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Durante a pandemia de Covid-19, um dos sintomas mais comuns de observar é a perda abrupta e total, ou parcial, do olfato. E isso acabou sendo um indicador altamente preditivo para o diagnóstico da doença.

Cerca de 85% das pessoas infectadas pelo SARS-CoV-2 experimentam algum tipo de alteração na percepção dos odores ou no paladar. A privação desses sentidos sensoriais, tão intrinsecamente ligados à nossa experiência cotidiana, pode ter impactos significativos na qualidade de vida.

A capacidade de sentir cheiros e sabores é fundamental não apenas para identificar e desfrutar de alimentos, mas também para apreciar as experiências diárias. Os aromas estão intrinsecamente ligados a memórias, prazeres e motivações.

Além disso, a função olfativa desempenha um papel crucial na segurança e na nossa capacidade de perceber e reagir a diversos estímulos no ambiente ao nosso redor. Atuando como um alerta precoce, permitindo-nos detectar odores que podem indicar situações de risco, como a presença de fumaça, vazamentos de gás ou alimentos estragados.

Esse aspecto reforça a importância da preservação e cuidado com a função olfativa não apenas para o bem-estar individual, mas também para a segurança e a qualidade de vida em geral.

A Classificação Internacional de Doenças (CID-10) foi desenvolvida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) com o objetivo de estabelecer padrões e categorizar doenças e problemas de saúde.

Os códigos CID-10 relacionados a distúrbios do olfato e do paladar são classificados sob R43, que abrange uma variedade de condições nesta categoria. Especificamente, o código R430 é designado para casos de anosmia, que é a perda completa da capacidade de sentir odores.

O nome de quando ocorre a ausência total da sensação olfativa é a anosmia, enquanto a hiposmia representa uma diminuição na intensidade ou clareza da percepção dos cheiros.

As condições podem ter diversas causas, como exposição a substâncias químicas, infecções respiratórias, traumas na região da cabeça, e até outras condições médicas relacionadas, como distúrbios neurológicos.

O diagnóstico geralmente é feito por um médico otorrinolaringologista, com a avaliação clínica envolvendo uma investigação da história médica, exames físicos e, em alguns casos, testes de função olfativa.

Continue o texto para entender melhor as diferenças e causas da anosmia e hiposmia!

Índice:

Quais são as diferenças entre anosmia e hiposmia? Quais as causas? Diagnóstico Anosmia e hiposmia têm tratamento? Prevenções Quais são as diferenças entre anosmia e hiposmia? Anosmia e hiposmia são termos relacionados à perda do sentido do olfato, cada um descrevendo diferentes graus e características dessa condição.

Ambas as condições podem ter impactos significativos na qualidade de vida. Além de afetar a apreciação de aromas e sabores, essas condições influenciam experiências sensoriais, a capacidade de detectar odores perigosos para a segurança e as interações sociais.

Anosmia Refere-se à perda completa do sentido do olfato, impedindo as pessoas de detectar ou identificar qualquer cheiro. Capaz de se apresentar de forma temporária ou persistente, dependendo da causa.

Além da privação da capacidade de detectar odores, a anosmia também afeta o paladar, resultando em uma percepção comprometida dos sabores. Essa interligação entre olfato e paladar é crucial para a experiência completa da degustação de alimentos.

A língua, responsável pela detecção de características fundamentais, como doce, salgado, azedo, amargo e umami, colaborando de maneira íntima com o olfato para proporcionar uma compreensão total dos sabores.

A perda do olfato impacta diretamente a capacidade de discernir nuances e complexidades nos alimentos, uma vez que grande parte da nossa percepção do sabor é influenciada pela aromatização dos alimentos. Por exemplo, a fragrância de uma fruta ou a sutileza de uma especiaria contribuem significativamente para a riqueza do sabor percebido.

Em situações pouco comuns, a falta do sentido olfativo pode se manifestar desde o nascimento, caracterizando-se como anosmia congênita. Este fenômeno ocorre quando há um distúrbio genético hereditário ou um desenvolvimento anormal do sistema olfativo.

Hiposmia Caracterizada pela redução parcial da capacidade olfativa, resultando em uma diminuição na intensidade ou clareza na percepção de cheiros. Ao contrário da anosmia, onde ocorre a perda completa do olfato, os indivíduos com hiposmia não perdem totalmente a capacidade de detectar odores.

