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Pacientes em tratamento oncológico no Hospital São Marcos, referência no atendimento a pessoas com câncer em Teresina, denunciam a suspensão de procedimentos essenciais devido à falta de insumos. A situação tem gerado desespero entre familiares e acompanhantes, que temem o avanço das doenças sem a continuidade adequada das sessões.

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Em nota, o Hospital São Marcos afirmou estar enfrentando uma grave crise de financiamento, agravada por um atraso de 19 meses nos repasses contratuais da Prefeitura Municipal de Teresina. Já a FMS informou que repassou mais de R$ 32 milhões ao hospital. (Veja as notas na íntegra ao final da reportagem.)

Um dos casos de suspensão envolve um paciente diagnosticado com glioblastoma selvagem, um tipo agressivo de tumor cerebral. Segundo relatos da família, eles foram surpreendidos com a interrupção do tratamento.

"Fomos pego de supresa. É inaceitável que vidas fiquem em risco por conta de atrasos administrativos. Estamos falando de tratamentos que não podem esperar! Meu pai, assim como tantos outros pacientes, precisa dar continuidade à quimioterapia para evitar a progressão da doença", desabafa um dos familiares, indignado com a situação.

Ao Cidadeverde.com, o Hospital São Marcos relatou um atraso de 19 meses nos repasses contratuais da Prefeitura Municipal de Teresina.

“A instituição, que atende majoritariamente pacientes do SUS, chegou ao limite operacional e se vê forçada a interromper parte dos atendimentos oncológicos por absoluta falta de medicamentos”, disse a unidade de saúde.

Procurada pela reportagem, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) informou que já repassou mais de R$ 32 milhões ao hospital. A pasta destacou ainda que, desde 2023, o hospital recebe R$ 900 mil mensais do Governo do Estado, como complemento da tabela SUS. Segundo a FMS, o valor referente ao contrato atual está previsto para ser pago até o dia 30 de abril.

A Fundação informou também que está avaliando a realização de uma auditoria financeira na unidade, com o objetivo de analisar a real situação orçamentária e a destinação dos recursos.

Confira a nota do Hospital São Marcos

O Hospital São Marcos, referência no tratamento do câncer no Piauí, vem a público informar que está enfrentando uma grave crise de financiamento devido ao atraso de 19 meses nos repasses contratuais da Prefeitura Municipal. A instituição, que atende majoritariamente pacientes do SUS, chegou ao limite operacional e se vê forçada a interromper parte dos atendimentos oncológicos por absoluta falta de medicamentos.

Desde o início do ano, o hospital realizou:

Mais de 18 mil consultas em oncologia; 11 mil sessões de quimioterapia; 850 cirurgias de alta complexidade para tratamento do câncer; Mais de 300 internações de crianças com câncer; Mais de 400 internações de adultos com câncer. Apesar do esforço contínuo da equipe médica e da gestão hospitalar, mais de 1.000 pacientes estão atualmente com seus tratamentos atrasados, o que coloca suas vidas em risco.

Durante o mesmo período, o hospital recebeu da Prefeitura o total líquido de R$ 19 milhões em repasses (recursos exclusivamente do Ministério da Saúde e da Sesapi, meramente repassados pela Fundação Municipal de Saúde). Considerando apenas os principais procedimentos de alto custo mencionados acima, o ticket médio por atendimento foi de aproximadamente R$ 1.400 — valor significativamente inferior ao necessário para cobrir despesas com medicamentos oncológicos, equipe multiprofissional, insumos hospitalares e estrutura física.

“Não se trata de uma disputa política. Trata-se de uma questão de saúde pública e de preservação da vida. O Hospital São Marcos segue pronto para continuar atendendo, mas precisa de condições mínimas para isso. Estamos abertos ao diálogo e à construção de uma saída conjunta, responsável e urgente com a Prefeitura”, afirmou o diretor técnico da instituição em entrevista à TV, Dr. Marcelo Martins.

