De um modo geral, os sistemas de saúde de países de renda baixa ou média estão mal preparados para atender ao crescente número de pessoas com hipertensão. Essa foi a conclusão de um estudo de pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, em parceria com 40 instituições do mundo todo, publicada no dia 18 de julho na revista científica “The Lancet”. O levantamento analisou os dados disponíveis de pouco mais de um milhão de pessoas vivendo em 44 países. Menos de 40% dos pacientes com pressão alta eram diagnosticados apropriadamente – nesse grupo, apenas 30% recebiam tratamento e 10% tinham a doença sob controle.
Havia uma grande disparidade entre os resultados obtidos: enquanto as nações da África ficavam na lanterna, a América Latina e o Caribe apresentavam melhor desempenho. Brasil, Costa Rica, Equador e Peru tinham indicadores superiores aos demais, mas não temos muito o que comemorar. Aqui, segundo o Ministério da Saúde, 35% da população têm a doença, mas metade desconhece o fato. Entre os que têm conhecimento de sua condição, metade utiliza medicamentos, mas somente 45% desse grupo têm a pressão controlada.
No estudo, os pesquisadores levaram em conta as informações sobre o número de pessoas que foram diagnosticadas, receberam tratamento e que mantinham a enfermidade sob controle. A capacidade de cobrir todas essas etapas é que determinava a eficiência do sistema de saúde para cuidar dos pacientes hipertensos.
“A baixa proporção de indivíduos com acesso ao tratamento de que precisam aponta para a necessidade da adoção de medidas de prevenção, como limitar o uso de sal e de gordura saturada consumidos pela população, promover campanhas contra o fumo e o álcool e reduzir a poluição atmosférica”, afirmou Lindsay Jaacks, professora de Harvard.
Vícios posturais: já ouviu falar? Às vezes carregamos a bolsa, a mochila ou seguramos o celular de um jeito nada bom para a coluna e nem notamos. Se não tratados, os vícios posturais evoluem para lesões, sobrecarga, dores, limitações e problemas articulares.
As posturas erradas estão diretamente ligadas com o nível de atividade física que a pessoa faz. Quanto mais condicionada a pessoa, mais forte os músculos e melhor suporte para a coluna. O médico do esporte e consultor do Bem Estar Gustavo Magliocca dá outras dicas para melhorar:
Fique atento à postura em pé, enquanto anda
Peça para alguém próximo tirar uma foto enquanto você está distraído para ver a sua postura
Fisioterapia ajuda a reeducar a postura e acabar com os vícios
Três erros que se transformam em vícios posturais
Três erros de postura podem prejudicar a coluna: a forma como carregamos a mochila, a forma como usamos o celular e a forma como apoiamos errado o quadril.
Tomar um comprimido de AAS (ácido acetilsalicílico), ou Aspirina (nome comercial mais conhecido) por dia como forma de prevenção primária de doença cardiovascular não é algo indicado para todas as pessoas.
O uso positivo do medicamento foi consenso durante muito tempo na comunidade médica, mas passou a ser revisto nos últimos tempos.
Novas diretrizes indicam que o medicamento pode ser mais prejudicial do que benéfico em determinados grupos estudados.
O Colégio Americano de Cardiologia e a Associação Americana do Coração divulgaram orientações recentes em que dizem que adultos sem histórico de doença cardíaca não devem tomar AAS em baixa dose diariamente para prevenir infarto ou acidente vascular cerebral.
A conclusão foi que os riscos de efeitos colaterais superavam os benefícios em potencial. O principal problema está relacionado a hemorragias.
Um dos estudos analisou 19.114 pessoas saudáveis com 70 anos ou mais. Parte delas tomou 100 mg de Aspirina por dia e outra parte tomou placebo, durante cerca de cinco anos.
Os pesquisadores identificaram que não houve alteração significativa nas taxas de doença cardíaca coronária fatal, infarto, AVC ou insuficiência cardíaca entre os dois grupos. No entanto, o aumento de hemorragias foi de 38% entre os que tomavam o AAS.
As hemorragias graves registradas ocorreram na cabeça, o que pode levar à morte ou incapacidade. Apesar de baixa a incidência desse tipo de caso, os médicos alertam para que pessoas sem histórico de problemas cardiovasculares não façam uso do medicamento como forma de prevenção.
A recomendação é diferente para aqueles que já possuem algum problema cardiovascular diagnosticado, incluindo pessoas que tiveram infarto ou alguns tipos de acidente vascular cerebral.
Segundo os estudos, nesses indivíduos, os efeitos positivos do AAS superam os negativos.
Quais são os sintomas do câncer de pulmão? Quando dá sintomas, é sinal de que já está avançado? O oncologista Rafael Kaliks, diretor clínico do Instituto Oncoguia, explica que os sintomas do câncer de pulmão vão desde falta de ar, tosse e escarro com sangue até sintomas relacionados a uma metástase, como dor óssea, dependendo de onde está localizada essa metástase. E, de fato, quando os sintomas aparecem e são decorrentes do tumor, é sinal sim de que a doença já está avançada.
A maioria dos casos são diagnosticados já em fase avançada? Sim. De acordo com Kaliks, a maioria já está em estádios 3 ou 4. Esse tipo de câncer acaba sendo diagnosticado quando dá sintoma a não ser que se ache, incidentalmente, uma lesão durante exame de imagem realizado por outra razão, como infecção. Ele ressalta hoje se faz rastreamento em pessoas com alto risco do tumor que são fumantes que já atingiram 55 anos de idade e que fumaram por pelo menos 30 anos. Nesses casos, é possível detectar tumores mais precocemente.
