Você já comeu algum alimento que te causou inchaço ou coceira nos lábios, diarreia, vômitos ou até mesmo rouquidão? Isso pode ter sido um sinal de alergia alimentar, uma resposta exagerada do organismo a determinada substância presentes em certos alimentos. Crustáceos, amendoim, leite de vaca e nozes são os campeões que mais provocam reações graves nas pessoas, como explicou o alergista Fábio Castro no Bem Estar desta quarta-feira, 6.
Quem é alérgico pode, portanto, ter reações na pele (urticária, inchaço, coceira e eczemas), no aparelho digestivo (diarreia, dores abdominais e vômitos) e também no sistema respiratório (tosse, rouquidão e chiado no peito). Porém, em casos mais graves, pode levar também a uma queda da pressão arterial a zero e arritmia cardíaca, o que prejudica a irrigação de vários órgãos – o chamado choque anafilático - e, por isso, o paciente deve ficar atento aos sintomas.
Esse choque é uma reação súbita que ocorre em poucos minutos e que pode até mesmo levar à morte. A dica do alergista Fábio Castro é perceber os primeiros sinais - no caso de língua dormente, por exemplo, o paciente deve tomar um remédio anti-histamínico e ir imediatamente ao hospital.
Por isso, quem tem alergia a algum alimento deve obrigatoriamente evitá-lo. Se o alimento que causa a reação for extremamente importante para o organismo, como por exemplo, o leite, a pessoa deve procurar orientação médica para conseguir repor a falta desse nutriente.
Existem casos também de pessoas que têm reações apenas pelo fato de tocar ou sentir o cheiro do alimento. Nos adultos, é mais comum que eles sejam alérgicos a frutos do mar e frutas tropicais, como kiwi, manga, pêssego e banana. Já as crianças costumam ter alergia a leite, trigo e ovo – porém, esse problema pode desaparecer sozinho após os 3 anos de idade. As chances dos pequenos serem alérgicos aumenta em quase 80% se o pai e a mãe também forem.
Os médicos alertaram também que os alimentos podem provocar reações cruzadas, ou seja, o paciente alérgico a camarão pode também não tolerar outros crustáceos, da mesma maneira que se ele tiver alergia ao amendoim, pode também não conseguir comer soja, ervilha ou outros feijões.
Por isso, quem é alérgico deve tomar muito cuidado na hora de comer fora e perguntar sempre se o prato não tem algum alimento que possa causar alguma reação. Isso porque até um mínimo rastro já é suficiente para fazer mal – por exemplo, se o alérgico a camarão comer uma batata que tenha sido frita no mesmo óleo, ele pode ter reação.
Existem casos também em que a manifestação da alergia ocorre imediatamente após o contato do alimento com a mucosa da boca. Nesses casos, o paciente pode ter coceira e inchaço nos lábios, palato e faringe. Segundo o alergista Fábio Castro, isso é mais comum em quem tem alergia a pólens ou alimentos como melão, melancia, banana, pêssego, cereja, batata, cenoura, ameixa, amêndoa, avelã e aipo.
O paciente que tem dúvida se tem alergia a determinado alimento deve procurar um médico. A principal maneira de identificar o problema é através do exame clínico, mas existem outros que também podem ajudar no diagnóstico, como os de sangue, testes cutâneos e também algumas provocações, que são feitas com cápsulas de placebo e com alimentos que podem ser a causa da alergia. Porém, é importante que esse último exame seja feito em um hospital com médicos especializados já que a pessoa pode ter uma reação anafilática.
Além da alergia alimentar, o paciente pode ter também intolerância ou intoxicação – todos têm sintomas semelhantes, mas os mecanismos e tratamentos são diferentes. Por exemplo, no caso da intoxicação, o problema é causado por bactérias e fungos presentes nos alimentos e o paciente pode ter, além da diarreia e vômito, febre. Já a intolerância provoca distensão abdominal e, assim como nos outros dois casos, também causa diarreia e vômito se a pessoa ingerir o alimento.
Segundo os médicos, a alergia alimentar não pode ser evitada com medicamentos. Se for diagnosticada, o paciente deve tratá-la com anti-histamínicos durante as crises.
G1