conectados732013Hoje em dia, é muito comum encontrar pessoas que passam o dia inteiro conectadas, seja no celular ou no computador. Porém, o uso exagerado dessas novas tecnologias é um problema preocupante, principalmente no caso das crianças, e pode trazer riscos à saúde, para a visão, braços e mãos, e até prejudicar a qualidade de vida e os relacionamentos com outras pessoas, como alertaram a pediatra Ana Escobar e o psicólogo Cristiano Nabuco no Bem Estar desta quinta-feira, 7.

 

De acordo com a pediatra, não existe uma idade considerada certa para dar os aparelhos tecnológicos para as crianças - o problema não é a idade, mas o tempo que elas permanecem contectadas. Estudos sugerem que o ideal seria que os pequenos usassem tecnologia apenas por duas horas diárias, para que eles pudessem usar o resto do dia para realizar outras atividades.

 

Geralmente, quem é viciado em tecnologia e internet tem outro problema associado, como obesidade, depressão, fobia social e também lesões por esforços repetitivos por causa dos movimentos no computador. Para conviver bem com a tecnologia, o psicólogo Cristiano Nabuco recomenda que o computador da família fique em um local de passagem da casa, principalmente para os pais conseguirem monitorar os sites que as crianças acessam.

 

De acordo com o médico, o hábito dos pais também é importante já que são eles que dão o exemplo para os filhos. Por isso, pequenas atitudes como não levar o celular para a mesa de jantar ou, se for o caso, virar a tela do telefone para baixo na mesa podem preservar o encontro da família e não afetar a convivência e o relacionamento entre cada um.

 

Além de prejudicar a qualidade de vida, o uso exagerado também pode trazer riscos para a saúde, principalmente para a visão. Um estudo realizado pelo National Eye Institute e publicado na edição de dezembro de 2009 no Archives of Ophthalmology concluiu que a prevalência de miopia entre as crianças americanas aumentou de 25% para 41,6% ao longo dos últimos 30 anos, um aumento de mais de 66%. De acordo com a pesquisa, parte desse aumento é creditada ao uso das novas tecnologias.

 

Por isso, se a pessoa começar a sentir dor de cabeça, ficar com os olhos secos, vermelhos, lacrimejantes ou com sensação de areia, com vontade de piscar mais, pode ser um sinal de alerta de que o computador ou o celular já começaram a afetar a visão. Fora isso, a necessidade de aumentar o grau dos óculos e a sensação de que a lente de contato está incomodando também são resultados desse uso.

 

Além de diminuir o uso dos aparelhos, há outras atitudes que podem ajudar a evitar esses transtornos. Por exemplo, usar o computador com o brilho baixo em um ambiente escuro, afastar focos de luz dos olhos, afastar o ar-condicionado ou ventilador do rosto, manter os aplicativos abaixo da linha dos olhos e também fazer pausas de 1 a 5 minutos a cada hora – levantar e caminhar é uma boa opção para estimular a circulação.

 

As pausas também são importantes para prevenir problemas graves com as articulações, como alertou a terapeuta ocupacional Mariana Nicolosi. Nesse caso, parar 10 minutos a cada hora para descansar e alongar as mãos é ideal porque esse é o tempo para o corpo relaxar e se recuperar. Se a pessoa já tiver alguma dor, a recomendação é utilizar gelo, órteses ou também fazer uma automassagem - nunca utilizar bolinhas para apertar porque elas podem piorar ainda mais a lesão. Veja abaixo algumas das lesões que podem aparecer pelo uso excessivo de aparelhos tecnológicos:

 

Tendinite do polegar (lesão dos celulares): acontece principalmente com quem usa celular do tipo 'touch-screen', onde se usa mais o polegar para digitar. Geralmente, essa lesão causa uma dor na articulação da base do polegar. A dica é segurar o celular com apenas uma das mãos e digitar com o indicador.

 

Tendinite de punho (lesão dos teclados e mouse): mais comum com quem usam muito notebook ou computador. A dica da terapeuta é levar o braço inteiro na hora de alcançar teclas mais distantes para preservar as articulações.

 

Dedo em gatilho (lesão do videogame): quem joga muito pode ter uma inflamação no tendão flexor do polegar, um problema grave que pode até precisar de cirurgia para ser resolvido. Para evitar, é importante variar os tipos de movimento para preservar os tendões.

 

Tendinite dos dedos (lesão dos tablets): como esses aparelhos são pequenos, as pessoas acabam usando os mesmos dedos para manuseá-los, o que sobrecarrega os membros. Apoiar o tablet em uma mesa na hora de usá-lo pode ser o início de uma mudança de postura que pode prevenir esse problema futuramente.

 

 

G1

unha-emgelUm professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Nova York lançou um alerta sobre as chamadas unhas de gel. Trata-se da aplicação de várias camadas de um tipo especial de esmalte, que é fixado em uma máquina por meio de lâmpadas que emitem raios UV. E, segundo o especialista, aí está o perigo. O médico Chris Adigun diz que os raios danificam a pele, assim como em sessões de bronzeamento artificial. "Mulheres que frequentemente colocam unhas de gel deveriam considerar os riscos de desenvolver câncer de pele", disse ao jornal Daily Mail.

