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De acordo com um relatório divulgado pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia, 74,8% de todos os casos de deficiência visual no Brasil são de astigmatismo,, miopia,catarata e erro refrativo.

Essa estatística evidencia uma situação alarmante, já que demonstra o impacto considerável que a cegueira e a diminuição da capacidade visual podem exercer sobre a qualidade de vida das pessoas afetadas.

Outros problemas oculares como o glaucoma, a degeneração macular relacionada à idade (DMRI) e a retinopatia diabética também emergem como importantes causas de perda de visão no país. Essas condições oftalmológicas demandam atenção e cuidados especiais, pois podem levar a complicações sérias se não forem detectadas e tratadas a tempo.

A incidência desses problemas é quase quatro vezes maior entre pessoas que vivem em condições de pobreza e analfabetismo.

Essa disparidade enfatiza a necessidade de políticas de saúde pública que busquem equidade no acesso aos cuidados oftalmológicos. E que também promovam a educação sobre a importância da saúde ocular em todas as camadas da sociedade.

Essas doenças associadas podem ser podem ser prevenidas em aproximadamente 80% dos casos, se medidas de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento forem implementadas.

Não deixe de acompanhar a leitura desse artigo para entender quais doenças estão associadas à visão e receber dicas de como preveni-las .

Índice:

Importância de cuidar da vista Problemas oculares Quais são os melhores alimentos para saúde ocular Dicas de cuidados e prevenção Importância de cuidar da vista A visão é um dos sentidos mais importantes que nos permite perceber e interpretar o mundo ao nosso redor. Fundada por estruturas compostas por inúmeras células especializadas que captam as ondas luminosas e na conversão delas em impulsos nervosos.

Esses impulsos são então transmitidos ao cérebro, onde são processados e interpretados, formando a base de nossa percepção visual.

A manutenção da saúde ocular é fundamental para garantir que esse sistema funcione de maneira eficaz ao longo de nossas vidas.

No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) e redes privadas de atendimento médico desempenham um papel fundamental na detecção, diagnóstico e tratamento de várias doenças e condições oculares que afetam a população.

Entre as principais condições oftalmológicas, destacam-se os erros de refração, como miopia, astigmatismo e hipermetropia, além da catarata, glaucoma e diversas doenças da retina, como a retinopatia diabética, retinopatia da prematuridade e degeneração macular relacionada à idade.

O SUS oferece tratamentos que podem ser tanto medicamentosos quanto cirúrgicos, abrangendo procedimentos como a cirurgia de catarata, o uso de medicamentos para controlar o glaucoma e até mesmo transplantes de córnea, quando necessário.

No entanto, para preservar a saúde ocular, não é apenas importante contar com a assistência médica adequada, mas também adotar boas práticas de cuidado pessoal. Uma dessas práticas é a atenção à alimentação, uma vez que alguns alimentos podem desempenhar um papel crucial na manutenção da saúde dos olhos.

Alimentos ricos em nutrientes como vitamina A, vitamina C, vitamina E, betacaroteno, luteína, zeaxantina, ômega-3 e antioxidantes são especialmente benéficos para os olhos.

Muitas condições oculares podem ser tratadas com sucesso se diagnosticadas precocemente. Problemas oculares Os erros de refração e o glaucoma estão entre as principais causas de problemas oculares, e embora sejam condições distintas, eles podem estar relacionados de forma indireta por meio de fatores de risco compartilhados.

Erros de refração ocorrem quando o olho não consegue focar a luz corretamente na retina, levando a visão embaçada ou distorcida. Embora esses erros de refração sejam geralmente corrigidos com óculos, lentes de contato ou cirurgia refrativa, a falta de correção adequada pode levar a um esforço visual excessivo ao longo do tempo.

O glaucoma, por outro lado, é uma doença ocular que envolve o aumento da pressão intraocular, resultando em danos ao nervo óptico e, eventualmente, perda de visão.

Embora a pressão intraocular elevada seja um fator de risco bem conhecido para o glaucoma, outros fatores, como histórico familiar, idade e raça, também desempenham um papel importante.

