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mortecovidO número de mortes causadas pelo coronavírus pode dobrar para 2 milhões antes que uma vacina bem-sucedida seja amplamente distribuída, e pode ser ainda maior sem uma ação conjunta para conter a pandemia, disse uma autoridade da OMS (Organização Mundial da Saúde) nesta sexta-feira (25).

"A menos que façamos isso, qualquer número que você diga [2 milhões de mortes] não é apenas imaginável, mas infelizmente muito provável", disse Mike Ryan, chefe do programa de emergências da OMS em entrevista nesta sexta-feira.

Sua visão foi compartilhada num momento em que o número total de mortes nove meses desde que o vírus foi descoberto na China se aproxima da terrível marca de 1 milhão.

 

 

 

reuters

Foto: REUTERS/Willy Kurniawan

 

remediocoraçaoA Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao Sistema Único de Saúde (Conitec SUS) abriu consulta pública sobre a proposta de adoção da substância cloridrato de prasugrel como tratamento para combater a trombose de stent (prótese de desobstrução arterial) em pacientes diabéticos com síndrome coronariana aguda e que fizeram  angioplastia coronariana primária.

Podem participar pacientes, a comunidade médica e a população em geral. A consulta pública ficará aberta até o dia 5 de outubro. A comunidade técnico-científico pode acessar o formulário. O público em geral pode fazer inscrições em neste site.

De acordo com os dados, a adoção do cloridrato de prasugrel pode reduzir em até 40% o risco de reinfarto e colocação de novo stent em pacientes com esse quadro. A medicação pode ser indicada também para não-diabéticos, com chance de diminuir o reinfarto em até 20%. Isso ocorre porque o cloridrato evita que a plaqueta grude no stent, permitindo que o sangue flua, o que evita um novo infarto. Segundo o Ministério da Saúde, 30% dos pacientes que passaram por angioplastia são diabéticos.

Atualmente no Brasil o medicamento é utilizado em hospitais particulares especializados no tratamento de pacientes diabéticos com síndrome coronariana aguda que realizaram angioplastia coronariana primária. Esse tratamento já é utilizado pelo sistema de saúde da Alemanha, Austrália, Canadá, Escócia, Inglaterra, entre outros, com resultados comprovados pela comunidade médica desses países.

O responsável pela Unidade Clínica de Coronariopatia Aguda do InCor – HC-FMUSP, Roberto Rocha Giraldez, explicou que a doença coronária ocorre quando se formam placas na circulação do coração. Com o tempo, a idade e principalmente os fatores de risco (diabetes, colesterol, hipertensão, tabagismo) aceleram a formação dessas placas que vão entupindo o coração.

"O evento agudo, o infarto, acontece subitamente porque nessas placas ocorrem fenômenos agudos que determinam que se forme um coágulo em cima da placa que é o que entope a circulação. Sem sangue nenhum o indivíduo acaba tendo o infarto, que é a necrose do músculo do coração decorrente da falta de sangue, oxigênio e nutrientes", explicou.

O cloridrato de prasugrel atua de forma rápida e mais intensamente, o que é importante para o indivíduo que chega ao hospital com infarto. Além disso ninguém oferece resistência a essa substância, o que garante a eficácia para todos.

"Isso foi comparado com outro medicamento disponível, o clopidrogrel, e o resultado foi que houve uma diminuição do infarto e um aumento do benefícios que esses medicamentos promovem, apesar do sangramento aumentar, o que é normal em medicamentos mais fortes. O prasugrel é um avanço, uma nova geração de medicamentos antiplaquetários. O benefício existe na fase aguda e também continua posteriormente."

Estudo

O presidente da Associação Brasileira de Cardiologia, Marcelo Queiroga, destacou que há vantagem em introduzir o medicamento no SUS desde que seja suportável financeiramente pelo sistema. “Há uma métrica econômica para avaliação da implementação de novas tecnologias em saúde. A entidade se comprometeu a participar de  estudo econômico para avaliar o emprego da terapia na prática clínica. O objetivo é verificar se os dados dos ensaios se replicam na prática e se são da magnitude observada no SUS. Nós temos compromisso não só com a comprovação científica apresentada mas com a sustentabilidade do sistema de saúde”, afirmou.

O Ministério da Saúde informou, em nota, que a consulta pública tem o objetivo de ampliar a discussão sobre o assunto e embasar as decisões sobre formulação e definição de políticas públicas. Para promover a participação da sociedade no processo de tomada de decisão para a inclusão de medicamentos e outras tecnologias no SUS, a Conitec disponibiliza suas recomendações em consulta pública por um prazo de 20 dias. Excepcionalmente, esse prazo pode ser reduzido para 10 dias em situações de urgência.

