As consequências da poluição do ar vão muito além de problemas respiratórios. Um novo estudo da Scripps Research, nos Estados Unidos, revelou que a exposição a partículas tóxicas pode contribuir para o desenvolvimento do Alzheimer.

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Os cientistas identificaram um mecanismo químico que liga a poluição do ar à perda de memória e à morte das células cerebrais, sugerindo que a inalação contínua de poluentes pode acelerar o envelhecimento do cérebro.

A descoberta abre caminho para o desenvolvimento de novos tratamentos, mas, enquanto isso, a melhor forma de proteção ainda é a prevenção.

Aqui, no SaúdeLAB, explicaremos a seguir como a poluição do ar afeta o cérebro e quais medidas podem ajudar a reduzir seus impactos na saúde.

As consequências da poluição do ar no cérebro As consequências da poluição do ar afetam todo o organismo, inclusive o cérebro.

A poluição contém partículas minúsculas e gases prejudiciais, como as finas PM2,5 e compostos de nitrato (NOx), que conseguem penetrar profundamente no corpo.

Essas substâncias chegam aos pulmões e, em seguida, podem atingir o sistema nervoso, afetando o cérebro e outras funções vitais.

Além disso, toxinas encontradas na poluição do ar, como pesticidas, fumaça de incêndios florestais e carnes processadas, podem desencadear um processo químico no cérebro conhecido como S-nitrosilação.

Esse mecanismo ocorre quando uma molécula derivada do óxido nítrico se liga a proteínas cerebrais, alterando sua função.

No caso do Alzheimer, a S-nitrosilação afeta a proteína CRTC1, essencial para a formação de conexões entre os neurônios.

Sem essas conexões, a comunicação entre as células cerebrais fica prejudicada, resultando em perda de memória e, eventualmente, morte neuronal.

Além da poluição, outros fatores como envelhecimento, inflamação crônica e o consumo de alimentos ultraprocessados também podem intensificar esse processo químico.

A poluição do ar pode acelerar o Alzheimer? O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva que afeta muita gente no mundo.

Ainda não se sabe exatamente o que causa a condição, mas o novo estudo sugere que a poluição do ar pode acelerar seu desenvolvimento.

Os pesquisadores observaram que a S-nitrosilação da proteína CRTC1 está presente desde os primeiros estágios do Alzheimer.

Isso indica que a exposição prolongada a poluentes pode contribuir para o surgimento precoce da doença, tornando a perda de memória mais rápida.

Além disso, os cientistas testaram uma abordagem inovadora para reverter os danos cerebrais.

Eles criaram uma versão modificada da proteína CRTC1, incapaz de sofrer S-nitrosilação.

Nos testes de laboratório, essa versão restaurou as funções cerebrais e melhorou a memória dos camundongos com Alzheimer.

Essa descoberta abre portas para o desenvolvimento de novos medicamentos que possam minimizar as consequências da poluição do ar no cérebro.

Outros impactos neurológicos da poluição do ar As consequências da poluição do ar no cérebro não se restringem ao Alzheimer.

Estudos anteriores já mostraram que a exposição contínua a toxinas ambientais pode aumentar o risco de outras doenças, como câncer, Parkinson e a condição do autismo.

Isso ocorre porque a inflamação e o estresse oxidativo causados pelos poluentes danificam as células cerebrais e aceleram o envelhecimento do sistema nervoso.

Além disso, pesquisas indicam que crianças expostas à poluição do ar desde cedo podem enfrentar dificuldades no desenvolvimento cognitivo, afetando a memória, a atenção e a capacidade de aprendizado.

Como se proteger dos efeitos da poluição do ar? Embora ainda não exista um tratamento definitivo para reverter os danos neurológicos causados pela poluição do ar, algumas medidas podem ajudar a reduzir a exposição e minimizar os riscos.

Algumas estratégias incluem:

Evitar áreas com alta poluição: Sempre que possível, evite locais com tráfego intenso e indústrias, especialmente nos horários de pico. Usar máscaras em dias de poluição intensa: Máscaras PFF2/N95 podem filtrar parte das partículas finas presentes no ar. Melhorar a qualidade do ar dentro de casa: Manter janelas fechadas em dias de alta poluição, usar purificadores de ar e investir em plantas que filtram o ar são boas práticas. Adotar uma alimentação antioxidante: Frutas, vegetais, oleaginosas e peixes ricos em ômega-3 podem ajudar a combater os efeitos do estresse oxidativo no cérebro. Reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados: Evitar embutidos e produtos industrializados pode diminuir a inflamação no corpo e proteger as células cerebrais. Praticar atividades físicas regularmente: O exercício físico melhora a circulação sanguínea e pode ajudar a reduzir os impactos da poluição do ar no organismo. Além das ações individuais, políticas públicas são fundamentais para reduzir as consequências da poluição do ar.