A relação indireta entre os dois reside no fato de que pessoas com erros de refração não corrigidos podem estar em risco de desenvolver fatores que aumentam a pressão intraocular, como o esforço visual constante.

Alguns exemplos de doenças associados a esses fatores são:

Miopia A miopia é conhecida como a dificuldade de enxergar de longe, é um erro refrativo comum que afeta milhões de pessoas. Ocorre devido a uma alteração na forma do olho, o que leva a um mau direcionamento da luz que entra no olho.

Em um olho saudável, a luz que passa através da córnea e do cristalino é direcionada precisamente para a retina, a parte sensível à luz do olho. Isso permite que a imagem seja focada com clareza na retina, permitindo que você veja objetos à distância com nitidez.

Porém, em pessoas com miopia, o olho normalmente é mais “longo”, ou a córnea e o cristalino têm curvaturas mais acentuadas. Isso faz com que a luz seja focalizada à frente da retina, em vez de diretamente sobre ela. Como resultado, quando olham para objetos distantes, parecem borrados ou desfocados, tornando difícil enxergá-los com clareza.

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Hipermetropia Dificuldade de observar objetos próximos, por conta da luz que é focalizada atrás da retina em vez de diretamente sobre ela, um exemplo de erro de refração.

Isso faz com que objetos próximos pareçam embaçados, enquanto a visão de longe geralmente permanece clara. A correção geralmente é feita com óculos ou lentes de contato.

Tracoma Doença ocular infecciosa e crônica, causada pela bactéria Chlamydia trachomatis. Pode causar lesões na conjuntiva, cicatrizes na córnea e, eventualmente, cegueira. A prevenção do tracoma inclui a promoção da higiene facial e o tratamento com antibióticos.

Hipermetropia Se trata da dificuldade de visualização de objetos próximos, um tipo de erro refrativo comum que ocorre quando a luz que entra no olho é focalizada atrás da retina, em vez de diretamente sobre ela.

Geralmente, pessoas com hipermetropia o olho tende a ser mais curto do que o normal ou a curvatura da córnea mais plana. Resultando em dificuldades como ler de perto, fadiga ocular, dores de cabeça frequentes e visão embaçada de objetos próximos.

Em alguns casos, a hipermetropia pode ser agravada com o envelhecimento devido à diminuição da capacidade de acomodação do cristalino. Nesses casos, a prescrição de óculos ou lentes de leitura separadas pode ser necessária para melhorar a visão de perto.

Astigmatismo É um erro refrativo causado por uma curvatura irregular da córnea ou do cristalino, levando a visões distorcidas e embasadas tanto de perto quanto de longe.

Essa curvatura irregular faz com que a luz seja focalizada em múltiplos pontos na retina, em vez de um único ponto, resultando em visões distorcidas e embasadas, tanto de perto quanto de longe.

Existem diferentes tipos de astigmatismo, e a prescrição das lentes pode variar de pessoa para pessoa, dependendo da gravidade e do tipo de astigmatismo.

Em casos mais graves de ou em pessoas que desejam uma correção mais permanente, a cirurgia refrativa, como a cirurgia a laser (LASIK ou PRK), pode ser uma opção. Esse procedimento remodela a córnea para corrigir a curvatura irregular.

Catarata A opacificação do cristalino, também conhecida como catarata, é uma condição que afeta especialmente à medida que envelhecemos. A catarata se refere à perda de clareza da lente natural dos olhos, o cristalino, que é responsável por focar a luz que entra no olho na retina, permitindo uma visão nítida e precisa.

A catarata ocorre quando as proteínas dentro do cristalino começam a se acumular e tornar-se opacas ao longo do tempo.

Esse processo pode ser causado por uma variedade de fatores, incluindo envelhecimento, exposição excessiva à luz ultravioleta, tabagismo, diabetes, uso prolongado de certos medicamentos e histórico familiar.

Os sintomas podem incluir a clássica visão embaçada, sensibilidade à luz e dificuldade em ler

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Conjuntivite Uma das condições oculares mais comuns que afeta a conjuntiva, a membrana fina e transparente que cobre a parte branca do olho (esclera) e a parte interna das pálpebras.

