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O Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem origem genética e envolve déficits na comunicação e na interação social. O diagnóstico é clínico e, geralmente, envolve uma equipe multidisciplinar — com pediatras, psicólogos e neurologistas. No entanto, novas formas de avaliação estão sendo testadas.

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Um método, aprovado nos Estados Unidos em agosto de 2023, pode revolucionar o diagnóstico precoce do autismo. Nele, os olhos das crianças são monitorados enquanto elas assistem a vídeos e o resultado pode sair em apenas 15 minutos. Mas médicos brasileiros alertam para os riscos de um único biomarcador num diagnóstico tão complexo.

O estudo é conduzido pelo brasileiro Ami Klin, diretor do principal centro de tratamento de autismo dos EUA, localizado em Atlanta. O exame foi aprovado pelo órgão regulador americano em agosto de 2023 e, por enquanto, é aplicado em crianças entre 1 ano e 4 meses e 2 anos e meio. Ainda não há previsão para que a tecnologia chegue ao Brasil — o uso depende da aprovação dos órgãos regulatórios nacionais.

O diagnóstico tradicional e os alertas para um único biomarcador O diagnóstico do autismo é clínico e pode ser feito a partir dos 18 meses. A partir dos três anos, ele tem uma validade maior, segundo o psiquiatra de crianças e adolescentes e professor de psiquiatria da USP Guilherme Polanczyk.

Ele envolve o exame direto, através de uma avaliação direta do médico com a criança, testes padronizados, a história do desenvolvimento da criança relatada pelos pais e muitas vezes por outros informantes também.

Polanczyk explicou ao g1 que a comunidade médica não tem a expectativa de um único biomarcador para o diagnóstico do autismo.

“A falta do contato ocular é um marcador muito frequente em crianças com autismo. Muitas vezes a criança no primeiro ano olha nos olhos, mas a partir de um determinado momento, esse olhar no olho fica cada vez menos frequente. Depois, isso é um alvo de tratamento e as pessoas podem desenvolver melhor essa habilidade”, diz o médico.

Mas como o autismo é muito heterogêneo, há pessoas que desde cedo não tinham contato ocular, outras que tinham e depois perderam e outras que sempre mantiveram.

Polanczyk explica ainda que o fato de o novo método de diagnóstico aprovado nos EUA ter sido avaliado numa amostra específica e num determinado contexto é o início de um processo que vai precisar ser validado em outros contextos, com outras populações.

“Será preciso entender, por exemplo, como esse marcador funciona em população com autismo e TDAH, com autismo e dificuldades sensoriais ou só com dificuldades sensoriais. Enfim, tem um processo de validação do biomarcador que exige vários estudos. A gente não tem essa expectativa de que um único marcador seja possível para o diagnóstico de algo tão complexo e tão heterogêneo”, afirma.

O médico comenta que não são 100% das pessoas com autismo que têm prejuízos de contato ocular, por exemplo. Muitas vezes, outras questões fazem com que alguém não tenha o contato ocular. Polanczyk acrescenta ainda que a comunidade médica tem ainda toda uma preocupação de oferecer tratamento e intervenções para quem tem o diagnóstico.

“Uma disseminação de uma ferramenta de diagnóstico de uma forma ampla na comunidade, sem que isso venha acompanhado de um treinamento maior dos profissionais, de intervenções adequadas para essas crianças com autismo ou outras condições pode ter um potencial de causar dano”, explica.

Ele comenta ainda que a possibilidade de avaliar o risco genético de cada indivíduo e o quanto isso contribui para o diagnóstico provavelmente é um biomarcador com mais potencial do que o contato ocular. Além disso, as tecnologias de inteligência artificial, que permitem lidar com muitos dados certamente vão contribuir mais para um diagnóstico mais preciso.

Saiba mais sobre o autismo O neuropediatra Carlos Gadia, especialista no tema, conversou com o Bem-Estar e explicou os sinais do TEA. Ele ressaltou que a ideia de que cada criança se desenvolve ao seu tempo é válida dentro dos limites da normalidade:

“A gente sabe que tem crianças que começam a falar com sete ou oito meses e outras que começam a falar com 16 meses. Mas uma criança com 3 anos que não está se comunicando é sempre anormal”, afirma. Segundo o médico, é preciso investigar casos em que crianças de 12 meses ainda não dão tchauzinho, não respondem quando chamadas pelo nome ou não sorriem. O mesmo vale para crianças que, em qualquer idade, apresentem regressão — ou seja, percam habilidades que já haviam adquirido.

A base do tratamento para o TEA envolve intervenções comportamentais e fonoaudiológicas, com foco no desenvolvimento da linguagem.

