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Eliminar o açúcar adicionado — aquele presente em doces, refrigerantes, sucos industrializados, ultraprocessados e adoçantes naturais como mel e xarope — provoca uma série de mudanças rápidas e mensuráveis no organismo.

caboidratos

Do peso ao humor, passando pela inflamação e pelo risco de doenças crônicas, os benefícios são amplos. Mas há um ponto essencial: a glicose é indispensável para a vida, e o corpo continua precisando de carboidratos, mesmo quando o açúcar artificial sai de cena.

“Ao parar de consumir açúcar artificial, a massa gordurosa é reduzida. A inflamação também cai, e a digestão melhora”, explica o médico gastroenterologista e especialista em Terapia Nutricional Juliano Antunes Machado, da Rede Mater Dei de Saúde.

As mudanças dentro e fora do corpo Redução da gordura corporal e visceral. O açúcar adicionado é rapidamente absorvido e tende a ser estocado como gordura. Cortá-lo reduz o acúmulo, especialmente na região visceral — aquela gordura que envolve órgãos e aumenta o risco de doenças metabólicas.

Mais disposição (depois de alguns dias). Os primeiros dias podem trazer cansaço, irritabilidade e “fome de doce”. O cérebro sente a queda na dopamina, liberada quando ingerimos açúcar. Com a adaptação, a energia sobe — desde que outros carboidratos não sejam cortados.

Melhora do humor. Após o período inicial de abstinência, o humor tende a estabilizar. “O açúcar ativa nosso circuito de recompensa. Quando retiramos, o cérebro precisa se ajustar”, explica Machado.

Menos inflamação. Dietas ricas em açúcar estão associadas a inflamação crônica. Reduzir o consumo ajuda no controle de processos inflamatórios e melhora a saúde metabólica.

Sensibilidade à insulina melhora. Isso diminui o risco de diabetes tipo 2, obesidade, doença hepática gordurosa e problemas cardiovasculares. Em pessoas que já têm diabetes, cortar açúcar facilita o controle da glicemia.

Sono mais regular. Oscilações bruscas de glicose relacionadas ao açúcar afetam o ciclo do sono. A retirada melhora a estabilidade energética ao longo do dia.

Carboidrato não é vilão: eliminar totalmente não funciona e traz riscos A confusão comum é achar que “cortar açúcar” é igual a “cortar carboidrato”. Não é.

Carboidratos são a principal fonte de energia do corpo e estão em praticamente tudo — de frutas a tubérculos, de arroz a legumes.

“O sistema nervoso central usa quase exclusivamente glicose como fonte de energia”, explica o endocrinologista Bruno Geloneze, pesquisador em obesidade e diabetes na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Segundo ele, excluir carboidratos não tem respaldo científico como estratégia de emagrecimento sustentável. Nutrólogo e professor da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), Fabiano Robert concorda:

“Eliminar carboidratos não encontra base na literatura atual, tanto pelos riscos em longo prazo quanto pela baixa adesão”, afirma.

De onde vem a glicose da qual realmente precisamos Mesmo sem açúcar adicionado, o corpo obtém glicose a partir de:

Carboidratos complexos: arroz integral, feijão, lentilha, grão-de-bico, batata, mandioca, milho. Lactose (açúcar do leite): essencial principalmente para a saúde óssea. Vegetais: fornecem pequenas quantidades de glicose e muitos micronutrientes. Frutas: oferecem frutose, fibras, vitaminas e antioxidantes. Cerca de 50% das calorias diárias devem vir dos carboidratos — preferencialmente os complexos. O restante se divide em 30% de gorduras e 20% de proteínas.

Por que exageramos tanto no açúcar? A indústria alimentícia concentrou carboidratos simples em produtos baratos e altamente palatáveis. “Com o processamento dos carboidratos, a oferta de glicose aumentou muito. Isso explica parte do avanço da obesidade nas últimas décadas”, explica Machado.

Alimentos com alto índice glicêmico elevam a glicose no sangue rapidamente e sobrecarregam o pâncreas, o que aumenta o risco de diabetes, fígado gorduroso e doenças cardiovasculares.

Quanto açúcar livre podemos consumir por dia? A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda:

Até 10% das calorias diárias de açúcares livres. Para benefícios extras: reduzir para 5% (aprox. 25 g por dia, ou 6 colheres de chá). A American Heart Association é ainda mais rígida:

Homens: até 36 g/dia Mulheres: até 25 g/dia A dose ideal em termos de saúde é: quanto menos, melhor.

G1

Foto: Freepik

Medicamentos de perda de peso muito populares podem ser usados para tratar a obesidade, quando combinados com exercício, dieta e aconselhamento, afirmou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nas primeiras orientações sobre estes medicamentos, esta segunda-feira.

ozempic

As recomendações surgem numa altura em que autoridades de saúde e médicos debatem a melhor forma de usar medicamentos contra a obesidade e a diabetes como o Wegovy e o Mounjaro, cuja popularidade disparou nos últimos anos.

Pertencem à classe dos agonistas do recetor GLP-1, que ajudam a perder peso ao imitar uma hormona que reduz o apetite.