Essa inflamação pode ser causada por várias razões, incluindo alergias, infecções virais, bacterianas e irritantes químicos, e pode afetar uma ou ambas os olhos.

Em casos de conjuntivite viral ou bacteriana, é essencial consultar um profissional de saúde ocular para um diagnóstico preciso e tratamento adequado, que pode incluir colírios antibióticos ou antivirais. No caso da conjuntivite alérgica, geralmente o tratamento pode envolver o uso de antialérgicos e medidas para evitar a exposição a alérgenos conhecidos.

Retinopatia Diabética Complicação do diabetes que afeta os vasos sanguíneos da retina. Pode levar a hemorragias oculares, edema macular e perda de visão.

Se trata de uma complicação associada ao diabetes mellitus, uma condição crônica caracterizada por níveis elevados de açúcar no sangue. Esta condição afeta os vasos sanguíneos da retina, a parte sensível à luz do olho, e é uma das principais causas de perda de visão em pessoas com diabetes.

A retinopatia diabética se desenvolve ao longo do tempo, principalmente devido aos danos causados ​​pelos altos níveis de glicose no sangue, que afetam os vasos sanguíneos da retina.

A prevenção e o controle adequado do diabetes são essenciais para reduzir o risco de desenvolver retinopatia diabética.

Sinais de alerta Alguns sinais de alerta comuns relacionados à saúde ocular que devem ser levados a sério:

Visão embaçada ou turva; Dor nos olhos; Vermelhidão;

Coceira; Visão dupla; Dificuldade em focar; Sensibilidade à luz (fotofobia); Visão de halos ao redor das luzes; Perda de visão periférica; Secreção ocular excessiva. Se você experimentar qualquer um desses sinais de alerta ou tiver preocupações com sua visão e saúde ocular, procure um oftalmologista para um diagnóstico e tratamento adequados.

Incluir alguns dos alimentos a seguir na sua dieta de maneira equilibrada, beber bastante água e evitar o consumo excessivo de alimentos processados e ricos em gordura saturada, podem contribuir para a prevenção da saúde ocular. Ômega 3 Encontrado em peixes e azeite de oliva é altamente benéfico para a saúde ocular. Peixes de como, salmão, atum, sardinha, truta, entre outros, são ricos em ácidos graxos ômega 3, especificamente o ácido docosahexaenoico (DHA) e o ácido eicosapentaenoico (EPA).

Além disso, o ômega-3 ajuda a reduzir a inflamação no corpo, o que pode ser benéfico para a saúde ocular, pois a inflamação crônica pode contribuir para doenças oculares, como a síndrome do olho seco.

Embora o azeite de oliva não seja uma fonte tão rica de ômega 3 quanto os peixes, ele é uma excelente fonte de ácidos graxos monoinsaturados saudáveis para o coração. Esses ácidos graxos podem ajudar na redução da inflamação sistêmica e melhorar a saúde vascular, o que é benéfico para a circulação sanguínea nos olhos.

Ovos Ricos em vitamina A, que é fundamental para a saúde da córnea. Contém também luteína e zeaxantina, antioxidantes que estão presentes na retina e ajudam a proteger os olhos dos danos causados pela luz ultravioleta.

Cenoura Conhecidas por serem ricas em betacaroteno, que se transforma em vitamina A no organismo. A vitamina A é essencial para a saúde da retina e para manter a visão em boas condições.

A deficiência de vitamina A pode levar à cegueira noturna e a outros problemas oculares.

Frutas: cítricas e vermelhas Laranjas, limões e tangerinas são uma excelente fonte de vitamina C, um antioxidante que ajuda a proteger os olhos contra danos causados pelos radicais livres e importante para a saúde dos vasos sanguíneos.

Morangos, framboesas e cerejas, exemplo de frutas vermelhas, possuem antioxidantes, como vitamina C e flavonoides, que têm propriedades anti-inflamatórias e protetoras dos olhos, capazes de reduzir o risco de doenças oculares relacionadas à idade.

