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Desde o começo deste ano, o Brasil registrou 945 casos de mpox e ultrapassou o número registrado em 2023, que teve 853. Foram 109 casos confirmados ou prováveis em uma semana, segundo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (3).

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São Paulo é a unidade da federação com a maioria dos registros, sendo que 487 do total de casos (51,5%) foram no estado. Rio de Janeiro está em segundo lugar, com 216 (22,9%), seguido por Minas Gerais, com 52 casos e Bahia, com 39. Três UFs não tiveram registros de casos: Amapá, Tocantins e Piauí.

Em 2024, ainda não houve mortes por mpox. Em 2023, foram duas (em Minas Gerais e no Pará), e em 2022, 14 (foram cinco no Rio de Janeiro, três em São Paulo e três em Minas Gerais, enquanto Maranhão, Mato Grosso e Santa Catarina registraram um óbito cada).

Separando por município, a cidade de São Paulo é a que mais tem casos neste ano, com 343 (36,3%). Rio de Janeiro está atrás, com 160 (16,9%), seguido por Belo Horizonte, com 43 (4,6%), Salvador, com 28 (3%) e Brasília, com 20 (2,1%).

A grande maioria dos casos confirmados e prováveis é em pessoas do sexo masculino, com 897 ocorrências (94,9% do total). A faixa etária mais afetada é a de 18 a 39 anos, com 679 registros (75,7%). Apenas um caso foi registrado na faixa etária de 0 a 4 anos, e não houve registro de que gestantes tenham sido infectadas neste ano.

Entenda a doença A mpox é uma doença viral e a transmissão para humanos pode ocorrer por contato com uma pessoa infectada com vírus, com materiais contaminados ou animais silvestres (roedores) infectados.

A transmissão entre pessoas ocorre principalmente quando há contato físico direto com indivíduos que apresentam sintomas, como lesões, fluidos corporais e gotículas respiratórias.

Os sintomas são erupções cutâneas ou lesões na pele, ínguas, febre, dor de cabeça, dor no corpo, calafrios e fraqueza. O período de incubação, que é o intervalo entre o primeiro contato com o vírus e o inícios dos sinais, pode variar de três a 16 dias, podendo chegar a 21 dias.

R7

Foto: Reprodução/Comunicação CFF - Arquivo

De acordo com pesquisadores da Stony Brook University, nos Estados Unidos, a posição em que dormimos pode ter um impacto significativo na qualidade do sono e na saúde do cérebro.

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Publicado no Journal of Neuroscience, o estudo analisou como as diferentes posições de sono afetam o sistema glinfático, que é responsável por eliminar resíduos no sistema nervoso central.

Qual a melhor posição para dormir? Os pesquisadores descobriram que dormir de lado, ao contrário de dormir de costas ou de bruços, pode ativar o sistema linfático, ajudando a remover “resíduos cerebrais” de forma mais eficiente.

Utilizando modelos de roedores, eles observaram que a posição lateral facilitava um transporte mais eficiente desses resíduos, incluindo proteínas β amiloide e tau, que estão associadas ao desenvolvimento de doenças neurológicas como o Alzheimer.

Por que a posição de dormir é importante para a saúde cerebral? A pesquisadora Helene Benveniste explica que o estudo reforça a ideia de que o sono não apenas restaura o corpo, mas também “limpa” os resíduos acumulados durante o estado de vigília.

Distúrbios do sono estão ligados a várias formas de demência, e a posição em que dormimos pode influenciar esse processo de limpeza cerebral.

“O estudo, portanto, acrescenta mais suporte ao conceito de que o sono serve a uma função biológica distinta do sono e que é ‘limpar’ a bagunça que se acumula enquanto estamos acordados. Muitos tipos de demência estão ligados a distúrbios do sono, incluindo dificuldades para adormecer. É cada vez mais reconhecido que esses distúrbios do sono podem acelerar a perda de memória na doença de Alzheimer. Nossa descoberta traz novos insights sobre este tópico ao mostrar que também é importante em que posição você dorme”, afirma Benveniste.

