A suplementação de vitamina D pode ser capaz de reduzir o risco de desenvolver diabetes tipo 2 em adultos que já estejam pré-diabéticos. A descoberta é de cientistas do Tufts Medical Center, em Boston, nos Estados Unidos.
Em um artigo publicado nesta segunda-feira (6) nos Anais de Medicina Interna, o grupo apresenta a revisão de três ensaios clínicos que comparam os impactos da suplementação de vitamina D no risco de diabetes. Eles concluíram que indivíduos que fizeram uso de vitamina D durante três anos apresentaram diabetes de início recente em 22,7% dos casos.
Já entre os que tomavam placebo, o índice foi de 25%. Isso representa uma redução relativa de 15% do risco de desenvolver diabetes tipo 2. Em todo o mundo, cerca de 374 milhões de adultos vivem com pré-diabetes. Levando em consideração a taxa de 15% da redução do risco, os autores do artigo ainda fazem uma estimativa em níveis globais. Segundo os pesquisadores, a suplementação de vitamina D pode retardar o desenvolvimento de diabetes tipo 2 em mais de 10 milhões de pessoas.
E como isso ocorre? Há evidências de que a vitamina D tem, entre outras funções no organismo, um papel na secreção de insulina e no metabolismo da glicose.
Estudos anteriores já haviam encontrado uma associação entre baixos níveis de vitamina D e alto risco de desenvolver diabetes tipo 2.
Por outro lado, não se trata de comprar cápsulas de vitamina D na farmácia e tomar por conta própria.
O excesso de vitamina D pode ser extremamente danoso, especialmente para os rins.
Em um editorial, pesquisadores da University College Dublin alertam que sociedades médicas e os próprios profissionais têm obrigação de informar sobre os níveis seguros e os limites da ingestão de vitamina D.
Os CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos estão investigando casos de cegueira permanente e uma morte, cujos pacientes teriam feito uso de um colírio para olhos ressecados que era vendido livremente nas farmácias.
Em comunicado, o órgão afirma que 55 pacientes em 12 estados apresentaram várias infecções, inclusive oculares, provocadas por uma cepa rara da bactéria Pseudomonas aeruginosa, amplamente resistente a medicamentos.
Trata-se do primeiro surto dessa bactéria detectado nos Estados Unidos, de acordo com a agência sanitária.
"A investigação até o momento identificou lágrimas artificiais como uma exposição comum para muitos pacientes", acrescenta o comunicado, ao recomendar que a população deixe de usar o produto EzriCare e qualquer outro feito pela fabricante Delsam Pharma.
Cinco pacientes perderam a visão e uma pessoa faleceu por infecção na corrente sanguínea.
O laboratório afirmou não ter recebido qualquer reclamação de consumidores sobre reações adversas, tampouco solicitação de órgãos governamentais para fazer um recall do produto.
Apesar disso, a empresa endossou a recomendação dos CDC e pediu que as pessoa deixem de usar o EzriCare até que a investigação sobre a segurança do colírio seja concluída.
"Testes laboratoriais dos CDC identificaram a presença de VIM-GES-CRPA [a bactéria] em frascos EzriCare abertos de vários lotes; essas garrafas foram coletadas de pacientes com e sem infecções oculares e de dois estados. A VIM-GES-CRPA recuperada de produtos abertos corresponde à cepa do surto", salienta a agência americana.
A bactéria que provocou o surto se mostrou resistente a uma série de antibióticos em testes realizados em laboratório, algo que preocupa ainda mais especialistas.
Um vídeo no TikTok chamou atenção de muita gente ao mostrar a perfuração da orelha de um bebê que, além de se assustar, chora em seguida. É possível ver certa dificuldade da pessoa ao manusear a "pistola" (um dos aparelhos utilizados para o procedimento), que escorrega da mão do profissional quando ainda está presa na orelha da criança.
De acordo com o pediatra Paulo Telles, membro da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), as orelhas das crianças podem ser perfuradas logo após o nascimento, desde que o procedimento não traga riscos para o bebê, seja feito por um profissional qualificado e siga protocolos de higiene.
