A construção de hábitos saudáveis está entre os fatores determinantes para uma vida longeva de qualidade. Uma alimentação equilibrada promove o bem-estar e a prevenção de diversas doenças, como os cânceres de estômago e intestino. Alinhada ao objetivo de fomentar a conscientização sobre o tema, a rede de clínicas Meu Doutor Novamed, do Grupo Bradesco Seguros, alerta sobre a importância da prevenção e os cuidados necessários para o funcionamento adequado do aparelho digestivo.

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De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), os tumores malignos de intestino (cólon e reto) e de estômago, que comprometem o funcionamento do aparelho digestivo, estão entre os de maior incidência no Brasil. Esses dois tipos de câncer ocupam, respectivamente, a quarta e a sexta posição na lista dos mais frequentes no país.

A gastroenterologista Julia Campos, da rede de clínicas Meu Doutor Novamed, destaca o papel da dieta equilibrada e de um estilo de vida ativo para a prevenção. “É muito importante ter hábitos saudáveis, com uma dieta rica em fibras, com frutas e vegetais, e de baixo teor de gorduras. Entre os principais aliados, também estão praticar atividade física regularmente, eliminando o sedentarismo e controlando a obesidade, assim como abandonar o tabagismo e evitar o excesso na ingestão de bebidas alcoólicas”.

As projeções do INCA são de que o Brasil registre 704 mil novos casos de câncer para cada ano no triênio de 2023-2025, considerando mais de 20 tipos da doença. A estimativa representa um acréscimo de 79 mil novos casos anuais na comparação à projeção anterior do instituto -- de 625 mil por ano para o período de 2020 a 2022. Como saber se existe algum problema de digestão

A Dra. Julia Campos ressalta a importância de reconhecer os sintomas de que algo não está bem no estômago e no intestino, prejudicando o bom desempenho dos órgãos e, consequentemente, o funcionamento do aparelho digestivo. Os quatro principais indícios de que algo está em desordem no processo de digestão são:

  • Presença de azia e enjoo;
  • Dor no abdome e/ou abdome distendido;
  • Dificuldade na digestão com sensação de estufamento;
  • Mudanças no hábito do intestino (como diarreia ou constipação).

“Esses sintomas estão presentes em patologias benignas do sistema digestivo, mas também podem estar relacionados ao câncer. Além deles, é importante observar a presença concomitante de perda inexplicada de peso, bem como dificuldade de se alimentar, vômitos persistentes ou sangue nas fezes. Esses sintomas são como um alerta para a necessidade da avaliação com um gastroenterologista, para se afastar a possibilidade de câncer nesses órgãos”, reforça a médica, que atua na unidade do bairro Caminho das Árvores da Meu Doutor Novamed, em Salvador (BA).

Importância da qualidade da digestão

A digestão é um processo fundamental para a absorção de nutrientes presentes nos alimentos e bebidas, garantindo que o corpo humano possa funcionar corretamente, de forma saudável. Considerando que os sinais de um desempenho inadequado podem estar presentes em enfermidades distintas, a gastroenterologista enfatiza: “Os cânceres de estômago e de intestino só desenvolvem sintomas em fase avançada. Quando ainda estão pequenos e assintomáticos, a diferenciação entre as diversas patologias do sistema digestivo exige a avaliação específica de cada órgão, muitas vezes com exames de endoscopia digestiva ou de colonoscopia, quando for indicado”.

Idade e histórico familiar

Historicamente, o risco de desenvolvimento dos cânceres de estômago e intestino aumenta com a idade. Mas a incidência tem sido cada vez maior em pessoas mais jovens. De acordo com recente estudo da Universidade Harvard (EUA), publicado no fim de 2022 pela revista científica Nature Reviews Clinical Oncology, as últimas décadas apresentam uma mudança na faixa etária dos pacientes com neoplasia maligna. Cânceres como os de intestino, mama, estômago e pâncreas têm crescido entre pessoas com menos de 50 anos.

A Dra. Julia Campos alerta, ainda, para questões ligadas ao histórico familiar. “Temos que considerar a história familiar pessoal, pois a presença de parentes de primeiro grau com esses tipos de neoplasia maligna, pólipos ou síndromes genéticas aumenta essa chance de desenvolvimento da doença”.

