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"Acredito que 70% das pessoas com gordura no fígado não sabem que estão doentes." A declaração é do médico Marcos Pontes, em entrevista ao jornal Metrópoles, destacando um problema de saúde pública que frequentemente passa despercebido: a esteatose hepática. Popularmente conhecida como gordura no fígado, essa condição pode evoluir para doenças graves como cirrose e câncer de fígado, muitas vezes sem apresentar sintomas nos estágios iniciais.

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No Brasil, o câncer de fígado é o sexto tipo de câncer mais letal, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Dados de 2023 estimam cerca de 10 mil novos casos anuais, com uma taxa de mortalidade elevada devido à detecção tardia da doença. O principal fator de risco está relacionado a doenças hepáticas crônicas, como a esteatose hepática, que afeta aproximadamente 20% da população brasileira, segundo a Sociedade Brasileira de Hepatologia.

Riscos da gordura no fígado

A esteatose hepática ocorre quando o fígado acumula excesso de gordura, geralmente associado a fatores como obesidade, diabetes tipo 2, colesterol alto e consumo excessivo de álcool. Se não tratada, pode evoluir para inflamação crônica, formação de cicatrizes (fibrose) e, em casos graves, câncer de fígado.

"Ficar muito tempo com a inflamação pode causar cicatrizes no órgão, levando a problemas mais sérios, como cirrose e até a necessidade de transplante hepático na idade adulta", alerta o médico.

Sintomas que não devem ser ignorados

Os sintomas de câncer de fígado, por vezes, podem parecer inofensivos ou relacionados a outras condições, mas a atenção a sinais específicos é crucial para o diagnóstico precoce. Entre eles estão:

Icterícia: coloração amarelada nos olhos e na pele. Urina escura ou fezes claras: mudanças na coloração podem indicar problemas hepáticos. Coceira na pele: causada pelo acúmulo de bilirrubina no sangue. Perda de apetite ou náusea: sintomas comuns, mas que requerem atenção. Perda de peso inexplicável: pode ser um sinal de alerta. Cansaço extremo: associado à falência do fígado em processar nutrientes. Caroço no lado direito do abdômen: pode indicar aumento do fígado ou tumor. Prevenção e tratamento

A prevenção passa por mudanças no estilo de vida, como manter uma dieta equilibrada, praticar exercícios físicos regularmente e evitar o consumo excessivo de álcool. O diagnóstico precoce é essencial e pode ser feito por meio de exames de imagem, como ultrassonografia, e testes de função hepática.

Especialistas alertam que pacientes com fatores de risco devem realizar exames regulares e buscar acompanhamento médico para evitar o agravamento do quadro.

Aumento dos casos e desafios no Brasil

O aumento da obesidade e do diabetes tipo 2 no Brasil tem contribuído para o crescimento de doenças hepáticas. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), mais de 60% da população brasileira está acima do peso, um dos principais fatores para o desenvolvimento da esteatose hepática.

"Com o crescimento do sedentarismo e da má alimentação, estamos enfrentando uma epidemia silenciosa que impacta diretamente a saúde do fígado e pode gerar complicações graves, como o câncer", reforça o médico.

Ficar atento aos sintomas e buscar orientação médica ao primeiro sinal de alteração é a melhor forma de preservar a saúde do fígado e evitar complicações futuras.

Noticias ao Minuto

Foto: © DR

Especialista em sono infantil explica os detalhes dessa prática, que, segundo ela, deve ser ensinada desde o nascimento da criança O sono infantil é um dos temas que mais geram dúvidas entre os pais, especialmente nos primeiros meses de vida do bebê. O desejo de noites tranquilas e o receio de criar hábitos que dificultam o sono independente fazem com que muitas famílias busquem alternativas para ajudar os pequenos a dormir melhor. Segundo a especialista em sono infantil Eliana Dias, a autonomia do sono é essencial tanto para o bem-estar do bebê quanto para o dos pais.

autonomia

“A autonomia do sono é a capacidade do bebê de iniciar seu sono sozinho. Isso ocorre quando colocamos o bebê no berço, e, no início, se necessário, ajudamos um pouco com as mãos, mas ele acaba dormindo por conta própria. É importante destacar que ensinar autonomia não significa que o bebê ficará sem ninguém por perto. Ele pode ter alguém ao lado dele, no quarto, nesse processo”, explica Eliana.

