asmaInfecções virais em recém-nascidos danificam parte do sistema imunológico e aumentam os riscos de asma no futuro, indicam estudos feitos com ratos.

 

Experimentos feitos por especialistas americanos revelaram que infecções provocadas pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) retiraram de células imunológicas a capacidade de aliviar inflamações nas vias respiratórias.

 

Em artigo publicado na revista científica Nature Medicine, a equipe da Pittsburgh School of Medicine, na Pensilvânia, Estados Unidos, afirma que a descoberta vai auxiliar a busca por formas de prevenir a asma.

 

A ONG britânica Asthma UK, que oferece apoio a pessoas afetadas, disse que o estudo tem grande potencial para o combate à doença.

 

Quando algo irrita as vias respiratórias de um paciente com asma, elas se contraem, ficam inflamadas e produzem muito muco, dificultando a respiração.

 

Causa e efeito

 

Estudos anteriores já haviam demonstrado a existência de um vínculo entre repetidas infecções pulmonares com o vírus VSR no bebê e o desenvolvimento da asma mais tarde.

 

Uma pesquisa sueca mostrou que 39% de bebês levados ao hospital por causa de infecções pelo VSR já sofriam de asma aos 18 anos de idade. Entretanto, apenas 9% de bebês que não sofreram essas infecções desenvolveram a doença.

 

Não se sabia explicar, no entanto, o mecanismo pelo qual a infecção pelo vírus resultava no desenvolvimento da asma. Agora, a equipe americana acredita ter encontrado a explicação.

 

Seus experimentos com ratos mostraram que o vírus danifica células do sistema imunológico conhecidas como células T reguladoras, impedindo-as de agir sobre inflamações.

 

Inflamações são respostas naturais do organismo a infecções ou lesões de tecidos. Em pacientes com asma, no entanto, substâncias químicas presentes no ar, trazidas pela poeira, animais ou fungos, podem desencadear respostas inflamatórias inapropriadas.

 

Infecções com o VSR provocaram uma 'perda completa da função supressora (de inflamações) pelas células T reguladoras, após a qual os ratos passaram a apresentar sintomas semelhantes aos da asma', disseram à BBC Anuradha Ray e o professor Prabir Ray, envolvidos no experimento.

 

A equipe suspeita ainda que haja uma fase específica, no início da vida do bebê, em que suas células estão mais vulneráveis a ser danificadas.

 

— Achamos que nossa descoberta pode ajudar cientistas a criar tratamentos que evitem que algumas pessoas desenvolvam asma. Sentimos que tanto abordagens profiláticas quanto terapêuticas podem ser desenvolvidas e isso é especialmente desejável em crianças com um histórico familiar da doença.

 

 

BBC Brasil

Ainda em caráter experimental, as pesquisas com células-tronco prometem grandes avanços em muitas áreas da medicina. A reprodução humana não fica para trás. Para o médico australiano Alan Trounson (foto), um dos pioneiros das técnicas de fertilização in vitro (FIV), as células-tronco podem mudar a maneira com que a reprodução humana é vista hoje. Ele esteve no Brasil em agosto para falar sobre o assunto no 16º Congresso de Reprodução Assistida, realizado no Guarujá (SP).

 

Alan foi o responsável pelo primeiro bebê de proveta da Austrália, em 1980. Desde então, seus estudos em reprodução humana contribuíram para aprimorar as técnicas utilizadas. Sua equipe gerou a primeira criança nascida de congelamento de embriões e foi pioneira no uso com sucesso de drogas de indução ovulatória nos tratamentos de FIV.

 

Para ele, muitas técnicas desenvolvidas desde que começou a estudar reprodução humana melhoraram o tratamento, como a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) e o diagnóstico pré-implantacional do embrião. Alan acredita também que o número de 5 milhões de bebês nascidos por FIV no mundo desde que a técnica passou a ser utilizada continuará crescendo rapidamente. "Em alguns países, 4% dos bebês são provenientes de FIV", diz.

 

Ele também considera importante o desenvolvimento de pesquisas com células-tronco embrionárias, que estuda desde 1998. Ele mudou sua linha de pesquisa devido a seu interesse na busca da cura para diferentes doenças, como HIV, diabetes e Parkinson. Hoje é presidente do Instituto de Medicina Regenerativa da Califórnia, nos Estados Unidos. O instituto recebeu neste ano US$ 150 milhões para realizar pesquisas com células-tronco e levar estudos à fase de testes clínicos.

 

Embora Alan não tenha como foco de suas pesquisas a reprodução humana, ele não descarta a importância das células-tronco nessa área. "No futuro, será possível produzir espermatozoides ou óvulos a partir de muitas células. O resultado vai ser mais efetivo, utilizando células do cordão umbilical, que são mais jovens", afirmou.

 

Lado ético

Embora liberados no Brasil desde 2008 e em muitos outros países, os estudos com células-tronco embrionárias ainda levantam discussões éticas. "Nós temos observado uma preferência pela utilização das células-tronco adultas e não as embrionárias, até porque consideramos o embrião uma vida, o que envolve toda uma questão de proteção e cuidado", Paulo Taitson, professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e especialista em bioética e reprodução humana.

 

Para ele, os outros tipos de células-tronco seriam melhores. "Sob o aspecto científico, as pesquisas com células-tronco adultas têm dado resultados muito melhores com uma perspectiva mais adequada. Acreditamos que possam preencher toda a demanda", afirma.

 

Alan acredita que a sociedade deve aceitar e estimular a utilização das células-tronco em geral. "Os 5 milhões de bebês pós-FIV significam uma boa medicina. A mesma medicina poderá ajudar milhões de pessoas por meio das células-tronco. Boa medicina, baseada em evidências", afirma.

