Teve início, na manhã desta segunda-feira, 16, as atividades referentes à Semana de Acolhimento dos Médicos Intercambistas, destinadas aos profissionais estrangeiros que vieram para o Brasil pelo acordo firmado entre o Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). O curso terá duração de seis dias e tem como principal objetivo apresentar aos profissionais o funcionamento do Sistema Único de Saúde, como também mostrar os principais problemas de saúde pública enfrentados no Estado e como eles terão que agir diante desses agravantes.
O Piauí recebeu 19 médicos estrangeiros e um brasileiro formado em Portugal, que serão alocados nos municípios de Bocaina, Acauã, Barras, Betânia do Piauí, Campinas do Piauí, Cocal, Morro Cabeça no Tempo, Pio IX, Esperantina e São Miguel do Tapuio.
O casal de médicos Pedro Pablo Ferrer e Yamisleidis Zaymara Lopez irá reforçar a equipe médica de São Miguel do Tapuio, que hoje conta com oito equipes do Programa de Saúde da Família (PSF). “Estamos bastante ansiosos para começar a atuar em São Miguel do Tapuio, já passamos por um treinamento de três semanas no Ceará em que aprendemos principalmente sobre os problemas de saúde predominantes na região nordeste”, afirma Pedro Pablo, que já teve experiência de trabalhar em outros países, além do seu, como Guatemala, México e Venezuela.
O prefeito de São Miguel do Tapuio, Lincoln Matos, afirma que a chegada dos médicos não poderia vir em melhor momento. “Eu me preocupo muito com o atendimento da saúde no nosso município, que é o quinto mais extenso do Estado. Pretendemos oferecer o melhor atendimento possível com a chegada desses dois médicos em nossa cidade”.
A diretora de Unidade Vigilância e Atenção a Saúde, Telma Evangelista está à frente da coordenação do curso, afirma que nesta semana os profissionais começarão a se apropriar dos reais problemas do Estado. “Nossa intenção é apresentar o perfil epidemiológico do Piauí, quais as nossas ações para enfrentar esses problemas, o papel da atenção básica e o que nós esperamos deles dentro dessa ação primária à saúde.”
As palestras serão apresentadas por profissionais das diversas áreas técnicas da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), tais como médicos, enfermeiros e dentistas. Na abertura, esteve presente na banca a presidente do Conselho Estadual de Secretários Municipais de Saúde do Piauí (Cosemes), Socorro Bandeira, o prefeito da cidade de Cocal, Rubens Vieira, o representante do Ministério da Saúde de Brasília, Regis Oliveira, o professor da Universidade Federal do Piauí, José Ivo, e o presidente do Conselho Estadual de Saúde do Piauí, Teófilo Cavalcante.
A Diretoria de Vigilância Sanitária do Piauí (DIVISA) vai realizar no período de 23 a 29 de setembro, no município de Floriano, uma Capacitação em Inspeções em Consultórios Odontológicos e Serviços com Radiodiagnóstico. O objetivo é instrumentalizar as vigilâncias municipais nas ações de médio risco. O evento vai acontecer no auditório de um hotel da cidade, a partir das 8:00h. Esta é mais uma atividade que dá continuidade ao processo de descentralização das ações de Vigilância Sanitária no Estado.
A expectativa da DIVISA é que após a capacitação esses municípios passem a participar das inspeções em estabelecimentos de saúde de médio risco e assim, consiga descentralizar as ações de vigilância sanitária. Participam da capacitação, profissionais das VISA’s municipais de Parnaíba, Floriano, Picos, Oeiras, Piripiri, São Raimundo Nonato, Esperantina, Barras, Bom Jesus, Valença do Piauí, Pedro II, Corrente, São João do Piauí, Campo Maior e Luís Correia.
Para mais informações os participantes poderão entrar em contato através dos telefones 3216 3662/ 0800 280 3655 ou ainda pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Por Cyntia Veras.
A Organização Mundial de saúde tem recomendações muito claras sobre amamentação: aleitamento materno exclusivo até os seis meses e complementado por outros alimentos até os dois anos. É claro que a realidade da mãe moderna muitas vezes não permite que esta recomendação seja seguida.