Mas por que a autonomia do sono é tão importante? Quando um bebê aprende a adormecer sozinho, ele consegue lidar melhor com os despertares naturais durante a noite, voltando a dormir sem precisar de ajuda. Isso reduz as interrupções no sono dos pais e favorece o desenvolvimento saudável da criança. A especialista explica que a melhor hora para começar a ensinar essa autonomia é desde o nascimento do bebê. No entanto, ele pode desenvolver autonomia até os 3 anos de idade.

“Por exemplo, se um bebê de três meses ainda não consegue fazer um intervalo de seis horas de sono noturno, ou seja, dormir por seis horas sem precisar mamar, é hora de começar a ensinar. Se ele só dorme enquanto mama ou quando alguém o balança, é o momento de iniciar o processo de ensinar a autonomia e cortar esses hábitos, introduzindo a maneira correta de dormir”, alerta Eliana, que completa: “É muito mais difícil tirar um hábito do que criar um novo.

Quando você ensina desde o início, as chances de o bebê desenvolver a autonomia do sono são muito maiores. Se o bebê não tem essa autonomia, ele acaba dependendo da presença de alguém, do colo, do balanço ou da amamentação para adormecer. Ensinar a autonomia é, na verdade, ensinar a independência para dormir.”

Como ensiná-lo a dormir sozinho? “Algumas técnicas podem ajudar nesse processo, como a técnica do travesseiro, que consiste em colocar um travesseiro fino entre o colo e o bebê enquanto o está ninando, e, assim que ele entrar em sono profundo, colocá-lo no berço. Outra técnica importante é evitar caminhar pela casa enquanto tenta fazê-lo dormir, ou deixá-lo dormir no sofá, ao seu lado, sobre um travesseiro. Muitas vezes, os pais agem dessa forma porque não sabem como ensinar os bebês a dormir de maneira diferente. Por isso, é fundamental buscar informações durante a gravidez e se preparar para ajudar na independência do seu bebê”, conclui.

 

Foi iniciada nessa quinta-feira e vai se estender até essa sexta-feira, 22, uma oficina que está direcionada aos profissionais em saúde que fazem parte da 10ª Coordenação Regional em Saúde - 10ª CRS, que tem sede em Floriano-PI. Para o evento, foram convidados quatro palestrantes.

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Uma delas é a Dra. Iris Amaral, que está na coordenação da Rede Alyne no Piauí, que se refere à implementação da Rede de Atenção Materno-Infantil no estado. A Rede é uma atualização da antiga Rede Cegonha e tem como objetivo reduzir a mortalidade materna e infantil, oferecendo cuidado integral à gestante e ao bebê.

O programa visa garantir acesso a serviços de saúde de qualidade, com foco na redução das desigualdades, especialmente para mulheres negras, que são mais afetadas pela mortalidade materna, de acordo com notícias sobre o programa

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A outra profissional palestrante é a florianense Dra. Ana Maria, que atua com a obstetrícia e como ginecologista no Estado. Essa profissional discorreu na oficina sobre o tema: Principais Causas de Morte Materno-Infantil. Veja o que ela colocou nessa entrevista ao Piauí Notícias. 

A Dra. Iris Amaral externou sobre a vinculação da gestante, já a Dra. Rosane Santana abordou sobre a Organização da Linha de Cuidados da Criança e a última palestrante, a Dra. Ivanilde, que deve a sua palestra ao público regional ligado à 10ª CRS, estará se manifestando sobre Estratificação de Risco Gestacional.

Da redação

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem origem genética e envolve déficits na comunicação e na interação social. O diagnóstico é clínico e, geralmente, envolve uma equipe multidisciplinar — com pediatras, psicólogos e neurologistas. No entanto, novas formas de avaliação estão sendo testadas.

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Um método, aprovado nos Estados Unidos em agosto de 2023, pode revolucionar o diagnóstico precoce do autismo. Nele, os olhos das crianças são monitorados enquanto elas assistem a vídeos e o resultado pode sair em apenas 15 minutos. Mas médicos brasileiros alertam para os riscos de um único biomarcador num diagnóstico tão complexo.

O estudo é conduzido pelo brasileiro Ami Klin, diretor do principal centro de tratamento de autismo dos EUA, localizado em Atlanta. O exame foi aprovado pelo órgão regulador americano em agosto de 2023 e, por enquanto, é aplicado em crianças entre 1 ano e 4 meses e 2 anos e meio. Ainda não há previsão para que a tecnologia chegue ao Brasil — o uso depende da aprovação dos órgãos regulatórios nacionais.

