Atualmente, 1,6% da população brasileira é doadora de sangue, informa o Ministério da Saúde em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (14). O parâmetro é considerado aceitável pela pasta, mas há espaço para melhora do indicador: segundo a Organização Mundial de Saúde, o ideal é que 3% da população seja doadora.
O governo aproveitou o dia 14 de junho, em que é lembrado o Dia Mundial do Doador de Sangue, para lançar campanha de doação de sangue. A campanha tem o slogan "Doe Sangue regularmente. Tem sempre alguém precisando de você".
A campanha tem o objetivo de aumentar a conscientização sobre a importância da doação. No Brasil, lembra o Ministério da Saúde, 100% das doações são voluntárias.
"Em muitos casos, o sangue é insubstituível. Ou se tem sangue ou não se consegue fazer o atendimento", diz Flávio Vormittag, coordenador de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde.
Segundo o Ministério da Saúde, 60% dos doadores são homens. A população mais jovem também é a que mais doa: jovens de 18 a 29 anos representam 42% das doações.
Como doar sangue
1 - Levar documento de identidade
2 - Estar bem de sáude
3 - Ter entre 16 e 69 anos
4 - Pesar mais de 50 kg
5 - Não estar em jejum
6 - Evitar alimentos gordurosos três horas antes da doação
7 - Não ingerir álcool nas últimas 12 horas
Fonte: Ministério da Saúde
A pasta lembra que a doação de sangue é segura e o doador responde a um questionário no hemocentro sobre suas condições de saúde.
"Não existe a possibilidade de o doador ter complicações mais graves. É possível que ocorra somente um pequeno mal-estar, que desaparece com a ingestão de água ou suco", continua Vormittag.
Você está em bom ritmo, correndo, nadando ou pedalando e, de repente, uma pontada na lateral da barriga te impede de continuar. É dolorida e não passa até reduzirmos o ritmo e descansarmos um pouco. Mas por que ela ocorre?
Trata-se da "dor abdominal transitória relacionada ao exercício", segundo a Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos. E ela é muito mais comum do que parece.
Cerca de 70% das pessoas que correm como forma de exercício a sentiram no ano anterior à realização da pesquisa, feita pela Universidade de Newcastle e pela Universidade de Avondale, ambas na Austrália, em 2015.
E a dor não afeta apenas os corredores, mas também ciclistas, nadadores e outros praticantes de atividades aeróbicas.
Por que a pontada surge?
A ciência não chegou a uma conclusão sobre uma causa única e trabalha com diferentes hipóteses, segundo as universidades australianas que produziram o estudo.
A dor pode surgir porque, quando fazemos exercícios, o diafragma - músculo entre o peito e o abdômen - se estende em demasia e, com o impacto da corrida no solo, o órgão pode sofrer espasmos que causam a dor tão incômoda.
Outra teoria é que o exercício físico move os órgãos internos do corpo, tensionando os ligamentos que os unem. O peritônio seria, então, o culpado, já que é uma membrana com uma capa dupla que cobre a parede abdominal e, às vezes, pressiona os órgãos.
Entre as capas dessa membrana há um líquido que faz com que os órgãos não atritem tanto entre si. Quando alguém come muito, o estômago pressiona a capa interior e pode provocar pontadas.
Também quando se realiza exercício e se transpira, a desidratação reduz a quantidade de líquidos nessa capa do peritônio.
Como evitar as pontadas
Após sentir as pontadas, a única coisa a fazer é parar a atividade física e esperar que a dor diminua.
Mas se o objetivo é evitá-las, não se deve fazer exercícios imediatamente depois de ingerir comidas pesadas.
Além disso, é recomendável tomar água antes e ao longo da atividade física - e fazer um bom aquecimento prévio.
Depois de iniciá-la, deve-se aumentar o ritmo do exercício aos poucos e respirar de maneira lenta e profunda.
E caso o diafragma seja a causa das pontadas, os especialistas recomendam fortalecer os músculos oblíquos, abdominais e lombares.
