Ao longo do curso da pandemia, uma série de novos sintomas da Covid-19, por vezes incomuns, têm vindo a ser descobertos. Agora, marcas ligeiras nas unhas são apontadas como o mais recente sinal de que uma pessoa já pode ter contraído a doença, segundo o ‘Independent’.
Tim Spector, principal pesquisador da ‘Zoe Covid Symptom Study’, que se concentra no rastreamento de novos sintomas da Covid-19, revelou que “as unhas de Covid estão cada vez mais sendo reconhecidas como um sintoma da doença. Depois de a pessoa recuperar da infeção, a unha cresce deixando visível uma linha clara”, explica.
O responsável esclarece ainda que em pacientes que já tiveram a doença viral, este tipo de sintomas têm aparecido sem complicações adicionais, como por exemplo erupções cutâneas, e são inofensivos.
Um outro artigo publicado no Canadian Medical Association Journal, revela que um homem de 45 anos apresentou marcas visíveis nas unhas das mãos e dos pés três meses e meio depois de ser diagnosticado com Covid-19.
Ainda assim, importante ressaltar que estes sinais não são exclusivos da Covid-19, podendo surgir como resultado de muitas doenças diferentes. Portanto, se for o caso de lhe aparecerem, não tome isso como um sinal infalível de que foi infetado pelo vírus respiratório.
Pode até te soar estranho, mas um estudo realizado pela Universidade de Manchester observou que pessoas que trabalham à noite tem até três vezes mais chances de desenvolverem covid-19 e serem hospitalizadas. A explicação é simples. Segundo os pesquisadores, com horários irregulares, a qualidade do sono não é a mesma e isso prejudica o sistema imunológico e consequentemente sua capacidade de combater infecções.
Estudos anteriores já tinham constatado que trabalhadores noturnos podem ter o ritmo circadiano do sono desequilibrado, aumentando suas chances de desenvolver doenças cardiovasculares, problemas cognitivos, diabetes e obesidade, entre outras condições.
Mas não é só esse o ponto. Os pesquisadores também destacaram que esses trabalhadores do período noturno podem estar mais cansados e, portanto, menos atentos às medidas de prevenção ao coronavírus.
Os cientistas também disseram que esses locais em que há pessoas trabalhando 24 horas podem ter menos tempo para limpeza ou desinfecção.
O estudo de Manchester foi realizado com 6 mil pessoas cadastradas em um banco de dados do Reino Unido. Nesses dados, eles identificaram pessoas que tinham sido testadas para covid-19 entre março e agosto do ano passado.
Ao todo, 498 pessoas tiveram o diagnóstico positivo para a doença. Dessas, 182 trabalhavam em período noturno e 316 não.
Como havia menos trabalhadores noturnos no grupo como um todo, os pesquisadores consideraram que eles tinham uma probabilidade desproporcional de estar no hospital com o vírus.
Então, eles observaram que pacientes hospitalizados que trabalhavam por turnos tinham duas vezes mais probabilidade de ter covid-19 do que alguém que trabalhava normalmente das 9h às 17h, por exemplo.
Já trabalhadores com rotina de trabalho irregular, ou seja, que trabalham à noite apenas alguns dias da semana tinham três vezes mais probabilidade de ter a forma grave da doença.
Os pesquisadores reforçam que os riscos para esses grupos de trabalhadores podem ser reduzidos por regras mais rígidas no local de trabalho ou por vacinação direcionada com base em empregos.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) divulgou, na tarde dessa quarta-feira (5), uma nota em que responde, segundo ela, aos ataques que têm recebido, desde que recusou a importação da vacina anticovid Sputnik V, que seria feita pelo Consórcio do Nordeste.
A agência afirmou que "não está acima das críticas", mas que tem feito exigências científicas ao Instituto Gamaleya, responsável pelo desenvolvimento do imunizante em Moscou.
"Há rigor técnico sim em reuniões e trocas de informações, mas não falta respeito pelos países e suas autoridades e nem pelo desenvolvimento científico e pelos esforços que todos estão realizando na tentativa de colocar mais vacinas à disposição da população brasileira. A Anvisa não está acima das críticas, mas são inadmissíveis os ataques à autoridade sanitária do Brasil", apresentou o documento.