 

Cross Content

O Ministério da Saúde (MS) vai incorporar ao Sistema Único da Saúde (SUS) cinco novos medicamentos para o tratamento de pessoas portadoras de artrite reumatóide. Com a novidade, os portadores da doença terão acesso a todos os medicamentos biológicos para a artrite disponíveis no mercado e registrados na Agência Nacional de Saúde (Anvisa).

 

Os novos medicamentos que passam a ser oferecidos no SUS são: abatacepte, certolizumabe pegol, golimumabe, tocilizumabe e rituximabe. A incorporação amplia a oferta de tratamento para os pacientes que não respondem aos medicamentos convencionais ou que apresentam intolerância às demais terapias. “A expectativa é ampliar o acesso e garantir medicamentos de mais alta tecnologia para os pacientes, melhorando a qualidade do tratamento e reduzindo as complicações da doença. A partir da decisão, esperamos ainda uma redução significativa dos gastos do Ministério com esses medicamentos”, afirma o ministro da saúde, Alexandre Padilha.

 

Atualmente, o SUS disponibiliza 10 medicamentos para o tratamento da doença, em 15 diferentes apresentações. Destes, três são biológicos (adalimumabe, etanercepte, infliximabe), que atendem cerca de 30 mil pessoas. Os medicamentos diminuem a atividade da doença, previnem a ocorrência de danos irreversíveis nas articulações, aliviam as dores e melhoram a qualidade de vida do paciente.

 

A escolha entre o tipo de tratamento deve ser baseada nos seguintes critérios: características do paciente, segurança, comodidade posológica, tratamentos prévios e concomitantes, conforme definição em protocolo clínico do Ministério da Saúde. O protocolo será revisto e atualizado a partir dessas incorporações.

 

O secretário de Ciências, Tecnologia e Insumos Estratégicos,  Carlos Gadelha, considera a medida um avanço na política tecnológica de saúde. “O Ministério da Saúde está tomando a dianteira na incorporação de produtos de alto impacto para o cidadão. Estamos colocando a tecnologia a serviço do SUS, gerando alternativas de tratamento, reduzindo custos e ampliando o acesso”, afirma o secretário. 

 

Atualmente, o Ministério da Saúde gasta, em média, R$ 25 mil por ano com cada paciente que utiliza medicamentos biológicos. Com esta inclusão, e a partir das negociações com os laboratórios envolvidos, o custo do tratamento por paciente pode cair para, até, R$ 13 mil por ano. Apenas em 2011, o Ministério da Saúde investiu R$ 1 bilhão na compra de medicamentos biológicos para a doença. O SUS tem o prazo de até 180 dias, a partir da publicação da portaria, para efetivar a ofertar dos medicamentos.

 

MEDICAMENTOS – De 2010 até o momento, o número de medicamentos ofertados pelo SUS, cresceu 47%, saltando de 550 para 810, conforme itens contidos na Relação Nacional de Medicamentos (Rename). A relação é atualizada a cada dois anos e inclui medicamentos da atenção básica, para doenças raras e complexas, insumos e vacinas.

 

Desde ano passado até agora, 11 medicamentos já foram aprovados para incorporação no SUS. Três foram avaliados pela nova Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) no primeiro semestre deste ano: boceprevir (hepatite tipo C), telaprevir (hepatite tipo C) e trastuzumabe (oncológico - câncer de mama).

 

 

Ascom/MS

 

Uma pesquisa publicada nessa segunda-feira, 10, mostra, pela primeira vez, que é possível desenvolver uma vacina segura e eficaz contra a dengue. Hoje, nãomosquitodengue1192012 existe nenhuma vacina ou remédio contra o vírus da dengue. A prevenção é feita sobre o mosquito transmissor – Aedes aegypti – e o tratamento da doença é apenas sobre os sintomas, com medicamentos para aliviar a febre e as dores no corpo.

 

A conclusão de que uma vacina está mais perto de ser lançada veio depois de testes feitos com mais de 4 mil crianças na Tailândia. Foi a terceira fase de testes de uma vacina candidata desenvolvida por pesquisadores do laboratório Sanofi Pasteur, e os resultados foram publicados pela revista médica “Lancet”.

 

Essa é última etapa de exames pela qual um medicamento precisa passar antes de entrar no mercado. Antes disso, ele deve ter bons resultados em animais e em etapas menores com humanos. A Tailândia foi escolhida porque é uma região onde a doença é endêmica – a mesma vacina também está sendo testada no Brasil.

 

Embora os pesquisadores estejam animados, a vacina ainda não é capaz de prevenir a dengue de uma forma geral. Um dos grandes desafios do combate ao vírus da dengue são suas variações. Existem quatro subtipos do vírus, e para cada um deles é preciso fazer uma vacina específica. Os quatro têm o mesmo potencial de provocar a doença e o mesmo perigo.

 

A vacina candidata testada na Tailândia contém em uma única dose a mistura das quatro vacinas contra cada subtipo do vírus. Contra os vírus tipo 1, 3 e 4, a taxa de imunização ficou entre 60% e 90% – o que os médicos consideram uma vacina eficaz. Além disso, não foram registrados efeitos colaterais significativos.

 

No entanto, foi registrado um número relativamente alto de casos de dengue provocados pelo vírus tipo 2, um sinal de que a vacina não funcionou contra esse alvo específico.

 

Os produtores da vacina ainda esperam pelos resultados da pesquisa na América Latina, com mais de 30 mil voluntários, para saber se a vacina poderá ser aprovada. Esses estudos devem ser concluídos em 2014.

 

G1