Na manhã desta sexta-feira, 28, profissionais da Saúde e da Educação de 64 municípios piauienses participaram de capacitação com o Programa Saúde na Escola (PSE). Durante os quatro dias de evento, cerca de 200 profissionais já passaram pela formação, que também ocorreu nos dias 25, 26 e 27 de setembro.
Os encontros aconteceram em um Buffet no Centro de Teresina e ofereceram aos participantes palestras, seminários e oficinas ministradas por técnicos da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), Secretaria de Estado da Educação e Cultura (Seduc) e apoiadores do Ministério da Saúde e Ministério da Educação e Cultura.
De acordo com a coordenadora estadual do Programa Saúde na Escola (PSE), Márcia Alcioneide, a oficina técnica leva orientações para o uso do Sistema Integrado de Monitoramento Execução e Controle (Simec). "Com a ferramenta digital, as equipes do PSE terão mais agilidade para planejar e desenvolver ações de promoção da saúde e prevenção nas 153 cidades que, hoje, são assistidas pelo programa", explica.
Após a capacitação, os servidores recebem CD com orientações para o uso do Sistema Integrado de Monitoramento Execução e Controle. Para Joara Mendes, coordenadora municipal do PSE das cidades de Parnaíba e Cajueiro da Praia, a parceria entre as Secretarias da Saúde e da Educação beneficia estudantes e comunidades em diversas regiões do Estado. "Acredito que levar saúde e prevenção ao ambiente escolar é fundamental para as escolas e também para os serviços públicos de saúde", diz.
Atualmente, o PSE beneficia em todo o Brasil 2.495 municípios e 53 mil escolas. De acordo com Márcia Vieira, técnica do MEC, para 2013, o Governo Federal pretende universalizar as ações do Programa para todos os 5.565 municípios. "Esse programa veio para fortalecer as ações que envolvam os educandos e, principalmente, o alunado. Pretendemos estendê-lo para todos os municípios brasileiros e, a exemplo do Piauí, melhorar a qualidade de vida dos alunos e da comunidade que está em torno das escolas beneficiadas", destaca.
Mesmo quem não sofre de problemas de coluna experimenta algumas vezes dores no corpo, principalmente nas costas. A razão disso é a má postura, gerada por situações e ações comuns do dia a dia. Carregar a bolsa, adaptar-se aos assentos do carro e do trabalho, movimentos impensados, entre outros, vão levando a probleminhas que podem causar dores e até lesões mais sérias. "A médio e longo prazo, causam dores e inflamações, pois a alteração biomecânica dos movimentos leva a compensações. Isso cria novas lesões por novas compensações, principalmente de quadril, que podem ganhar assimetrias, e de coluna, como escoliose", explica o terapeuta corporal Claudio Rogerio Petrin, da Clinica Davantel.
O especialista enumera atitudes comuns que alteram o equilíbrio do corpo e ensina que é preciso buscar reeducar-se no cotidiano, mudando pequenas atitudes para evitar problemas de saúde. "Fazer alongamentos de uma maneira geral também ajuda", afirma ele.
Na cadeira do trabalho
Aqui, normalmente são vários os pontos que merecem atenção. Primeiro, a região lombar costuma não ter apoio, o que faz com que os quadris sejam jogados para frente. Sentar-se assim com as costas, e não com o bumbum, faz com que o pescoço fique mais esticado do que o normal para enxergar a tela, que não fica no nível dos olhos. Além disso, a falta de apoio no cotovelo cria uma tensão adicional nos ombros.
Bolsa nos ombros
Causa desequilíbrio, pois traz alterações musculoesqueléticas pela sobrecarga de um dos lados, principalmente quando a bolsa é muito pesada, atitude comum entre as mulheres.
Salto alto
Os pés influenciam diretamente a coluna. Uma pisada ruim gera tensões desorganizadas. O salto gera uma pisada em desequilíbrio, pois a base anterior fica apoiada, trazendo os quadris para frente, o que gera dores na região.
Movimentos do dia a dia
O principal problema está na combinação de flexão e rotação. Lesões diversas ocorrem, desde pinçamentos e contraturas musculares, fazendo ações do cotidiano, como agachar para pegar algo, deitar ou levantar da cama.
Agachar da forma errada
Dobrar os joelhos e descer em direção ao chão com a coluna reta evita sobrecarga na região lombar e deve ser feito mesmo quando não se vai levantar peso. Agachar rapidamente e esticar-se para pegar algo é arriscado e pode levar a estiramentos.