Grãos e oleaginosas A sua maioria possuem vitamina E em abundância, que é um ótimo antioxidante que ajuda a proteger as células dos olhos contra danos oxidativos. Alguns exemplos de grãos e oleaginosas são nozes, amêndoas e sementes de chia.

Além disso, também são fontes de ácidos graxos ômega-3.

Dicas de cuidados e prevenção Cuidar da saúde dos olhos é fundamental para manter uma boa qualidade de vida e preservar a visão ao longo do tempo. A dica mais importante é agendar consultas de rotina com um oftalmologista para verificar a saúde dos seus olhos, mesmo que não tenha problemas aparentes.

Exames de vista completos podem detectar problemas oculares precocemente, antes que eles causem danos significativos.

Caso tenha um mais específicos, como retinopatia diabética ou degeneração macular, consulte um retinólogo (um oftalmologista especializado em doenças da retina).

A seguir algumas outras dicas de cuidados que se deve ter para ter um visão de qualidade:

Correção de erros de refração, como o uso de óculos, lentes de contato ou cirurgia refrativa, se necessário; Óculos de sol com proteção UV; Higiene ocular, inclui lavar as mãos antes de tocar nos olhos e evitar coçar os olhos; Não fumar; Ter uma dieta rica em nutrientes, como vitaminas A, C, E, zinco e ômega-3; Proteção no trabalho, evite o cansaço ocular, especialmente ao usar dispositivos eletrônicos por longos períodos. Lembrando que a prevenção e a detecção precoce são fundamentais para preservar a visão. Portanto, não negligencie a saúde dos seus olhos e consulte um profissional de saúde ocular regularmente, especialmente se notar quaisquer alterações na sua visão ou desconfortos oculares.

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Segundo um estudo realizado pelo Ibope, divulgado em 2019, aproximadamente 34% da população brasileira nunca fez uma consulta com um oftalmologista.

O fato de que mais de um terço da população nunca procurou a avaliação de um oftalmologista indica que muitos indivíduos podem estar negligenciando sua saúde visual.

Essa negligência pode resultar em problemas oculares não detectados, que podem progredir e causar sérias complicações com o tempo.

Existem várias razões pelas quais as pessoas podem evitar visitar um oftalmologista, incluindo falta de conhecimento sobre a importância dos cuidados com os olhos, barreiras financeiras, falta de acesso a serviços de saúde adequados e até mesmo o medo do desconhecido.

Esses obstáculos podem ser ultrapassados pela necessidade de programas educacionais que informem o público sobre a importância das consultas oftalmológicas regulares e que promovam o acesso a serviços de saúde ocular acessíveis.

Isso pode incluir a oferta de serviços oftalmológicos em unidades de saúde pública, a realização de campanhas de saúde visual e a redução de barreiras financeiras por meio de programas de assistência social.

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Não é difícil encontrar pessoas que se queixam há anos de dores que não são detectáveis em exames de imagem e enfrentam dificuldades para obter um diagnóstico. Saber diferenciar os sintomas físicos de origem psíquica é um dos grandes desafios tanto para os médicos quanto para os pacientes. A resposta para esse intrincado mistério é a somatização, que é uma condição psicossomática que se manifesta como uma desordem física no corpo, originada ou agravada pelas emoções do paciente.

A somatização pode surgir após um trauma, separação, luto, episódio de estresse, entre outras causas. Geralmente, explicam os especialistas, aqueles que somatizam percebem apenas os sintomas físicos e não os relacionam a algum transtorno mental. “Costumo explicar que a somatização é um termo guarda-chuva que se refere a um conjunto de sintomas físicos relacionados a algum conflito intrapsíquico, mental ou estresse vivenciado por uma pessoa que tem dificuldade de falar sobre ou lidar com seus sentimentos e emoções”, explica o psiquiatra Luiz Gustavo Vala Zoldan, coordenador médico de saúde mental do Hospital Israelita Albert Einstein.

Ele diz que esse conflito interno acaba se expressando em sintomas físicos, que podem incluir dores pelo corpo, como articulares, musculares, de cabeça e abdominais, podendo até parecer uma gastrite, mas não se limitando a isso.