O hospital reconhece o cenário desafiador herdado pela atual gestão municipal, mas reforça que a população oncológica não pode ser penalizada por problemas administrativas ou atrasos financeiros. A urgência da situação exige uma solução imediata e pactuada entre os entes públicos.

Veja nota da Fundação Municipal de Saúde

NOTA DE ESCLARECIMENTO

A Fundação Municipal de Saúde (FMS) esclarece o seguinte:

Segundo informações do próprio Hospital São Marcos, a instituição encontra-se em dificuldades financeiras, de origens internas, ainda desconhecidas e a FMS estuda a realização de uma auditoria financeira para identificar as suas causas.

Agrava, ainda, a situação do Hospital a existência de uma dívida que possui junto à FMS relacionada a empréstimos consignados contratados junto a instituições financeiras. Esta situação foi apurada em auditoria interna realizada em 2024, em ação conjunta da Diretoria de Regulação, Controle, Avaliação e Auditoria (DRCAA) e da Secretaria Municipal de Finanças do Município de Teresina.

As parcelas desses empréstimos eram descontadas incorretamente no pagamento da sua produção mensal com recursos do Fundo Nacional de Saúde, reduzindo os recursos do teto MAC (média e alta complexidade), da FMS, oriundos do Ministério da Saúde, e reduzindo a capacidade financeira da Fundação. Dessa forma, a auditoria identificou uma dívida de R$ 31 milhões, inclusive o Hospital já reconheceu que deve esse valor à FMS, a ser acrescido dos encargos financeiros correspondentes. A FMS notificou o Hospital São Marcos sobre essa situação.

Somente em janeiro de 2025, o hospital recebeu, em valores brutos, R$ 9,799 milhões da FMS; em fevereiro, o repasse foi de R$ 13,569milhões; e em março, o montante chegou a R$ 7,627 milhões. No início de abril, já foram pagos R$ 1,2 milhão, totalizando mais de R$ 32 milhões até o momento. Esses valores englobam a produção ambulatorial e hospitalar, FAEC, complementação da SESAPI (R$ 900 mil mensais), piso salarial da enfermagem e o incentivo do sistema Íntegra SUS.

Do município de Teresina o Hospital recebe cerca de 700 mil mensal, em renúncia fiscal, a título de incentivo. E do Governo Federal, cerca de R$ 2,5 milhões de reais, mensais, em renúncia fiscal, também a título de incentivo.

Além disso, o hospital recebe lucro pela prestação de serviços privados a particulares e planos de saúde. Esses três benefícios (Teresina, Federal e lucro privado) são concedidos ao Hospital para auxiliar no custeio das despesas com pacientes do SUS.

Adicionalmente, o hospital recebe um valor mensal de R$ 900 mil do Governo do Estado, desde 2023, como complementação da tabela SUS, que, pelo contrato atual, está previsto para ser pago até o dia 30 deste mês de abril.

O Município de Teresina, por sua vez, contribui com R$ 650 mil mensais, a título de complementação, pagos com recursos da própria FMS. Contudo, esse valor não está sendo repassado desde a gestão passada da FMS devido ao débito do Hospital com a Fundação. A gestão anterior da FMS, inclusive, realizou então uma ação de cobrança na justiça para buscar resolver a pendência, mas essa situação ainda não foi solucionada.

O prefeito de Teresina Sílvio Mendes e o presidente da FMS, Charles Silveira, já estiveram em Brasília buscando uma solução para a situação, mas ainda aguardam uma resposta concreta do Governo Federal.

A FMS reafirma seu compromisso com uma resolução justa e transparente, garantindo a continuidade do atendimento de qualidade à população.

Com informações do cidade verde

Foto: Ascom/Hospital São Marcos

A doença de Alzheimer, uma das principais causas de demência entre os idosos, continua a preocupar especialistas e famílias ao redor do mundo. Embora o avanço da medicina tenha proporcionado algum alívio, tratamentos eficazes ainda são limitados. No entanto, mudanças simples no estilo de vida podem ajudar a reduzir o risco de desenvolver Alzheimer. Um estudo realizado nos Estados Unidos revelou que pequenas alterações podem ter um impacto significativo na saúde cognitiva, especialmente em pessoas com risco elevado da doença.

