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A Candida auris, fungo multirresistente a medicamentos, vem causando preocupação ao redor do mundo. Recentemente, segundo o jornal americano The New York Times, o CDC (Centro de Prevenção e Controle de Doenças), do governo norte-americano, incluiu o Candida auris na lista de germes classificados como ameaças urgentes visto que, segundo o órgão, houve um número crescente de infecções pelo fungo em vários países desde que ele foi reconhecido.


Onde esse fungo foi descoberto? De acordo com o CDC, o Candida auris foi identificado pela primeira vez numa infecção no ouvido de um paciente no Japão, em 2009, mas outros estudos de cepas sugerem que o fungo tenha aparecido em 1996 na Coreia do Sul. De acordo com o infectologista Arnaldo Colombo, da Unifesp, o Candida auris seria fruto da evolução do fungo do gênero Candida, que habita o trato gastrointestinal humano, porém, não se sabe em que local houve a evolução desse fungo, gerando uma espécie nova.


O que a infecção por este fungo pode causar? Segundo o CDC, a infecção por Candida auris pode causar infecções no sangue, no ouvido e em feridas. O órgão afirma que, embora tenham sido registrados casos com amostras isoladas em fluídos respiratórios e na urina, ainda não é claro se o fungo causaria infecções pulmonares ou na bexiga. A infecção por Candida auris pode ser sistêmica e causar sepse no paciente, podendo levar à morte.


Onde foram identificadas infecções pelo Candida auris? De acordo com o CDC, foram identificadas infecções pelo Candida auris na Áustria, Bélgica, Irã, Malásia, Holanda, Noruega, Suíça, Taiwan, Emirados Árabes Unidos, Austrália, Canadá, China, Colômbia, França, Alemanha, Índia, Israel, Japão, Quênia, Kuwait, Omã, Paquistão, Panamá, Rússia, Arábia Saudita, Singapura, África do Sul, Coreia do Sul, Espanha, Reino Unido, nos Estados Unidos (principalmente nas cidades de Nova York, Nova Jersey e Chicago) e na Venezuela.


A Candida auris já circula no Brasil? Segundo Colombo, ainda não foram registrados casos de infecção pela Candida auris no território nacional. Entretanto, como o fungo ingressou na América Latina por meio da Venezuela, devido ao grande fluxo migratório de venezuelanos no país, existe a possibilidade de que o Candida auris chegue ao Brasil. Colombo ressalta que a entrada não se daria especificamente por venezuelanos, visto que outros países também registraram a presença do fungo. Desta forma, se uma pessoa infectada vier de outro país e adentrar o ambiente hospitalar, onde há maior perigo de infecção, o fungo pode se disseminar no Brasil.


Como a Candida auris é transmitida? A Candida auris pode ser transmitida pelo toque em superfícies e pessoas infectadas, especialmente em ambientes médicos. Colombo afirma que os pacientes infectados podem ficar de semanas a meses com a colonização fúngica na pele e espalhar para outras pessoas. Porém, segundo o CDC, ainda são necessárias maiores investigações sobre a transmissão do fungo.


Como é feito o diagnóstico de Candida auris? O diagnóstico da infecção pelo fungo é feito por meio da cultura de sangue ou urina. Porém, o Candida auris é difícil de ser diagnosticado, podendo ser confundido com outros fungos do mesmo gênero. No Brasil, a Anvisa já lançou uma norma técnica orientando os profissionais de saúde a identificar o fungo. Colombo afirma que, no Brasil, embora entidades públicas e privadas tenham uma forte atuação na área de identificação de bactérias, há uma falha na vigilância de fungos no país. Nesta semana, o Ministério da Saúde criou um sistema de vigilância contra fungos.



Quem pode pegar essa infecção? Colombo afirma que as pessoas mais propensas a adquirir essa infecção são aquelas que podem ser colonizadas pelo fungo se forem submetidas a procedimentos invasivos, cirurgias, e tiverem que fazer uso de cateteres, desenvolvendo uma infecção associada ao ambiente hospitalar. Porém, se a pessoa for colonizada pelo fungo e tiver uma boa imunidade e não for submetida a um desses procedimentos, ela estaria menos propensa à infecção.


Existe tratamento para o Candida auris? Colombo afirma que, quando o paciente está infectado pelo fungo, é necessário que seja feito o seu isolamento para evitar a disseminação do Candida auris. Segundo o CDC, as infecções por Candida auris podem ser tratadas com antifúngicos denominados equinocandinas, mas nem sempre seriam eficazes, necessitando de doses maiores. O CDC afirma que, por ter difícil detecção e tratamento, a infecção por Candida auris podem levar à morte.


