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Um novo antibiótico poderoso, isolado de micróbios que antes não podiam ser estudados, parece ser capaz de combater bactérias nocivas e até mesmo superbactérias multirresistentes a muitos dos fármacos atuais.

antibiotico

Chamado de clovibactina, o medicamento parece matar as bactérias de uma maneira incomum, o que torna mais difícil o desenvolvimento de qualquer resistência dos microrganismos contra o remédio. Pesquisadores da Universidade de Utrecht (Países Baixos), da Universidade de Bonn (Alemanha), do Centro Alemão de Pesquisa de Infecções (DZIF, na sigla em inglês), da Universidade Northeastern de Boston (EUA) e da empresa NovoBiotic Pharmaceuticals (EUA) compartilharam a descoberta da clovibactina e seu mecanismo na revista científica Cell.

A resistência antimicrobiana é um grande problema para a saúde humana e investigadores em todo o mundo procuram novas soluções.

“Precisamos urgentemente de novos antibióticos para combater bactérias que se tornam cada vez mais resistentes à maioria dos antibióticos utilizados clinicamente”, diz Markus Weingarth, pesquisador do Departamento de Química da Universidade de Utrecht. No entanto, a descoberta de novos medicamentos é um desafio: poucos antibióticos novos foram introduzidos nas clínicas nas últimas décadas e, muitas vezes, assemelham-se a antibióticos mais antigos e já conhecidos.

"Bactérias patogênicas nunca viram tal antibiótico antes e não tiveram tempo de desenvolver resistência. A clovibactina é diferente”, diz Weingarth. “Como a clovibactina foi isolada de bactérias que não podiam ser cultivadas antes, as bactérias patogênicas nunca haviam visto esse tipo de antibiótico antes e não tiveram tempo de desenvolver resistência”.

R7

Foto: Freepik

Uma mulher de 65 anos busca repetidamente ajuda médica devido à memória, que está falhando. Primeiramente, é informada de que não há motivo para preocupação; um ano depois, de que é "apenas envelhecimento normal". Até que, finalmente, a verdade se revela: "É Alzheimer. Não há cura".

Cenários como esse são muito comuns.

A demência continua amplamente subdiagnosticada, mesmo em países de alta renda, como o Canadá, onde a taxa de casos não detectados supera os 60%.

A crença de que o déficit cognitivo é normal em pessoas idosas e a falta de conhecimento sobre os sintomas da demência e os critérios de diagnóstico entre os médicos foram identificados como os principais culpados por casos perdidos e diagnósticos tardios.

Perdas de memória relacionadas à idade não devem ser consideradas apenas parte do envelhecimento normal.

Esquecer ocasionalmente onde estacionamos o carro ou deixamos nossas chaves pode acontecer com todos, mas, quando essas situações se tornam frequentes, é importante buscar orientação médica.

Embora muitas pessoas que experimentam mudanças leves em sua capacidade de pensar e lembrar informações não desenvolvam demência, em outros casos essas declinações constituem um sinal de alerta precoce.

Pesquisas mostram que pessoas com mudanças leves na cognição têm um risco maior de desenvolver demência mais tarde na vida.

Na verdade, foi demonstrado que o processo da doença (mudanças na estrutura e no metabolismo do cérebro) começa décadas antes do aparecimento de sintomas como a perda de memória.

Além disso, está cada vez mais reconhecido na comunidade científica que as intervenções que visam retardar ou prevenir o desenvolvimento da doença são mais eficazes quando iniciadas precocemente no curso da doença.

Apesar disso, protocolos para detecção precoce não são padronizados na comunidade médica, em parte porque ainda existem lacunas significativas em nossa compreensão da demência.

Em uma pesquisa realizada por Stefanie Tremblay, candidata a PhD em física médica na Universidade Concordia, no Canadá, métodos avançados de ressonância magnética cerebral foram usados para caracterizar a saúde cerebral em adultos mais velhos com alto risco de desenvolver demência.

O objetivo foi identificar novos biomarcadores de patologia precoce, o que poderia levar a métodos de detecção aprimorados no futuro.

