Será que comer alho cru faz mal? Aliás, o alho, um ingrediente fundamental na culinária mundial, tem sido reconhecido ao longo dos séculos por suas propriedades medicinais e seu sabor marcante.

alho

No entanto, surgem dúvidas recorrentes sobre os efeitos de consumir alho cru. Um dos questionamentos mais comuns é se essa prática pode ser prejudicial à saúde.

Neste artigo do SaúdeLAB, exploraremos se comer alho cru faz mal, os benefícios desse consumo, se é seguro engoli-lo inteiro sem mastigar e seu impacto no estômago.

Comer alho cru faz mal? Não, consumir alho cru não faz mal. Aliás, o alho cru é geralmente considerado seguro e saudável quando consumido em quantidades moderadas. No entanto, é importante estar ciente de que o consumo excessivo ou em grandes quantidades pode desencadear efeitos colaterais, especialmente em pessoas mais sensíveis.

Aliás, os possíveis efeitos adversos do consumo excessivo de alho cru incluem desconfortos gastrointestinais, tais como azia, irritação estomacal, náuseas e gases. Ademais, esses sintomas podem ser mais pronunciados em indivíduos com sensibilidades digestivas pré-existentes ou condições como síndrome do intestino irritável.

Embora esses efeitos sejam mais comuns quando o alho é consumido em grandes quantidades, é fundamental ressaltar que a tolerância individual varia. Por isso, algumas pessoas podem experimentar desconfortos com quantidades menores, enquanto outras podem tolerar o alho cru sem problemas notáveis.

É relevante também considerar que a forma como o alho é preparado pode influenciar a probabilidade de efeitos adversos. Desta forma, o alho cru ingerido sozinho tende a ter um impacto mais significativo no sistema digestivo do que quando utilizado como tempero em pratos cozidos.

Portanto, ao considerar a inclusão do alho cru na dieta, é essencial estar atento aos sinais do corpo e ajustar o consumo de acordo com a própria tolerância e sensibilidade digestiva.

Quais os benefícios de consumir o alho cru? O alho cru é uma fonte rica de compostos bioativos, sendo reconhecido por suas propriedades medicinais há séculos. Assim, um dos principais compostos presentes no alho é a alicina, responsável por muitos dos benefícios à saúde associados ao seu consumo.

A alicina é um poderoso agente antibacteriano, antiviral e antifúngico, demonstrando eficácia contra uma variedade de microrganismos, contribuindo assim para fortalecer o sistema imunológico e auxiliar na prevenção de infecções.

Além disso, o alho cru contém compostos sulfurados, flavonoides e antioxidantes que desempenham um papel crucial na promoção da saúde cardiovascular. Inclusive, estudos sugerem que o consumo regular de alho cru pode ajudar a reduzir os níveis de colesterol. Mas, não só isso, ele pode diminuir a pressão arterial e prevenir a formação de coágulos sanguíneos, reduzindo assim o risco de doenças cardíacas.

Adicionalmente, o alho cru é reconhecido por suas propriedades anti-inflamatórias, que podem ser benéficas para condições como artrite e outras doenças relacionadas à inflamação.

É importante destacar que os benefícios do alho cru são mais pronunciados quando consumido fresco e cru, pois alguns desses compostos bioativos podem ser perdidos durante o processo de cozimento.

No entanto, é fundamental ter em mente que, embora o alho cru ofereça uma série de benefícios à saúde, seu consumo deve ser equilibrado. Por isso, o exagero no consumo pode levar a desconfortos gastrointestinais, como mencionado anteriormente.

Portanto, incorporar o alho cru de forma moderada e regular na dieta pode ser uma estratégia saudável para colher seus benefícios sem causar impactos adversos significativos.

É seguro engolir o alho inteiro sem mastigar? O alho contém alicina, um composto responsável por muitos dos seus benefícios à saúde, como propriedades antibacterianas e antioxidantes. No entanto, a alicina é liberada quando o alho é cortado, esmagado ou mastigado.

Portanto, engolir um dente de alho inteiro sem mastigar pode limitar a liberação e a ativação completa da alicina, reduzindo assim seus potenciais efeitos benéficos.

Ao mastigar ou esmagar o alho antes de engolir, ocorre uma reação enzimática que converte a alicina presente no alho em seus compostos bioativos. Ademais, essa etapa é fundamental para maximizar os benefícios à saúde proporcionados pelo alho cru.

Assim, mastigar ou esmagar o alho permite que esses compostos ativos sejam liberados e absorvidos de maneira mais eficaz pelo organismo.

Engolir o alho inteiro sem mastigar pode não apenas reduzir a eficácia dos benefícios medicinais do alho, mas também pode levar a desconfortos digestivos, uma vez que um dente de alho inteiro pode ser difícil de digerir.

Portanto, para obter o máximo de benefícios à saúde do alho cru, é recomendável mastigá-lo ou esmagá-lo antes de engolir, garantindo assim a ativação completa dos seus compostos bioativos e melhorando sua absorção pelo organismo.