As pessoas muitas vezes recuperam peso quando deixam de tomar estes medicamentos, o que levanta questões sobre se terão de ser tomados para toda a vida e sobre como apoiar melhor quem os usa.

As orientações da OMS aplicam-se a medicamentos GLP-1 como tirzepatida (Mounjaro e Zepbound), semaglutida (Ozempic, Wegovy e Rybelsus) e liraglutida (Saxenda).

A agência disse que as recomendações são "condicionais" porque a evidência mostra que os medicamentos para perda de peso podem tratar eficazmente a obesidade e problemas de saúde metabólica, mas os dados são limitados quanto ao impacto a longo prazo, custos, efeitos nos sistemas de saúde e outros fatores.

"Uma força essencial [das orientações] é a ênfase em combinar medicação com apoio comportamental e na necessidade de acesso equitativo, em vez de apresentar os medicamentos como solução isolada", afirmou Marie Spreckley, nutricionista e investigadora em obesidade na Universidade de Cambridge, em comunicado.

"Reconhece claramente a obesidade como uma doença crónica, progressiva e recidivante que exige gestão integrada a longo prazo, em vez de tratamento de curta duração", acrescentou.

Mais de 890 milhões de adultos em todo o mundo são obesos, segundo a OMS. Ser obeso ou ter excesso de peso pode ter consequências graves para a saúde, causando cerca de 3,7 milhões de mortes anuais por doenças cardiovasculares, diabetes, cancros, problemas digestivos, doenças respiratórias crónicas e perturbações neurológicas.

As orientações da OMS defendem que os tratamentos da obesidade devem combinar medicação com apoio comportamental para ajudar a adotar estilos de vida mais saudáveis e a praticar exercício regular, e que estes doentes devem receber acompanhamento a longo prazo.

As orientações "sublinham que qualquer estratégia para travar a epidemia global de obesidade exigirá esforços coordenados de saúde pública, olhando para os sistemas alimentares e o ambiente da atividade física, bem como para melhorar o acesso ao tratamento", afirmou em comunicado o Dr. John Wilding, professor de medicina na Universidade de Liverpool.

A OMS disse que a próxima versão das recomendações se concentrará em alargar o acesso aos medicamentos GLP-1 à medida que se tornem mais disponíveis.

"Espero que isto ajude a orientar os Estados-membros da OMS a considerarem como melhorar o acesso a cuidados abrangentes de obesidade, e é um primeiro passo bem-vindo", disse Wilding.

Este texto foi traduzido com a ajuda de inteligência artificial. Comunicar um problema : [Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.].

Euronews (português)

Foto: © David J. Phillip/AP Photo

As artérias são responsáveis por levar oxigênio e nutrientes do coração para todo o corpo, garantindo o funcionamento adequado das células. Segundo o cardiologista Thiago Marinho, quando essas estruturas começam a se obstruir, a circulação sanguínea se torna ineficiente, o que pode comprometer o desempenho de órgãos, músculos e tecidos.

arterias

Em entrevista à coluna Claudia Meireles, o médico especializado em hemodinâmica e cardiologia intervencionista destacou os dois principais fatores que contribuem para o entupimento das artérias: má alimentação e falta de atividade física. Esses comportamentos provocam danos contínuos aos vasos, gerando inflamações, acúmulo de colesterol, hipertensão e níveis elevados de glicose no sangue.

Esses danos constantes às paredes arteriais favorecem a formação de placas de gordura, que se acumulam lentamente ao longo dos anos. De acordo com o cardiologista do Hospital Mater Dei, em Goiânia, os sintomas só costumam surgir quando o quadro já está bastante agravado, o que reforça a importância de prevenir em vez de remediar.

Thiago Marinho enfatiza que manter hábitos saudáveis é muito mais eficaz do que tratar doenças já instaladas. Ele alerta que a obstrução das artérias, conhecida como aterosclerose, é a principal causa de mortes no mundo, sendo responsável por infartos, AVCs, insuficiência renal e até pela perda da força do coração.

Para evitar essas complicações, o médico recomenda uma rotina com alimentação balanceada, controle dos níveis de colesterol, pressão arterial e glicose, além da prática regular de exercícios físicos. Ele ressalta que essas medidas simples são fundamentais para preservar a saúde cardiovascular e evitar o avanço de doenças graves.

PaiPee

©Foto: Instagram

Com o passar dos anos, o cérebro muda de ritmo. Recuperar um nome exige alguns segundos a mais, objetos se perdem pela casa e ideias escapam no meio do caminho. Esses tropeços fazem parte da vida adulta tardia, mas há momentos em que a falha deixa de ser um detalhe do envelhecimento e passa a indicar que a memória está funcionando de um jeito diferente —e é justamente nessa fronteira que começam os primeiros sinais de Alzheimer.

esquecimento

Segundo Paulo Gustavo Lacerda, médico nuclear da Clínica de Medicina Nuclear Villela Pedras e do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (UFRJ), envelhecer não significa “apagar” lembranças.