O número de idosos no Canadá está aumentando. A demência está fortemente associada ao envelhecimento, portanto, o número de canadenses diagnosticados com demência, incluindo o Alzheimer, deverá aumentar consideravelmente nas próximas décadas, atingindo uma estimativa de 1,7 milhão de canadenses até 2050. Isso é mais do que a população da província canadense de Manitoba!

Esse aumento projetado porá uma pressão enorme nos já sobrecarregados sistemas de saúde se nenhuma ação significativa for tomada para reverter a tendência. Isso significa que estratégias eficazes de prevenção são agora mais urgentes do que nunca.

Notícias recentes sobre novos medicamentos promissores para tratar a doença de Alzheimer também destacam a necessidade de detecção precoce.

Ensaios clínicos mostraram que esses medicamentos são mais eficazes em retardar o declínio cognitivo quando administrados precocemente no curso da doença.

Embora essas novas opções de tratamento representem avanços para o campo do Alzheimer, mais pesquisas são necessárias.

Essas novas terapias atuam apenas em um processo da doença — reduzindo os níveis de amiloide, uma substância considerada tóxica para os neurônios — e, portanto, podem retardar o declínio cognitivo somente em um subconjunto estreito de pacientes.

Uma caracterização adequada de outros processos, de maneira personalizada, é necessária para combinar esses tratamentos com outras estratégias.

Isso sem mencionar o aumento significativo em recursos financeiros e humanos que serão necessários para fornecer esses novos tratamentos, o que poderia dificultar o acesso a eles, especialmente em países de baixa e média renda, onde os casos de demência estão aumentando mais.

Por outro lado, as mudanças no estilo de vida têm se mostrado eficientes em reduzir o risco de desenvolvimento de demência, com custos mínimos e sem efeitos colaterais.

Ao tornar-se a avaliação do risco de demência parte das consultas médicas de rotina para idosos, aqueles que estão em risco maior podem ser identificados e aconselhados sobre como manter a saúde cerebral e a cognição.

Pessoas em risco provavelmente precisam dessas intervenções mais do que nunca (potencialmente uma combinação de intervenções farmacêuticas e de estilo de vida), mas qualquer um pode se beneficiar ao adotar hábitos saudáveis de vida, que são conhecidos por proteger não apenas o cérebro, mas também o coração e outros órgãos.

De acordo com um relatório influente, publicado no Lancet em 2020, 40% dos casos de demência podem ser atribuídos a 12 fatores de risco modificáveis.

Entre eles estão pressão alta, obesidade, inatividade física, diabetes, tabagismo, consumo excessivo de álcool e pouco contato social.

Isso significa que, ao adotar hábitos de vida positivos, teoricamente poderíamos prevenir cerca de 40% das demências, de acordo com o relatório.

Embora não haja garantia de evitar o declínio cognitivo, as pessoas podem reduzir significativamente o risco de demência ao aumentar os níveis de atividade física, garantir que estejam mentalmente ativas, expandir o contato social, evitar o tabagismo e limitar o consumo de álcool.

Algumas evidências também sugerem que uma dieta mediterrânea, que enfatiza o consumo elevado de vegetais (especialmente folhas verdes) e reduz a ingestão de gorduras saturadas e carne, também é benéfica para a saúde cerebral.

Em resumo, quando as pessoas se encorajam a ser fisicamente, mentalmente e socialmente ativas, um número significativo de casos de demência pode ser evitado.

Ao mesmo tempo, o foco de mudanças de políticas poderia ser a abordagem das desigualdades sociais, que elevam a ocorrência de vários fatores de risco e a prevalência de demência em minorias étnicas e populações vulneráveis.

Apesar de possuir um sistema de saúde universal, o Canadá ainda tem desigualdades de saúde. Entre as pessoas em maior risco de condições de saúde estão aquelas com status socioeconômico mais baixo, com deficiências, povos indígenas, pessoas racializadas, imigrantes, minorias étnicas e indivíduos LGBTQ2S.

Mudanças de políticas poderiam abordar essas desigualdades, não apenas promovendo estilos de vida saudáveis, mas também tomando medidas para melhorar as circunstâncias em que as pessoas dessas comunidades vivem.

Exemplos incluem melhorar o acesso a centros esportivos ou clínicas de prevenção para pessoas com menor renda e projetar cidades que sejam propícias a estilos de vida ativos.