Mesmo nestes casos, os alimentos mais sólidos não devem ser introduzidos precocemente devido à incapacidade do bebê muito novo de mastigar e deglutir corretamente. “Antes dos seis meses, os alimentos devem ser oferecidos de forma líquida ou pastosa, depois disso o aumento da consistência deve respeitar o desenvolvimento da criança”, indica a pediatra e nutróloga Denise Lellis, coordenadora do Ambulatório de Obesidade Infantil do Hospital Universitário da USP.
A especialista explica que, a princípio, os liquidificadores devem ser evitados para não deixar as papas com consistência muito próxima da líquida. “A intenção é desde o início apresentar à criança uma consistência diferente e que exija dela movimentos musculares diferentes dos que a sucção exigia”, diz Denise. Assim, peneira, garfo e espremedor de batatas são mais recomendados e, depois, alimentos macios cortados apenas com a faca.
Hora da papinha com pedaço
Ao contrário do que se pensa, não é preciso esperar os primeiros dentes nascerem para introduzir papinha com pedaços. Isso porque os alimentos massageiam a gengiva e podem ser partidos por ela. “Claro que nestes casos é preciso evitar alimentos duros que machuquem a as gengivas”, afirma Denise.
Segundo a pediatra Mariana Nudelman, do Hospital Israelita Albert Einstein, a criança precisa aprender a mastigar mesmo sem dentes, para fortalecer a musculatura orofacial e não criar modismos na hora de comer. “Assim, quando chegar aos 12 meses, ela já será capaz de entrar na rotina das refeições da casa”, diz Mariana.
Em geral, por volta de um ano de idade, a maioria das crianças consegue comer com uma consistência parecida com os alimentos da família. Mas é preciso evitar a pressa, já que é normal algumas demorarem mais para conseguir deixar a papinha. “O ideal é que, aos 12 meses, a criança já se alimente como os familiares da casa, pedaços e alimentos separados no pratinho, sem misturar tudo”, afirma Mariana
Desenvolvimento
É muito importante a criança começar a comer alimentos de consistências mais duras no momento certo. Além das questões nutricionais, alimentos mais duros propiciam melhor desenvolvimento da musculatura orofacial e da arcada dentária. “No futuro, esse desenvolvimento interfere diretamente no desenvolvimento da fala, mastigação e deglutição”, afirma Denise.
Uma dica é deixar a criança pegar o alimento com a mão para ajudar na coordenação motora. Mas a especialista alerta que isso não deve ser feito com alimentos que possam soltar pedaços grandes e obstruir as vias aéreas da criança. “O ideal é oferecer biscoitos que dissolvem na boca ou pedaços pequenos de frutas moles”, recomenda Denise.
“É muito importante a criança ter contato com a comida, pegar, amassar, olhar, sentir, mesmo que faça sujeira, isso faz parte do desenvolvimento”, diz Mariana.
Engasgos
Quando a criança estiver manipulando bem alimentos com pedaços na boca e deglutindo sem engasgar, o cuidador pode tentar introduzir pedaços pequenos e sentir como a criança lida com eles. “Se a criança engasgar muito os pedaços devem ser evitados até que a causa dos engasgos seja esclarecida”, afirma a pediatra.
É comum a criança engasgar principalmente nos primeiros dias. Muitas vezes, podem se assustar com o engasgo e dar trabalho para comer depois. Por isso, é preciso que a introdução de novos alimentos seja feita de forma calma e cuidadosa. “Para introduzir a papinha com pedaços, a cervical da criança deve estar com ótimo tônus e, caso o engasgo seja frequente, deve-se procurar auxílio médico”, diz a médica nutróloga, Elza Mello, da Associação Brasileira de Nutrologia.
Rejeição
Muitas crianças fazem movimentos com a língua como se não gostassem do alimento, mas na verdade elas só não estão acostumadas com o sabor e com a presença da colher na boquinha. O cuidador deve insistir nos dias seguintes para que a criança possa "treinar" e assim conseguir desenvolver essa capacidade. “Existem estudos que sugerem que uma criança pode levar até 20 tentativas para aceitar determinado alimento”, diz Denise.
Elza dá a dica de que, ao redor dos nove meses de vida, a criança deve ser estimulada a se alimentar sozinha. “Ela fica com uma colher, ou pegando pedacinhos com a mão do prato, e o cuidador a alimenta com outra colher”, afirma.