Ele afirma que a SBP recomenda que o furo seja feito 15 dias após o nascimento, de modo que o médico responsável tenha tempo de avaliar e autorizar a perfuração, e que confirme que não existem problemas, como a icterícia, que possam interferir ou causar desconforto à criança.
A enfermeira obstetra Cinthia Calsinski, doutora em enfermagem pela Unifesp (Universidade Federal do Estado de São Paulo), orienta que o procedimento seja realizado em crianças com mais de 3 kg e que já tenham passado pelos ajustes iniciais de amamentação. Os profissionais afirmam que a perfuração pode ser realizada tanto por enfermeiras ou médicos, como também por métodos de acupuntura.
Indica-se o uso de pomadas anestésica para diminuir o desconforto momentâneo de materiais com menor risco de provocarem reações alérgicas, como ouro maciço, aço cirúrgico ou aço inoxidável.
O pediatra acrescenta que fazer o furo enquanto oferece amamentação à criança pode gerar também efeito analgésico e acalmar o bebê.
Telles alega que não é recomendado o uso das pistolas para fazer o furo pois, além do barulho, que pode assustar, o método pode gerar furos assimétricos. Nem todos esses equipamentos passam por esterilização e higienização adequadas, o que facilita processos infecciosos.
Cinthia lembra que, para haver uma boa e adequada cicatrização, é importante que os pais estejam com as mãos higienizadas ao manusear o lóbulo da orelha da criança e que limpem o local com álcool 70%, com a ajuda de um algodão ou cotonete e, uma vez ao dia, girar o brinco, de modo que não fique grudado à pele.
O pediatra ressalta, também, que os pais devem se atentar ao trocar as roupas do bebê para que não se prendam ao brinco e gerem feridas.
Segundo o médico, a cicatrização demora em torno de 35 a 40 dias — quando é necessário verificar a existência de possíveis infecções.
Entre os sinais que podem ser observados nesses casos estão vermelhidão e calor local ou secreções. Ele orienta que, ao aparecimento desses sinais, os pais procurem o médico para ver o grau de inflamação.
"É importante lembrar que bebês recém-nascidos ainda têm a imunidade mais baixa e, apesar de se tratar de um procedimento simples, a contaminação pode ocorrer", completa Telles. Os especialistas asseguram que, nesses casos, o ideal é higienizar bem o local com sabonete neutro, retirar o brinco, e buscar ajuda pediátrica. Em alguns casos, é necessário esperar a cicatrização do furo para realizar novo procedimento.
Após a avaliação, caso seja identificada uma má cicatrização ou reação alérgica, o tratamento é feito com pomadas antialérgicas ou antiinflamatórias. Caso seja infeccioso, se não for possível o tratamento tópico, pode ser preciso o uso de antibióticos via oral ou até intravenosos.
Por fim, eles lembram que não existe uma idade certa para a perfuração, podendo ser realizada no momento em que a família se sentir confortável.
"A perfuração por brincos é algo cultural da América Latina, mas na Europa e nos Estados Unidos, por exemplo, não há esse costume logo ao nascer", finaliza Telles.
Em 04 de fevereiro, é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Câncer. A data foi criada para ampliar a conscientização sobre a doença, visando incentivar sua prevenção, descoberta e possibilitar que as pessoas tenham um tratamento adequado. De acordo com o último relatório do Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados 704 mil casos novos de câncer no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025, com destaque para as regiões Sul e Sudeste, que concentram cerca de 70% da incidência; de 2020 a 2022, esse número estava na casa dos 625 mil novos casos a cada ano.
Neste cenário, a saúde digital é de suma importância por colaborar com o tratamento e a cura, auxiliando na detecção precoce. Ela traz benefícios desde o engajamento, o atendimento até a recepção de seus resultados para tratamento adequado quando necessário. Informatizar todos os processos envolvidos no atendimento do paciente traz um consequente ganho no tempo empregado nessa jornada.