Jogos de celular e computador que instigam o vício podem ter efeito similar ao abuso de drogas ou alcoolismo no cérebro infantil, revelou uma série de estudos realizados pela Universidade Estadual da Califórnia, nos Estados Unidos. De acordo com o Daily Mail, exames de ressonância magnética mostraram o cérebro de jovens que utilizam com muita frequência o videogame e as mídias sociais exibe as mesmas mudanças de função e estrutura que as dos alcoólatras ou viciados em drogas.
Os pesquisadores americanos ainda descobriram que a parte impulsiva do cérebro, conhecida como sistema límbico, era menor e mais sensível, indicando que os usuários excessivos processam os estímulos causados por essas plataforma de forma mais rápida que outras pessoas.
As descobertas se tornam cada vez mais relevantes para o cenário atual, especialmente quando jogos, como o Fortnite, da Epic Games, estão começando a afetar crianças em todo o mundo, a exemplo de uma menina britânica de 9 anos, que foi admitida na reabilitação, depois de fazer xixi na roupa para não ter que pausar o jogo e ir ao banheiro. Só no Reino Unido, o Fortnite foi baixado 40 milhões de vezes desde julho do ano passado.
Um vício chama outro
De acordo com o estudo, o sistema de recompensa do cérebro é ativado imediatamente quando o indivíduo vê um videogame ou celular. Segundo Ofir Turel, que liderou o estudo, essa ativação é muito mais forte em comparação com pessoas que não têm vício em jogos e mídias sociais. “Isso está associado à mudança estrutural na qual esta área do cérebro é menor em usuários excessivos. O sistema menor pode processar associações muito mais rapidamente. Mas como um carro, você precisa colocar mais gás nele para gerar mais energia”, explicou ele ao The Telegraph.
A maior preocupação é que a alteração do sistema de recompensa cerebral pode tornar as crianças mais suscetíveis a outros vícios nos futuro. De acordo com a pesquisa, existe uma associação significativa entre usuários de videogame de 13 a 15 anos e uma maior probabilidade do abuso de cerca de 15 substâncias ilícitas, como cocaína e metanfetamina.
O único lado positivo encontrado foi que a parte do cérebro responsável pelo autocontrole não foi tão afetada como em pessoas viciadas em álcool ou drogas, ou seja, a maioria dos jogadores são capazes de controlar o próprio comportamento em relação ao vício, mas preferem não fazê-lo.
Vício em internet
Um terceiro estudo realizado pelos cientistas apontou que o vício em internet também é capaz de interromper conexões entre os lados esquerdo e direito do cérebro dos jovens. Segundo Turel, há um fator de risco muito maior para as crianças dependentes uma vez que seus cérebros são flexíveis, o que pode aumentar a propensão ao desenvolvimento de vícios.
Esse risco está associado ao fato de que apesar de ter um sistema de recompensa mais desenvolvido, o de autocontrole ainda está em formação. “Eles são muito mais predispostos a comportamentos impulsivos e arriscados. Eles precisam da nossa proteção. Com as crianças há espaço para regulamentação. Seus cérebros não são tão eficientes quanto os nossos” alertou.
Reabilitação
No Reino Unido, pais estão mandando seus filhos para a reabilitação para ajudá-los a superar o vício em jogos e internet. A primeira clínica de dependência em internet do Reino Unido tem tratado crianças e jovens que costumavam passar a noite inteira jogando, um dos principais sinais do vício.
Em fóruns na internet, mães se reúnem para contar a história dos filhos. Uma delas proibiu o filho de 9 anos de jogar porque eles estava ficando cada vez mais agitado e irritadiço. Outra mãe escreveu: “Ontem ele [filho] viu um cartaz com um homem e uma criança em uma piscina e comentou que seria um tiro perfeito para explodir suas cabeças”.
Controle constitucional
O Daily Telegraph, órgão de imprensa da Inglaterra, lançou a campanha Duty of Care pedindo às autoridades que tornem as empresas de mídia social e jogos online sujeitas a uma obrigação estatutária para proteger as crianças contra danos, como vícios.