Também vale prestar atenção nas cores dos pratos dos bebês. Quanto mais cores, maior a variedade de nutrientes. “Mesmo quando o bebê ainda está com alimentação predominantemente na forma de papinha essa variedade deve ser respeitada para garantir o valor nutricional e não causar monotonia alimentar”.
Saúde bucal
A cirurgiã-dentista, Márcia Vasconcelos, consultora científica da Associação Brasileira de Odontologia (ABO), explica que os alimentos duros só serão mastigados e triturados com a presença dos dentes, que iniciam a erupção entre os seis e oito meses. “Os molares só terminam a erupção próximos aos dois anos de idade”, diz. Segundo a especialista, uma alimentação balanceada, rica em fibras, promove nutrição e mastigação ideal para o desenvolvimento de uma boa saúde bucal.
Apesar de comum, a agenesia é desconhecida pela maioria das pessoas. A anomalia dentária não é considerada uma doença, já que é caracterizada pela ausência de um ou mais dentes na arcada.
Na população brasileira, a agenesia atinge de 2% a 5% das pessoas – dependendo do dente afetado e excluindo os terceiros molares (dente do siso) que gira em torno de 20% a 30%. De acordo com os estudos realizados, os dentes mais afetados na dentição permanente são os segundos pré-molares inferiores seguidos pelos incisivos laterais superiores. Na dentição decídua (de leite), este número varia entre 0,4 a 1%, afetando principalmente os incisivos superiores.
A agenesia unilateral é mais comum do que as bilaterais. São classificadas quanto ao número de dentes envolvidos: hipodontia – ausência congênita de menos de seis dentes permanentes, oligodontia – mais de seis dentes e anodontia – ausência de todos os dentes permanentes.
Segundo o professor Cássio José Fornazari Alencar, especialista em Odontopediatria pela USP, a relação entre a agenesia de um dente de leite e a presença/ausência de seu sucessor permanente ainda é um assunto controverso. “Porém é possível afirmar que as taxas de prevalência de agenesia em ambas as dentições são significativamente mais elevadas em mulheres. Já a presença de mais dentes (supranumerários) é mais prevalente em meninos do que em meninas”, diz.
Causas
A teoria mais aceita para explicar a agenesia dentária é a alteração na expressão de genes específicos, sendo o MSX1, AXIN2 e PAX9 os mais estudados. “As ausências dentárias congênitas podem ocorrer como uma condição isolada ou estar associadas com uma condição sistêmica ou síndromes: Displasia do ectoderma, Síndrome de Down e fissuras palatinas”, afirma.
Além das causas genéticas, existem fatores ambientais que podem estar ligados à agenesia. Infecções como rubéola e sífilis, diferentes tipos de traumatismos, uso de substâncias químicas ou drogas, quimioterapia e radioterapia são alguns desses fatores.
Diagnóstico
Quem tem a alteração genética leva uma vida normal em relação à saúde bucal, que depende principalmente da higienização. Na maioria dos casos, o diagnóstico é feito por meio de radiografias. “Daí a importância de radiografar crianças em torno de 5 anos, quando pode-se fazer o diagnóstico precoce e direcionar o possível tratamento ou prognóstico”, diz Alencar. Antes dessa idade, o diagnóstico é feito pela sequência de erupção dentária. “Por isso é recomendado o acompanhamento da erupção de dentes de leite, na primeira infância, pelo odontopediatra”.
O acompanhamento profissional também ajudará no acompanhamento do crescimento dos dentes. O paciente com quebra de dentes na sequência de erupção, por exemplo, pode ter um dente congenitamente ausente. Um sinal de herança genética da ausência de dentes seria a presença dentes com formatos conóides – menores que o normal e em formato de cone –, principalmente de incisivos laterais superiores.
Tratamento
A decisão de extrair o dente de leite e fechar o espaço ortodonticamente, ou de abrir espaço para colocação de uma prótese ou implante são algumas das possíveis saídas para o problema. “A idade do paciente, a forma e posição do dente, a oclusão da criança, a quantidade de ‘apinhamento’ dentário – posição inadequada dos dentes – e até a qualidade e quantidade de osso na região da ausência são fatores que influenciam a decisão do profissional”.