O que fazer para ter uma boa noite de sono? Mantenha uma rotina regular: vá para a cama e acorde no mesmo horário todos os dias, mesmo nos fins de semana. Crie um ambiente propício para o sono: mantenha seu quarto escuro, silencioso e com uma temperatura confortável. Evite telas antes de dormir: a luz azul emitida por celulares, tablets e computadores pode interferir no sono. Tente evitar essas telas pelo menos uma hora antes de dormir.

Cuidado com a alimentação: evite refeições pesadas, cafeína e álcool nas horas que antecedem o sono. Exercite-se regularmente: a atividade física pode ajudar a adormecer mais rápido e a ter um sono mais profundo, mas evite exercícios intensos perto da hora de dormir.

Gerencie o estresse: técnicas de relaxamento, como meditação e respiração profunda, podem ajudar a acalmar a mente antes de dormir. Limite cochilos durante o dia: cochilos longos ou muito próximos da hora de dormir podem atrapalhar o sono noturno. Estabeleça uma rotina relaxante: ler um livro, tomar um banho quente ou ouvir música pode ajudar a dormir. Então, adotar essas práticas pode melhorar significativamente a qualidade do seu sono.

Catraca Livre

Foto: © iStock/bymuratdeniz

Uma pesquisa realizada por cientistas chineses detectou partículas de diferentes tipos de microplásticos no sêmen de homens, levantando preocupações sobre os efeitos potenciais desses contaminantes na saúde reprodutiva masculina. Com outros estudos sobre o assunto, em diferentes locais — como na própria Universidade de São Paulo —, eles documentaram a presença de microplásticos em várias partes do corpo humano.

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Segundo o professor Jorge Hallak, do Departamento de Patologia da FM (Faculdade de Medicina) e do Grupo de Estudo em Saúde Masculina do IEA (Instituto de Estudos Avançados), ambos da USP, a comunidade científica tem estudado substâncias conhecidas como xenobióticos há mais de duas décadas. Referentes a algo externo, ele explica que essas substâncias são estranhas ao organismo, como os microplásticos e outros poluentes atmosféricos que podem provocar efeitos prejudiciais.

“Isso é incorporado no nosso corpo de todas as maneiras possíveis. Alimentação, quando você come com aquele prato de plástico aquecido, quando você bebe uma água mineral em uma garrafa de plástico, então o nosso dia a dia é cheio de microplástico. Além dessas fontes, nós também vimos uma grande quantidade de microplástico nos oceanos, e mesmo em peixes de águas profundas, não só peixes superficiais, então é muito difícil fugir dos microplásticos em qualquer fonte”, explica. Hallak afirma que essas substâncias xenobióticas estão associadas ao aumento da incidência de certas doenças, principalmente no mundo industrializado.

Consequências na saúde humana O impacto dos microplásticos no sistema reprodutivo masculino é particularmente alarmante: “Hoje, na América Latina, dos casais que não conseguem engravidar, 52% é por causa masculina, ou seja, os homens estão passando as mulheres em termos de infertilidade no casal”.

De acordo com o professor, essas partículas não só foram encontradas no sêmen, mas também nos testículos e até nos espermatozoides. A presença de microplásticos pode causar uma microrreação inflamatória local, a qual leva a um estresse oxidativo, que é o radical livre de oxigênio.

Além dos efeitos locais, os microplásticos também têm impacto sistêmico, já que podem ser absorvidos pela corrente sanguínea e distribuir-se pelo corpo, onde podem desbalancear os hormônios do homem — ligados à maior incidência de câncer — e desencadear processos inflamatórios em outros órgãos, incluindo o cérebro.

Hallak mencionou que a exposição a microplásticos está associada a um aumento na incidência de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, já que, assim como as células testiculares, as células nervosas são ricas em ácidos graxos suscetíveis a danos.

Medidas a serem tomadas “O mecanismo de combater isso, pelo menos o efeito temporário para o homem conseguir ganhar fertilidade ou diminuir a chance de perder a capacidade reprodutiva, seria com o uso seletivo de alguns antioxidantes. A causa, que é muito difícil de ser tratada, está em todos os ambientes, mas o efeito nós temos como, dentro da andrologia, conseguir melhorar isso em termos de substâncias antioxidantes e, evidentemente, um pouco de mudança de hábito e estilo de vida”, afirma o especialista.

