é justamente utilizar as mãos.

“Porque por mais que melhore o processo inflamatório do acometimento, você sempre fica com uma certa diminuição da força de pressão na sua mão. Mais da metade reclama e foca nas mãos essa sensação de que não tem nunca uma vida normal”, explica a médica. Nove por cento dos entrevistados disseram que gostariam de sentir que podem viver da mesma maneira que as pessoas sem artrite reumatoide.

Nas relações interpessoais no trabalho, apesar de a maioria dos colegas demonstrar apoio ao amigo na doença, muitos se afastam.

“Apesar de muitas pessoas compreenderem a doença daquele amigo, a gente vê eles não entendendo muito”.

Ou seja, mesmo com os tratamentos modernos disponíveis, que deixam o paciente sem que a doença progrida ou tenha sinais de deformidade nas articulações, muitos colegas não entendem que um professor, por exemplo, sente cansaço nos braços e fadiga ou dificuldade de subir e descer escadas.

“As pessoas do trabalho até sabem que ele tem AR, mas não compreendem ao certo o que se passa com aquela pessoa em relação à sua doença”, explicou.

Isso significa que, embora a ciência tenha melhorado o processo inflamatório e diminuído a possibilidade de deixar o paciente com AR incapaz, apesar de dar a sensação de que não tem nada, ele às vezes sofre diminuição da força de pressão, tem dificuldade de carregar coisas, que tornam difícil explicar para o outro que “não está fazendo corpo mole, que não está querendo trabalhar”, destacou Rina Dalva.

A perspectiva é que a pesquisa ajude no diálogo entre médicos e pacientes, tornando prioritárias no tratamento as questões de maior importância para os doentes com AR, sem se ater somente aos problemas.

 

Agência Brasil

formigaQuando elas surgem, é difícil se livrar. Podem ser vários tipos, das mais pequenas, até as maiores, aparecem aos poucos, mais logo tomam conta da cozinha. São as formigas domésticas, que quando menos se espera, começam um formigueiro na parede de casa. O biólogo Paulo Oliveira, do Instituto de Biologia da Unicamp, explica que as formigas, e outros insetos, conseguiram se adaptar ao ambiente urbano. "Nas residências há muitos buraquinhos, frestas na parede, entre os ladrilhos, no batente da porta, alguns dos nossos aparelhos domésticos são quentinhos. Então, sem querer, nós criamos ambientes propícios para que os insetos vivam perto de nós, em especial na nossa casa" .

Quem começa a colônia de formigas nas casas são as formigas rainhas. Durante o verão ou época chuvosa, elas costumam voar durante a noite para dentro das casas para ficar em volta das lâmpadas acesas. "Elas estão voando atrás do macho, e o macho está voando atrás de uma formiga rainha para fazer a cópula", explica o biólogo. Quando a rainha é fecundada, ela vai procurar um buraquinho da casa para começar a família. Ela vai botar os ovos e, assim, começar o formigueiro. As rainhas voam alto, sempre atraídas pela luz, por isso podem entrar até mesmo nos apartamentos mais altos. "Quanto mais alto o andar, mais difícil é, mas elas conseguem chegar mesmo assim, ou voando, ou pelo elevador. Elas entram e ficam lá até a porta abrir de novo. Elas têm paciência", brinca Paulo Oliveira.

O biólogo também explica que não existe apenas uma, mas várias espécies de formigas que se adaptam ao ambiente doméstico se dois erros forem cometidos: o primeiro é ter buraquinhos nas paredes, aqueles que surgem por causa de um mal acabamento, ou de um azulejo solto. Isso cria um ambiente propício para que a rainha entre e ponha ovos. Quando um buraquinho enche, as formigas vão tentar ocupar um outro buraquinho por perto e, assim, aos poucos, vão ocupando todos os espaços na parede ou no batente da porta.

Outro erro é deixar restos de alimentos na cozinha ou na pia. Quando as formigas moram na floresta, elas precisam sair para buscar comida, mas, em casa, quem dá o alimento são as pessoas. Por isso, a melhor maneira de impedir que a colônia de formigas vá para frente, é não deixar a pia com restos de alimentos, não deixar o açucareiro acessível ou o bolo descoberto. Quando as operárias, que são as filhas da rainha, nascem, elas vão buscar alimento na pia, no chão da cozinha ou em outro cômodo. "Se não tiver nada de alimento disponível, como a colônia vai para frente? Ela não vai ter como ir para frente, porque não vai ter nada para comer, ela vai ter que sair dali", explica o biólogo.