Os ministros estão considerando novas medidas para conter os piores excessos das empresas de tecnologia online, em meio a temores de que uma geração de jovens esteja sendo prejudicada pelo uso não regulamentado de mídias sociais e plataformas de jogos online.
Depois de um fim semana com uma dieta rica em gorduras, não raro as pessoas sentem-se profundamente culpadas e prometem compensar o exagero consumindo folhas e legumes no decorrer da semana. Certamente lastimam-se pela falta de um antídoto para controle imediato de marcadores metabólicos como os dos colesteróis, dos triglicérides, da glicemia.
Mas ele existe, e é também uma gordura, por paradoxal que possa parecer. Trata-se do azeite de abacate extraído da polpa do fruto. Azeite, denominação adequada, porque o termo óleo refere-se aos extratos de sementes como soja, milho, algodão, canola.
Essa revelação encontra-se na tese de doutorado da nutricionista Cibele Priscila Busch Furlan, desenvolvida junto à Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp e concluída na Universidade de Lund, Lund, Suécia, que originou artigo publicado no final do ano passado, mesmo antes de sua defesa, no Journal of Functional Foods, de alto impacto.
Em sua primeira etapa realizada no Brasil com animais, o estudo permitiu concluir que vários parâmetros metabólicos podiam ser controlados e até conduzidos a níveis adequados quando à ração consumida por ratos Wistar adicionou-se, por cerca de três meses, azeite de abacate.
Na segunda fase, realizada na Suécia, o trabalho concentrou-se na verificação do que acontecia em humanos, em fase aguda, ou seja, quando submetidos a uma refeição hipercalórica e hiperlipídica. Isso ainda não havia sido feito. Avaliou-se então o efeito da ingestão dos alimentos nos principais parâmetros metabólicos imediatamente após sua ingestão, o que se denomina efeito pós-prandial.
Nesta etapa, foram determinados os índices metabólicos referentes à glicemia, aos colesteróis, aos triglicérides, às inflamações, entres outros, em 13 adultos saudáveis, não diabéticos, na faixa etária de 65 anos, que sofrem um processo inflamatório crônico e latente em decorrência do sobrepeso.
O estudo clínico cross-over, em que no desjejum manteiga foi substituída pelo azeite do abacate avocado Hass, mostrou redução significativa de glicemia, colesterol total, LDL-colesterol, triglicérides, inflamação pós-prandial, tendência à melhoria da insulina e da redução da endoxemia - que corresponde à passagem de determinadas substâncias, que provocam infecção, do intestino para a corrente sanguínea, além de diminuição de riscos de aterosclerose.
Para a pesquisadora, esses resultados reforçam a importância da escolha correta quanto à qualidade dos alimentos e principalmente das gorduras, independentemente das calorias dietéticas ingeridas, pois os alimentos com biocompostos – responsáveis por benefícios específicos ao organismo - são fundamentais para melhora dos marcadores biológicos, promoção e manutenção da saúde.
A pesquisa com humanos
Para que pudessem ser estabelecidas comparações, aos participantes, previamente selecionados e submetidos a exames padrões, foi oferecido em uma semana um desjejum constituído de pão, batatas fritas, bacon, ovos e manteiga. Na semana seguinte, o mesmo prato foi preparado substituindo a manteiga por azeite de abacate.
Todos tinham 30 minutos para a refeição e imediatamente depois foi realizada a primeira coleta de sangue, repetida em intervalos de 30 minutos, durante quatro horas. Em cada amostra foram determinados: os índices de glicose; todas as frações de gorduras mais comuns, como o colesterol total, o LDL - conhecido como colesterol ruim, o HDL - chamado de colesterol bom, os triglicérides - que também constituem uma fração de gorduras; os marcadores inflamatórios CRP e IL-6 - indicativos da propensão ao desenvolvimento do diabetes por provocar a degradação de receptores da sinalização de insulina e glicose nas membranas.