Relaxar no sofá
Pode soar perfeitamente normal se jogar no sofá após um dia de trabalho, mas esse hábito cria desconfortos musculares. Os principais problemas são sentar apoiando a região lombar e não o bumbum, sofás altos para pessoas baixas e baixos para pessoas altas - dificilmente um modelo atende às necessidades de todos de uma mesma casa. Se possível, tente colocar um apoio nos pés para manter os joelhos em 90 graus e apoie a lombar. Pode ser com a ajuda de uma almofada.
Postura no carro
Quem passa muito tempo no trânsito precisa levar em conta que a postura no carro pode influenciar no equilíbrio do corpo. Mantenha a região lombar bem apoiada, o banco numa inclinação de 100 ou 110 graus e numa altura razoável sem que as pernas tenham de ficar muito esticadas para que os pés alcancem os pedais.
Cicatrizes
Os cortes feitos na musculatura e nos tecidos causam tensão na região, que será compensada de outra forma. É normal tensionar alguma região do corpo após cirurgias plásticas, por exemplo. Mulheres que se submeteram a implantes de silicone podem tensionar os ombros. A médio prazo, haverá dores.
Queixas frequentes de dor de cabeça em crianças devem ser levadas a sério. Um estudo recente concluiu que 7,9% das crianças brasileiras de 5 a 12 anos têm enxaqueca. O levantamento, apresentado este mês no 26.º Congresso Brasileiro de Cefaleia, é o primeiro a avaliar a prevalência da enxaqueca infantil no País. Ao contrário do que o leigo geralmente pensa, criança tem enxaqueca e é uma doença que traz prejuízos.
Quando não recebe atendimento adequado, essa criança pode desenvolver dificuldades emocionais, diz o autor do estudo, o neurologista Marco Antonio Arruda, diretor do Instituto Glia de Cognição e Desenvolvimento. Outra conclusão é que crianças com cefaleia têm o desempenho escolar prejudicado. Os resultados completos serão publicados na edição de outubro da revista científica Neurology.
Apenas 17,9% das crianças brasileiras nunca se queixaram de dores de cabeça, de acordo com a investigação. E, além dos 7,9% que têm enxaqueca episódica, 0,6% apresenta a forma crônica da doença, que se caracteriza por dores em mais de 15 dias por mês. Quanto ao impacto nas atividades escolares, o levantamento descobriu que, na população com enxaqueca, o risco de ter dificuldade em prestar atenção na aula é 2,8 vezes maior do que entre as crianças saudáveis. Já o risco de ter um desempenho abaixo da média é 32,5% maior entre as com enxaqueca episódica e 37,1% maior entre as com enxaqueca crônica. O problema também é motivo de faltas: 32,5% das crianças com enxaqueca episódica perdem dois ou mais dias de aula por causa da dor. Além disso, os sintomas de depressão e ansiedade têm um risco 5,8 vezes maior de aparecerem nas crianças com enxaqueca.
Arruda coordena uma comunidade acadêmica que integra neurologistas e educadores. Em 2008, foram recrutados 124 professores que faziam parte dessa comunidade e estavam dispostos a participar da pesquisa. Eles foram treinados para a aplicação de questionários e a colheita da amostragem ideal. No total, foram avaliadas 5.671 crianças de 18 Estados e 87 cidades brasileiras. Para identificar os sintomas relativos à cefaleia, os professores aplicaram um questionário validado cientificamente para os pais das crianças. Já a avaliação do desempenho escolar foi preenchida pelos próprios professores. Em seguida, esses dados foram cruzados para se encontrar a relação entre a enxaqueca e os estudos.
De acordo com o neurologista do Hospital Israelita Albert Einstein Mario Fernando Prieto Peres, os principais sinais de que a criança pode estar sofrendo de enxaqueca, além das queixas frequentes de dor de cabeça, são enjoo, vômito, incômodo com luz ou barulho, relato de alteração visual e de dores pulsantes. O neuropediatra Carlos Takeuchi, do Hospital Infantil Sabará, observa que, no caso das crianças, gatilhos comuns para a cefaleia são excesso de sol, longos períodos de jejum e o consumo de alguns alimentos. Atualmente, o tratamento para enxaqueca infantil segue três passos: analgésicos para as crises, alteração de hábitos que desencadeiam a dor e, caso as mudanças não sejam suficientes para cessar o problema, aplica-se também um tratamento profilático com medicamento de uso contínuo.