As tecnologias têm envolvido simuladores de realidade virtual que ajudam os pacientes a lidar com o estresse e a ansiedade associados a um diagnóstico, além de técnicas de imagem aprimoradas com a inteligência artificial, que tornam a detecção e a análise dos tumores muito mais fácil. Porém, ainda há muitos desafios em termos de infraestrutura dentro das instituições.
Para Larisse Ramos, especialista em negócios de Medicina Diagnóstica na MV, o investimento em tecnologia se tornou fundamental para aprimorar a jornada de quem é atendido, além de potencializar os diagnósticos e resultados da medicina oncológica no Brasil. A especialista também reforça a importância de medidas que são relativamente simples, como a prevenção. “A tecnologia como uma aliada no combate ao câncer propõe para as instituições de diagnóstico uma atuação de viabilização na realização de exames de uma forma abrangente, com tempo e qualidade adequados para uma tomada de decisão prévia e assertiva. Nesse contexto, o processo de estudo é qualificado não somente em sua realização, mas também no acesso às importantes informações dos profissionais envolvidos nessa jornada.”, explica ela.
Câncer de mama e sua grande incidência no Brasil
O câncer de mama, exceto os tumores de pele não melanoma, é a neoplasia que mais atinge e mata mulheres de todas as regiões do Brasil e ainda há um longo caminho a percorrer para reverter esse quadro. Entre 2020 e 2022, foram registrados 66.280 casos novos da doença por cada ano do triênio, representando um crescimento em relação ao ano de 2019, onde 59.700 casos foram registrados, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA).
Para a especialista da MV, diversas empresas estão investindo em aplicativos e equipamentos tecnológicos para colaborar com a cura do câncer de mama. Uma delas é a NASA. A organização iniciou o movimento de biomimética, levando avanços em quase todos os campos de pesquisa. A tecnologia também foi aplicada às próteses mamárias, pois, através da impressão 3D, os médicos desenvolvem moldes personalizados para a forma, tamanho e cor, correspondendo à anatomia única de cada paciente. Isso faz com que elas mantenham uma maior sensação de normalidade, ao mesmo tempo em que fornecem o suporte necessário para ajudar a prevenir feridas mamárias, que podem levar à infecção.
Apesar dos grandes avanços, Larisse alerta para a importância da informatização e da digitalização no combate ao câncer de mama. "A expansão dessas iniciativas está atrelada ao entendimento da instituição referente ao custo versus o retorno que a transformação digital traz”, explica. A especialista lista algumas ferramentas que a gestão da medicina diagnóstica tem à disposição para otimizar a realização das mamografias e que podem ser um investimento nas instituições de saúde. São elas:
Expansão da oferta de exames - Essa funcionalidade do software de gestão da medicina diagnóstica é fundamental para que a organização possa fazer a confirmação de agendamentos, dar vazão à demanda das pacientes e garantir que sejam atendidas diante de uma agenda com total aproveitamento.
Integração das informações para o cuidado da paciente - Para a realização de mamografias, é importante o levantamento e a correlação dos dados clínicos e radiológicos para que o médico possa se orientar melhor nos achados do exame. Sendo assim, é indicado integrar os sistemas de medicina diagnóstica também ao Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), garantindo o acesso aos dados integralizados da paciente a ser submetida ao exame.
Maior qualidade de laudo - Desde a operação adequada do mamógrafo, que deve estar devidamente calibrado, até a escolha correta do hardware (especialmente o monitor) usado pelo médico, as ferramentas presentes no PACS evitam gastos com utilização de películas, além de garantir uma boa visualização da imagem diagnóstica, o que resulta em um laudo mais apurado.
Análise avançada das mamografias - O uso de visualizadores ultra avançados otimiza o diagnóstico, garantindo, assim, a diferenciação entre achados evidentes e discretos. Essas ferramentas são capazes, por exemplo, de diferenciar tons de cinza e permitem a comparação e o aumento, síncrono ou não, de áreas e série de interesse e projeções de imagem. Há também recursos como zoom múltiplo para melhor análise da superfície, alinhamento automático das imagens, exibição de medidas e impressão personalizada.