A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou, nesta terça-feira (26), o uso da semaglutida, em doses semanais de até 2,4 mg, para o tratamento de sobrepeso e obesidade em adolescentes com idade a partir de 12 anos. O medicamento, cujo nome comercial é o Wegovy, tem o mesmo princípio ativo do Ozempic (aprovado para o tratamento de diabetes tipo 2), mas em um regime de dose mais elevado.
"A obesidade é uma doença que pode começar na infância ou adolescência, e até 90% dos adolescentes com obesidade podem continuar convivendo com a doença na idade adulta. Esses pacientes também correm um risco maior de desenvolver problemas de saúde graves relacionados com o peso", afirmou o fabricante do medicamento, em nota. O estudo apresentado pelo laboratório comprovou que adolescentes com obesidade que fizeram uso de 2,4 mg de semaglutida semanalmente tiveram uma redução média de 16,1% no IMC (índice de massa corporal).
O mesmo remédio já havia sido aprovado pela Anvisa para o público adulto, em janeiro deste ano. A venda no Brasil, todavia, ainda não começou.
O fármaco "imita" um hormônio que nosso intestino libera após as refeições e que atua nos receptores do cérebro que controlam o apetite, a sensação de saciedade e a fome, o GLP-1.
A chegada ao Brasil, nos próximos meses, de um novo medicamento para o tratamento de diabetes tipo 2 — após aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), na segunda-feira (25) — traz esperanças também para pacientes com obesidade. Isso porque o fármaco, a tirzepatida, também tem sido usado nos Estados Unidos em casos de obesidade, sendo esse o único remédio até o momento cujos efeitos na perda de peso se assemelham ao de uma cirurgia bariátrica.
Em um estudo realizado com mais de 2.500 pessoas obesas ou com sobrepeso e alguma doença associada, 36,2% dos participantes que tomaram injeções semanais de tirzepatida, cujo nome comercial é Mounjaro, conseguiram perder 25% ou mais do peso corporal após 72 semanas (um ano e meio).
"A cirurgia bariátrica resulta em uma redução de peso de aproximadamente 25% a 30% em um a dois anos", sublinharam os autores no documento, publicado no ano passado no The New England Journal of Medicine.
Outros grupos analisados no ensaio clínico tomaram doses semanais de 5 mg e 10 mg. O estudo constatou que todas as três doses de tirzepatida resultaram em reduções substanciais e sustentadas no peso corporal, com a dose mais alta (15 mg) mostrando o maior efeito.
Para efeito de comparação, o artigo cita a semaglutida (Ozempic), que tem sido usada off-label (sem indicação em bula) para a perda de peso.
Pacientes que fazem uso semanal de 2,4 mg de semaglutida conseguiram uma redução média do peso de 12,4%. Um terço, porém, conseguiu emagrecer 20% ou mais.
Os dois remédios são prescritos com indicações de mudanças na alimentação e prática regular de exercícios físicos como parte do tratamento.
A tirzepatida difere da semaglutida em seus mecanismos de ação, pois age em duas frentes.
O remédio é um "receptor dual de polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose", o GIP. Este é um hormônio que é liberado pelo intestino em resposta à ingestão de alimentos, especialmente glicose (açúcar).
Ele estimula a secreção de insulina pelo pâncreas, o que ajuda a reduzir os níveis de açúcar no sangue após as refeições.
Portanto, a tirzepatida tem a capacidade de interagir com os receptores para o GIP.
Em segundo lugar, é também um agonista do receptor de peptídeo-1 semelhante ao glucagon (GLP-1), função que também é da semaglutida.
O GLP-1 é outro hormônio liberado pelo intestino em resposta à ingestão de alimentos. Ele desempenha um papel importante na regulação dos níveis de açúcar no sangue, uma vez que estimula a liberação de insulina e reduz a liberação de glucagon, que é outro hormônio que aumenta os níveis de açúcar no sangue.
Um agonista do receptor GLP-1 é uma substância que imita a ação do GLP-1, ou seja, ela atua nos receptores GLP-1 do corpo como se fosse o próprio hormônio.
Estudo recente, conduzido pela UFPel (Universidade Federal de Pelotas) e pela organização global de saúde pública Vital Strategies, revelou que 56,8% dos brasileiros estão com sobrepeso ou obesidade.
Também foi identificado que 10,3% da população tem diagnóstico médico de diabetes.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) publicou o 37° boletim epidemiológico de arboviroses do ano de 2023. De acordo com os dados do informe, o Piauí apresentou mais uma vez redução no número de casos notificados de dengue, zika vírus e Chikungunya. O boletim apresenta um comparativo dos registros da 37° semana epidemiológica com o mesmo período do ano de 2022.
De acordo com os dados da Sesapi, o total de notificações de casos de dengue da 37° semana epidemiológica de 2023 apresentou uma redução de 76,8% em relação ao mesmo período do ano de 2022.
Foram 7.273 casos notificados em 2023 ao passo que o mesmo período de 2022 registrou 31.323 notificações.
Miguel leão, Morro Cabeça no Tempo, Barro Duro, Luís Correia e São João da Serra são os cinco municípios piauienses com maior incidência de casos por 100 mil habitantes. Até o momento, em 2023 o estado já registrou 04 óbitos por dengue.
No que diz respeito aos casos de zika vírus foram registrados 24 notificações em 2023, já em 2022 foram registrados 155 casos prováveis da doença. Os números representam uma redução de 84,5% no número de notificações quando comparados os anos de 2022 e 2023. Não houve registro de óbitos por zika no ano de 2023.
Os dados de Febre Chikungunya apontam que o estado teve uma redução de 64,6% nas notificações quando comparamos as 37 semanas epidemiológicas dos anos de 2022 e 2023. Em 2022 foram 10.617 registros, já em 2023 o número de notificações atingiu a marca de 4.251 registros. Em 2023 o estado registrou 02 óbitos pela doença.
Uma pesquisa da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) reforçou as evidências científicas de que as vacinas CoronaVac e Pfizer contra Covid-19 são seguras para gestantes e bebês, independentemente da fase da gestação. O trabalho faz parte do projeto Vigivac e foi publicado no periódico científico International Journal of Epidemioloy, da Universidade de Oxford, no Reino Unido.
O pesquisador Manoel Barral, um dos que assina o artigo, considera que o trabalho é mais uma evidência da segurança do uso das vacinas contra a covid nessa população, que merece atenção especial pelas suas características imunológicas. "As vacinas [contra a Covid] usadas no Brasil são efetivas e seguras", assegurou.
Resultados Os dados apontam que a vacinação contra Covid-19 não aumenta o risco de resultados adversos no nascimento. Não foi encontrado um aumento significativo de bebês com nascimento prematuro, com baixo peso ou pequeno para a idade gestacional, com Apgar abaixo de cinco (escala de avaliação clínica rápida de recém-nascidos) ou de morte neonatal.
Além disso, foi constatada uma proteção leve, mas consistente, contra o nascimento prematuro em mulheres que receberam diferentes plataformas de vacinas durante o terceiro trimestre de gravidez. As conclusões partem de dados de mais de 17 mil nascidos vivos no Rio de Janeiro em 2021, em uma parceria com a prefeitura carioca.