O diagnóstico tradicional e os alertas para um único biomarcador O diagnóstico do autismo é clínico e pode ser feito a partir dos 18 meses. A partir dos três anos, ele tem uma validade maior, segundo o psiquiatra de crianças e adolescentes e professor de psiquiatria da USP Guilherme Polanczyk.

Ele envolve o exame direto, através de uma avaliação direta do médico com a criança, testes padronizados, a história do desenvolvimento da criança relatada pelos pais e muitas vezes por outros informantes também.

Polanczyk explicou ao g1 que a comunidade médica não tem a expectativa de um único biomarcador para o diagnóstico do autismo.

“A falta do contato ocular é um marcador muito frequente em crianças com autismo. Muitas vezes a criança no primeiro ano olha nos olhos, mas a partir de um determinado momento, esse olhar no olho fica cada vez menos frequente. Depois, isso é um alvo de tratamento e as pessoas podem desenvolver melhor essa habilidade”, diz o médico.

Mas como o autismo é muito heterogêneo, há pessoas que desde cedo não tinham contato ocular, outras que tinham e depois perderam e outras que sempre mantiveram.

Polanczyk explica ainda que o fato de o novo método de diagnóstico aprovado nos EUA ter sido avaliado numa amostra específica e num determinado contexto é o início de um processo que vai precisar ser validado em outros contextos, com outras populações.

“Será preciso entender, por exemplo, como esse marcador funciona em população com autismo e TDAH, com autismo e dificuldades sensoriais ou só com dificuldades sensoriais. Enfim, tem um processo de validação do biomarcador que exige vários estudos. A gente não tem essa expectativa de que um único marcador seja possível para o diagnóstico de algo tão complexo e tão heterogêneo”, afirma.

O médico comenta que não são 100% das pessoas com autismo que têm prejuízos de contato ocular, por exemplo. Muitas vezes, outras questões fazem com que alguém não tenha o contato ocular. Polanczyk acrescenta ainda que a comunidade médica tem ainda toda uma preocupação de oferecer tratamento e intervenções para quem tem o diagnóstico.

“Uma disseminação de uma ferramenta de diagnóstico de uma forma ampla na comunidade, sem que isso venha acompanhado de um treinamento maior dos profissionais, de intervenções adequadas para essas crianças com autismo ou outras condições pode ter um potencial de causar dano”, explica.

Ele comenta ainda que a possibilidade de avaliar o risco genético de cada indivíduo e o quanto isso contribui para o diagnóstico provavelmente é um biomarcador com mais potencial do que o contato ocular. Além disso, as tecnologias de inteligência artificial, que permitem lidar com muitos dados certamente vão contribuir mais para um diagnóstico mais preciso.

Saiba mais sobre o autismo O neuropediatra Carlos Gadia, especialista no tema, conversou com o Bem-Estar e explicou os sinais do TEA. Ele ressaltou que a ideia de que cada criança se desenvolve ao seu tempo é válida dentro dos limites da normalidade:

“A gente sabe que tem crianças que começam a falar com sete ou oito meses e outras que começam a falar com 16 meses. Mas uma criança com 3 anos que não está se comunicando é sempre anormal”, afirma. Segundo o médico, é preciso investigar casos em que crianças de 12 meses ainda não dão tchauzinho, não respondem quando chamadas pelo nome ou não sorriem. O mesmo vale para crianças que, em qualquer idade, apresentem regressão — ou seja, percam habilidades que já haviam adquirido.

A base do tratamento para o TEA envolve intervenções comportamentais e fonoaudiológicas, com foco no desenvolvimento da linguagem.

Gadia reforça que os pais e familiares têm papel essencial no tratamento e alerta contra a ideia de que há um “prazo de validade” para o desenvolvimento:

“Nada vai acontecer sem a participação da família. Não aceitem nenhum tipo de terapia nas quais elas sejam relegadas ao papel de espectador — do tipo: eu pego meu filho, deixo lá e vou embora. E essa ideia de que, em algum momento, as janelas de desenvolvimento do cérebro se fecham e não adianta mais fazer nada é absolutamente errada.”

O SUS oferece atendimento a pessoas com Transtorno do Espectro Autista por meio da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência, que conta com 577 unidades em todo o país.

Uma pesquisa do IBGE mostrou que 2,4 milhões de pessoas foram diagnosticadas com TEA no Brasil — o equivalente a pouco mais de 1% da população.

Já entre as crianças, dados de pesquisadores americanos indicam que uma a cada 31 vive com o transtorno do desenvolvimento.

Por Silvana Reis, g1, com informações do Bem-Estar

Foto: reprodução Fantástico