Há rumores de que a vacinação contra o novo coronavírus estaria atrasada em Barão de Grajaú-MA. A informação teria sido veiculada em alguns meios de comunicação de Floriano e Barão.
Na manhã de hoje, 30, a secretária Nádia Ribeiro, da pasta da Saúde baronense, gestão Claudimê Lima, explicou o que houve e afirma que o processo de vacinação está andando de forma regular.
Milhares de doses já chegaram na cidade e, em acordo com uma tabela, previamente elaborada, as pessoas vem sendo vacinadas contra a COVID-19. A gestão da saúde baronense vem atendendo as orientações da pasta da Saúde a nível de Estado, diz ela.
O Ministério da Saúde distribuiu até agora cerca de 130 milhões de doses de quatro tipos de vacina contra covid-19 para todo o país. Quase metade é do imunizante desenvolvido pela universidade inglesa de Oxford com a farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca e fabricado no Brasil pela Fiocruz.
Inicialmente, o intervalo entre as duas doses dessa vacina era de quatro semanas. Logo depois aumentou para três meses. Agora, os pesquisadores de Oxford indicam que pode ser mais vantajoso tomar a segunda dose 11 meses depois da primeira. Os dados preliminares mostram que esse intervalo maior pode aumentar a resposta imunológica até 18 vezes.
O diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, comentou sobre a possibilidade de ampliar o intervalo entre as doses e destacou a importância dos estudos, mas que é preciso tomar a segunda dose no tempo estabelecido.
Ele disse que “em países mais pobres a imunização é feita com vários tipos de doações.” Frisou que é preciso respeitar a data da segunda dose anunciada no cartão de vacinação.
Ou seja, apesar das pesquisas, ainda é preciso - e muito importante - tomar a segunda dose da vacina na data indicada no cartão de vacinação. Outros estudos também são conduzidos, por exemplo, para avaliar a possibilidade de concluir o esquema vacinal com uma dose, no caso da Janssen, ou com duas doses nas demais vacinas, e, depois, tomar a terceira dose como reforço. Essa dose poderia ser da mesma vacina ou de outro imunizante.
Intercâmbio de vacinas Os pesquisadores também testam o que chamam de intercâmbio de vacinas, para aproveitar as diferentes respostas imunológicas provocadas por cada imunizante. Em Oxford, o teste é com a primeira dose da AstraZeneca e a segunda da Pfizer.
Renato Kfouri destacou que, entre os motivos para pesquisas desse tipo, está a vacinação em países mais pobres, que receberão doações de diferentes tipos de imunizante.
É o caso da cidade do Rio de Janeiro. Desde ontem, as gestantes que receberam a primeira dose da AstraZeneca vão receber a segunda da Pfizer. No dia 12 de maio, o Ministério da Saúde decidiu que as grávidas não devem ser vacinadas com a AstraZeneca, devido ao risco de reações adversas.
Vale destacar que as pesquisas conduzidas pela Universidade de Oxford estão em fase inicial. São estudos de segurança e resposta imunológica, e ainda não têm dados sobre eficácia.
Um estudo publicado nesta semana na mais importante revista científica de infectologia, a Clinical Infectious Diseases, da Oxford University Press, conclui, por meio do mais alto nível de evidência, que o antiparasitário ivermectina não funciona no tratamento da covid-19.
Os pesquisadores fizeram uma revisão sistemática de estudos já publicados utilizando uma ferramenta de meta-análise.
Eles escolheram ensaios clínicos randomizados (RCTs) publicados e pré-impressos avaliando os efeitos da IVM [ivermectina] em pacientes adultos com covid-19 e que foram pesquisados até 22 de março de 2021.
O grupo definiu desfechos primários para avaliar a eficácia da droga. São eles: tempo de internação e eventos adversos, além de eliminação viral e eventos adversos graves como desfechos secundários.
Ao final, os autores concluíram que "em comparação com tratamento padrão ou placebo, a ivermectina não reduziu todas as causas de mortalidade, tempo de internação ou depuração viral em estudos controlados por placebo em pacientes com covid-19, principalmente com doença leve". E acrescenta: "ivermectina não é uma opção viável para tratar pacientes com covid-19".
O médico infectologista e professor da Unesp (Universidade Estadual Paulista) em Botucatu Alexandre Naime Barbosa diz que o estudo deixa claro o que já se sabia: "Usar ou não usar a ivermectina não muda a história natural da doença, não previne casos graves".
"Mesmo se você fizer uso inicial, naquela estratégia que, infelizmente, alguns grupos pseudocientíficos colocam como tratamento precoce. Portanto, a ivermectina não deve ser usada no tratamento da covid porque não apresenta benefícios", observa.
Cabe destacar que a ivermectina é um medicamento que pode causar lesões permanentes no fígado. Há relatos no Brasil de pessoas que fizeram uso da droga na esperança de se proteger da covid-19 e precisaram entrar na fila de transplante hepático.
Naime Barbosa acrescenta que este tipo de estudo, "chancelado pelo controle de qualidade da Oxford", "são o topo da medicina baseada em evidência".
"Uma nota importante é que os estudos feitos até agora foram de baixa qualidade, isto está escrito na meta-análise. Por isso, eles já vão começar um ensaio clínico maior para colocar uma pedra de vez neste assunto, uma pá de cal. Mas até agora, com o que a gente tem de dados, é essa conclusão", finaliza o médico.
Nesta quarta-feira, 30, o governador Wellington Dias (PT) anunciou nas redes sociais, que o Piauí vai receber mais 65.860 mil doses de vacinas do Ministério da Saúde, sendo 56.500 da AstraZeneca e 9.360 da Pfizer. Até o momento, não há confirmação se as vacinas serão destinadas para primeira ou segunda dose.
A previsão é do lote com as vacinas da AstraZeneca chegar ao estado nesta quarta-feira (30) e o lote da Pfizer chegar na quinta (1º).
De acordo com o governador, as vacinas serão destribuídas aos municípios logo após a conferência das doses pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi).
No início de junho, uma decisão da Comissão Intergestores Bipartite (CIB) determinou que pelo menos 50% das vacinas contra a Covid-19 que chegarem ao Piauí serão destinadas para o público em geral. O restante seria dividido entre grupos prioritários.
Ao contrário de outras cidades, Miguel Alves optou por vacinar apenas por faixa etária e já vacina a população de 38 anos ou mais.