A Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa) fez um alerta para o risco de duas doenças inflamatórias após vacina contra a covid-19. O comunicado relata a ocorrência em outros países de inflamações no músculo cardíaco e no tecido que envolve o coração. Isso aconteceu em pessoas que foram imunizadas com vacinas que usam RNA mensageiro, como a da Pfizer/BioNTech e da Moderna. Dessas duas, apenas a Pfizer está registrada pela Anvisa para uso no Brasil, por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde.
Os episódios foram identificados por autoridades sanitárias dos Estados Unidos. O principal órgão do setor naquele país (FDA, na sigla em inglês) apontou o risco dessas duas doenças (chamadas de miocardite e pericardite), sobretudo entre as pessoas que receberam as duas doses da vacina.
A Anvisa, no entanto, destaca que ainda não houve registro de situações como essa no Brasil e que os riscos desse tipo de ocorrência é baixo, sendo superado pelos benefícios da imunização com essas vacinas no combate à covid-19. Portanto, a agência mantém a recomendação de uso da Pfizer/BioNTech.
O alerta da agência visa chamar a atenção especialmente dos profissionais de saúde para que fiquem atentos a esses riscos e atuem no diagnóstico e tratamento, caso estes tipos de complicações sejam detectadas.
Na semana passada uma das vítimas de COVID-19, em Floriano, foi a óbito. A jovem Flávia Leal, de cerca de 47 anos, era natural de São Francisco do Piauí, mas foi infectada no município florianense onde morava e trabalhava.
Essas informações foram repassadas pelo Renato de Chichica, seu irmão, por telefone ainda na semana passada. O corpo da jovem comerciária foi sepultado na sua terra natal.
Sobre os casos do novo coronavírus na cidade saofranciscana, o secretário Alberto Neto (Bebeto), da Saúde, falou numa entrevista, via telefone, ao Piauí Notícias.
Na cidade, de acordo com ele, medidas duras tem sido tomadas no sentido de ajudar a barrar os casos de COVID-19. Ouça a entrevista.
O Instituto Butantan, responsável pela vacina anticovid CoronaVac, no Brasil, espera que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorize a aplicação do imunizante em crianças a partir de 3 anos, foi o que disse, neste domingo (11), Dimas Covas, presidente do instituto.
Em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado de São Paulo ao qual o Butantan é vinculado, Covas confirmou a entrega para a agência resultados de um estudo feito na China, que mostrou que o imunizante é seguro e induz resposta imune entre pessoas de 3 a 17 anos de idade. “O estudo de segurança em crianças a partir dos 3 anos já está de posse da Anvisa. Esperamos que seja incorporada essa utilização na autorização de uso emergencial (da CoronaVac) sem a necessidade de estudos adicionais feitos aqui no Brasil”, disse o presidente do Butantan.
No dia 28 de junho, a revista científica The Lancet publicou um estudo feito com 552 crianças e adolescentes de 3 a 17 anos, entre outubro e dezembro de 2020, na província de Hebei, China. Os pesquisadores concluirão que a taxa de produção de anticorpos contra o antígeno do coronavírus foi superior a 96% após 28 dias da vacinação com duas doses da CoronaVac.
Em relação à segurança da vacina, as reações adversas foram de leves a moderadas. Apenas 1% dos voluntários apresentaram reação adversa de nível maior e, na maior parte dos casos, foram relatadas dor no local da aplicação (13%) e febre (5%).
O estudo foi conduzido por pesquisadores da Sinovac Biotech, do Centro de Controle e Prevenção de Doenças de Hebei, Institutos Nacionais de Controle de Alimentos e Medicamentos de Pequim, Centro de Controle e Prevenção de Doenças de Zanhuang e o Beijing Key Tech Statistics Technology.
Até o momento não há uma previsão de vacinação de crianças contra a covid-19.
Também neste domingo, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou a antecipação do prazo final para aplicar a primeira dose vacina contra covid-19 em todos os paulistas acima de 18 para o dia 20 de agosto. Além disso, foi confirmada a intenção do governo estadual de imunizar, com ao menos uma dose, adolescentes de 12 a 17 anos, até 30 de setembro. A previsão é começar para essa faixa etária no dia 23 de agosto.
Os índices de cobertura vacinal da gripe no Brasil estão baixos, apenas 46,3% do público-alvo foi vacinado. Agora, a população em geral pode se imunizar nos postos de saúde. Os cientistas da Universidade de Miami descobriram mais um motivo para não deixar de lado essa imunização: a proteção contra o vírus Influenza reduz o risco de derrame, sepse (infecção generalizada), internação em UTI (unidade de terapia internsiva) e trombose venosa profundo em pacientes infectados com a covid-19.
O estudo, apresentado no Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas, foi feito com dois grupos de 37.377 pessoas de diversos lugares, como Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Itália, Israel e Cingapura. Um grupo foi vacinado contra a gripe de duas semanas a seis meses antes de ser diagnosticado com covid-19, e o segundo não recebeu imunização.
Os dois grupos foram acompanhados por fatores que poderiam afetar o risco de covid-19 grave, incluindo idade, sexo, etnia, tabagismo e comorbidades como diabetes, obesidade e doença pulmonar obstrutiva crônica. Foi verificada a incidência de 15 efeitos adversos até 120 dias após o teste PCR positivo para covid-19. Os problemas analisados foram: sepse; derrames; trombose venosa profunda ou DVT; embolia pulmonar; insuficiência respiratória aguda; síndrome do desconforto respiratório agudo; dor articular; insuficiência renal; anorexia; ataque cardíaco; pneumonia; visitas de emergência; internação hospitalar; admissão na UTI; e morte.
As análises concluíram que os indivíduos sem vacinas contra a gripe tiveram 20% mais de chances de ficarem em estado grave da covid e precisar de atendimento em UTI.
Além disso, os não-imunizados tiveram 58% mais de probabilidade de precisarem de pronto-atendimento; 58% mais chance de sofrer um AVC; 45% mais possibilidade de desenvolver sepse e 40% mais de apresentar uma trombose venosa profunda.
O ensaio deixou claro, ainda, que a proteção contra o influenza não diminui os riscos de morte por covid-19 e uma vacina não substitui a outra. Os cientistas concluíram que as duas imunizações são importantes.
Os autores do estudo dizem que são necessárias mais pesquisas para provar e entender melhor o possível vínculo. Porém, no futuro, a vacina contra a gripe pode ser usada para ajudar na proteção em países onde a vacina contra covid-19 está em falta.
"Apenas uma pequena fração do mundo foi totalmente vacinada contra a covid-19 até o momento e, com toda a devastação que ocorreu devido à pandemia, a comunidade global ainda precisa encontrar soluções para reduzir a morbidade e a mortalidade. Ter acesso a dados em tempo real de milhões de pacientes é uma poderosa ferramenta de pesquisa. Juntamente com perguntas importantes, permitiu que minha equipe observasse uma associação entre a vacina contra a gripe e a menor morbidade em pacientes covid-19", explicou Devinder Singh, autor sênior do estudo e professor de cirurgia plástica na Faculdade de Medicina da Universidade de Miami Miller.
"Independentemente de diminuir efeitos adversos associados a covid-19, simplesmente ser capaz de conservar os recursos globais de saúde mantendo o número de casos de gripe sob controle é motivo suficiente para defender esforços contínuos para promover a vacinação contra a gripe", acrescentou o médico no congresso online que a pesquisa foi apresentada.