Apesar disso, ele reconhece que é praticamente impossível, no mundo moderno, evitar completamente a exposição a microplásticos.

Mesmo assim, Hallak destacou a importância de políticas públicas e de conscientização social para reduzir o uso de plásticos e minimizar os impactos sobre a saúde, sugerindo substituir o plástico por materiais mais amigáveis ao corpo humano — como o vidro — e evitar aquecer alimentos em recipientes plásticos — como, por exemplo, no micro-ondas.

“Teria que ser um movimento muito grande da sociedade, no sentido de você, mesmo que não fuja do plástico, usar tipos de plástico livres de BPA, de bisfenol A. Individualmente, cada um de nós podemos tomar essas atitudes”, concluiu.

Do Jornal da USP

Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Os anestésicos são uma grande invenção da humanidade. Basicamente, eles têm o poder de "nocautear" o cérebro temporariamente, aniquilando as sensações (a palavra, aliás, vem do grego antigo an, que quer dizer sem, e aesthesis, que quer dizer sensação).

Trata-se de um componente químico capaz de criar um efeito complexo: uma combinação de paralisia (a falta de movimento), analgesia (a falta de dor), amnésia (a falta de memória) e inconsciência. Agora, a ciência tem levantado mais informações sobre como a anestesia funciona.

Como nosso cérebro responde à anestesia?

Nossos cérebros são capazes de passar por uma série de estados diariamente: uma campainha tocando, ou a notificação do seu celular, por exemplo, são capazes de gerar uma série de atividades neurais de uma hora para a outra. Mas, quando estamos sob o efeito da anestesia, é bem provável que não ouviremos nada, mesmo que não estejamos dormindo – o que nos levaria a outro estado neural totalmente diferente. Um estudo recente tentou levantar pistas sobre as diferenças entre um cérebro que está desacordado e quando está sob anestesia.

Isso foi feito a partir da análise da atividade cerebral para medir a estabilidade, um conceito matemático que verifica a capacidade de um sistema de se recuperar de perturbações e retornar a um estado de base. Quando um sistema está estável, ele pode mudar a posição, mas sempre volta à posição original, como um pêndulo.

Essa metodologia foi usada, segundo o professor Earl Miller, um dos autores seniores do estudo, porque esta é uma métrica útil para este tipo de avaliação. “O cérebro tem que operar neste fio da navalha entre a excitabilidade e o caos. Ele tem que ser excitável o suficiente para que seus neurônios influenciem uns aos outros, mas se ele ficar muito excitável, ele se transforma em caos", explicou em uma nota para a imprensa.

O experimento feito com macacos

Para observar isso, os pesquisadores observaram os cérebros de dois macacos enquanto eles recebiam propofol, um anestésico que normalmente é usado em cirurgias. À medida que os primatas se aprofundavam na anestesia, a atividade em seus cérebros se tornava cada vez mais instável.

De modo geral, a ciência explica que há duas classes de neurônios no seu cérebro: os que aumentam a atividade em outros neurônios (excitatórios) e os que a diminuem (inibitórios). O propofol atua no sistema inibitório, aumentando-o e desequilibrando o sistema.

Em seguida, os pesquisadores tocaram sons para os macacos que estavam sob o efeito do propofol. O que eles notaram que é, sob anestesia, as respostas no cérebro eram mais lentas e longas. O cérebro deles apresentava uma atividade errática, o que poderia significar que o órgão não era mais capaz de processar informações de forma eficaz.

Ou seja, a sugestão aqui é que o "caos" gerado no cérebro pode ser o responsável pelo fato de que não percebermos o ambiente em nosso entorno enquanto estamos anestesiados. Segundo a neurocientista Ila Fiete, também autora do estudo, esse método que foi usado no estudo pode servir para avaliar "diferentes estados cerebrais, diferentes tipos de anestésicos e também outras condições neuropsiquiátricas, como depressão e esquizofrenia”, conclui.

Mega Curioso

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