Nessa condição, as pessoas podem enfrentar desafios na identificação precisa de aromas e podem perceber uma diminuição na nitidez das experiências olfativas.

O tratamento visa abordar as causas sempre que possível, e estratégias de adaptação podem ser exploradas para ajudar a melhorar a qualidade de vida dessas pessoas.

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Quais as causas? A anosmia e hiposmia podem ter diversas causas, e a identificação do motivo é essencial para o diagnóstico e tratamento. Estando ligada principalmente ao envelhecimento, pois é comum ocorrerem mudanças nas funções sensoriais à medida que o tempo passa.

Algumas das outras causas associadas a ambas as condições:

Distúrbios Nasais Condições como pólipos nasais, sinusite crônica ou desvio de septo nasal são consideradas distúrbios nasais que podem impactar diretamente a função olfativa. Pólipos nasais são crescimentos benignos que podem obstruir as passagens nasais, reduzindo a passagem de ar e a capacidade de detectar odores.

A sinusite crônica é uma inflamação persistente dos seios paranasais, também pode prejudicar o olfato devido à obstrução e inflamação. Da mesma forma, um desvio de septo nasal, uma condição em que a parede que separa as narinas é deslocada, pode causar obstrução e afetar a percepção de cheiros.

Infecções Respiratórias Resfriados, gripes e outras infecções respiratórias superiores são frequentemente associados a uma perda temporária de olfato. Essas infecções podem inflamar as vias nasais, prejudicando a função dos receptores olfativos e dificultando a detecção de odores durante o período da doença.

Doenças infecciosas Infecções virais, como a causada pelo vírus SARS-CoV-2, responsável pela COVID-19, podem levar a uma perda temporária ou persistente do olfato. Essa relação tem sido especialmente evidente em casos de anosmia.

Traumas na cabeça Lesões na cabeça, como concussões ou fraturas do crânio, representam um risco significativo para o sistema olfativo. O impacto traumático pode danificar as estruturas como nervos e os receptores olfativos, levando a uma perda temporária ou permanente do olfato, dependendo da gravidade do trauma.

Exposição a Substâncias Químicas A exposição a produtos químicos tóxicos ou irritantes das vias respiratórias representa uma ameaça significativa ao sistema olfativo, pois pode resultar em danos diretos a essa delicada e sensível parte do corpo.

Essa exposição pode ocorrer em vários cenários, sendo os ambientes de trabalho frequentemente associados a riscos potenciais. Trabalhadores expostos a essas substâncias podem sofrer danos diretos nas células sensoriais do nariz, resultando em perda do olfato.

Produtos de limpeza doméstica ou industrial que contenham substâncias químicas agressivas, como amônia, cloro ou solventes, podem representar um perigo para o olfato, especialmente em ambientes pouco ventilados.

Profissões que envolvem a manipulação de produtos químicos, como trabalhadores de laboratórios, indústrias químicas ou serviços de limpeza industrial, estão sujeitas a um maior risco de danos afetivos devido à exposição crônica.

Em situações em que ocorre a inalação acidental de vapores tóxicos, fumaça ou poeira química em ambientes não controlados podem resultar em danos imediatos e cumulativos ao sistema olfativo.

Distúrbios Neurológicos Doenças neurológicas, como a doença de Parkinson, Alzheimer ou esclerose múltipla, podem impactar negativamente o olfato. As alterações no sistema nervoso central afetam a transmissão de sinais olfativos ao cérebro, resultando em uma diminuição na sua capacidade de identificar odores.

Medicamentos Certos medicamentos, como alguns antibióticos, antidepressivos e medicamentos para pressão arterial, podem ter efeitos colaterais que afetam o olfato interferindo na função dos receptores olfativos ou na transmissão de sinais nervosos associados ao olfato.

Diagnóstico O diagnóstico de distúrbios olfativos é uma etapa conduzida pelo médico otorrinolaringologista. O processo para diagnosticar compreende uma avaliação detalhada, envolvendo a coleta de informações por meio da anamnese, a condução de um exame físico minucioso e a realização da nasofibrolaringoscopia.

O papel do otorrinolaringologista na gestão de distúrbios olfativos é essencial devido à sua especialização nas áreas do ouvido, nariz e garganta. A perda ou alteração do olfato muitas vezes está associada a condições que afetam diretamente as estruturas nasais, onde o médico otorrinolaringologista possui expertise.