É possível se prevenir da infecção por Candida auris? De acordo com o CDC, a prevenção à infecções por Candida auris é feita com isolamento do paciente infectado, dar ênfase à higienização das mãos, desinfectar e limpar diariamente o ambiente e equipamentos utilizados pelo paciente, minimizar o contato com o paciente e limitar o número de funcionários que o atendem para evitar infecção.

A infecção por Candida auris tem alguma relação com a candidíase vaginal? Colombo afirma que, embora a Candida auris seja um fungo do mesmo gênero da Candida albicans, causadora de candidíases orais e vaginais, elas se tratam de espécies diferentes de fungos. A Candida auris causa uma infecção sistêmica e invasiva, que é disseminada no corpo ao chegar no sangue e é resistente aos antifúngicos. Já a infecção por Candida albicans é superficial e sensível ao tratamento com antifúngicos.


Quais os sintomas da infecção por Candida auris? De acordo com o CDC, os sintomas da infecção pelo fungo podem passar despercebidos, visto que a maioria dos pacientes que a contraíram já estavam hospitalizados por outros problemas. Segundo o órgão, os sintomas comuns a infecções invasivas por fungos do gênero Candida são febre e calafrios que não melhoram após o tratamento com antibióticos para uma suspeita de infecção bacteriana.

 

R7

testzikaExames para identificar infecção pelo vírus da Zika em breve vão poder ser feitos em 20 minutos. Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Pernambuco, desenvolveram um método simples e 40 vezes mais barato que o tradicional. A expectativa é que chegue aos postos de saúde antes do final do ano, beneficiando, principalmente, os municípios afastados dos grandes centros, onde o resultado do teste de Zika pode demorar até 15 dias. As informações são de um dos criadores da técnica, o pesquisador da unidade Jefferson Ribeiro.


“Tendo em vista que a técnica atual (PCR) é extremamente cara e o Brasil tem poucos laboratórios de referência que podem realizar o diagnóstico de Zika – até um tempo atrás eram apenas cinco, inclusive a Fiocruz de Pernambuco -, uma cidade pequena, no interior do estado, acaba prejudicada. A amostra precisa sair do interior, ir para a capital, para ser processada, enfim, se pensarmos nesses municípios, o resultado pode demorar 15 dias”, destaca Ribeiro.

Outra vantagem do novo teste é que pode ser feito por qualquer pessoa nos posto de saúde, não exige treinamento complexo. Com um kit rápido, basta coletar amostras de saliva ou urina, misturar com reagentes fornecidos em um pequeno tubo plástico e depois aquecer em banho maria. Vinte minutos depois, se a cor da mistura se tornar amarela, está confirmado o diagnóstico de Zika, se ficar laranja, o resultado é negativo. Hoje, o teste PCR (reação em da polimerase), com reagentes importados, é feito com material genético retirado das amostras, o que demora mais.

O teste elaborado pela Fiocruz Pernambuco é também mais preciso, ou seja, tem uma taxa de erro menor, acusando a doença mesmo em casos que não foram detectados pela PCR.

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A expectativa dos pesquisadores é que o kit seja desenvolvimento pela indústria nacional, com a participação da Bio-manguinhos, e disponibilizado até o fim do ano. Testes semelhantes já são usados para o vírus da dengue e outras bactérias. “Essa é a nossa pretensão, para facilitar a disponibilidade para o Sistema Único de Saúde”, disse Ribeiro.

Zika
O número de casos de Zika, que pode causar microcefalia em bebês, vem diminuindo nos últimos anos. No entanto, o país ainda teve 8.680 diagnósticos em 2018 (em 2017 foram 17.593), com maior incidência no Norte e Centro-Oeste. A doença está relacionada à falta de urbanização e de saneamento básico e costuma aumentar nas estações chuvosas.

A Zika é transmitida principalmente por picadas de mosquito, mas também durante a relação sexual desprotegida e de mãe para filho, na gestação. Provoca complicações neurológicas como a microcefalia e a Síndrome de Guillain Barré. Começa com manchas vermelhas pelo corpo, olho vermelho, febre baixa e dores pelos corpos e nas juntas, geralmente, sem complicações.

O novo teste para a Zika foi desenvolvido no mestrado em Biociências e Biotecnologia em Saúde, com orientação do professor Lindomar Pena. Em breve, será publicado em detalhes em revista científica. Anteriormente, os pesquisadores publicaram artigo com os resultados dos testes para amostras de mosquitos infectados e não de secreções humanas.

 

Agência Brasil

Foto: Sumaia Villela/Agência Brasil

Todo mundo sabe que com a saúde não se brinca e que aquele ditado “prevenir é melhor que remediar” nunca sai de moda. Isso porque quanto mais cedo o diagnóstico de algum problema, maiores são as chances para cura e o tratamento. Mas, por que tantos brasileiros, assim como a população mundial tem certa dificuldade de manter a prevenção dos cuidados de saúde em dia? Falta de tempo, questões financeiras ou descuido mesmo podem ser possíveis respostas, mas não motivos para não ficar atento com os sinais do nosso corpo.