Gadia reforça que os pais e familiares têm papel essencial no tratamento e alerta contra a ideia de que há um “prazo de validade” para o desenvolvimento:

“Nada vai acontecer sem a participação da família. Não aceitem nenhum tipo de terapia nas quais elas sejam relegadas ao papel de espectador — do tipo: eu pego meu filho, deixo lá e vou embora. E essa ideia de que, em algum momento, as janelas de desenvolvimento do cérebro se fecham e não adianta mais fazer nada é absolutamente errada.”

O SUS oferece atendimento a pessoas com Transtorno do Espectro Autista por meio da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência, que conta com 577 unidades em todo o país.

Uma pesquisa do IBGE mostrou que 2,4 milhões de pessoas foram diagnosticadas com TEA no Brasil — o equivalente a pouco mais de 1% da população.

Já entre as crianças, dados de pesquisadores americanos indicam que uma a cada 31 vive com o transtorno do desenvolvimento.

Por Silvana Reis, g1, com informações do Bem-Estar

Foto: reprodução Fantástico

O desconforto de um joelho que estala é familiar para muitos e pode gerar grande preocupação. Esta articulação, uma das mais sobrecarregadas do corpo, é frequentemente afetada por lesões. Mas será que os estalos no joelho não podem indicar um problema mais grave ?

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Segundo o Dr. Isaias Chaves, ortopedista especializado em joelho e quadril, essa é uma queixa recorrente nos consultórios, especialmente entre mulheres. “A patela, que fica na frente do joelho, ao articular com o fêmur, pode produzir estalos ou crepitações, que podem ou não ser dolorosos”, explica o médico.

O Dr. Chaves esclarece que esses estalos geralmente resultam de uma movimentação anormal da patela em relação ao fêmur, o que pode levar a lesões na cartilagem ao longo do tempo. “Estalos no joelho são um sinal de que algo não está normal”, alerta.

Por que procurar um médico? O médico destaca que o estalo pode ser o primeiro indício de um desajuste na movimentação da patela. “Dores na frente do joelho, aumento de volume e a presença de líquido na articulação (água no joelho) podem ser consequências dessa disfunção”, observa. Ele reforça que a falta de tratamento adequado pode levar a sérias lesões na cartilagem, como a condropatia patelar, comum entre mulheres.

Apesar da frequência desse problema, muitos desconhecem que ele pode ser tratado com exercícios específicos para fortalecimento muscular e correção do movimento do joelho.

Quer acesso exclusivo a conteúdos relevantes? Entre no canal da Catraca Livre no WhatsApp! 💬 Além dos estalos, outros sintomas como dor, derrame articular e perda de massa muscular da coxa merecem atenção. Esses sintomas podem indicar problemas mais sérios no joelho, já que a dor pode fazer o paciente evitar o uso do membro afetado.

“A busca por um ortopedista especializado é essencial para um tratamento adequado”, aconselha o Dr. Chaves. O tratamento envolve aliviar a dor e corrigir os movimentos para evitar atritos e estalos. Em alguns casos, pode ser necessária a intervenção cirúrgica, mas isso é raro.

O ortopedista ressalta a importância de uma abordagem multidisciplinar no tratamento dos estalos no joelho, envolvendo ortopedistas, fisioterapeutas e educadores físicos. Essa combinação, segundo ele, oferece os melhores resultados a curto e longo prazo.”Pacientes que tratam apenas os sintomas, com infiltrações ou medicamentos, frequentemente têm recaídas, pois essas medidas atuam apenas nas consequências, não na causa do problema”, conclui o Dr. Chaves.

Outras dicas de Saúde na Catraca Livre Uma pesquisa recente revelou que a prática de atividades físicas traz benefícios para a saúde do coração, independentemente do dia da semana em que são realizadas. Entenda por que praticar exercícios apenas aos finais de semana também é benéfico para o corpo.

Catraca Livre

Foto: © iStock/chanakon laorob

Com seu aroma, sabor intenso e efeito revigorante, o café é uma espécie de elixir da vida para muita gente ao redor do mundo. Cerca de 70% da população mundial degusta a bebida regularmente. Ela não serve só para despertar, mas também tem efeitos significativamente mais positivos na saúde do que se pensava anteriormente.

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De acordo com um novo estudo da Universidade de Harvard, o consumo regular de café ajuda as mulheres a envelhecerem de modo saudável. Consumir até 2,5 xícaras por dia reduz o risco de doenças cardiovasculares, especialmente em mulheres de meia-idade, e pode prevenir o diabetes tipo 2.