É possível encontrar diversos tipos de inseticidas no mercado, mas existe uma maneira segura para acabar com o formigueiro que não envolve nenhum tipo de veneno. O truque é usar detergente de cozinha, como explica Paulo Oliveira. "Tem que jogar bastante detergente dentro do buraquinho, depois com um pedaço de sabão em barra, como se fosse massinha de modelar, tem que fechar o buraquinho, isso, muitas vezes, mata a colônia de formigas".

Algumas pessoas acreditam que as formigas são tão ou mais sujas do que as baratas. Isso não é verdade. As baratas costumam passar por lugares normalmente mais sujos. Elas vão em excrementos, vão para os ralos, caminham pela rede de esgoto das cidades, as formigas não. Por outro lado, uma barata não vai caminhar até o açucareiro, este é o lugar das formigas. Segundo Oliveira, não dá para dizer que as formigas são limpas, mas elas não vão para os mesmos lugares que as baratas costumam ir.

Mas o fato de as formigas serem mais limpas do que as baratas, não significa que uma pessoa possa comê-las. Aquela história que as avós contavam de que "formiga faz bem para a vista", não é bem assim. Na verdade, de acordo com o biólogo, comer formiga "não faz nada bem". Ele explica que elas não trazem doenças, mas algumas podem dar uma mordidinha ou uma picadinha, e podem causar algum incômodo. O melhor é proteger o bolo e outros alimentos desses insetos, seja cobrindo ou colocando em um porta-bolo, suspenso, com um pouco de água com sabão embaixo.

Por fim, o biólogo deixa um recado: as formigas são o bicho mais abundante do mundo, principalmente na região dos trópicos, onde está o Brasil. Elas vivem em colônias, sempre, e algumas são formadas por milhares de formigas, todas filhas da mesma rainha. São insetos que fazem parte da vida na cidade, então, o melhor é se adaptar. Quem não quiser formiga dentro de casa tem que deixar os ambientes limpos e assim, garantir que elas fiquem apenas no quintal ou no jardim.

 

R7

Foto: Nurcholis Anhari Lubis/Getty Images

vacO Ministério da Saúde divulgou nesta quarta-feira (5) que o país registra 8 mortes por sarampo – uma a mais que a semana anterior. Desde o início do ano até o momento, são 1.579 casos confirmados e 7.513 em investigação.

Entre as mortes, 4 ocorreram em Roraima, sendo três venezuelanos e um bebê yanomami brasileiro, e 4 no Amazonas, sendo três bebês brasileiros e uma agente de saúde de 44 anos.

O país registra surto da doença no Amazonas, que apresenta 1.232 casos confirmados e 7.439 em investigação, e em Roraima, com 301 casos confirmados e 74 suspeitos.

O Ministério afirma que, entre os casos confirmados em Roraima, 9 são pessoas que moram na Venezuela, mas foram atendidas no Brasil e estão recebendo tratamento.

Casos de sarampo foram registrados em outros Estados, mas são considerados isolados: São Paulo (2), Rio de Janeiro (18); Rio Grande do Sul (18); Rondônia (2), Pernambuco (4) e Pará (2).

A meta estabelecida pela campanha nacional de vacinação contra o sarampo e a poliemielite, realizada de 6 a 31 de agosto, de imunizar 95% das crianças entre 1 e 4 anos, foi atingida apenas por sete Estados. Por essa razão, os demais Estados e o Distrito Federal prorrogaram a campanha até o dia 14 de setembro.

Os Estados que alcançaram a meta são Amapá, Santa Catarina, Pernambuco, Rondônia, Espírito Santo, Sergipe e Maranhão. O Rio de Janeiro apresenta o menor índice de vacinação, seguido por Roraima, Pará, Piauí, Distrito Federal, Acre, Bahia, Rio Grande do Sul, São Paulo, Alagoas, Rio Grande do Norte e Amazonas.

A média de cobertura vacinal no país está em 88%.

 

r7

ulgação/SES do Rio de Janeiro