O colesterol alto é uma condição que, muitas vezes, não apresenta sintomas evidentes, o que torna difícil para a maioria das pessoas perceberem que têm níveis elevados dessa substância no sangue. Além disso, fatores genéticos, como a hipercolesterolemia familiar, podem desempenhar um papel significativo no desenvolvimento da doença.

fatorgenetico

A hipercolesterolemia familiar (HF) é uma condição genética caracterizada por níveis elevados de colesterol LDL desde o nascimento, aumentando o risco de doenças cardiovasculares precoces. Estudos brasileiros identificaram mutações no gene do receptor de LDL e na apolipoproteína B100 como causas principais da HF. A detecção precoce e o tratamento adequado são essenciais para prevenir complicações.

A influência do estilo de vida no colesterol Embora algumas pessoas possam ter predisposição genética para o colesterol alto, os hábitos de vida também são determinantes importantes. O colesterol LDL, conhecido como “colesterol ruim”, tende a subir quando há consumo excessivo de gordura saturada, encontrada em carnes gordurosas, laticínios integrais e alimentos processados. Além disso, o excesso de peso também contribui para a elevação dos níveis de LDL, prejudicando a saúde cardiovascular.

É fundamental entender que o colesterol alto, especialmente o LDL elevado, pode acarretar sérios riscos para a saúde. Entre as complicações mais comuns estão as doenças cardíacas, ataques cardíacos, derrames, hipertensão e até a doença arterial periférica. Por isso, o controle adequado dos níveis de colesterol é essencial para a prevenção dessas condições.

O que é a hipercolesterolemia familiar? A hipercolesterolemia familiar (HF) é uma condição genética que leva a níveis muito elevados de colesterol desde o nascimento. Ela é causada por mutações em genes responsáveis pela regulação do colesterol no organismo, sendo o gene mais afetado o que codifica o receptor de LDL. Esse receptor tem a função de remover o colesterol LDL da corrente sanguínea, e quando ele está defeituoso ou ausente, o colesterol não é adequadamente removido, resultando em sua acumulação.

Essa condição é hereditária, passando de geração para geração. Nos indivíduos afetados, a prevalência é de 1 em cada 2 pessoas, o que torna fundamental o diagnóstico precoce e o manejo adequado da HF. Embora não haja cura para a doença, o controle do colesterol é essencial para reduzir os riscos associados.

Como controlar os níveis de colesterol alto A seguir, apresentamos algumas estratégias eficazes para controlar os níveis de colesterol e diminuir os riscos à saúde cardiovascular.

  1. Adote uma dieta saudável Uma alimentação equilibrada é essencial para controlar o colesterol, mesmo em casos genéticos. Priorize alimentos ricos em fibras solúveis, como aveia, frutas, legumes e leguminosas, que ajudam a reduzir a absorção de colesterol no organismo. Além disso, limite o consumo de gorduras saturadas e trans, presentes em carnes gordas, frituras e alimentos processados, pois elas aumentam o colesterol LDL.
  2. Pratique exercícios físicos regularmente A atividade física regular é crucial para melhorar os níveis de colesterol, especialmente o HDL (colesterol “bom”). Exercícios aeróbicos como caminhada, corrida, ciclismo e natação são eficazes na redução do LDL e no aumento do HDL. Os especialistas recomendam a prática de pelo menos 150 minutos de atividades físicas moderadas por semana.
  3. Evite o tabagismo e o consumo excessivo de álcool O tabagismo é um dos maiores vilões para a saúde cardiovascular, pois reduz os níveis de HDL e danifica as artérias. Parar de fumar pode melhorar significativamente o perfil de colesterol e prevenir doenças cardíacas. Além disso, o consumo excessivo de álcool deve ser evitado, já que ele pode elevar os níveis de colesterol e triglicerídeos, prejudicando ainda mais a saúde.
  4. Medicação quando necessária Para quem tem colesterol elevado devido a fatores genéticos, mudanças no estilo de vida podem não ser suficientes. Em casos como esse, os médicos podem prescrever medicamentos, como estatinas, que ajudam a reduzir o colesterol LDL e a prevenir complicações cardiovasculares. É importante seguir as orientações médicas e realizar exames regulares para monitorar a eficácia do tratamento.

Controle do colesterol alto: dicas da Harvard Manter os níveis de colesterol LDL sob controle é essencial para a saúde cardiovascular. Segundo a Harvard, alimentos ricos em fibras solúveis, como aveia, feijão e frutas cítricas, são aliados no combate ao colesterol “ruim”. A Catraca Livre destaca a importância de combinar uma alimentação saudável com exercícios físicos para melhores resultados.

Catraca Livre

Foto: © iSTock/Prapat Aowsakorn

O cigarro eletrônico, conhecido como vape, se tornaram uma tendência entre jovens e adultos nos últimos anos.

