gravidaaNo Piauí, grávidas e puérperas a partir dos 18 anos, sem comorbidades, poderão ser vacinadas, desde que tenham uma prescrição médica, na hora da aplicação da vacina. A decisão foi tomada pela Secretaria Estadual da Saúde do Piauí (Sesapi), depois que o Ministério da Saúde divulgou nota técnica no fim da tarde desta terça-feira (06). Para esse grupo, estão liberados o uso dos imunizantes Coronavac e Pfizer.

O secretário Florentino Neto disse que a vacinação está condicionada a uma avaliação individualizada, compartilhada entre a gestante e seu médico, do perfil de risco-benefício, com apresentação da prescrição médica na hora da aplicação da vacina.

"Nesse momento, o benefício da vacinação neste grupo é superior aos possíveis riscos em decorrência da vacina", afirma Florentino.

Em maio, o Ministério da Saúde restringiu a recomendação de vacinação desse grupo apenas a gestantes com comorbidades, com uso de doses da Pfizer e da Coronavac. A decisão da Saúde de suspender temporariamente a oferta das doses para gestantes sem comorbidades e interromper da vacina AstraZeneca em grávidas e puéperas ocorreu após registro de um caso de trombose em uma grávida do Rio de Janeiro que recebeu a vacina.

De acordo com o Ministério da Saúde, com exceção do caso ocorrido no Rio de Janeiro, não foram identificados problemas de segurança relativos à vacinação de gestantes. Em relação as puérperas, a vacinação poderá ser feita normalmente e sem interrupção da vacinação.

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Foto: Cassidy Rowell/Unsplash/Divulgação

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse nesta quarta-feira (7) que as variantes do coronavírus estão "vencendo uma corrida contra as vacinas" por conta das desigualdades na distribuição e aplicação entre os países.

"As variantes estão, neste momento, vencendo a corrida contra as vacinas por conta de uma produção e distribuição desigual das vacinas", disse Ghebreyesus em entrevista coletiva. Ele também criticou o que chamou de "nacionalismo das vacinas" e disse que isso poderá atrasar ainda mais uma recuperação econômica mundial.

"O nacionalismo das vacinas, quando um punhado de nações pegam a maior fatia do bolo, é moralmente indefensável e ineficaz sob uma perspectiva de saúde pública", disse o diretor-geral. Ghebreyesus reforçou o que vem dizendo publicamente de que enquanto países ricos vacinam crianças, e até mesmo já consideram doses de reforço, países pobres continuam sem proteger profissionais da saúde que atuam na linha de frente.

"[É uma estratégia ineficaz] contra um vírus respiratório que sofre mutações muito rapidamente e que está se tornando, cada vez mais, mais eficaz em sua transmissão entre humanos", explicou.

'Mistura tóxica' O diretor-executivo de emergências da OMS, Mike Ryan, alertou que países que estão suspendendo restrições, com baixa cobertura vacinal e com variantes estão promovendo uma "mistura tóxica".

"É uma mistura tóxica real para seus hospitais, que vão se encher novamente, e isso é algo que deve ser absolutamente evitado", disse Ryan. Variante delta Em meados de junho, a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, alertou que a variante delta do coronavírus vinha se tornando dominante no mundo por conta de sua "maior transmissibilidade".

Uma variante é resultado de modificações genéticas que o vírus sofre durante seu processo de replicação. Um único vírus pode ter inúmeras variantes.

Quanto mais circula (transmitido de uma pessoa para outra), mais ele faz replicações – e maior é a probabilidade de ocorrência de modificações no seu material genético.

Mas isso não significa que ela seja resistente às vacinas. A chefe do programa de emergências da OMS, Maria van Kerkhove, afirmou que as vacinas conseguem reduzir casos graves de Covid-19.

Ela reafirmou, no entanto, que as duas doses da vacina – quando a aplicação é feita em duas doses – são importantes para garantir a proteção completa.

Kerkhove também e alertou para o surgimento de uma "constelação de variantes" no futuro que pode se tornar um problema para a imunização se ela não for acelerada.

"A boa notícia é que até agora as vacinas funcionam contra a delta", disse a cientista. "Mas pode haver um momento em que surja uma 'constelação de mutações' e tenha uma contra a qual elas percam sua potência. É isso que queremos evitar o máximo que pudermos."

G1

remediocovidA OMS (Organização Mundial da Saúde) passou a recomendar o uso dos medicamentos para artrite Actemra, da Roche, e Kevzara, da Sanofi, com corticosteróides, para pacientes com covid-19 graves. A recomendação veio após um estudo com cerca de 11 mil pacientes mostrar que os dois remédios reduzem o risco de morte pela doença e a necessidade de ventilação mecânica. A análise de dados do estudo mostrou que o risco de morte em 28 dias para pacientes que recebem um desses medicamentos com corticosteroides, como a dexametasona, é de 21%, em comparação com um risco presumido de 25% entre aqueles que recebem o tratamento padrão para covid-19.

O estudo foi feito com o King’s College, de Londres, a Universidade de Bristol, a Universidade College London e o Guy’s and St Thomas’ NHS Foundation Trust, e publicado na terça-feira na revista especializada Journal of the American Medical Association.

Ambos os medicamentos são injetáveis e indicados no tratamento da artrite reumatoide grave, ativa e progressiva. Em estudos, foi observado que as drogas podem influenciar na resposta inflamatória nos pulmões de pacientes em estado grave ocasionado pela covid-19.

Os medicamentos não atacam diretamente o novo coronavírus, mas inibem uma resposta imunológica anormal chamada ‘tempestade de citocinas’, que causa a inflamação nos pulmões.

A Food and Drug Administration (FDA), a agência americana equivalente à Anvisa, já concedeu autorização para uso de emergência do Actemra para tratamento de pacientes hospitalizados com covid-19 em estado grave. No Brasil, ainda não há essa autorização.

Catraca Livre

Foto: janiecbros/istock

Os desafios trazidos pela pandemia de covid-19 têm estimulado inovações em várias frentes. Uma delas é o desenvolvimento de métodos de baixo custo para o diagnóstico clínico. Nesse campo, inserem-se os genossensores. Baseados em ácidos nucleicos que detectam fitas simples com sequências complementares de DNA ou RNA, os genossensores são biossensores que possibilitam testes em massa para detecção imediata e sensível de material genético.

Um dispositivo desse tipo, de eficiência comprovada na detecção do SARS-CoV-2, acaba de ser produzido por uma equipe multidisciplinar de pesquisadores de várias instituições, coordenada pelo físico Osvaldo Novais de Oliveira Junior, professor do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP).

O resultado da análise pode ficar pronto em 30 minutos, com custos em escala laboratorial de menos de um dólar para cada genossensor. O custo dos componentes do medidor de impedância, que constitui uma parte durável do dispositivo, é inferior a mil reais. O dispositivo já existe, em escala de laboratório, e a tecnologia pode ser transferida para qualquer empresa que cumpra os requisitos necessários para a produção em massa.

“Nosso genossensor é capaz de imobilizar uma fita simples de DNA, utilizada como sequência de captura. Em condições apropriadas, a fita simples imobilizada liga-se a outra fita simples e complementar de DNA eventualmente contida na amostra líquida a ser analisada. Esse processo, chamado de hibridização, denuncia a presença do SARS-CoV-2 na amostra, que pode ser constituída por saliva ou outros fluidos corporais”, diz à Agência Fapesp a química Juliana Coatrini Soares.

Soares é a primeira autora de um artigo que descreve o trabalho, publicado no periódico Materials Chemistry Frontiers.

Agência Fapesp