“A somatização pode ainda causar taquicardias, dormências, formigamentos em partes do corpo, distúrbios na fala, alterações na marcha ou até mesmo um tipo de paralisação de algum membro inferior, ou superior”, diz Zoldan.

Conforme a CID (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde), para ser considerado um somatizador, o paciente deve apresentar mais de três sintomas, de sistemas orgânicos diferentes, por mais de dois anos. São eles:

  • Dolorosos: dor de cabeça, nas costas ou articular; • Gastrointestinais: náusea, diarreia ou vômito; • Cardiorrespiratórios: falta de ar, palpitação, taquicardia ou aperto no peito; • Neurológicos: lapsos de memória, visão embaçada/turva ou dificuldade de raciocínio, dormências, paralisias, distúrbios na fala ou alterações na marcha; • Sexuais/reprodutivos: baixa libido, dores na relação sexual ou alterações no ciclo menstrual. Somatização: sintomas são reais ou inventados? O psiquiatra explica que é muito importante esclarecer que esses sintomas, dores e sensações são reais, não imaginários.

“É diferente do que chamamos de simulação ou outros processos. Na simulação, de fato, o paciente produz algum tipo de sintoma intencionalmente para algum ganho secundário. Já na somatização, não há nenhum ganho secundário. É basicamente uma resposta do corpo, como um mecanismo de proteção por não conseguir lidar com uma situação dolorosa ou estressante. É tudo real: dores, paralisias, formigamentos, espasmos em partes da musculatura, falta de sensibilidade em áreas do corpo, tudo isso sendo evidenciado por exame físico e que pode ser mensurado”, afirma.

somatizaçao

Apenas aqueles que passaram ou estão passando por um processo de somatização compreendem o peso dessa carga, que frequentemente perdura por anos. Esse foi o caso de Maria Martha da Fé, uma autônoma carioca de 58 anos, que começou a sentir os sintomas aos 38 e só conseguiu receber o diagnóstico correto aos 45.

A partir do momento em que começou a sentir episódios de mal-estar, irritabilidade, dores pelo corpo — inclusive nas articulações —, insônia e ansiedade, ela procurou ajuda médica, passando por diversas especialidades, como clínico geral, ortopedista, reumatologista e dermatologista. A autônoma também fez muitos exames, como ultrassonografias, ressonância magnética e até uma biópsia para investigar um câncer.

“Recebi diversos diagnósticos como sobrecarga emocional, síndrome de Burnout, fibromialgia, condropatia patelar (quando as lesões da cartilagem ocorrem na patela do joelho), abaulamento da coluna (hérnias de disco em estágio inicial), até que busquei um psiquiatra por indicações desses profissionais. Foram oito anos para que eu fosse diagnosticada corretamente”, conta a paciente, que participou de um grupo de apoio.

“Éramos um grupo de mulheres com a terapeuta. Colocamos ali todos os nossos sentimentos e preocupações para fora, aprendendo como lidar com nossas dores internas”, complementa. Ela conta que também foi orientada pelos médicos a praticar atividades físicas, como musculação, hidroginástica e diversos outros tratamentos para fortalecer musculatura e articulações, além de trazer relaxamento.

“Nos últimos anos, entendi que a somatização dessas dores e inflamações afeta o meu emocional, as relações sociais e conjugais, além do trabalho. Todo esse processo trouxe um prejuízo emocional muito grande. Tive que repensar toda a minha vida. É importante explicar que os sintomas não desaparecem, apenas tratamos do nosso emocional e conseguimos estabilizar os sintomas”, conta. Mecanismo de ‘luta e fuga’ No processo de somatização ocorre o mecanismo de “luta ou fuga” decorrente da preocupação excessiva com os sintomas apresentados, o que leva o organismo a liberar uma série de hormônios.