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Estudo revela estratégias eficazes para reduzir o risco de Alzheimer O estudo, denominado Genetic Risk, Midlife Life’s Simple 7 and Incident Dementia in the Atherosclerosis Risk in Communities Study, acompanhou 82 pessoas com idades entre 70 e 89 anos, todas com ao menos dois fatores de risco para demência. Essas pessoas foram submetidas a um treinamento personalizado, com atividades adaptadas às suas necessidades individuais, incluindo dieta, exercícios, medicação e práticas de atenção plena. O objetivo era reduzir fatores como sono inadequado, depressão, isolamento social e outros que contribuem para o desenvolvimento do Alzheimer.

Mudanças no estilo de vida: uma solução possível contra a demência O grupo experimental seguiu um programa estruturado por dois anos, com o acompanhamento de seus progressos. Durante esse período, os participantes melhoraram significativamente em testes cognitivos e físicos, apresentando uma melhoria de 74% em relação ao grupo de controle, que apenas recebia materiais educativos. Além disso, a satisfação dos participantes com as intervenções foi notável. Isso demonstra que, com a implementação de hábitos saudáveis, pode-se reduzir consideravelmente o risco de Alzheimer, oferecendo esperança para muitas pessoas em potencial.

Alzheimer: desafios práticos e a perspectiva de tratamento no futuro Apesar dos resultados positivos, a implementação de programas como o estudado apresenta desafios práticos em comunidades mais amplas. No entanto, os pesquisadores se mostraram otimistas quanto ao futuro do tratamento da doença de Alzheimer. Eles acreditam que, no futuro, o tratamento das demências poderá seguir o modelo das doenças cardiovasculares, combinando a redução de fatores de risco com medicamentos direcionados.

Catraca Livre

Foto: © iStock/sudok1

Pesquisadores dos Estados Unidos descobriram que um suplemento da vitamina K3, conhecido como menadiona, pode retardar a progressão do câncer de próstata.

O estudo preliminar, realizado em camundongos, oferece novas perspectivas para o tratamento futuro dessa doença.

Como a vitamina K3 atua contra o câncer de próstata? A menadiona atua confundindo as células cancerígenas, impedindo que reconheçam adequadamente as substâncias que chegam até elas.

O estudo foi conduzido por uma equipe liderada pelo professor Lloyd Trotman, do Cold Spring Harbor Laboratory (CSHL), um renomado centro de pesquisa nos Estados Unidos. Trotman e seus colegas descobriram que a menadiona ataca um lipídio essencial para as células do câncer de próstata, chamado PI(3)P. Sem ele, as células perdem a capacidade de gerenciar seus processos internos e acabam se destruindo.

Isso fez com que a progressão do câncer diminuísse nos camundongos. “É como um aeroporto. Se todos os aviões que entram perderem sua identificação imediatamente, ninguém sabe para onde eles devem ir em seguida. Aeronaves novas continuam chegando, e o centro de transporte começa a inchar. Isso, em última análise, leva ao estouro da célula”, explicou.

Os pesquisadores acreditam que o modelo do estudo pode ser replicado em humanos. O público-alvo seriam homens que fizeram biópsias e têm uma forma precoce da doença diagnosticada.

A menadiona tem outras aplicações médicas? Ao estudar a menadiona, os cientistas observaram que a vitamina também pode ser eficaz contra a miopatia miotubular, uma doença genética congênita incurável que impede o crescimento muscular de crianças.

Os pacientes com a condição raramente vivem além da primeira infância. Ao acabar com o PI(3)P com menadiona, eles conseguiram dobrar a expectativa de vida de camundongos com a condição. Se os mesmos benefícios forem vistos em humanos, isso pode significar maior longevidade das crianças diagnosticadas com miopatia miotubular.