“A memória só fica mais preguiçosa”, explica. Nos lapsos típicos da idade, a informação costuma voltar espontaneamente, ou depois de uma dica, e a autonomia permanece intacta. O alerta surge quando a dinâmica se transforma.

Quando o erro deixa de ser só um lapso Na prática, a mudança raramente acontece de forma brusca. O que as famílias observam, com o tempo, é uma certa repetição de histórias, perguntas que retornam várias vezes no mesmo dia, compromissos esquecidos mesmo em períodos tranquilos.

Em outras situações, uma receita antiga parece complexa demais, a organização da rotina começa a falhar ou o caminho para casa se torna confuso.

Esses sinais chamam atenção da neurologista e pós-doutora pelo Instituto Neurológico de Montreal da McGill University, Taíssa Marinho. Ela explica que, no Alzheimer inicial, o problema passa a ser o registro da informação —não mais apenas uma distração.

“Quando a memória recente começa a falhar de maneira progressiva, mesmo em ambientes calmos, isso já não é o envelhecimento esperado.” O que marca essa virada não é o esquecimento em si, mas a incapacidade de recuperar a informação, mesmo com pistas, e a frequência crescente dos episódios.

Para quem acompanha pacientes no consultório, essa diferença aparece com clareza. Francine Mendonça, neurologista do Hospital Beneficência Portuguesa que conversou com o g1, destaca que os lapsos benignos oscilam ao longo do tempo, enquanto os patológicos seguem uma linha constante de piora.

“É comum a família atribuir tudo à idade ou ao cansaço, e isso atrasa muito a avaliação”, diz.

Sinais que passam pelas frestas Neurologista e professor da Universidade de São Paulo (USP), Renato Anghinah observa que antes mesmo de esquecer fatos recentes, pacientes começam a errar palavras, interpretar frases de forma diferente ou se perder em locais familiares.

“Não é raro que o primeiro indício seja uma fala que não se encaixa no contexto, ou uma desorientação sutil no trajeto.” Os comportamentos também mudam. Apatia, irritabilidade inesperada, perda de iniciativa e uma distância progressiva de hobbies podem surgir muito antes da família suspeitar de algo neurológico.

E, embora esses sinais já indiquem um desvio importante, ainda são frequentemente normalizados. Elisa de Paula França, coordenadora do Departamento de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia, confirma:

“Muitos profissionais da atenção primária ainda tratam esse tipo de esquecimento —com impacto na vida diária— como algo natural. Mas não é.”

O que acontece antes dos sintomas Até os primeiros esquecimentos chamarem atenção, o cérebro pode passar uma década ou mais acumulando proteínas anormais, como amiloide e tau. É a chamada fase pré-clínica, em que o paciente vive normalmente, sem qualquer queixa, e exames cognitivos convencionais permanecem dentro do esperado.

Quando as falhas começam a entrar na rotina, ele migra para o estágio conhecido como Comprometimento Cognitivo Leve (CCL). Nesse ponto, ainda há independência —a pessoa dirige, trabalha, cuida da própria casa—, mas percebe que precisa recorrer a anotações, revisões e estratégias compensatórias.

Essa transição é crítica. É nela que o diagnóstico precoce se torna mais importante para orientar cuidados, definir intervenções e, quando indicado, considerar terapias modificadoras de doença.

Por que o diagnóstico ainda leva anos Embora a ciência avance, o diagnóstico no Brasil ainda costuma atrasar. Parte disso vem do estigma e da negação familiar; outra parte, da percepção equivocada de que “esquecer faz parte da idade”. Mas há também questões estruturais: dificuldade de acesso a especialistas, pouca capacitação na atenção primária e a própria complexidade da avaliação.

Anghinah insiste que tudo começa com uma boa anamnese, e não com uma ressonância. “É preciso ouvir o paciente e a família, entender a progressão e avaliar medicamentos, humor, sono, estresse. Isso ainda é negligenciado”, afirma.

A investigação inclui exames laboratoriais para descartar causas reversíveis, testes cognitivos formais e uma neuroimagem para avaliar possíveis lesões. Dependendo do caso, a avaliação neuropsicológica e os biomarcadores ajudam a esclarecer diagnósticos incertos.

Biomarcadores, PET, líquor e sangue Nos últimos anos, exames como PET amiloide, PET tau, líquor e testes de sangue com p-tau217 ganharam visibilidade. Mas seu uso, segundo os especialistas, deve ser criterioso.

França explica que esses exames são indicados em três cenários principais:

quando a clínica não fecha diagnóstico; quando o quadro começa antes dos 65 anos; quando é necessário confirmar a fisiopatologia para uso de terapias modificadoras. No setor privado, exames de sangue já começam a se disseminar, mas ainda não fazem parte da rotina pública e não são recomendados para pessoas sem sintomas. No Sistema Único de Saúde (SUS), a oferta de PET e de biomarcadores ainda é extremamente limitada.

Lacerda acrescenta que, em muitos casos, o líquor ainda é o método mais acessível para confirmar a patologia —embora nem sempre seja necessário. “O fundamental é não transformar biomarcador em check-up de memória”, alerta.

G1

Foto: Reprodução/RBS TV