“Algumas pesquisas já revelaram que o sistema nervoso simpático guarda uma relação íntima com o estresse. Essa divisão do sistema nervoso autônomo controla as respostas do organismo em situações de perigo iminente. Por meio de uma onda de adrenalina e cortisol, o sistema nervoso simpático faz o coração bater mais rápido, a pressão arterial subir, a respiração acelerar e as pupilas dilatarem, entre outros efeitos sistêmicos que preparam o corpo para responder rapidamente em situações de luta ou fuga”, explica a coordenadora da pós-graduação em Endocrinologia do ISMD (Instituto Superior de Medicina), Claudia Chang.

Como deve ser feito o diagnóstico? Segundo Zoldan, o diagnóstico correto de somatização é obtido por meio de uma história clínica bem-feita, uma anamnese psiquiátrica adequada, além de exames físicos e psíquicos. “Os exames físicos, em especial, são fundamentais, uma vez que em casos de paralisias, parestesias ou mesmo dores é possível perceber incongruências em relação à região paralisada e que podem sugerir um diagnóstico mais somático. Ainda assim, serão necessários exames complementares para eliminar a possibilidade de causas orgânicas e fechar o diagnóstico de somatização”, explica o psiquiatra do Einstein.

O tratamento da somatização deve ser sempre com uma equipe multidisciplinar, envolvendo a participação de médicos, psicólogos e psiquiatras. O objetivo é ajudar o paciente a entender a relação entre os seus sintomas físicos e a sua saúde mental, além de desenvolver mecanismos de enfrentamento para lidar com o estresse e as emoções negativas.

“Algumas vezes o processo envolve ainda a indicação de medicamentos psiquiátricos, principalmente quando é diagnosticada uma depressão, ansiedade ou outro transtornos psiquiátricos. Nesses casos, são indicados antidepressivos, ansiolíticos ou até mesmo antipsicóticos em doses mais baixas. Entretanto, o tratamento principal da somatização é a psicoterapia, seja através de TCC (Terapia Cognitivo Comportamental), TIP (Terapia Interpessoal), psicanálise, entre outras linhas”, ressalta o especialista.

O psiquiatra sempre orienta seus pacientes diagnosticados com somatização a iniciar o processo de psicoterapia, cuidar da higiene do sono, buscar novas formas de incluir mais momentos de bem-estar e atividades prazerosas em seu dia, além de procurar maneiras diferentes de lidar com seus problemas, com apoio social e rede de proteção.

Outra recomendação essencial é não ingerir bebidas alcoólicas, drogas ilícitas ou medicamentos por conta própria, uma vez que isso pode agravar os sintomas da somatização. “Mesmo que gere uma sensação de melhora provisória, isso pode fazer com que os sintomas voltem com muito mais força”, alerta Zoldan.

Atividade física faz parte do tratamento A prática regular de atividades físicas também é recomendada, pois o movimento é uma excelente maneira de lidar com o estresse e as dificuldades da vida. Além disso, aumenta a produção de endorfina, que, por sua vez, promove uma sensação de bem-estar e auxilia na gestão do estresse.

“A endorfina é um hormônio que é produzido pela hipófise anterior em resposta a alguns estímulos, dentre eles, a atividade física. Assim como outros hormônios e neurotransmissores, como a serotonina, a ocitocina e a dopamina, possuem ação em determinadas áreas do cérebro envolvidas no mecanismo de prazer e recompensa”, explica a endocrinologista Chang. “A partir do momento em que essas áreas são ativadas, há uma redução no mecanismo de ansiedade e na ativação corticotrófica (via do cortisol), atenuando os sintomas psíquicos e, consequentemente, também os físicos decorrentes do quadro de somatização”, finaliza.

Agência Einstein

Um estudo internacional publicado no The New England Journal of Medicine no último dia 5 trouxe esperanças renovadas a pacientes que sofrem de DRT (depressão resistente ao tratamento). A pesquisa revelou que uma terapia combinada que envolve o spray nasal de escetamina demonstrou resultados notavelmente superiores em comparação com os tratamentos convencionais.