Governos precisam avaliar e abordar as barreiras que impedem as pessoas de grupos específicos de adotar hábitos saudáveis de vida.

The Conversation, via Reuters

 

A sífilis é uma IST (infecção sexualmente transmissível) causada pela bactéria Treponema pallidum e para a qual não existe uma vacina disponível. Se não for tratada, ela se manifesta em três ocasiões — há períodos em que os sintomas desaparecem —, sendo a fase terciária a mais perigosa.

sifilis

"A sífilis se espalha de pessoa para pessoa por meio do contato direto com uma ferida sifilítica, conhecida como cancro. Cancros podem ocorrer no pênis, vagina, ânus, reto, lábios ou boca. A sífilis pode se espalhar durante o sexo vaginal, anal ou oral. Pessoas grávidas com sífilis também podem transmitir a infecção ao seu bebê não nascido", descrevem os CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos.

Sífilis primária A sífilis primária se manifesta por uma ferida única, no local por onde a bactéria entrou no organismo (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca ou outros locais da pele), que surge entre dez e 90 dias após o contágio.

"Essa lesão é rica em bactérias e é chamada de 'cancro duro'", diz o Ministério da Saúde. Também é uma lesão que normalmente não causa dor nem coceira, não arde nem tem pus. Mas um indicativo pode ser o surgimento de ínguas na virilha.

O problema maior nessa fase é que a lesão pode não ser percebida. Às vezes, ela desaparece sozinha após algumas semanas, mesmo sem tratamento.

"Cerca de metade das mulheres infectadas e de um terço dos homens infectados não sabem que sofrem de cancro, pois ele causa poucos sintomas. Os cancros no reto ou na boca, que geralmente ocorrem em homens, muitas vezes passam despercebidos", relata o Manual MSD de Diagnóstico e Tratamento.

Sífilis secundária Entre seis semanas e seis meses após a cicatrização da ferida inicial, surgem os sintomas da sífilis secundária. Eles são genéricos e podem ser confundidos com outras doenças.

Nessa fase, as pessoas podem apresentar manchas vermelhas indolores e que não coçam por todo o corpo, mas principalmente na palma das mãos e na planta dos pés. Também é comum haver aumento de linfonodos, febre e cansaço.

"As manchas desaparecem em algumas semanas, independentemente de tratamento, trazendo a falsa impressão de cura", salienta o Ministério da Saúde.

Sífilis latente Após o estágio secundário, a doença pode permanecer latente por anos a décadas, com a bactéria ainda presente nos testes para sífilis.

Embora em geral não seja contagiosa durante esse período, ocasionalmente podem surgir ulcerações na pele ou em membranas mucosas, transmitindo a infecção.

O estágio latente é dividido em prematuro (até 12 meses após a infecção inicial) e tardio (mais de 12 meses após a infecção inicial).

Sífilis terciária O Manual MSD descreve que "a sífilis terciária se desenvolve em cerca de um terço das pessoas não tratadas anos a décadas depois da infecção inicial. Os sintomas variam entre leves e devastadores".

Nesse momento, pode haver três principais formas de manifestação.

A sífilis terciária benigna é um tipo que se desenvolve entre três e dez anos após a infecção. "Surgem protuberâncias macias e flexíveis na pele, chamadas granulomas, mais comumente no couro cabeludo, no rosto, na parte superior do tronco e nas pernas", explica o guia médico.

Essas lesões se desenvolvem no fígado ou ossos, mas podem afetar qualquer órgão. "Elas podem se desintegrar, formando uma ulceração aberta. Se não forem tratados, os granulomas destroem o tecido ao redor deles. Nos ossos, eles geralmente causam dor profunda, penetrante, que geralmente piora à noite. Os granulomas crescem lentamente, curam-se aos poucos e deixam cicatrizes", acrescenta a publicação.

A segunda forma é a sífilis cardiovascular, que ocorre quando o Treponema pallidum infecta vasos sanguíneos no entorno do coração. Ela surge entre 10 e 15 anos depois do contato com a bactéria.

Isso pode levar a fraquezas nas paredes da aorta, formando um aneurisma que pressiona estruturas no peito, resultando em dificuldade respiratória, tosse e rouquidão. A válvula aórtica pode vazar, e as artérias coronárias podem se estreitar, provocando dor no peito, insuficiência cardíaca e, potencialmente, a morte.