Medidas como o incentivo ao transporte público sustentável, o uso de energias limpas e a regulamentação da emissão de poluentes podem fazer uma grande diferença na saúde da população.

A pesquisa da Scripps Research reforça a importância de considerar as consequências da poluição do ar como um problema de saúde pública.

Os impactos vão além do sistema respiratório e afetam diretamente o funcionamento do cérebro.

Com mais estudos e investimentos na prevenção, podemos minimizar os riscos e buscar soluções para proteger a saúde das futuras gerações.

Saúde Lab

Foto: Canva PRO

Estudo descobre que medicamentos comuns ajudam a reduzir o risco dO Alzheimer, a forma mais comum de demência, é uma jornada silenciosa que começa com pequenos esquecimentos e pode, com o tempo, comprometer habilidades essenciais como a linguagem e a realização de tarefas do dia a dia. Essa condição progressiva afeta regiões do cérebro responsáveis pelo pensamento e pela memória, tornando-se um grande desafio para a ciência e a medicina.

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Embora a causa exata ainda permaneça um mistério, os especialistas acreditam que uma combinação de fatores genéticos, ambientais e de estilo de vida pode influenciar o seu desenvolvimento. A boa notícia? Há maneiras de fortalecer o cérebro e reduzir os riscos dessa doença.

O Dr. Gad Marshall, diretor médico de ensaios clínicos no Centro de Pesquisa e Tratamento de Alzheimer do Brigham and Women’s Hospital, compartilha três estratégias fundamentais para manter a mente afiada e retardar a progressão do Alzheimer:

Movimente-se, sua mente agradece A prática regular de exercícios físicos tem um impacto poderoso na saúde cerebral. Segundo o Dr. Marshall, atividades aeróbicas moderadas, realizadas por pelo menos 30 minutos, três a quatro vezes por semana, podem ajudar a prevenir ou retardar o avanço da doença. Caminhadas rápidas, natação e dança são ótimos aliados da memória!

Alimente seu cérebro com o melhor combustível A dieta mediterrânea se destaca como uma forte aliada contra o Alzheimer. Rica em frutas, vegetais, grãos integrais, azeite de oliva, nozes e peixes, essa alimentação equilibra os nutrientes essenciais para a saúde do cérebro. Até mesmo uma adesão parcial a esse padrão alimentar já mostra benefícios significativos.

O poder restaurador do sono Dormir bem não é um luxo, mas uma necessidade para a saúde cognitiva. Estudos mostram que um sono reparador contribui para a limpeza das proteínas amiloides no cérebro, associadas ao Alzheimer. O ideal? Oito horas de descanso por noite para garantir um cérebro mais protegido.

Ao incorporar esses hábitos no dia a dia, você não apenas cuida da sua saúde, mas fortalece sua mente contra os desafios do tempo. Pequenas escolhas hoje podem significar uma memória mais viva no futuro! 

Outras dicas de saúde na Catraca Livre Ser sociável fortalece a imunidade? Uma hipótese intrigante recente considera que, ao interagir mais com diferentes pessoas e ambientes, os extrovertidos acabam sendo expostos a uma variedade maior de microrganismos.

Catraca Livre

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Hoje, dia 28 de fevereiro, é celebrado o Dia Mundial de Combate às LER. E o que é LER? Nada mais é que uma sigla usada para Lesão por Esforço Repetitivo. De acordo com uma pesquisa feita pelo Ministério da Saúde, em um espaço de 9 anos, 67.599 casos de LER foram notificados.

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Grande parte dos casos surge por motivos relacionados ao trabalho, principalmente relacionado a atividades manuais ou braçais. Atualmente, a digitação é a causa mais comum, devido ao excesso de horas trabalhando frente ao computador.

Pessoas que trabalham em linhas de produção e/ou montagem, operando equipamentos como britadeiras, tocando instrumentos musicais, atletas de alto rendimento, correm maior risco de desenvolverem lesões por esforço repetitivo. Mexer constantemente no celular e enfrentar situações de estresse excessivo também podem contribuir para o surgimento dessas lesões.

Esse tipo de lesão afeta músculos, tendões e nervos, devido ao esforço contínuo e à sobrecarga de determinadas partes do corpo, causando dor, inflamação e até dificuldades de movimento. Formigamento e redução da força muscular também estão entre os sintomas.

Para saber o diagnóstico de LER, é necessário procurar um médico ortopedista ou até mesmo um médico do trabalho. “A dor é o principal sintoma e deve ser valorizada sempre que a pessoa tiver nos punhos, cotovelos e ombros, especialmente quando piorar durante ou após o exercício de seu trabalho”, recomenda o doutor André Tsai, ortopedista, acupunturista e vice-presidente do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura.