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“O diagnóstico precoce de diversas patologias vai contribuir, muitas vezes, para que o paciente tenha a chance de reverter o quadro da doença em que ele se encontra, podendo ele ser encaminhado aos profissionais especialistas e consequentemente direcionado ao acompanhamento adequado no intuito de deter a progressão e agravamento da doença”, ressaltaafarmacêutica Lorena Souza.

Segundo o último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 73% de todas as mortes no Brasil são atribuíveis às doenças consideradas evitáveis, as chamadas doenças não transmissíveis (DNTs), como as cardiovasculares, respiratórias, diabetes, renais dentre outras.

Para a Lorena, algumas pessoas possuem dificuldade de manter a prevenção em dia por vários motivos, entre eles – “o receio de descobrir que possui alguma patologia; a sobrecarga do dia-a-dia e a falta de tempo, não priorizando a saúde; ou até mesmo por falta de informação e esclarecimento sobre a importância do cuidado à saúde”, acrescenta a profissional.

Entre as dicas que ela destaca estão o reforço a procurar um serviço de saúde, realizar um monitoramento através dos exames e do acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, composta por médicos, farmacêuticos, odontólogos, fisioterapeutas, nutricionistas e educadores físicos para que se possa ter uma orientação adequada favorecendo a longevidade. A farmacêutica também avalia que praticar atividades físicas é um ótimo remédio para combater possíveis doenças. “Existem dois fatores importantes: o motivacional e a questão da disciplina. A pessoa precisa acreditar que aquilo lhe trará um benefício para sua saúde e por este motivo deva incorporar o exercício em sua rotina”, acrescenta.

 Entre as prioridades de saúde para 2019, a OMS destacou 10:

1.      Poluição do ar e mudanças climáticas

2.      Doenças crônicas não transmissíveis

3.      Pandemia de gripe

4.      Cenários de fragilidade e vulnerabilidade

5.      Resistência antimicrobiana

6.      Ebola

7.      Atenção primária de saúde

       8. Relutância em vacinar

       9. Dengue

      10. HIV

Fonte: Agência Educa Mais Brasil

Identificado pela primeira vez no ouvido de uma mulher japonesa em 2009, o Candida Auris é um fungo emergente de difícil diagnóstico que vem se espalhando pelo mundo. Ele é resistente a praticamente todos os medicamentos existentes e passou a ser classificado como um "superfungo". Sem uma análise especializada, ele pode ser confundido com vários outros tipos comuns.

Naturalmente, todo ser humano possuí a presença de fungos no corpo. Entretanto, o superfungo surge a partir do uso indiscriminado de antibióticos: sob a ação dos remédios, as bactérias vão morrendo e fazem com que os fungos acabem prosperando, surgindo as doenças fúngicas resistentes a antimicrobianos.
Em entrevista ao G1, o infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Jean Gorinchteyn, explica que o fácil contágio é uma de suas características mais preocupantes, podendo ser transmitida por diversos materiais hospitalares como estetoscópios, medidor de pressão, macas e termômetros.

“Além do fungo grudar em materiais hospitalares com facilidade, que favorece o contágio, existe uma dificuldade de sua retirada dos equipamentos. A limpeza acaba se tornando difícil, fruto de sua extrema aderência.”


Antes mesmo da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgarem um alerta geral em 2016 sobre um novo fungo em países como Paquistão, Líbano, Israel, Espanha e Inglaterra, a Venezuela registrou os primeiros surtos na América Latina entre 2012 e 2013.
Desde então, vários países já confirmaram a presença do fungo em ambientes hospitalares, como Quênia, África do Sul, Kuwait e mais recentemente os Estados Unidos, que registrou 587 casos. Segundo o mapa do Centers For Disease Control and Prevention (CDC), atualizado fevereiro de 2019, já foram registrados casos em mais de 20 países. Não há casos registrados no Brasil.

Ainda segundo Gorinchteyn, apesar de ser uma questão de tempo até o Brasil vivenciar a presença do fungo, a Comissão de Infecção Hospitalar (CCIH) realiza um importante trabalho de prevenção.

“Pela proximidade com países como a Venezuela, onde existe a circulação do fungo, é uma questão de tempo para que nós o encontremos no nosso meio. (...) Felizmente nós temos a Comissão de Infecção Hospitalar (CCIH) que ajuda identificar a presença de bactérias e até mesmo os fungos, fazendo o controle frequente, seja nos pacientes que são admitidos nos hospitais para a internação ou em pacientes de UTI”, disse o infectologista.

 

G1