Apesar do crescimento de 12,7% no número de transplantes de órgãos anunciado nesta quinta-feira, 27, o Brasil ainda está longe do número considerado ideal por especialistas na área. Médicos que trabalham com transplantes consideram um objetivo a ser atingido o número 30 doadores para cada milhão de habitantes – o que, no mundo, apenas a Espanha atinge. No Brasil, foram 12,8 doadores para cada milhão no primeiro semestre de 2012.
“Nós não estabelecemos uma meta escrita, é uma meta consensual”, disse o nefrologista José Medina Pestana, presidente da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). “É o máximo que se alcança. Depois disso, a tendência é até diminuir. Nos EUA, o número é o mesmo há dez anos”, completou.
Na visão do especialista, o Brasil ainda levaria "pelo menos dez anos" para se aproximar dos valores ideais. “O Brasil está crescendo 10% a 15% ao ano. Não se cresce por decreto, é devagar”, afirmou Medina.
Segundo ele, o país faz hoje aproximadamente metade dos transplantes da América Latina e tem números semelhantes aos de países como Chile, Uruguai e Argentina. No panorama mundial, o Brasil fica entre os 20 mais eficazes do mundo em número por milhão de habitantes, ainda segundo o presidente da ABTO – que é uma sociedade médica e sem fins lucrativos.
Estados em queda
Apesar do aumento nacional, quatro estados registraram queda no número de transplantes feitos nos primeiros seis meses do ano, em comparação com 2011: Alagoas, Mato Grosso, Paraíba e Rio Grande do Sul. Segundo dados do Ministério da Saúde repassados a reportagem, a Paraíba teve redução de 61%. Já Alagoas registrou queda de 31% nos transplantes. Mato Grosso fez 17% menos transplantes em comparação com 2011. O Rio Grande do Sul teve redução de 3%.
São Paulo e Ceará registraram leve aumento no número de transplantes – respectivamente 1% e 4%, respectivamente. Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins não realizam transplantes, segundo o Ministério da Saúde, e por isso não constam no quadro ao lado. Para Medina, variações de até 10%, tanto para mais quanto para menos, devem ser encaradas como normais. Por isso, mesmo com a queda de 3%, a situação do Rio Grande no Sul preocupa menos que a de outros estados que tiveram alta como, por exemplo, a Bahia, que cresceu 60%. Com uma população maior do que a gaúcha, o estado nordestino fez menos de um terço das operações.
Nos estados com maior variação, como a Paraíba, a queda pode ser explicada por detalhes, como, por exemplo, a troca na coordenação no programa de transplantes, aponta Medina. O presidente da ABTO enfatizou que a Paraíba é um estado pequeno – com 3,7 milhões de habitantes – e que alterações de poucos números podem ter grande impacto percentualmente.
Por isso, é mais importante observar dados como a série histórica, e o Brasil tem registrado crescimento ano após ano. Ao todo, entre janeiro e junho deste ano, foram feitos 12.287 transplantes no Brasil, contra 10.905 no mesmo intervalo de 2011. Entre o primeiro semestre do ano passado e o de 2010, foi registrado um acréscimo de 10% nessas cirurgias.
Segundo o Ministério da Saúde, no ano passado, a pasta considerava os transplantes autólogos (a partir da médula do próprio paciente). Neste ano, o levantamento só considerou o transplante de órgãos de outros pacientes.
Condições
O rim é o órgão que deixa mais pacientes na fila – são 19 mil brasileiros à espera desse transplante. O volume pode ser explicado tanto pela disponibilidade do órgão quanto pela recorrência das doenças que o atingem. A insuficiência renal pode ser provocada por problemas como a diabetes, a pressão alta e por doenças específicas do rim. “No Brasil, as doenças renais propriamente ditas ainda são a maior causa de transplantes, enquanto nos EUA é a diabetes”, explicou o nefrologista Agenor Stallini Ferraz, coordenador da Central de Transplantes do Estado de São Paulo.
Além da questão da alta incidência dessas doenças, é mais difícil encontrar um rim em bom estado. “Qualquer um que morre pode doar córnea, mas o rim não. Menos de 10% têm o rim aproveitável”, explicou Medina, da ABTO.
O transplante a partir de um cadáver só é feito quando a pessoa morre por algum trauma craniano – como um acidente de trânsito – ou por acidente vascular cerebral (AVC). Não existe uma idade limite, mas o órgão só pode ser doado se estiver comprovadamente em bom estado.
A doação depende da autorização da família. Por isso, quem quiser ser doador, deve avisar os familiares sempre. “Sempre que ela (a família) nega, é porque o indivíduo não falou em vida. Quando ele (o doador) deixa claro que quer doar, é até um conforto para a família”, apontou Medina.