 

O médico, membro da Academia Americana de Dermatologia, recomenda que as mulheres apliquem protetor solas nas mãos antes das sessões. Mesmo assim, o risco ainda não é eliminado, já que não se sabe a quantidade de raios aos quais a pele é exposta, pois as máquinas não são padronizadas.

 

O médico se baseia em um estudo de 2009 que mostrou casos de mulheres de meia idade que foram diagnosticadas com câncer de pele após passar por várias sessões para aplicar a unha em gel. Além do risco de desenvolver a doença, as mulheres expõem a pele a maiores chances de envelhecimento precoce e podem esconder problemas nas unhas, já que a cobertura dura mais do que os esmaltes convencionais.

 

Apenas na Inglaterra, em três anos, o número de salões que passou a oferecer a técnica subiu quase 20%.

 

Ponto a Ponto ideias

Cientistas da Universidade Cornell, nos EUA, descobriram a provável origem de um câncer agressivo que atinge a membrana de revestimento (epitélio) do ovário, doença considerada a quinta causa de morte por tumor entre as mulheres americanas. Os resultados do estudo feito com camundongos foram publicados nesta quarta-feira, 6, na edição online da revista "Nature".

 

Segundo os médicos, identificar esse tipo de tumor maligno, chamado carcinoma, é difícil porque 70% das pacientes são diagnosticadas em estágio avançado, muitas vezes já com metástase – quando a doença se espalha para outros órgãos do corpo. Além disso, o processo que leva ao desenvolvimento desse câncer é desconhecido, razão pela qual os primeiros testes de detecção ainda não tiveram sucesso.

 

Alguns tipos de câncer epitelial ocorrem em zonas de transição entre dois epitélios, enquanto outros se formam nas células-tronco do tecido. Todos os órgãos do corpo têm capacidade de regeneração, o que é feito pelas células-tronco adultas localizadas em áreas de cada órgão chamadas nichos de células-tronco.

 

Sabendo disso, os autores descobriram nas cobaias um nicho de células-tronco que atua na superfície do epitélio do ovário. A equipe observou que o carcinoma se origina preferencialmente a partir das células-tronco encontradas nesse nicho, situado em uma área de transição conhecida como "região do hilo", camada de células que liga os ovários ao restante do organismo.

 

De acordo com o principal autor do estudo, Alexander Nikitin, que também é professor de patologia e líder do Programa de Células-Tronco de Cornell, agora que se sabe como esse mecanismo funciona em camundongos, será possível olhar para as mesmas áreas em humanos.

 

Em pesquisas futuras, os cientistas querem procurar células-tronco e fontes de câncer em zonas de transição do ovário e outros órgãos, como estômago, reto e colo do útero.

 

 

G1

cancerestomago632013Um exame de hálito simples e rápido pode detectar um câncer no estômago, segundo um estudo realizado por cientistas israelenses e chineses. Em um levantamento com 130 pacientes, os pesquisadores descobriram que o exame tinha 90% de precisão no diagnóstico e na diferenciação do câncer de outros problemas no estômago.

 

O novo teste tenta identificar perfis químicos no hálito que são característicos de pacientes com câncer estomacal. A revista especializada "British Journal of Cancer" afirmou que o exame pode revolucionar e acelerar a forma como o câncer é detectado.

 

Atualmente, o diagnóstico da doença pode ser feito por meio de uma endoscopia.

 

Nesse procedimento, o médico insere pela boca do paciente um cabo flexível que, acoplado a uma microcâmera, permite a visualização do aparelho digestivo.

 

Kits e cães

Os pesquisadores descobriram que o câncer no estômago possui uma espécie de marca, uma característica específica: compostos orgânicos voláteis, que emitem cheiro e podem ser detectados usando um kit médico ou até cães farejadores.

 

A técnica usada no exame não é nova – muitos pesquisadores estão trabalhando na possibilidade de exames de hálito para diagnosticar vários tipos de tumores, incluindo o de pulmão.

 

O trabalho do professor Hossam Haick, do Instituto de Tecnologia de Israel, analisou 130 pacientes em situações diferentes: 37 deles tinham câncer de estômago, 32 tinham úlceras e 61 tinham outros problemas estomacais.

 

Além de assegurar, com precisão, a diferença entre todos os problemas em 90% das vezes, o exame do hálito conseguiu apontar em quais casos o câncer estava nos estágios iniciais e em quais estava em fases mais avançadas.

 

Agora, as equipes israelense e chinesa estão fazendo um estudo maior, envolvendo mais pacientes, para corroborar os resultados dos primeiros testes.

 

Para Kate Law, diretora de pesquisa clínica da ONG britânica Cancer Research UK, os resultados da pesquisa são "promissores".

 

"Apenas uma em cada cinco pessoas consegue uma cirurgia como parte do tratamento, pois a maioria dos casos de câncer no estômago é diagnosticada em fases que são avançadas demais para uma operação", afirmou.

 

"Qualquer exame que ajude a diagnosticar um câncer de estômago mais cedo vai fazer diferença na sobrevivência a longo prazo do paciente", acrescentou Kate.

 

BBC