Em situações em que a perda do olfato está relacionada a condições como resfriados, alergias e sinusites, é comum observar uma resolução espontânea dos sintomas ao longo de alguns dias. Contudo, caso essa recuperação não ocorra, é imperativo entrar em contato com o médico novamente para uma avaliação mais aprofundada.

Para a investigação mais detalhada das causas é usada a endoscopia nasal, proporcionando acesso direto à fenda olfatória e permitindo uma visualização precisa das estruturas nasais. Em conjunto, exames de imagem como tomografia computadorizada e ressonância magnética são frequentemente empregados para uma avaliação abrangente.

A ressonância magnética, em particular, destaca-se na análise do bulbo olfatório, tratos olfatórios e possíveis causas intracranianas dos distúrbios da olfação.

A combinação dessas abordagens diagnósticas oferece uma visão geral, permitindo ao profissional de saúde identificar com precisão a origem do distúrbio olfativo. Com base nessas conclusões, estratégias de intervenção específicas podem ser adotadas, proporcionando um direcionamento eficaz para o tratamento do paciente.

Anosmia e hiposmia têm tratamento?

O tratamento para a anosmia e hiposmia depende da causa latente do distúrbio. Em alguns casos as condições podem ser reversíveis, especialmente se estiver relacionada a condições temporárias, como resfriados, alergias ou sinusites.

Em circunstâncias de perda do olfato persistente, a reabilitação olfativa pode ser recomendada. Isso envolve a exposição controlada a odores específicos para treinar e estimular os receptores olfativos.

Se a anosmia ou hiposmia estiver relacionada a uma infecção, alergia ou inflamação nasal, tratar a condição subjacente pode ajudar a restaurar a função olfativa.

Em determinadas situações, o médico pode optar por prescrever medicamentos, como corticosteroides intranasais, como parte do tratamento. Esses medicamentos têm a finalidade de diminuir a inflamação nas vias respiratórias superiores.

Essa abordagem visa aliviar os sintomas associados a condições como alergias, sinusites ou outras inflamações nasais, proporcionando um alívio eficaz.

A prescrição desses medicamentos e sua dosagem específica dependerão da avaliação clínica individual feita pelo profissional de saúde, levando em consideração a natureza e a gravidade da condição do paciente.

Em situações nos quais obstruções nasais, presença de pólipos ou outras irregularidades anatômicas estão desempenhando um papel na perda do olfato, intervenções cirúrgicas podem ser contempladas como parte do plano de tratamento.

Um pólipo nasal é um crescimento anormal de tecido, são pequenas protuberâncias em formato de bolsas, geralmente macias e indolores. Eles podem se formar em ambos os lados do nariz ou em apenas um.

Procedimentos cirúrgicos, como a remoção de pólipos ou a correção de desvios septais, podem ser realizados para restaurar a função olfativa. Essas intervenções visam corrigir as condições físicas que estão impactando negativamente o olfato, proporcionando assim melhorias significativas na capacidade do paciente de perceber e identificar odores.

A decisão de realizar cirurgia e o tipo específico de procedimento dependerão da avaliação detalhada feita por profissionais de saúde especializados, levando em consideração a situação clínica única de cada paciente.

No entanto, em alguns casos, especialmente quando a anosmia está associada a condições mais graves, como danos neurológicos ou distúrbios degenerativos, o tratamento pode ser desafiador e nem sempre resulta em uma recuperação completa.

Prevenções A prevenção contra a anosmia e hiposmia envolve principalmente práticas que visam preservar a saúde do sistema olfativo. Algumas medidas que podem ajudar:

Evitar exposição a substâncias tóxicas, como produtos químicos, solventes fortes, produtos de limpeza agressivos e poluentes atmosféricos; Não fumar; Tratar de possíveis infecções respiratórias; Evitar qualquer tipo de lesões na cabeça; Higiene nasal, fazendo uso de lavagem nasal. Exames de rotina e manter consultas periódicas com um profissional de saúde desempenham um papel crucial na identificação precoce de condições médicas que podem afetar a função olfativa.

Leia mais: Lavagem nasal: quando é indicada, como fazer e cuidados

O olfato faz parte do sistema complexo de percepção sensorial que contribui para identificação e apreciação dos sabores, equipado com nervos especializados, detecta uma ampla gama de odores.