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A depressão é uma condição mental debilitante, e muitos pacientes não respondem aos tratamentos convencionais, como os antidepressivos ISRS (inibidores seletivos de recaptação de serotonina) e ISRSN (inibidores de recaptação de serotonina-norepinefrina). Um grupo de pacientes recebeu a combinação de ISRS/ISRSN e o spray nasal de escetamina, enquanto o grupo de comparação recebeu ISRS/ISRSN com quetiapina de liberação prolongada.

A descoberta mais notável foi que o spray nasal de escetamina foi superior na obtenção da remissão e na manutenção da ausência de recaída em pacientes com DRT, quando ambos os tratamentos foram usados em combinação com um ISRS/ISRSN contínuo.

O professor Andreas Reif, diretor do Departamento de Psiquiatria, Psicossomática e Psicoterapia do Hospital Universitário de Frankfurt e principal pesquisador do estudo, explicou que o tratamento adicional não precisa necessariamente ter efeito antidepressivo, mas pode aprimorar o efeito dos tratamentos existentes.

O spray nasal de escetamina, conhecido por seu efeito analgésico, demonstrou um efeito antidepressivo distinto, ao melhorar a plasticidade neuronal no cérebro, um fator frequentemente reduzido em pacientes com DRT.

Os resultados foram notáveis, com 27,1% dos pacientes no grupo do spray nasal de escetamina alcançando remissão (desaparecimento dos sintomas) na oitava semana, em comparação com apenas 17,6% no grupo de quetiapina de liberação prolongada.

Além disso, a taxa de recaída após seis meses também favoreceu os pacientes tratados com escetamina.

"Na taxa de recaída, também, que monitoramos após seis meses, os pacientes tratados com escetamina mantiveram a vantagem sobre aqueles tratados com quetiapina", comentou Reif.

Essa descoberta oferece esperança àqueles que sofrem de depressão resistente ao tratamento, uma condição que apresenta desafios significativos na área de saúde mental.

A escetamina, que já é conhecida por seu potencial antidepressivo, agora se destaca como uma opção promissora para melhorar a qualidade de vida desses pacientes.

Embora mais pesquisas sejam necessárias para confirmar esses resultados e entender completamente os benefícios dessa terapia combinada, os dados atuais fornecem um vislumbre promissor de um futuro mais brilhante àqueles que enfrentam a batalha contra a depressão resistente ao tratamento, segundo os autores.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou a escetamina, no fim de 2020, "para transtorno depressivo maior em adultos que não tenham respondido adequadamente a pelo menos dois antidepressivos diferentes com dose e duração adequadas para tratar o atual episódio depressivo de moderado a grave (depressão resistente ao tratamento) em combinação com antidepressivos orais (tais como ISRS e ISRSN)".

O medicamento, todavia, é inacessível a uma grande parcela da população, já que cada frasco custa cerca de R$ 2.500.

Até um terço dos pacientes com depressão não encontra alívio com os medicamentos convencionais, o que os coloca em risco aumentado de comorbidades, de suicídio e internações hospitalares.

A depressão resistente ao tratamento é ainda mais desafiadora, uma vez que os pacientes não apresentam melhora significativa após várias semanas de terapia.

No entanto, esse novo estudo mostrou que adicionar o spray nasal de escetamina ao tratamento existente pode ser uma solução promissora.

O estudo, denominado Escape-TRD Ph 3b, comparou dois tipos de terapias combinadas.

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Foto: Freepik

A Secretaria de Estado de Saúde (Sesapi), por meio da Diretoria de Saúde Mental, realiza nesta terça-feira, dia 10, programação alusiva ao Dia Mundial de Saúde Mental. O evento começa às 8h, no pátio da Sesapi, e será destinado aos servidores estaduais.

Na programação estão previstas práticas integrativas como dança circular, palestra, alongamento, zumba, auriculoterapia e exposição.

A palestra será ministrada pela Gerente de Prevenção ao Suicídio da Sesapi, Cláudia Aline, com o tema "O Cuidado com a Saúde Mental do Servidor".

“A saúde do servidor também é prioridade. Por conta disso, é preciso dar uma atenção especial porque todos ficamos muito sensibilizados durante a pandemia e estamos sofrendo com as sequelas desse período,” diz a Diretora de Saúde Mental, Saionara Barros.

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