Como é feito o diagnóstico? Primeiramente é feito um raio X e se houver suspeita de câncer, ela será confirmada com uma biópsia. O oncologista afirma que não existe diagnóstico de câncer de pulmão sem biópsia. O procedimento pode ser tanto por broncoscopia, no qual um catéter é inserido pelo nariz ou pela boca do paciente até a árvore brônquica ou por biópsia guiada por tomografia por meio da parede torácica. As metástases podem ser biopsiadas com uma técnica chamada de imunohistoquímica, que confirma que a origem da metástase foi o câncer de pulmão.
Qual a chance de cura do câncer de pulmão hoje? Depende do estadiamento, que é a extensão da lesão, ou seja, tamanho do tumor, presença e ausência de linfonodos comprometidos e presença ou ausência de metástase, além do subtipo de câncer de pulmão, segundo o médico. Ele explica que estádios 3 ou 4 de câncer de pulmão relacionado ao tabagismo apresenta baixa chance de cura, de menos 20%. Já quando se trata de não fumantes que desenvolveram algum tipo de câncer de pulmão, esses tumores costumam ter progressão mais lenta. "Quando são menores, são operados e bastante curáveis", afirma.
A mortalidade está diminuindo? Kaliks afirma que, no Brasil, ao relacionar casos diagnosticados e mortes por ano, 80% das pessoas diagnosticadas com o câncer de pulmão virão a morrer em decorrência da doença. "Esse é um número aproximado. Em países desenvolvidos, está reduzindo. A proporção de mortalidade sobre incidência vem diminuindo graças a um diagnóstico mais precoce e tratamentos mais eficazes", explica.
A mortalidade está diminuindo? Kaliks afirma que, no Brasil, ao relacionar casos diagnosticados e mortes por ano, 80% das pessoas diagnosticadas com o câncer de pulmão virão a morrer em decorrência da doença. "Esse é um número aproximado. Em países desenvolvidos, está reduzindo. A proporção de mortalidade sobre incidência vem diminuindo graças a um diagnóstico mais precoce e tratamentos mais eficazes", explica.
Qual o maior avanço no tratamento? O maior avanço é a imunoterapia, aponta o médico. Ela é utilizada tanto em doença localmente avançada e inoperável, junto com radioterapia e quimioterapia, quanto em doença metastática. "Nesse caso, ocorreu uma verdadeira revolução porque quando associada à quimioterapia, ela é melhor que a quimioterapia. Hoje, praticamente todos os tipos de câncer de pulmão não pequenas células têm uma indicação em algum momento de imunoterapia", afirma.
Qual o risco de um fumante ter câncer de pulmão? O oncologista explica que a minoria dos fumantes irá desenvolver câncer de pulmão. "Mas, mesmo que seja 10% ou 5% isso é um número imenso da população, porque existem muito fumantes". Ele ressalta que hoje menos de 10% dos brasileiros fumam, mas em outros países esse número está crescendo. "Conforme diminui o tabagismo, a chance de câncer de pulmão reduz significativamente", diz.
Se uma pessoa fumou cerca de 20 anos e larga o cigarro. Mesmo assim ela continuará apresentando risco a esse tipo de câncer? Acredita-se que 15 a 20 anos depois do término do tabagismo, a pessoa volte a ter um risco semelhante ao da população que nunca fumou, de acordo com Kaliks. Portanto, o risco de câncer de pulmão vai diminuindo gradativamente. "O ideal é que não se fume, pois os estímulos para as alterações celulares induzidas pelo tabagismo deixam de existir. Com a ausência desses estímulos, as células passam a não sofrer ataques que poderiam causar mutações genéticas que levariam ao desenvolvimento do câncer", orienta.
Por que pessoas que nunca fumaram também podem desenvolver esse tipo de câncer? Cerca de 15% a 20% dos cânceres de pulmão não são causados pelo tabagismo, mas como consequência de mutação em células do pulmão, conforme explica o oncologista. Segundo ele, o mais comum é que ocorram em pessoas mais jovens do que a média do tumor em fumantes. É mais frequente em mulheres e mulheres asiáticas. Esse subtipo chama-se adenocarcinoma da subcategoria lepídico. "É um tipo de tumor com prognóstico melhor", diz. Não é exatamente um nódulo, mas uma massa pulmonar. "Aparecem como uma manchinha na tomografia".
Por que pessoas que nunca fumaram também podem desenvolver esse tipo de câncer? Cerca de 15% a 20% dos cânceres de pulmão não são causados pelo tabagismo, mas como consequência de mutação em células do pulmão, conforme explica o oncologista. Segundo ele, o mais comum é que ocorram em pessoas mais jovens do que a média do tumor em fumantes. É mais frequente em mulheres e mulheres asiáticas. Esse subtipo chama-se adenocarcinoma da subcategoria lepídico. "É um tipo de tumor com prognóstico melhor", diz. Não é exatamente um nódulo, mas uma massa pulmonar. "Aparecem como uma manchinha na tomografia".
Esse tipo de câncer é o que mais mata no Brasil e no mundo? O oncologista explica que é o câncer que mais mata no mundo e, em relação ao número de mortes sobre diagnóstico, está entre os mais letais. "Por exemplo, o câncer de pâncreas é mais letal. Cerca de 90% dos pacientes irão morrer disso. Para pulmão, é um pouco menos, mas ainda assim é um dos mais letais", afirma. Já o câncer de pulmão não relacionado ao tabagismo tem uma taxa de mortalidade menor, segundo o médico.