O profissional avaliará sintomas e histórico de saúde do paciente, focando em entender o cargo que ocupa e as funções que desempenha enquanto está no trabalho. O profissional da saúde também poderá solicitar a realização de exames como raio-x, ressonância magnética ou tomografia.

Embora os tratamentos convencionais sejam importantes, a acupuntura tem se mostrado uma opção terapêutica eficaz e complementar para aliviar os sintomas e acelerar a recuperação.

“A acupuntura já faz parte do rol de procedimentos reconhecidos pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e órgãos reguladores, sendo assim um tratamento que pode e deve ser agregado no conjunto dos outros tratamentos, como medicamentos e fisioterapia. Sua vantagem está na diminuição do uso de remédios e também oferece a possibilidade de tratar outros sintomas associados como insônia e ansiedade”, explica o doutor Tsai.

Agora, pensando em evitar estes tipos de lesões, podemos apontar a ginástica laboral como uma boa maneira de prevenir casos de LER. Além disso, realizar pausas de 15 a 20 minutos a cada três horas trabalhando, alongar o corpo e mudar são pontos importantes.

Também é importante que os locais de trabalho oferecem postos pensados na ergonomia; evitando sobrecarregar músculos, tendões e articulações e promovendo a postura correta do funcionário.

Atletas de alto rendimento, que possuem uma rotina de treinos repetitiva, também precisam realizar pausas programadas e sessões de relaxamento.

E para encerrar uma dica de ouro: beber água!

Ingerir água com frequência ajuda a manter estas estruturas hidratadas, protegendo contra o surgimento das lesões LER.

Como Ser Saudável|Renata Garofano

Foto: PEXELS/LexPhotography

O diretor da instituição, Tedros Adhanom Ghebreyesus, se alinhou com a opinião de um comitê de especialistas que considerou o nível de alerta alto justificado pelo “aumento contínuo dos casos e a disseminação geográfica, a violência no leste da República Democrática do Congo, que dificulta a resposta, bem como a falta de financiamento para implementar a resposta”, segundo o comunicado.

tedros

Tedros declarou uma emergência de saúde pública internacional em 14 de agosto de 2022 diante da rápida disseminação da doença, especialmente na República Democrática do Congo.

A Mpox é causada por um vírus da mesma família da varíola, que pode ser transmitido aos seres humanos por animais infectados, mas também de pessoa para pessoa por meio de contato físico próximo.

A doença, que foi detectada pela primeira vez em humanos em 1970 na RDC, causa febre, dores musculares e grandes lesões na pele semelhantes a furúnculos, podendo ser fatal.

Há dois subtipos da doença: clade 1 e clade 2. O vírus, há muito endêmico na África Central, chamou a atenção mundial em maio de 2022, quando o clade 2 se espalhou pelos continentes, afetando principalmente homens que se relacionam sexualmente com outros homens.

Desde então, quase 128 mil casos de Mpox foram confirmados em 130 países, incluindo 281 mortes, de acordo com os dados mais recentes da OMS.

Vacinação da população de áreas remotas terá R$ 20 milhões em 2025 O Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI), irá investir cerca de R$ 20 milhões na Operação Gota 2025, que tem o objetivo de vacinar populações que vivem em áreas remotas e de difícil acesso.

A ação abrange regiões de fronteira e comunidades indígenas, ribeirinhas, quilombolas e rurais na Amazônia Legal.

Serão disponibilizadas todas as 22 vacinas do Calendário Nacional de Vacinação, com exceção da vacina contra a dengue, que não está recomendada para áreas remotas e de difícil acesso.

Criada em 1993, a Operação Gota facilita o transporte de vacinas, medicamentos e equipes de saúde e promove treinamento especializado para as equipes locais. O Ministério da Saúde coordena e financia a operação, que conta com o apoio do Ministério da Defesa, da Força Aérea Brasileira (FAB), secretarias estaduais e Secretaria de Saúde Indígena.

O planejamento da Operação Gota 2025 foi feito em uma reunião nesta semana entre a equipe do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e a FAB. Técnicos e pilotos da FAB ficarão responsáveis pelo georreferenciamento, pontos de saída, rotas e locais de pouso nas comunidades atendidas.

Os critérios para definir as áreas contempladas incluem:

Regiões sem acesso por rodovias ou hidrovias;

Locais que exigem mais de cinco dias de viagem para atendimento;

Áreas sem visitação por mais de seis meses ao ano;

Territórios com barreiras geográficas significativas;

Regiões de floresta onde o profissional precisa permanecer por mais de quatro dias sem comunicação.

Correio do Brasil