Os resultados surpreenderam, diz a pesquisadora: “Verificamos que, mesmo com o consumo de uma alimentação altamente lipídica, a substituição da manteiga pelo azeite de abacate no preparo do prato levou à redução imediata de todos os marcadores metabólicos mencionados, a menos da HDL cujos índices se mantiveram”.
Constatada, ainda, a forte ação do azeite de abacate na redução da inflação e como esta modula a parede intestinal, os pesquisadores decidiram-se por outra análise que permitiria determinar a migração de alguns compostos presentes nas bactérias do intestino, chamadas LPS, para a corrente sanguínea, porque elas também ativam a infamação que gera um bloqueio na captação da insulina, aumentando a tendência ao desenvolvimento do diabetes. Ainda aqui o azeite de abacate revelou-se de grande potencial, constituindo uma barreira imediata, pós-prandial, a essa migração.
A pesquisadora destaca o ineditismo dos achados: “Sabia-se que o fruto do abacate traz grandes benefícios, mas ainda eram desconhecidos os efeitos imediatos do azeite, mesmo porque seu consumo e comercialização em supermercados são muito recentes”.
Na fase brasileira do trabalho ela realizou análises para determinar a composição do azeite e seu efeito sobre os principais marcadores metabólicos dos animais, quando foi orientada pelo professor Mário Roberto Maróstica Junior, do Departamento de Alimentos e Nutrição da FEA, que mantém linha de pesquisa focada principalmente na obesidade e nos problemas que podem decorrer dela, como a ocorrência de um processo inflamatório subclínico, de manifestação silenciosa, decorrente da obesidade, que desencadeia o diabetes tipo 2.
A propósito, diz a pesquisadora: “O foco inicial do meu trabalho com animais foi o tratamento dessa inflamação usando o azeite do abacate para retardar o desenvolvimento da diabetes”. Na Suécia, onde os trabalhos tiveram continuidade em decorrência dos resultados obtidos no Brasil, os orientadores foram os professores Elin Ösman e, mais sistematicamente, Juscelino Tovar, da Universidade de Lund, que dispõe de infraestrutura adequada para pesquisas em humanos.
Implicações sociais
Embora os efeitos mais imediatos ocorram com a ingestão do azeite, que se justifica quando os índices de colesterol são altos, Cibele considera que o consumo da fruta traz ainda o benefício das fibras, opções estas que dependem das condições de saúde. Mesmo porque o custo do azeite é ainda muito alto e os alimentos a que é adicionado são menos palatáveis. Resta ainda, para garantir que as propriedades do azeite não sejam alteradas, que o seu consumo ocorra preferencialmente à temperatura ambiente ou em refogadas muito rápidas.
Ela ressalta que se trata de um produto que apresenta em média duas vezes mais fitosteróis do que o azeite de oliva e importantíssimo para reduzir o colesterol alto. Embora as variedades de abacates sejam grandes, a pesquisadora optou pelo azeite proveniente da variedade Hass, de fruto pequeno, que além de mais rico em azeite é também muito saboroso para consumo in natura.
Para a nutricionista, o estudo possibilita a promoção da conscientização dos benefícios para a saúde que o consumo de gorduras boas pode trazer. Ela recomenda o abacate entre as principais refeições e avalia que um quarto do fruto grande ou mesmo metade da espécie avocado seriam importantes no dia-a-dia.
Sobre os alimentos fontes de gorduras saturadas (baixa recomendação), Cibele sugere que cada um se faça a pergunta: quanto saudável estou para consumir a deliciosa manteiga, por exemplo? E alerta: “A preocupação não deve ser apenas com a quantidade do que se come mas, principalmente, com a qualidade das gorduras ingeridas, de forma a garantir o equilíbrio dos marcadores de gorduras e anti-inflamatórios”. Lembra que as gorduras boas estão no abacate, nas nozes, castanhas, amêndoas, no azeite de oliva e no óleo de canola. E achou uma delicia nossa sugestão: “Muito abacate com açúcar e limão, mas sem abrir mão do pingado com pão com manteiga”.