Embora os resultados sejam promissores, é importante ressaltar que os estudos ainda estão em fase inicial e foram realizados em modelos animais. São necessárias mais pesquisas para confirmar a eficácia e a segurança da menadiona no tratamento do câncer de próstata e de outras condições em humanos.

Catraca Livre

O número de brasileiros adultos com IMC (Índice de Massa Corporal) elevado pode atingir 119 milhões até 2030, segundo projeções publicadas pela Federação Mundial da Obesidade. O estudo indica que 68% da população adulta no Brasil poderá apresentar IMC acima de 25 kg/m² – considerado sobrepeso –, e uma parcela significativa superará os 30 kg/m², faixa que caracteriza a obesidade.

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De acordo com os dados, a quantidade de homens com IMC alto pode subir de 38,5 milhões em 2015 para 55,8 milhões em 2030. Entre as mulheres, o crescimento projetado é de 41,4 milhões para 63,3 milhões no mesmo período. O estudo não traz projeções para um cenário em que políticas públicas efetivas sejam implementadas.

O estudo reforça a obesidade como um dos principais fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, derrames e alguns tipos de câncer.

Em 2021, o Brasil registrou 60.913 mortes prematuras atribuídas a essas condições relacionadas ao IMC elevado. Globalmente, mais de 1 bilhão de pessoas vivem com obesidade, número que pode ultrapassar 1,5 bilhão em cinco anos caso medidas preventivas não sejam adotadas.

O levantamento aponta que o Brasil está entre os 17 países com mais políticas voltadas ao combate à obesidade, incluindo diretrizes para controle do IMC, inatividade física e doenças crônicas na atenção primária. No entanto, o consumo de bebidas adoçadas ainda é elevado – variando entre 1 e 2,5 litros por semana por pessoa –, e a taxa de adultos que não praticam atividade física suficiente permanece entre 40% e 50%.Taxação de bebidas adoçadas e alimentos ultraprocessados; Subsídios para alimentos saudáveis; Restrições à publicidade de alimentos para crianças; Incentivos à prática de atividade física; Apoio do sistema de saúde no tratamento da obesidade. O estudo aponta que dois terços dos países avaliados não têm nenhuma ou possuem apenas uma dessas políticas implementadas. Apenas 7% das nações possuem sistemas de saúde preparados para lidar com a obesidade, sendo que a situação é mais crítica em países de baixa e média renda.

Em comparação global, apenas um país (Tonga) apresentou alto nível de prontidão para enfrentar o problema, enquanto México, Índia, Reino Unido, Finlândia e Malásia demonstraram preparo moderado. Por outro lado, 67 nações não conseguiram cumprir sequer um dos critérios de estruturação para combate à obesidade. A Federação Mundial da Obesidade analisou a adoção de cinco políticas-chave para combater o problema:

Além do Atlas Mundial da Obesidade, um estudo apresentado em 2024 no ICO (Congresso Internacional sobre Obesidade) indicou que, até 2044, 48% dos adultos brasileiros poderão atingir a obesidade, enquanto outros 27% estarão com sobrepeso. Se essa projeção se concretizar, o Brasil terá cerca de 130 milhões de adultos com IMC elevado, sendo 83 milhões com obesidade e 47 milhões com sobrepeso.

O presidente da Federação Mundial da Obesidade, Simon Barquera, comparou o impacto da condição ao de acidentes de trânsito, ressaltando que os governos precisam agir com mais rigor. “Ficaríamos horrorizados se um país não tivesse uma política para reduzir fatalidades nas estradas, mas muitos governos em todo o mundo não têm um plano sério para reduzir a morte e a doença causadas pela obesidade”, afirmou.

Estudos e especialistas alertam que a obesidade não é apenas resultado de escolhas individuais, mas também reflete fatores estruturais, como alimentação inadequada e dificuldades de acesso a espaços para a prática de atividade física.

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Foto: Divulgação/Sec. de Estado de Saúde - RJ/Arquivo