Agora você sabe se comer alho cru faz mal Em resumo, o consumo moderado de alho cru pode oferecer diversos benefícios à saúde, graças às suas propriedades medicinais. No entanto, o exagero pode levar a desconfortos gastrointestinais e irritações estomacais, especialmente em pessoas com sensibilidades específicas.

Ademais, mastigar ou esmagar o alho antes de engolir é recomendado para potencializar seus efeitos benéficos. Como em qualquer mudança na dieta, é essencial buscar orientação médica, especialmente para aqueles com histórico de problemas digestivos, antes de incorporar o alho cru de forma significativa na alimentação diária.

saúde Lab

Foto: divulgação

O câncer de mama é a neoplasia que mais atinge as mulheres e o principal tipo de câncer causador de mortes entre o público feminino no país. De acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer), foram estimados 73.610 novos casos da doença em 2023, o que representa 66,54 casos a cada 100 mil mulheres brasileiras.

Como se trata de uma das principais ameaças à saúde feminina, a busca por tratamentos e prevenções se torna cada vez mais frequente. Diante disso, cientistas desenvolveram uma vacina contra um subtipo do câncer de mama agressivo, porém menos frequente — o câncer de mama triplo negativo.

A Femama (Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama) explica que esse subtipo equivale a 15% de todos os quadros que afetam o órgão e costuma ocorrer em mulheres jovens (com menos de 40 anos), latinas e negras, ou entre aquelas que possuem mutação nos genes BRCA1 e/ou BRCA2.

Os genes BRCA1 e BRCA2 são hereditários e responsáveis por proteger o corpo do surgimento tumoral. No entanto, quando essas moléculas sofrem mutações, essa função diminui, e os riscos de desenvolvimento do câncer aumentam.

Dessa forma, quando há histórico familiar, é necessário que haja acompanhamento anual entre os parentes, visto o desenvolvimento acelerado desse tumor.

Em parceria, a empresa de biotecnologia Anixa Biosciences e a Cleveland Clinic Cancer Institute, com financiamento do Departamento de Defesa dos EUA, mostraram respostas promissoras da vacina em desenvolvimento por ambas as instituições.

Os resultados, divulgados no Simpósio de Câncer de Mama de San Antonio de 2023, mostraram que, entre as 16 pessoas que fizeram parte da primeira fase de testes da vacina, aplicada em três doses, a maioria delas desenvolveu e aumentou a resposta imune (células T) desde o início do tratamento.

“Os dados do nosso ensaio de primeira fase, até agora, superaram as nossas expectativas, e estamos satisfeitos com o nosso progresso. Esta vacina foi projetada para direcionar o sistema imunológico para destruir as células cancerígenas do câncer de mama triplo-negativo por meio de um mecanismo que nunca foi utilizado anteriormente no desenvolvimento de vacinas contra o câncer," afirmou Amit Kumar, presidente e CEO da Anixa Biosciences.

"Estamos ansiosos para revisar dados adicionais, quando o ensaio for concluído, e estamos nos estágios de planejamento dos estudos de fases 2 e 3 desta vacina. Nosso objetivo é avaliar, inicialmente, a capacidade da vacina de prevenir a recorrência do câncer em sobreviventes e continuar com estudos de extensão para, eventualmente, determinar sua eficácia na prevenção do aparecimento inicial da doença."

A vacina desenvolvida com a parceria das empresas utiliza proteínas produzidas pelo próprio corpo em determinados períodos da vida, como a α-lactalbumina, que não é mais encontrada após a lactação em tecidos normais e envelhecidos mas está presente na maioria dos cânceres de mama triplo-negativos.

Ao ativar o sistema inume contra esta proteína, o organismo passa a apresentar proteção contra tumores que secretem a α-lactalbumina.

O imunizante também contém um adjuvante que estimula uma resposta imune inata, o que permite ao sistema imunológico criar uma resposta contra tumores emergentes para inibir seu crescimento.

“Estamos animados com os dados coletados até o momento e esperamos determinar a dose ideal da vacina em coortes adicionais de pacientes. Nossa esperança é que estudos futuros demonstrem que as respostas de células T específicas do antígeno que observamos se transformem em prevenção ao câncer de mama", finaliza Thomas Budd, médico da equipe da Cleveland Clinic Cancer Institute.

R7

Os mesmos fatores que protegem a saúde cardiovascular também podem ajudar a prevenir a doença renal crônica, segundo um artigo publicado no American Journal of Clinical Nutrition.

fatores

Os pesquisadores avaliaram oito comportamentos que protegem o coração estabelecidos pela Associação Americana do Coração e concluíram que as pessoas que têm um estilo de vida mais saudável também têm menos risco de desenvolver problemas nos rins.