Vendidos como uma alternativa ao cigarro tradicional, eles funcionam através de uma bateria que aquece um líquido contendo nicotina, formando um vapor que é inalado.

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No entanto, a popularidade desses dispositivos cresce em um ritmo mais rápido do que as pesquisas sobre seus impactos na saúde.

Agora, um novo estudo realizado pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (Forp), da Universidade de São Paulo (USP), revelou que o uso frequente de vapes pode aumentar o risco de cáries e causar danos à superfície dos dentes.

Os pesquisadores descobriram que a exposição ao vapor dos cigarros eletrônicos provoca a perda de minerais essenciais para a estrutura dentária, tornando os dentes mais frágeis e suscetíveis a doenças.

Como Foi Feito o Estudo? Para entender melhor os efeitos do cigarro eletrônico nos dentes, os pesquisadores da USP desenvolveram uma máquina especial capaz de simular a inalação do vapor dos vapes.

Com esse equipamento, foi possível testar, em laboratório, como o contato contínuo com o vapor afeta a superfície dentária ao longo do tempo.

Os testes foram realizados em dentes humanos doados ao Biobanco de Dentes Humanos da Forp, uma instituição que armazena amostras biológicas para pesquisa.

Durante o experimento, os dentes foram expostos ao vapor do cigarro eletrônico por quatro horas diárias, durante 30 dias consecutivos.

O protocolo simulava tragadas de três segundos, com um minuto de intervalo entre elas, reproduzindo um padrão de uso semelhante ao de um usuário real.

Ao longo do estudo, os pesquisadores utilizaram um total de 52 ml de líquido vaporizável (conhecido como e-líquido), que continha 50 mg de nicotina por mililitro.

Isso equivale a 2600 mg de nicotina, quantidade encontrada em aproximadamente 1733 cigarros comuns, ou cerca de 87 maços de cigarro.

Os Principais Danos Causados pelo Cigarro Eletrônico nos Dentes Os resultados da pesquisa mostraram que o vapor do cigarro eletrônico causa desmineralização do esmalte e da dentina dos dentes, tornando essas estruturas mais frágeis e vulneráveis a cáries e outros danos.

Esmalte e dentina enfraquecidos O esmalte dos dentes funciona como uma barreira protetora contra bactérias e substâncias nocivas.

No entanto, a exposição ao vapor dos vapes reduziu a resistência dessa camada protetora, facilitando o aparecimento de cáries.

Além disso, a dentina (camada interna do dente) também foi afetada, ficando menos resistente.

Ambiente favorável para bactérias Outro ponto preocupante é que o vapor do cigarro eletrônico cria um ambiente mais propício para o crescimento de bactérias na boca, principalmente a Streptococcus mutans, responsável pelo desenvolvimento das cáries.

Essa bactéria utiliza os resíduos do líquido vaporizável para formar uma película chamada biofilme, que gruda na superfície dos dentes e contribui para a destruição do esmalte dentário.

Calor do vapor e agravamento dos danos Além dos componentes químicos presentes no e-líquido, o próprio calor gerado pelo cigarro eletrônico também contribui para os danos nos dentes.

O aquecimento constante do líquido pode intensificar a desmineralização do esmalte, tornando os dentes ainda mais vulneráveis a lesões.

Comparação Entre Cigarro Comum e Cigarro Eletrônico Embora muitas pessoas acreditem que o cigarro eletrônico seja uma alternativa mais segura ao cigarro convencional, a pesquisa da USP mostra que essa ideia pode ser enganosa.

Nicotina em excesso: Enquanto um cigarro comum contém cerca de 1,5 mg de nicotina, os vapes podem fornecer até seis vezes mais nicotina em uma única sessão de uso.

Esse alto nível de exposição à nicotina não só causa dependência, mas também pode ter efeitos negativos na saúde bucal e geral.

Falta de regulamentação e substâncias desconhecidas: Muitos líquidos usados nos cigarros eletrônicos contêm substâncias químicas que ainda não foram completamente estudadas.

Isso significa que os usuários podem estar inalando compostos prejudiciais sem saber.

Impacto na saúde geral: Além dos danos à saúde bucal, estudos anteriores já relacionaram o uso de vapes a problemas cardiovasculares e respiratórios, aumentando o risco de doenças como hipertensão e problemas pulmonares.

Falta de Consenso Sobre os Riscos de Longo Prazo Um dos grandes desafios em relação ao cigarro eletrônico é a falta de consenso científico sobre os danos de longo prazo.

Como o uso desses dispositivos ainda é relativamente recente, muitas das consequências para a saúde só poderão ser completamente compreendidas nos próximos anos.

Os pesquisadores da USP destacam que mais estudos são necessários para entender todos os impactos dos vapes na saúde bucal e no organismo como um todo.