A importância de realizar consultas regulares para cuidar da saúde olfativa está intrinsecamente ligada ao impacto significativo que a anosmia (perda total do olfato) e hiposmia (diminuição do olfato) podem ter na qualidade de vida e no bem-estar geral.

Consultas regulares com um profissional de saúde, especialmente um otorrinolaringologista, permitem a detecção precoce de qualquer alteração no olfato. Isso é crucial para identificar e tratar possíveis causas, como infecções, inflamações, obstruções nasais ou condições neurológicas.

O olfato desempenha um papel crucial na experiência sensorial e na qualidade de vida, a capacidade de cheirar contribui para a apreciação de alimentos, detecção de perigos (como odores de substâncias tóxicas) e a conexão emocional com o ambiente.

Além disso, a perda do olfato pode influenciar negativamente a nutrição, pois o paladar está intimamente ligado ao olfato. A incapacidade de cheirar aromas familiares também pode afetar o bem-estar emocional e a qualidade de vida.

Fique atualizado sobre este e outros assuntos relacionados à saúde, visitando o site e redes sociais do Minuto Saudável. Você terá acesso a informações regulares sobre saúde, bem-estar e dicas úteis para uma vida mais saudável.

Referências

  1. Anosmia - Distúrbios do ouvido, nariz e garganta —Manuais MSD edição para profissionais;
  2. ANOSMIA E HIPOSMIA — Otorrino Marco;
  3. Hiposmia — OtoOne;
  4. Anosmia e Hiposmia — Dr. Caio Soares; 
  5. Conheça os Distúrbios da Olfação: Hiposmia ou Anosmia! — MicroFisio SC;
  6. A estreita relação entre perda súbita de olfato e COVID-19— Scielo

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Tanto o excesso quanto a falta de carboidratos afetam a expectativa de vida. Sabe-se que os dois extremos estão relacionados a maior taxa de mortalidade e prejuízos a longo prazo, mas ainda há poucos estudos sobre o tema. Agora o dado acaba de ser reforçado por um novo estudo, publicado no The Journal of Nutrition, feito por cientistas japoneses da Universidade de Nagoya.

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Após avaliarem mais de 80 mil voluntários ao longo de quase nove anos, os autores do estudo observaram que, de modo geral, o risco de morte por doenças cardiovasculares foi maior entre aqueles que consumiam uma quantidade moderadamente baixa de carboidratos, correspondente a 40% a 50% do total energético diário.

Além disso, constatou-se que homens com ingestão inferior a 40% e mulheres que consumiam em excesso, acima de 65% do total energético ingerido, também apresentaram uma taxa de mortalidade mais elevada, abrangendo principalmente doenças cardiovasculares e câncer.

Vale ressaltar que não houve diferença significativa quanto ao tipo de carboidrato preferido. Os pacientes acompanhados tinham idades compreendidas entre 35 e 69 anos, com uma média de idade de 55 anos.

Durante esse período, eles preencheram questionários detalhados sobre a sua alimentação, fornecendo dados tanto sobre o consumo de carboidratos refinados quanto integrais, gorduras saturadas e insaturadas, além de informações sobre estilo de vida, ingestão de álcool, consumo de tabaco e frequência que praticam atividade física.

“Dietas ricas em carboidratos muitas vezes incluem carboidratos refinados, como arroz branco e pão branco, e esses alimentos costumam refletir hábitos alimentares de baixa qualidade, o que pode levar a uma carga glicêmica cronicamente alta, resultando em consequências metabólicas negativas associadas ao risco de mortalidade”, explica a nutricionista Serena del Favero, do Hospital Israelita Albert Einstein.

A alta glicose em circulação aumenta a possibilidade de problemas como a resistência à insulina e predisposição ao diabetes.

Dietas restritivas têm riscos Por outro lado, a restrição excessiva desse nutriente pode envolver uma redução significativa no consumo de alimentos de origem vegetal, como frutas, e, ao mesmo tempo, um aumento de proteínas e gorduras de origem animal.

“Isso pode estimular vias inflamatórias, acelerar o processo de envelhecimento biológico e aumentar o estresse oxidativo”, continua a especialista.