“A incorporação, a exclusão ou a alteração de novos medicamentos, produtos e procedimentos, bem como a constituição ou alteração de protocolo clínico ou de diretriz terapêutica são atribuições do Ministério da Saúde. Para cumprir essas atribuições, a pasta é assessorada pela Conitec.

A análise da Comissão deve ser baseada em evidências científicas, publicadas na literatura, sobre eficácia, acurácia, efetividade e segurança da tecnologia, bem como a avaliação econômica comparativa dos benefícios e dos custos em relação às tecnologias já incorporadas. É imprescindível que a tecnologia em saúde possua registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”, afirmou o Ministério da Saúde.

 

Agência Brasil

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

segunvacinaA Rússia espera registrar uma segunda vacina em potencial contra a covid-19 até o dia 15 de outubro, disse a agência de notícias TASS citando o órgão regulador russo de segurança do consumidor Rospotrebnadzor nesta terça-feira (22).


A vacina foi desenvolvida pelo Instituto Vector, da Sibéria, que concluiu o estágio inicial de testes em humanos na semana passada.

A Rússia registrou sua primeira candidata a vacina, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, de Moscou, em agosto. Os testes em estágio avançado desta candidata com pelo menos 40 mil pessoas estão em andamento.

 

 

 

Reuters

Foto: Divulgação/Assessoria de imprensa do RFPI

dengueA exposição à dengue pode fornecer algum nível de imunidade contra a covid-19, de acordo com um estudo liderado por Miguel Nicolelis, cientista brasileiro e professor da Duke Univerdity, nos Estados Unidos.

A pesquisa, publicada na plataforma medRxiv, ainda sem revisão por pares, comparou a distribuição geográfica dos casos de covid-19 com a disseminação da dengue em 2019 e 2020 no Brasil.
Locais com taxas mais baixas de infecção por coronavírus e crescimento mais lento de casos foram os mesmos que sofreram intensos surtos de dengue neste ano ou no último, descobriu Nicolelis.

“Esta descoberta surpreendente levanta a possibilidade intrigante de uma reatividade imunológica cruzada entre os sorotipos de Flavivirus da dengue e o SARS-CoV-2”, afirma o estudo, referindo-se aos anticorpos do vírus da dengue e ao novo coronavírus.

“Se comprovada como correta, essa hipótese pode significar que a infecção por dengue ou a imunização com uma vacina eficaz e segura contra a dengue poderia produzir algum nível de proteção imunológica” contra o coronavírus.
De acordo com Nicolelis, os resultados são particularmente interessantes porque estudos anteriores mostraram que pessoas com anticorpos da dengue no sangue podem apresentar resultados falsamente positivos para anticorpos de covid-19, mesmo que nunca tenham sido infectadas pelo coronavírus.

“Isso indica que há uma interação imunológica entre dois vírus que ninguém poderia esperar, porque os dois vírus são de famílias completamente diferentes”, disse Nicolelis, acrescentando que mais estudos são necessários para comprovar a conexão.

Ele destaca uma correlação significativa entre menor incidência, mortalidade e taxa de crescimento de covid-19 em populações no Brasil onde os níveis de anticorpos para dengue eram mais elevados.

O Brasil tem o terceiro maior número de infecções por coronavírus no mundo, com mais de 4,4 milhões de casos - atrás apenas dos Estados Unidos e da Índia.

Em estados como Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, com alta incidência de dengue no ano passado e no início deste ano, o coronavírus demorou muito mais para atingir um nível de alta transmissão na comunidade em comparação com estados como Amapá, Maranhão e Pará, que tiveram menos casos de dengue.
Os pesquisadores também encontraram uma relação semelhante entre surtos de dengue e uma propagação mais lenta do vírus em outras partes da América Latina, na Ásia e nas ilhas dos oceanos Pacífico e Índico.

Nicolelis contou que sua equipe se deparou com essa descoberta por acidente, durante um estudo sobre a disseminação do coronavírus no Brasil, no qual constatou que as rodovias tiveram um papel importante na distribuição dos casos pelo país.
Depois de identificar alguns pontos sem casos no mapa, a equipe foi em busca de possíveis explicações. Um grande avanço ocorreu ao comparar a disseminação da dengue com a do coronavírus.

“Foi um choque. Foi um acidente total ”, disse Nicolelis. "Na ciência, isso acontece, você está atirando em uma coisa e acerta um alvo que nunca imaginou que acertaria."

 

Reuters

Foto: Phil Noble/Reuters