A pesquisa foi apresentada na reunião anual da Sociedade Americana de Nutrição, em Orlando. Ela se baseou em dados dos últimos 30 anos de cerca de 47 mil mulheres, contidos no relatório Nurses' Health Study, que desde 1984 coleta informações nutricionais e de saúde, incluindo o consumo de cafeína.

"Envelhecimento saudável" foi definido no estudo como a vida até os 70 anos ou mais, sem doenças crônicas graves ou limitações físicas, mentais e cognitivas.

Cafeína não é igual a cafeína A cafeína tem efeito revigorante porque bloqueia os receptores de adenosina no cérebro, que normalmente causam sensação de cansaço. Assim, as células nervosas funcionam mais ativamente, deixando o indivíduo mais alerta e com pensamentos mais claros. A substância também estimula a liberação do neurotransmissor dopamina, conhecido como "hormônio da felicidade", relacionado à sensação de bem-estar.

Porém o estudo de Harvard ressalva que outras fontes de cafeína, como refrigerantes de cola ou energéticos, não têm o mesmo efeito positivo. Pelo contrário: apenas um copo por dia dessas bebidas reduz a probabilidade geral de um envelhecimento saudável em 19%.

O consumo de café ou chá descafeinado tampouco promove o envelhecimento saudável. "Os resultados sugerem que o café com cafeína – ao contrário do chá ou do café descafeinado – pode auxiliar de forma única o processo de envelhecimento, preservando assim funções mentais e físicas", afirma Sara Mahdavi, que liderou o estudo.

O que é causa, o que é efeito? Os autores do estudo também abordam a questão da causalidade ou correlação: as mulheres envelhecem melhor porque bebem café regularmente, ou outros fatores proporcionam um envelhecimento saudável? Entre esse fatores poderiam estar uma dieta saudável e atividades físicas regulares. Os estilos de vida, em particular, mudaram significativamente nos últimos 30 anos.

"O consumo moderado de café pode oferecer alguns benefícios protetores quando combinado a outros comportamentos que promovem a saúde, como exercício regular, uma dieta saudável e o abandono do tabagismo. Embora este estudo reforce as indicações já existentes de que o consumo de café está associado ao envelhecimento saudável, os efeitos positivos da bebida são relativamente pequenos em comparação com a influência de hábitos de vida saudáveis em geral, e requerem mais investigação", observa Sara Mahdavi.

Vários indícios dos efeitos positivos do café O café não é nem exclusivamente saudável, nem nocivo. Consumido com moderação, pode ter efeitos positivos, enquanto o consumo excessivo pode ter consequências negativas, especialmente para os idosos, podendo causar nervosismo, aumento da pressão arterial e distúrbios do sono.

Contudo, nos últimos anos, um número surpreendente de estudos confirmou os efeitos positivos do café para a saúde. Ainda assim, são necessárias mais pesquisas para confirmar essas conclusões.

Por exemplo, em 2024, pesquisadores chineses constataram que o consumo moderado de café (três xícaras por dia) reduz significativamente o risco de problemas de acidentes vasculares cerebrais (AVCs), diabetes, hipertensão, dislipidemia e obesidade.

Segundo outros estudos, o consumo moderado reduz ligeiramente o risco de AVCs em mulheres, além de favorecer o coração, pulmões e bexiga, proteger contra doenças hepáticas e reduzir a gordura corporal. O café também protege contra a demência, inibe as placas de Alzheimer e previne o mal de Parkinson, e acredita-se que reduza o risco de depressão e proteja contra perda auditiva e tinidos.

Antioxidantes e vitaminas no café O café é composto por mais de mil componentes diferentes, dos quais cerca de 80% já foram estudados. Os mais importantes são cafeína, carboidratos, gorduras (lipídios), proteínas, ácidos, vitaminas do complexo B e outros, minerais e antioxidantes.

Ainda são necessários estudos mais aprofundados para determinar exatamente quais componentes afetam a saúde e como. No entanto, são muitos os indícios de que o consumo moderado de café pode ser realmente saudável. Para adultos saudáveis isso significa um máximo de 400 miligramas de cafeína por dia, ou seja, 3 a 4 xícaras de café de filtro ou 4 a 5 expressos.

Os componentes naturais são mais eficazes quando o café é bebido puro e sem açúcar. É melhor evitar adicionar creme, mas um pouco de leite não prejudica os antioxidantes que a bebida contém.

Antioxidantes são substâncias especiais, como o ácido clorogênico, que neutralizam os radicais livres nocivos, reduzindo assim os danos celulares, inflamação e enfermidades relacionadas à idade, como problemas cardíacos, câncer ou doenças cerebrais. Tudo isso retarda o processo de envelhecimento.