A Anvisa explicou que está pedindo respostas consideradas básicas e que foram cumpridas por outras indústrias farmacêuticas com vacinas aprovadas no país.
"O que vem sendo exigido são questões básicas para uma vacina e não são motivos para indignação e tentativa de difamação do Brasil e dos seus servidores. Os requisitos e as exigências para as vacinas são baseados em ciência e foram cumpridos pelos demais laboratórios de vacinas contra a covid-19, aprovadas pela Anvisa e por outras autoridades."
Entre os pedidos feitos pelos técnicos da agência brasileira estão: relatório técnico ou dados de toxicologia (por exemplo, estudos capazes de comprovar que a vacina não tem toxicidade para os órgãos reprodutivos e para o feto); dados de segurança por faixa etária e segurança, para aplicação da vacina em pessoas idosas e para as pessoas que já tiveram covid-19; justificativas sobre os vieses observados nos estudos clínicos; dados sobre as respostas imunes induzidas pela vacina; relatórios de validação; estudos comparativos capazes de garantir que a produção do lote comercial é semelhante com o lote de 5 litros dos estudos clínicos; dados sobre o controle de vírus adventícios, impurezas, contaminantes e adenovírus replicantes.
O comunicado ainda ressalta que a autorização ou não da Sputnik V depende do interesse do Instituto Gamaleya em ter seus imunizantes usados por aqui.
"A Anvisa já aprovou outras cinco vacinas e a autorização do processo da vacina Sputnik V depende do desenvolvedor, ou seja, os estudos devem ser apresentados e as dúvidas referentes às questões exaustivamente já apontadas devem ser esclarecidas e resolvidas. A transparência, o debate técnico qualificado e os dados técnicos podem comprovar a segurança, a eficácia e a qualidade de um produto que pode salvar milhares de vidas."
Na última semana, o Instituto Gamaleya chegou a afirmar que processaria a agência reguladora brasileira por difamação.
Os fundadores do laboratório alemão BioNTech, responsável pelo desenvolvimento da vacina comercializada pela Pfizer, acreditam que a pandemia pode durar até meados de 2022, quando esperam que todas as regiões tenham alcançado alto índice de vacinação e imunidade de rebanho.
"Em meados de 2022, mesmo regiões com alta densidade populacional, como a Índia, terão alcançado um alto índice de vacinação e imunidade coletiva", disse o chefe da empresa, Ugur Sahin, em um evento organizado pelo períodico The Wall Street Journal. De acordo com Sahin, nos próximos 12 meses, haverá um número crescente de países — desenvolvidos e em desenvolvimento — alcançando essa imunidade de rebanho graças às vacinas.
Sahin destacou que em lugares como Europa e Estados Unidos a pandemia já começa a ser controlada graças às vacinas e à continuidade das medidas de distanciamento social, enquanto as infecções aumentam em lugares como a Índia, onde há bem menos vacinados e é mais difícil manter o distanciamento social.
“Temos que garantir taxas de vacinação realmente altas em todo o mundo. Do contrário, ninguém estará seguro”, frisou o cofundador e CEO da BioNTech, que considerou que a pandemia não vai acabar até que haja imunidade coletiva em todo o mundo.
Sahin, cuja firma fez parceria com a norte-americana Pfizer para produzir sua vacina, explicou que sua empresa está expandindo sua aliança de fabricação para produzir mais doses que podem ajudar países como a Índia, onde os casos dispararam recentemente.
Sua esposa e cofundadora da BioNTech, Özlem Türeci, observou que pode ser necessário combinar diferentes tipos de vacinas, incluindo vacinas de RNA mensageiro como a de sua empresa com outras como a da AstraZeneca, para acelerar a imunização em todo o mundo.
"Quanto mais vacinas tivermos disponíveis, melhor... Obviamente, em princípio, podemos misturá-las e combiná-las", disse Türeci, que é o diretora-médica da BioNTech.