Portanto, os autores advertem que dietas altamente restritivas, voltadas para a perda de peso, podem não ser a estratégia mais saudável.

De acordo com eles, o ideal seria adotar uma alimentação balanceada que assegure uma ingestão energética adequada proveniente de diversas fontes. No que diz respeito aos carboidratos, a proporção recomendada seria de 40% a 70% da ingestão calórica total.

Segundo a nova diretriz da OMS (Organização Mundial da Saúde), publicada em julho, a ingestão desse nutriente deve priorizar grãos integrais, vegetais, frutas e leguminosas como feijão e lentilha.

Para orientar a quantidade adequada, o Guia Alimentar para a População Brasileira, documento do Ministério da Saúde, recomenda consumir diariamente seis porções do grupo que inclui cereais, tubérculos e raízes (como batata, mandioca e cenoura), três porções de frutas, três porções de legumes e verduras e uma porção de feijão ou outros grãos como grão-de-bico e lentilha.

Agência Einstein

Foto: Freepik

A OMS (Organização Mundial da Saúde) anunciou, nesta segunda-feira (2), que os seus especialistas aprovaram uma segunda vacina contra a malária para crianças, a R21/Matrix-M, desenvolvida pela Universidade de Oxford.

"Como pesquisador da malária, sonhava com o dia em que teríamos uma vacina segura e eficaz contra a malária. Agora temos duas", declarou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, em entrevista coletiva. Os dois imunizantes demonstraram ser seguros e eficazes na prevenção da malária, com um foco especial no continente africano, onde quase 500 mil crianças morrem anualmente devido à doença transmitida por mosquitos.

A adição da R21 à lista de vacinas recomendadas pela OMS é vista como uma resposta à demanda sem precedentes por vacinas contra a malária, já que o suprimento da RTS,S é limitado.

Essa recomendação deve aumentar a disponibilidade de vacinas e beneficiar todas as crianças que vivem em áreas com risco de malária, segundo a OMS.

A vacina R21 demonstrou alta eficácia quando administrada antes da temporada de alta transmissão de malária, reduzindo casos sintomáticos em 75% durante 12 meses após três doses, com manutenção da eficácia após uma quarta dose, um ano depois.

Isso se assemelha à eficácia demonstrada quando a vacina RTS,S é administrada sazonalmente.

Além disso, a vacina apresentou boa eficácia (66%) quando aplicada em um cronograma baseado na idade, mantendo a eficácia após a quarta dose.

Modelagens matemáticas indicam que a vacina R21 terá um alto impacto na saúde pública em várias configurações de transmissão de malária, incluindo áreas de baixa transmissão, acrescenta a OMS em nota.

A um preço de US$ 2 a US$ 4 (R$ 10 a R$ 20) por dose, a vacina R21 é considerada uma opção de custo-eficácia comparável a outras intervenções de malária e vacinas infantis recomendadas.

AFP

 

Num movimento cada dia mais intenso das mulheres em busca do parto natural e vaginal, algumas delas ainda enfrentam um obstáculo no decorrer da gravidez: o feto permanece na posição pélvica (sentado) ou deitado na transversal, em vez de estar com a cabeça para baixo (posição cefálica), o que dificultaria ou até poderia impedir a realização do parto normal.

Com o avanço da gestação e crescimento do feto, é bem difícil que ele gire sozinho para a posição correta — pode acontecer com o auxílio de alguns exercícios, pilates e até mesmo da acupuntura, mas nem sempre isso acontece.

Segundo dados da literatura, cerca de 3% a 4% dos bebês continuam sentados no final da gravidez. Além disso, aproximadamente 0,5% ficam atravessados na barriga (com a cabeça para um lado e pé para o outro).

Apesar disso, o sonho do parto normal não precisa ser deixado de lado. Para as mulheres que querem muito ser mães sem recorrer a uma cesárea, existe uma opção chamada VCE (versão cefálica externa), que é uma manobra realizada pelo médico obstetra na barriga da gestante, sem cortes, de maneira gentil, que tem como objetivo tentar girar o feto e colocá-lo na posição cefálica (de cabeça para baixo) e, assim, aumentar as chances de um parto vaginal.