A terceira manifestação é a neurossífilis, que ocorre em cerca de 5% de todas as pessoas com sífilis não tratada.

Neurossífilis, sífilis ocular e otossífilis são complicações da sífilis que podem afetar o sistema nervoso, visual e auditivo, respectivamente.

A neurossífilis pode causar dor de cabeça intensa, problemas de movimento, fraqueza muscular, dormência e alterações mentais ou demência.

Já a sífilis ocular pode resultar em dor nos olhos, manchas flutuantes na visão, sensibilidade à luz e mudanças visuais.

A otossífilis pode causar perda auditiva, zumbido, dificuldades de equilíbrio e tontura.

O Manual MSD adverte que a "sífilis pode afetar os olhos ou ouvidos em qualquer estágio da doença".

Sífilis congênita Quando uma pessoa grávida tem sífilis, a infecção pode se espalhar para o feto, dizem os CDC. Gestantes devem fazer teste de sífilis na primeira consulta de pré-natal e algumas delas mais de uma vez durante o acompanhamento.

A sífilis não tratada em gestantes pode levar a riscos graves para o feto, incluindo natimortos ou morte logo após o nascimento, com até 40% de mortalidade infantil.

Bebês nascidos vivos com sífilis podem não mostrar sinais iniciais, mas sem tratamento podem desenvolver problemas graves em semanas, como atrasos no desenvolvimento, convulsões ou morte.

Diagnóstico e tratamento Como não existe vacina, a melhor forma de se prevenir da sífilis é utilizar preservativo nas relações sexuais. Para pessoas que tenham múltiplos parceiros, é fundamental a testagem periódica, a fim de evitar que a doença avance para outras fases.

O diagnóstico pode ser feito por um teste rápido (em postos de saúde) ou exames de sangue laboratoriais.

Em caso de teste positivo, o tratamento é feito com antibióticos — normalmente, injeções de Benzetacil. Quadros mais graves podem exigir internação para administração de remédios na veia.

Novos exames serão solicitados pelo médico para certificação de que a bactéria foi eliminada. Ainda assim, o indivíduo ficará com o exame positivo para sempre (cicatriz sorológica).

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Foto: REPRODUÇÃO/JERE MAMMINO/AMERICAN OSTEOPATHIC COLLEGE OF DERMATOLOGY

A agência reguladora de medicamentos dos EUA (FDA, na sigla em inglês) aprovou, na segunda-feira (21), a primeira vacina destinada a gestantes para prevenir doenças respiratórias graves causadas pelo VSR (vírus sincicial respiratório) nos bebês.

O imunizante gera anticorpos ao recém-nascido até os seis meses de idade, fase em que há risco de morte em caso de infecção pelo VSR. Um estudo clínico avaliou a eficácia da vacina na prevenção de doenças respiratórias do trato respiratório inferior e de complicações respiratórias causadas pelo VSR em bebês nascidos de indivíduos vacinados durante a gravidez.

Entre cerca de 3.500 gestantes que receberam Abrysvo, nome comercial da vacina, em comparação com aproximadamente 3.500 gestantes que receberam placebo, o imunizante reduziu o risco de doença respiratória grave em 81,8% nos primeiros 90 dias após o nascimento e 69,4% nos primeiros 180 dias após o nascimento.

A vacina poderá ser usada por mulheres entre a 32ª e a 36ª semanas de gravidez. Ela é administrada em dose única de injeção intramuscular.

"O VSR é uma causa comum de doenças em crianças, e os lactentes estão entre os que correm maior risco de desenvolver doenças graves, que podem levar à hospitalização", afirmou o diretor do Centro de Avaliação e Pesquisa de Produtos Biológicos da FDA, Peter Marks.

Segundo o médico, "esta aprovação oferece uma opção para os profissionais de saúde e grávidas protegerem os bebês dessa potencial doença ameaçadora à vida".

O vírus sincicial respiratório e o metapneumovírus humano são causas comuns de infecções respiratórias em bebês e crianças. Os sintomas incluem corrimento nasal, febre, tosse e sibilos, e em casos graves, pode haver desconforto respiratório.

Crianças com condições médicas subjacentes e bebês com menos de seis meses estão em maior risco.

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