No entanto, os resultados obtidos até agora já servem como um alerta para os riscos do uso contínuo desses dispositivos.

Cuidados Para Proteger a Saúde Bucal Diante dessas descobertas, é essencial adotar medidas para proteger os dentes e evitar problemas como cáries e desgaste do esmalte.

Algumas recomendações importantes incluem:

Evitar o uso de cigarros eletrônicos: Como mostram os estudos, os vapes podem causar danos significativos aos dentes e à saúde em geral.

Manter uma boa higiene bucal: Escovar os dentes pelo menos três vezes ao dia com creme dental fluoretado e usar fio dental diariamente ajuda a remover resíduos e prevenir cáries.

Consultar um dentista regularmente: Exames frequentes ajudam a identificar problemas bucais antes que eles se tornem mais graves.

Beber bastante água: A saliva tem um papel importante na proteção dos dentes, ajudando a neutralizar ácidos e eliminar bactérias.

Manter-se hidratado auxilia nesse processo. O cigarro eletrônico pode parecer inofensivo à primeira vista, mas os danos que ele pode causar à saúde bucal são preocupantes.

Saúde Lab

Foto: Reprodução

O segundo dia de atividades do II Seminário Piauiense sobre Hanseníase teve início nesta quinta-feira (30), com palestras sobre temas essenciais para o enfrentamento da doença. Entre eles, o desenvolvimento de uma vacina, a Linha de Cuidado da Hanseníase no Piauí e os protocolos para o atendimento da população.

seminariohanseniase

O evento contou com a participação dos palestrantes Verônica Schmitz Pereira, pesquisadora e chefe do Laboratório de Hanseníase da FIOCRUZ, e Ciro Martins Gomes, coordenador-geral de Vigilância da Hanseníase e Doenças em Eliminação do Ministério da Saúde.

"Precisamos de novas ferramentas para eliminar a hanseníase como um problema de saúde pública, e o desenvolvimento da vacina é uma dessas opções. Trazer essa informação para o Piauí e seus profissionais ajudará no processo de desenvolvimento clínico dessa vacina." afirmou Verônica Schmitz.

Ciro Martins Gomes destacou o apoio do Governo Federal no combate à doença no estado. "Além do apoio do Ministério da Saúde ao Piauí nos trabalhos envolvendo a hanseníase, aproveitamos para aprender com as experiências do estado e identificar como podemos aprimorar ainda mais esse suporte," disse

O encerramento do seminário acontece na tarde desta quinta-feira (30), com a premiação de experiências desenvolvidas no estado na área da hanseníase.

Gov.pi

De cada dez casos de câncer de cabeça e pescoço no Brasil, oito são identificados em estágio avançado. É o que revela pesquisa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), publicada na revista científica internacional The Lancet Regional Health Americas. A publicação é uma das mais prestigiadas do setor.

inca

O estudo Disparidades no estágio do diagnóstico de tumores de cabeça e pescoço no Brasil: uma análise abrangente de registros hospitalares de câncer, investigou 145 mil casos entre 2000 e 2017, e também comprovou que, quanto menor o nível de educação do paciente, maior a probabilidade de diagnóstico em estágio grave.

São câncer de cabeça e pescoço os tumores que aparecem na boca, orofaringe, laringe (a região das cordas vocais), nariz, seios nasais, nasofaringe, pescoço, tireoide, couro cabeludo, pele do rosto e do pescoço, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça a Pescoço.

A maior parte das pessoas diagnosticadas com a doença tem 60 anos de idade. No entanto, o Inca observou que, nos casos mais graves, os pacientes são mais jovens, com 50, 40 e 30 anos de idade, principalmente pessoas sem o ensino básico ou educação incompleta e os mais pobres. Homens com menos de 50 anos, de baixa escolaridade, que fumam e consomem bebidas alcoólicas, eram oito em dez dos casos graves.

Os pesquisadores também chamam atenção para as desigualdades regionais na prevalência do estágio mais avançado na Região Norte do país e defendem mais ações para favorecer o diagnóstico precoce.

"O foco agora é tornar mais rápido o acesso às consultas e aos exames especializados, com menos burocracia, a partir do encaminhamento realizado pelas equipes de atenção primária", disse, em nota, a epidemiologista do Inca Flávia Nascimento de Carvalho, responsável pela pesquisa, fruto de seu doutorado.

As chances de cura para o câncer de cabeça e pescoço são de 90%, se tratado desde cedo. São sinais de alerta desconforto na garganta, uma ferida que não cicatriza, alteração na voz ou rouquidão e nódulos.

Em 2011, o presidente Luiz Inácio Lula teve um câncer de laringe que, diagnosticado, foi tratado e curado.

Agência Brasil

Foto: Inca divulgação