O Instituto Butantan entregou hoje (9) mais dois milhões de doses da vacina CoronaVac contra a covid-19. Com essa remessa, já foram disponibilizadas para o Programa Nacional de Imunizações (PNI) 66,8 milhões de doses do imunizante desenvolvido em parceria com o laboratório chinês Sinovac.
Essa remessa é a primeira fabricada a partir dos 12 mil litros de ingrediente farmacêutico ativo (IFA) recebidos da China no último dia 13 de julho.
A previsão é que até o próximo dia 31 o Butantan finalize as entregas contratadas pelo Ministério da Saúde fornecendo 100 milhões de doses de vacina.
Ontem (8), foram recebidos dois milhões de doses prontas do imunizante e, na última quinta-feira (5), foram recebidos quatro mil litros de IFA, suficientes para envasar oito milhões de doses de vacina.
O público de 25 anos de idade – homens e mulheres - começa a ser vacinado em Barão de Grajaú-MA contra o novo coronavírus.
A Saúde baronense está com o processo de vacinação avançado e para a vacinação de hoje uma grande fila está formada.
O Carlos Iran, do Piauí Notícias, está acompanhando a vacinação que envolve vários profissionais em saúde. As doses são da Pfizer e Coronavac e a cidade baronense recebeu nessa última etapa, mais de 1.800 doses.
A Saúde Pública da Inglaterra disse nesta sexta-feira (6) que indícios iniciais levam a crer que os níveis de coronavírus encontrados em pessoas infectadas com a variante Delta são semelhantes quer tenham sido vacinadas ou não, o que pode ter implicações em sua transmissibilidade.
"Algumas descobertas iniciais... indicam que os níveis do vírus naqueles que se tornam infectados com a Delta já tendo sido vacinados podem ser semelhantes aos níveis encontrados em pessoas não-vacinadas", informou a Saúde Pública da Inglaterra em um comunicado.
"Isto pode ter implicações na transmissibilidade das pessoas, quer tenham sido vacinadas ou não. Entretanto, esta é uma análise exploratória inicial, e novos estudos direcionados são necessários para confirmar se é este o caso."
O aumento do número de internações por covid-19 de idosos acima dos 80 anos em São Paulo e no Rio de Janeiro, observado por pesquisadores da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), expôs uma preocupação que existe entre cientistas desde o começo da vacinação: por quanto tempo a imunização contra a covid-19 permanece após o esquema vacinal completo?
Para a infectologista Rosana Ritchman, diretora clínica do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, a volta de casos de infectados entre os idosos não é surpreendente.
“Imaginávamos que as novas internações dos idosos começariam a acontecer. Porque essas pessoas receberam o imunizante há mais tempo e sabemos que, com o passar dos meses, a quantidade de proteção vai declinando”, explica a médica.
O infectologista Carlos Fortaleza, professor da Faculdade de Medicina de Botucatu, da Unesp, pede cautela na análise dos dados levantados pelo Grupo de Métodos Analíticos em Vigilância Epidemiológica da Fiocruz.
“Isso é uma coisa muito sutil para dizer que é uma tendência. Tenho muito cuidado para fazer esse tipo de avaliaçã. É preciso esperar um tempo para ter dados robustos. Existe uma variação normal, uma semana mais, outras, menos. Se toda semana a mais eu falar de aumentou e na semana a menos eu comemorar que melhorou, estarei sempre falando alguma coisa com dados de curto tempo”, afirma Fortaleza.
Os motivos para esta volta podem estar ligados a dois fatores, segundo os especialistas: ação menor de imunizantes entre os idosos e o uso da CoronaVac na faixa etária, que, de acordo com estudos, a eficácia é menor com o passar do tempo e nos mais velhos.
“Alguém de 80 anos responde pior à vacina do que alguém jovem. A duração de proteção em alguém de 80 anos, eu imagino que seja mais curta mesmo. Juntamos ao fato de que muitas pessoas nesta faixa etária tomou a CoronaVac, que sabemos que tem uma proteção inferior ao ser comparada com as outras. Não para doença grave, mas de uma maneira geral. Não é surpreendente que após seis, sete meses as pessoas comecem a adoecer”, diz Rosana.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, 5,07 milhões de pessoas acima de 80 anos receberam o imunizante produzido pelo Instituto Butantan; enquanto 3,41 milhões foram vacinadas com a AstraZeneca, fabricada no Brasil pela Fiocruz.
O tema discutido pelo Ministério da Saúde e por especialistas é sobre a necessidade da dose de reforço para os mais velhos e qual imunizante seria o mais indicado para garantir o controle da doença. Fortaleza ressalta que o momento do país não é confortável para usar vacinas revacinando pessoas mais velhas.
“Tem gente estudando isso e temos de esperar. Agora, no Brasil, precisamos de uma força-tarefa para vacinar todo mundo. A proteção contra a covid não é individual e sim coletiva. Se muita gente estiver vacinada, o vírus circula menos e protege todo mundo. Não dá para desviar doses antes de vacinar a população inteira. Pode reduzir os problemas em alguns grupos, mas dificultar o controle da covid como um todo”, observa o infectologista.
Na última quarta-feira (4), a OMS (Organização Mundial da Saúde) pediu aos países que estão aplicando doses de reforço que parem a vacinação e doe para os países mais pobres que ainda não têm produtos suficientes para aplicar na população.
O ministro da Saúde Marcelo Queiroga anunciou, no dia 28 de julho, que a pasta está financiando um estudo, que será feito pela Universidade de Oxford, sem participação do Instituto Butantan, para definir a estratégia de vacinação no país.
“O ideal seria que tivéssemos vacina para todo mundo, tanto para completar a imunização quanto para dar o reforço em quem precisa. Em termos de saúde pública, creio que Ministério vai querer acabar logo com a vacinação, pelo menos de primeira dose, da população adulta. Em termos individuais, é claro que seria ideal a terceira dose”, afirma Rosana.