Diagnóstico precoce e tratamento

O cuidado preventivo, com acompanhamento constante para um possível diagnóstico precoce, contribui para mitigar o desenvolvimento do câncer e tornar o tratamento mais eficaz. “A realização dos exames de rastreio, como a colonoscopia a partir dos 45 anos, é fundamental para reduzir a chance de aparecimento desse tipo de câncer. Nesse exame é possível detectar os pólipos -- a grande maioria dos tipos de câncer de intestino, por exemplo, se desenvolve a partir do crescimento desse tipo de tecido anormal em uma membrana mucosa -- e realizar a sua retirada por completo no mesmo procedimento. Essa retirada deixa o paciente livre da possibilidade de que esse pólipo continue crescendo e que se torne o câncer”, comenta.

A gastroenterologista da Meu Doutor Novamed ressalta que o tratamento depende de cada caso e, após um diagnóstico, o médico e o paciente irão alinhar as ações necessárias. “Quando o diagnóstico é realizado em um estágio inicial e sem acometer outros órgãos com metástases, é possível realizar a remoção do câncer por completo, por endoscopia ou por cirurgia, e complementando o tratamento com quimioterapia/radioterapia quando necessário”.

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Engenheiros da Universidade de Waterloo (EUA) desenvolveram uma nova ferramente de inteligência artificial (IA) capaz de prever a eficiência do tratamento quimioterápico antes da realização da cirurgia. O uso do algoritmo ajudaria a determinar as melhores opções de tratamento, evitando efeitos colaterais desnecessários de terapias que não seriam efetivas naquele caso, e melhorando os resultados cirúrgicos conforme as indicações.

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"Determinar o tratamento certo para cada caso de com câncer de mama ainda é muito difícil , e é crucial evitar efeitos colaterais desnecessários do uso de tratamentos que provavelmente não trarão benefícios reais para esse paciente", afirma o líder de desenvolvimento do código da iniciativa Cancer-Net, Alexander Wong, professor de engenharia de design de sistemas.

Ele ressalta que a criação de um sistema de inteligência artificial que ajuda na previsão da efetividade de um tratamento poderá auxiliar médicos em sua prescrição, de modo a melhorar taxas de recuperação e de sobrevivência de pacientes.

Em um projeto liderado por Amy Tai, uma estudante de pós-graduação do Laboratório de Visão e Processamento de Imagens de Waterloo, o software de IA foi treinado com imagens de câncer de mama feitas com uma nova modalidade de ressonância magnética de imagem, inventada por Wong e sua equipe, chamada sintética imagem de difusão correlacionada (CDI, na sigla em inglês).

Com o conhecimento obtido de imagens CDI de casos antigos de câncer de mama e informações sobre seus resultados, a IA pode prever se o tratamento quimioterápico pré-operatório beneficiaria novos pacientes com base em suas imagens.

Conhecido como quimioterapia neoadjuvante, o tratamento pré-cirúrgico pode encolher os tumores para tornar a cirurgia possível ou mais fácil e reduzir a necessidade de grandes cirurgias, como mastectomias.

“Estou bastante otimista com essa tecnologia, pois a IA de aprendizado profundo tem o potencial de ver e descobrir padrões relacionados e se um paciente se beneficiará de um determinado tratamento”, disse Wong.

R7

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A diretora do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) para a América Latina e Caribe, Luisa Cabal, pediu nesta segunda-feira no Panamá mais esforços na prevenção do HIV/Aids na região, onde as novas infecções aumentaram em 5% desde 2010.

"O que sabemos é que o HIV não é uma epidemia do passado, é uma epidemia que infelizmente vem aumentando desde 2010 (na América Latina) e temos que nos esforçar para fazer melhor" o que já se sabe ser necessário "para para reduzir as novas infecções", disse Cabal à Agência EFE. Em 2021, a América Latina registrou "110 mil novas infecções e 2,2 milhões de pessoas vivendo com o vírus". Se esses números forem comparados com os de 2010, a variação fica em torno de 5%, segundo dados do relatório denominado "Em Perigo", divulgado em julho do ano passado pelo Unaids.

