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O governo da Bahia assinou acordo para conduzir testes clínicos da Fase 3 da Sputnik V, vacina russa contra a covid-19. O Estado e planeja comprar 50 milhões de doses para distribuir no Brasil, informaram autoridades nesta quinta-feira (10).

vacinaaO governador Rui Costa (PT) disse que um acordo de confidencialidade foi assinado na terça-feira para formalizar os testes, e a Bahia irá receber 500 doses iniciais assim que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovar o protocolo para a testagem.

 

A Rússia promove a Sputnik como a primeira vacina contra o coronavírus a ser registrada no mundo, embora a Fase 3 de testes ainda não tenha sido concluída.

Costa disse que o governo federal deveria estar fazendo mais para estabelecer parcerias internacionais para ajudar os estudos sobre as vacinas que estão sendo desenvolvidas para combater a pandemia.

Se os estudos, que devem começar em outubro, forem bem-sucedidos, a Bahia irá buscar comercializar a vacina russa no Brasil por meio de seu centro de pesquisa farmacêutica Bahiafarma, segundo o secretário de Saúde do estado, Fábio Villas-Boas.

Uma fonte no governo da Bahia disse que o Estado espera assumir um compromisso na sexta-feira de comprar 50 milhões de doses da Sputnik V. A vacina russa está sendo desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa Gamaleya, de Moscou, e comercializada pelo RDIF (Fundo Russo de Investimento Direto), que no mês passado fechou um acordo com o Estado do Paraná para testar e produzir a vacina localmente.

 

Reuters

Foto: Andrey Rudakov/Reuters

 

 

alcoolA pandemia de covid-19 causou um aumento global na ingestão de bebidas alcoólicas. Nos Estados Unidos, o consumo médio de bebidas por dia aumentou de 0,74 em fevereiro para 0,94 em abril, de acordo com o instituto de pesquisa RTI International. Essa mudança está relacionada a abalos na saúde mental, causado pelas mudanças drásticas na vida social, de acordo com especialistas.

A psicóloga Julia Chester, professora de ciências psicológicas da Purdue University, nos Estados Unidos, que estuda o estresse e o comportamento de beber, afirma que os estressores sociais relacionados à pandemia podem apontar para um aumento no consumo de álcool e nos hábitos de beber.
O psiquiatra Luiz Socca, membro da APA (Associação Americana de Psiquiatria), explica que as causas do estresse no contexto da pandemia estão ligadas ao medo causado pelo próprio vírus e também ao isolamento social imposto para frear sua disseminação.

"Há o medo de contrair a doença e de contaminar os outros. O isolamento traz consequências graves à saúde mental. Preocupa o fato de não estar trabalhando, a manuteção do nível [econômico] e da própria vida. Então, muitos acabam descontando no álcool", pondera.

Uma pesquisa feita pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) entre 24 de abril a 8 de maio apontou que 18% das 44.062 pesssoas que responderam a um questionário pela internet afirmaram ter aumentado o consumo de álcool durante a pandemia.

O especialista afirma que o álcool tem um efeito ansiolítico, ou seja, pode diminuir a tensão e a ansiedade de imediato. "Mas é um ansiolítico ruim, porque seu efeito dura pouco e há efeitos colaterais. A longo prazo pode causar ou piorar a depressão e a ansiedade", ressalta.

Ele acrescenta que é "uma susbstância bastante tóxica que afeta todos os órgãos do corpo". Com o passar do tempo, as complicações incluem "perda de memória, da função hepática, câncer em diversas regiões, como boca, garganta, esôfago e estômago", exemplifica.

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o uso abusivo de álcool resulta em 3 milhões de mortes por ano em todo o mundo, o que representa 5,3% do total - entre pessoas de 20 a 39 anos, esse percentual sobe para 13,5% -, além de ser fator de causa para mais de 200 doenças e lesões.

O clínico-geral e nefrologista Américo Cuvello Neto, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, alerta para as possíveis consequências mais imediatas do consumo excessivo de bebidas alcoólicas, que podem afetar a si e a outras pessoas, como os acidentes de trânsito.

Já quem está alcoolizado pode entrar em coma metabólico. "O álcool fica circulando e causa uma redução das funções cerebrais", detalha. Segundo ele, para isso acontecer, a quantidade ingerida teria que ser muito elevada. Mas isso varia de pessoa para pessoa.


Cuvello afirma que o limite aceitável por dia para homens é de três doses e para mulheres duas doses no caso de bebidas fermentadas, como cerveja e vinho. Se forem bebidas destiladas, como cachaça, tequila e vodca, os homens não devem consumir mais que duas doses, e as mulheres uma.

Essa diferença acontece porque, segundo ele, as mulheres têm menos enzimas que metabolizam o álcool e, na maioria das vezes, menor quantidade de massa muscular. "O álcool é metabolizado no fígado e no músculo, se o indivíduo tiver menos massa muscular, vai metabolizar menos".

Socca, por sua vez, ressalta que não existe uma quantidade segura de ingestão de álcool quando se fala no risco de desenvolver uma dependência. "Pode acontecer mesmo quando a pessoa não bebia antes. Particularmente, ocorre muito com crianças e adolescentes", pondera.
A orientação é que pais evitem ficar alcoolizados na frente de seus filhos e que não haja fácil acesso ao álcool dentro de casa.