Mas não é para todo mundo. Segundo a médica ginecologista e obstetra Rita Sanchez, coordenadora do setor de Medicina Fetal do Hospital Israelita Albert Einstein, a VCE é uma alternativa indicada para mulheres que estão com um pré-natal em dia, sem nenhuma intercorrência e sem nenhuma comorbidade, como hipertensão e diabetes, cujos bebês não viraram para a posição correta quando a gravidez atinge 36 semanas ou mais.

“Antes da realização da manobra, é necessário que a gestante faça um bom ultrassom para descartar que tenha uma ‘circular de cordão’, ou seja, que o cordão umbilical esteja enrolado no pescoço, ou braço ou perna do feto. Além disso, o bebê não pode ter restrição de crescimento, alterações de Doppler, nem nenhum outro problema que possa se tornar um risco para o bebê”, explica a médica.

O procedimento deve ser realizado após 35 semanas de gestação, sendo o período ideal entre a 36ª e a 37ª semanas da gravidez.

“Isso porque o bebê não está tão grande a ponto de dificultar a manobra, e nem tão prematuro a ponto de que seja um problema caso seja preciso realizar o parto caso aconteça alguma complicação”, explicou Rômulo Negrini, coordenador-médico da Obstetrícia do Hospital Israelita Albert Einstein, que já fez cerca de 15 a 20 manobras em grávidas que acompanhava.

A VCE nem sempre requer anestesia, pois isso depende da sensibilidade da gestante e da avaliação médica.

A anestesia é recomendada nos casos em que a mãe não consegue suportar a dor durante a tentativa de aplicar a técnica. Nessas situações, a gestante é levada para o centro cirúrgico e recebe uma anestesia raquidiana, a mesma usada em cesáreas. Ela permanece acordada durante todo o procedimento.

Foi o que aconteceu com a dona de casa Aline da Silva Gama, de 30 anos. Ela planejou a gravidez e seguiu o pré-natal à risca, com o objetivo de fazer um parto normal. Mas Joana, a bebê, insistia em ficar na posição sentada.

A partir da 22ª semana de gestação, Aline passou a ser acompanhada por uma enfermeira obstétrica e, juntas, iniciaram uma maratona de exercícios e técnicas caseiras na tentativa de fazer Joana virar de cabeça para baixo — todas sem sucesso.

“Tentamos de tudo, e Joana não virava. Eu estava frustrada e desesperada, achando que teria que ir para uma cesárea de qualquer jeito. Mas o meu médico [Rômulo Negrini] comentou a respeito dessa manobra. Na época, eu nem sabia que era possível. Fiquei um pouco receosa, com medo de dar errado, mas acabei aceitando e foi a melhor decisão possível”, conta ela, ao lembrar que após ser anestesiada e o médico iniciar a manobra, Joana mudou de posição rapidamente. “Acho que não demorou nem cinco minutos, foi surpreendente”, disse.

Metade das grávidas consegue Segundo Negrini, a literatura aponta que o procedimento é bem-sucedido em 35% a 86% das vezes (sendo a média de 58%), portanto a gestante precisa estar ciente de que existe a chance de insucesso.

“Além disso, mesmo que a manobra seja inicialmente bem-sucedida, não há garantia de que o bebê permanecerá com a cabeça para baixo (cefálico) até o final da gravidez. Mais que isso, mesmo que o procedimento dê certo e o bebê esteja de cabeça para baixo no momento do nascimento, as chances de parto vaginal são de cerca de 80%”, frisou o médico.

Importante destacar também que a versão cefálica externa não é livre de riscos e um deles é justamente a necessidade de fazer uma cesariana de emergência (é um risco baixo, mas ele existe).

Outros riscos incluem mudanças transitórias no ritmo de batimento do coração do bebê; sangramento vaginal; descolamento da placenta; prolapso do cordão umbilical e até mesmo óbito do bebê.

“Algumas complicações geram cesariana de emergência, mas as complicações são bastante raras. O benefício associado à manobra é apenas a possibilidade de um parto normal com menos riscos associados”, disse Negrini.

A mulher que deseja um parto normal e descobre que o bebê está sentado deve procurar um especialista na técnica porque nem todos os obstetras possuem treinamento para a realização dessa manobra. Em geral, aqueles obstetras que não se sentem capacitados para fazê-la devem encaminhar a paciente para outros profissionais habilitados. “O mais importante é entender os riscos e os benefícios envolvidos na manobra e tomar uma decisão consciente”, finalizou Negrini.

da Agência Einstein

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