Luisa Cabal reiterou que a região sofre de uma tripla crise: prevenção, acesso ao tratamento e de discriminação e exclusão”.

Apesar desse contexto, ela garantiu à EFE que o Unaids está otimista de que a região alcance a meta de que até 2030 a Aids deixe de ser "um desafio de saúde pública".

"Na América Latina podemos fazer isso porque nossos governos investem no acesso universal ao tratamento, mas temos que fazer alguns ajustes: investir mais na prevenção e nas populações que mais precisam (...) temos que fazer um pouco mais em nossa região para investir nas populações que mais precisam e combater o vírus do estigma e da discriminação", afirmou.

Segundo dados da agência da ONU lançados em julho do ano passado, 97% da resposta ao HIV é coberta pelos governos nacionais da América Latina, embora haja o risco de que esse investimento seja negligenciado devido à crise causada pela pandemia de covid-19 e a guerra na Ucrânia.

E para investir nas populações que mais necessitam, “é fundamental ter os melhores dados, qualidade, melhor informação para direcionar os nossos investimentos para que façam a diferença”, acrescentou.

A diretora do Unaids inaugurou hoje na capital panamenha um encontro regional para capacitação em projeto de estimativas e projeções de HIV.

Agência EFE

Um estudo publicado pela Imperial College de Londres, realizado com 200 mil pessoas de meia idade, do Reino Unido, ao longo de dez anos, constatou que a ingestão de alimentos industrializados e ultraprocessados, como refrigerantes, biscoitos e salgadinhos, aumentam o risco de morte por câncer em 6%. O artigo foi publicado no periódico científico eClinicalMedicine.

De acordo com o levantamento, o aumento no grau de mortalidade por cancros se deu com o aumento, também, do consumo de alimentos ultraprocessados em uma dieta em 10%. O risco de ter câncer em geral foi de 2% para cada aumento de 10% na ingestão de ultraprocessados na dieta. Em análises específicas, os níveis sobem para 16% em tumores na mama e19% em tumores ovarianos. O estudo mostrou ainda que, mesmo regulando outros fatores de risco, como tabagismo, sedentarismo e IMC (índice de massa corpórea), o risco de desenvolvimento da doença e morte em sua decorrência continuaram.

"Este estudo aumenta a evidência crescente de que os alimentos ultraprocessados ​​provavelmente impactam negativamente nossa saúde, incluindo o risco de câncer", afirma em comunicado a autora sênior do artigo, a professora Eszter Vamos, da Escola de Saúde Pública do Imperial College de Londres. De acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira, disponibilizado pelo Ministério da Saúde, os ultraprocessados consistem em alimentos industrializados, ricos em gordura ou açúcares, muitas vezes os dois. "É comum que apresentem alto teor de sódio, por conta da adição de grandes quantidades de sal, necessárias para estender a duração dos produtos e intensificar o sabor, ou mesmo para encobrir gostos indesejáveis oriundos de aditivos ou de substâncias geradas pelas técnicas envolvidas no ultraprocessamento", afirma o documento.

Entre os alimentos que fazem parte dessa lista, estão os refrigerantes e outras bebidas prontas, pães e bolos industrializados, biscoitos, salgadinhos, chocolates, refeições prontas, entre outros alimentos.

A identificação dos ultraprocessados é simples: se ao olhar o rótulo houver ingredientes que você não tem na sua cozinha, certamente ele não fará bem à saúde. Elementos como xarope de glicose, extrato de proteína, emulsificante, corante, adoçante, gordura hidrogenada, aromatizantes e amido modificado, usados na indústria, têm como função, mascarar o sabor da industrialização.

"Nossos corpos podem não reagir da mesma forma a esses ingredientes e aditivos ultraprocessados ​​como reagem a alimentos frescos e nutritivos minimamente processados. No entanto, os alimentos ultraprocessados ​​estão em todos os lugares e são altamente comercializados com preço barato e embalagens atraentes para promover o consumo. Isso mostra que nosso ambiente alimentar precisa de uma reforma urgente para proteger a população dos alimentos ultraprocessados", acrescenta em nota outra autora do estudo, a pesquisadora Kiara Chang.

R7