Pesquisadores investigaram se as recomendações da associação para o coração também poderiam ser um indicativo da saúde renal. São elas: alimentação saudável, prática de atividade física, não fumar, higiene do sono, controle do índice de massa corporal (IMC), da taxa de lipídios, da pressão arterial e da glicemia. Cada um desses fatores, isoladamente ou em conjunto, contribui para uma pontuação que avalia o estado da saúde cardiovascular.

O estudo selecionou quase 150 mil participantes do Biobanco, um banco de dados britânico com informações de milhares de pacientes para fins de pesquisa, e acompanhou essas pessoas durante dez anos. Nenhum deles tinha doença cardiovascular ou renal no início do estudo.

Após analisar os dados, os pacientes avaliados com boa saúde cardiovascular a partir da pontuação fornecida pelas recomendações tinham 57% menos risco de desenvolver doença renal em relação àqueles com níveis baixos. Níveis moderados resultaram em uma possibilidade 39% menor de apresentar problemas nos rins.

“Há uma forte associação entre a saúde cardiovascular e a dos rins”, explica o nefrologista Marcelo Costa Batista, do Hospital Israelita Albert Einstein. Isso porque os glomérulos, a unidade funcional do rim, contêm uma rede de pequenos vasos sanguíneos que filtram o sangue e dependem em boa parte do débito de sangue procedente do coração.

“Por isso, problemas que eventualmente acometem o sistema circulatório afetam os vasos dos rins, prejudicando a microcirculação”, diz o médico. “Em boa parte das vezes, são doenças de vasos sanguíneos, com mecanismos de doença inter-relacionados”, explica sobre as chamadas doenças cardiorrenais.

A doença renal crônica é causada principalmente pelo diabetes e pela hipertensão, que prejudicam o funcionamento dos vasos. Ela leva a uma falha na capacidade de filtrar o sangue pelos rins, facilitando o acúmulo de resíduos chamados de toxinas urêmicas. Nos estágios iniciais, a doença pode não apresentar sintomas, mas, à medida que progride, pode levar à falência irreversível dos rins, tornando o paciente dependente de diálise, um tratamento que remove resíduos e excesso de fluidos do sangue, ou de um transplante renal.

A obesidade está frequentemente associada ao diabetes e a problemas de pressão arterial, contribuindo para a inflamação dos vasos sanguíneos. Por essa razão, a prevenção envolve mudanças no estilo de vida, incluindo atividade física e uma alimentação saudável com baixa quantidade de sal.

Agência Einstein

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Pesquisadores brasileiros estão desenvolvendo um hidrogel de baixo custo com ação anti-inflamatória capaz de ajudar a tratar feridas crônicas na pele. O produto é especialmente recomendado para pacientes com diabetes.

hidrogel

Elaborado por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o produto contém aminoácidos que vão do número 2 ao 26 na cadeia de peptídeos e que forma a proteína AnxA1, necessária para diminuir as células inflamatórias.

O efeito da substância foi avaliado em testes com camundongos que tiveram um quadro semelhante ao do diabetes tipo 1 induzido. Três dias após o início do uso do novo hidrogel, a redução da inflamação começou a ser percebida. Após 14 dias, as feridas estavam completamente cicatrizadas.

Camundongos que receberam apenas aplicação de um hidrogel simples, sem a proteína, tiveram características comuns da fase aguda da inflamação, com lesões mais intensas no terceiro dia.

Segundo a pesquisadora do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (Ibilce-Unesp) e coordenadora do estudo, Sonia Maria Oliani, esse novo hidrogel é altamente absorvente, mantém o meio úmido ideal para a cicatrização e mostra eficiência para levar ao processo de cicatrização completa da lesão, com redução de tempo de cicatrização.

A coordenadora explica, em nota, que o gel está em período experimental, na parte pré-clínica, mas há uma possibilidade muito grande de entrar no comércio assim que tiver passado pela fase clínica, quando é testado em pessoas. Em seguida, é necessária autorização para a produção.

Algumas indústrias mostraram interesse no novo produto, mas ainda não há previsão de quando estará disponível nem o preço.

A nota ainda destaca que o novo hidrogel é de fácil produção e baixo custo, o que o torna muito viável economicamente. Os resultados dos testes em animais foram divulgados na revista Biomedicine & Pharmacotherapy. O estudo é feito com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Diabetes Para quem sofre de diabetes, o processo de cicatrização de lesões é mais complicado porque a hiperglicemia aumenta a produção de substâncias oxidantes e, ao contrário da cicatrização normal, as feridas diabéticas têm resposta inflamatória maior e o processo da formação de vasos sanguíneos é prejudicado.

Segundo a Federação Internacional de Diabetes, o Brasil é o sexto país em número de pessoas com a doença, que atingiu proporções epidêmicas e se tornou a quinta causa de morte no mundo.

São 17,7 milhões de indivíduos sofrendo diariamente com as alterações metabólicas, como nefro e neuropatias e dificuldades na cicatrização de feridas. Estima-se que um de cada cinco pacientes com diabetes possa desenvolver feridas crônicas, como a úlcera do pé diabético.

Agência Brasil

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