O psiquiatra afirma que há um conjunto de fatores de risco para a dependência ao álcool. Eles são externos e internos, como por exemplo a genética, doenças crônicas físicas e psíquicas - como enxaqueca, dores articulares, depressão, ansiedade - e trabalhos desgastantes.

"Há uma alta taxa de alcoolismo entre médicos comparando com a população em geral. Eles já estão mais sujeitos e, diante da pandemia, isso piora, pois passam por frustrações diárias, como a perda de pacientes", analisa.

 

R7

Foto: Pixabay

coronaaUma equipe de cientistas desenvolveu inibidores de proteína que bloqueiam a interação entre o coronavírus e o receptor ACE2 da célula humana, que serve como sua porta de entrada, abrindo o caminho para o uso de terapias que poderiam ser entregues mais facilmente do que anticorpos.

Os inibidores são resultados de um estudo publicado pela revista especializada Science, que observa que, nas culturas celulares, o mais potente deles pode neutralizar a infecção pelo vírus Sars-CoV-2.


O coronavírus tem em seu entorno espículas, semelhantes a uma coroa, que são uma proteína chamada Spike, que adere às células humanas por meio do receptor ACE2 para permitir a sua entrada e infectá-las.

O desenvolvimento de medicamentos que interferem nesse mecanismo poderia levar ao tratamento ou mesmo à prevenção da infecção, segundo a Universidade de Washington, uma das responsáveis pela pesquisa.

Os cientistas usaram técnicas de computador para projetar novas proteínas que se ligassem estreitamente à Spike e a bloqueasse para não infectar as células. No total, eles projetaram mais de 2 milhões de candidatos a proteína, dos quais 118 mil foram produzidos e testados em laboratório.

Quando esses inibidores foram avaliados em culturas celulares, vários se uniram com afinidades particularmente altas ao SARS-CoV-2, e dois neutralizaram o vírus, como observa a revista.

"Embora ainda sejam necessários extensos ensaios clínicos, acreditamos que o melhor destes antivirais gerados por computador é bastante promissor", disse o autor principal do estudo, Longxing Cao, do U.S. Protein Design Institute.

"Essas proteínas parecem bloquear a infecção pelo menos tão bem quanto os anticorpos monoclonais pela SARS-CoV-2, mas são muito mais fáceis de produzir e muito mais estáveis, eliminando potencialmente a necessidade de refrigeração", acrescentou.

A infecção pelo coronavírus geralmente começa na cavidade nasal, mas os anticorpos monoclonais em desenvolvimento como tratamentos para a doença não são ideais para a administração intranasal, pois são grandes e geralmente não são extremamente estáveis.

Entretanto, o uso de pequenas proteínas que se ligam fortemente à Spike do vírus e bloqueiam sua interação com o receptor de células humanas ACE2 pode permitir a administração direta intranasal.

Trabalhos anteriores em animais mostraram que a administração por meio do nariz de pequenas proteínas projetadas para se ligar firmemente a uma proteína da gripe pode fornecer proteção contra infecções.

"Nosso sucesso em projetar proteínas antivirais de alta afinidade a partir do zero é mais uma evidência de que o projeto de proteínas computacionais pode ser usado para criar candidatos a drogas promissores", destacou o cientista David Baker, da Universidade de Washington.

 

EFE

Foto: undefined

sinovaccO presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou nesta quarta-feira (9) que poderá disponibilizar, até maio de 2021, 100 milhões de doses da CoronaVac, vacina contra o coronavírus desenvolvida em parceria com a chinesa Sinovac Biotech.

"Em dezembro, o Butantan terá 46 milhões de doses disponíveis para o nosso Ministério da Saúde. O Ministério da Saúde poderá iniciar o seu programa de imunização."


Dimas Covas ressaltou que esta quantidade não é suficiente, já que cada pessoa recebe duas doses. Mas afirmou que há capacidade de produção.

"Temos condições de fornecer, até maio do ano que vem, se houver manifestação nesse sentido, até 100 milhões de doses."

O instituto, ligado ao governo de São Paulo, é o responsável pela terceira fase de testes da CoronaVac, realizados em 12 centros de pesquisa em todo o país.

O governo paulista pediu ao Ministério da Saúde a liberação de R$ 1,9 bilhão para a produção da CoronaVac. As conversas entre estado e governo federal continuam para viabilizar o recurso.

A expectativa é que os primeiros resultados comecem a ser analisados a partir de 15 de outubro, segundo Covas.

"Um organismo internacional que controla o estudo, ele que vê os dados dos voluntários e vai lá concluir se há ou não demonstração da eficácia. Havendo demonstração da eficácia, a vacina poderá ser registrada na Anvisa e disponibilizada ao Ministério da Saúde."

Idosos
Na avaliação de Dimas Covas, houve um equívoco da imprensa ao divulgar que a CoronaVac era menos eficaz em idosos.

"Saiu uma notícia esses dias na mídia dizendo que a a vacina não protegia os idosos. Na realidade, a leitura foi feita de uma forma diferente dos dados. A notícia é muito boa. Os dados que nós oferecemos para a Anvisa mostram que a vacina tem uma boa resposta imunológica nos idosos."

Os testes, segundo ele, demonstraram que a vacina em dose intermediária criou anticorpos neutralizantes em 98% dos voluntários.

 

R7

Foto: Roman Pilipey/EFE/EPA