DWBrasil

Autor: Alexander Freund

Foto: © LB Studios/Connect Images/picture alliance

A sensibilidade à insulina desempenha um papel fundamental na regulação dos níveis de açúcar no sangue e no metabolismo.

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Quando uma pessoa tem baixa sensibilidade à insulina, ou seja, resistência à insulina, seu corpo precisa produzir mais insulina para manter os níveis normais de glicose no sangue, o que pode aumentar o risco de diabetes tipo 2, ganho de peso, doenças cardíacas e outros problemas metabólicos.

Mudanças no estilo de via ajudam a melhorar a sensibilidade à insulina e otimizar o funcionamento desse hormônio.

O que melhora a sensibilidade à insulina? Pratique exercícios físicos regularmente O exercício físico é uma das formas mais eficazes de melhorar a sensibilidade à insulina.

Atividades como treinamento de força, aeróbicos e exercícios de alta intensidade (HIIT) ajudam os músculos a utilizar a glicose de maneira mais eficiente, reduzindo a necessidade de insulina para manter o controle glicêmico.

Além disso, a prática regular de exercícios favorece a queima de gordura, o que também melhora a resposta do corpo à insulina.

Reduza o consumo de carboidratos refinados Dietas ricas em carboidratos refinados e açúcares podem piorar a resistência à insulina, aumentando os níveis de glicose no sangue e forçando o pâncreas a produzir mais insulina.

Substitua alimentos como pão branco, doces e refrigerantes por fontes de carboidratos complexos, como grãos integrais, vegetais e legumes. Esses alimentos liberam glicose de maneira mais lenta, o que ajuda a manter os níveis de açúcar no sangue estáveis.

Adote uma dieta rica em fibras A fibra alimentar é outro aliado importante para melhorar a sensibilidade à insulina. Alimentos ricos em fibras, especialmente as fibras solúveis, ajudam a retardar a absorção de glicose na corrente sanguínea, o que diminui a demanda por insulina.

Fontes ricas em fibras incluem vegetais, frutas com casca, leguminosas, sementes de chia, linhaça e aveia.

Mantenha um peso saudável O excesso de peso, especialmente a gordura abdominal, está fortemente associado à resistência à insulina. A perda de peso, mesmo que modesta, pode melhorar significativamente a sensibilidade à insulina.

Adotar uma dieta balanceada e praticar atividades físicas regularmente são essenciais para alcançar e manter um peso saudável.

Durma bem e reduza o estresse A privação de sono e o estresse crônico podem piorar a sensibilidade à insulina. Dormir mal afeta os hormônios que controlam o apetite e o metabolismo, enquanto o estresse aumenta os níveis de cortisol, o que interfere na função da insulina.

Para melhorar a sensibilidade à insulina, é importante garantir 7 a 9 horas de sono de qualidade por noite e adotar técnicas de gerenciamento do estresse, como meditação, ioga ou exercícios de respiração.

Consuma alimentos ricos em antioxidantes Alimentos ricos em antioxidantes ajudam a combater a inflamação no corpo, que pode contribuir para a resistência à insulina.

Frutas vermelhas, nozes, vegetais verde-escuros, chá verde e cúrcuma são exemplos de alimentos com propriedades anti-inflamatórias que podem ajudar a melhorar a sensibilidade à insulina.

Aumente a ingestão de proteínas O consumo adequado de proteínas pode ajudar a manter os níveis de açúcar no sangue estáveis e a reduzir os picos de insulina. Inclua fontes de proteínas magras, como frango, peixe, ovos, tofu e leguminosas, em todas as refeições.

As proteínas também promovem a saciedade, o que ajuda a evitar excessos alimentares que podem prejudicar o controle da glicemia.

Evite o sedentarismo Além de exercícios regulares, evite ficar parado por longos períodos. O sedentarismo prolongado, como ficar sentado por horas seguidas, pode reduzir a sensibilidade à insulina. Levante-se e caminhe alguns minutos a cada hora para estimular a circulação e promover uma melhor resposta à insulina.

Aumente a ingestão de água e evite bebidas açucaradas Manter-se hidratado é fundamental para o bom funcionamento do corpo, inclusive para a resposta à insulina.

Beber água em vez de bebidas açucaradas ou sucos pode ajudar a melhorar a sensibilidade à insulina e controlar os níveis de açúcar no sangue.

As bebidas adoçadas elevam rapidamente a glicose, exigindo mais insulina para equilibrar os níveis.

Catraca Livre

Foto: © o:eternalcreative/istock