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Você já se sentiu sobrecarregado ao ver a bagunça e a desorganização em sua casa? Já entrou pela porta e se sentiu cansado só de ver papéis espalhados, louça suja e roupas em desordem? Talvez até tenha tido discussões porque isso te incomoda mais do que ao seu parceiro ou outras pessoas que moram na casa.

Você não está sozinho. Muitas pessoas relatam que uma casa bagunçada pode desencadear sentimentos de estresse e ansiedade.

Então, por que a desordem e o caos fazem alguns de nós se sentirem tão sobrecarregados? Aqui está o que a ciência diz — e o que você pode fazer a respeito. Sobrecarga cognitiva Quando estamos cercados por distrações, nossos cérebros se tornam essencialmente campos de batalha pela atenção. Tudo compete por nosso foco.

Mas o cérebro, como se constata, prefere a ordem e o "monotarefa" em vez do multitarefa.

A ordem ajuda a reduzir a competição por nossa atenção e diminui a carga mental. Embora algumas pessoas possam ser melhores do que outras em ignorar distrações, ambientes com muitas distrações podem sobrecarregar nossas capacidades cognitivas e a memória.

A bagunça e a desordem podem afetar mais do que apenas nossos recursos cognitivos. Eles também estão relacionados à nossa alimentação, produtividade, saúde mental, decisões de parentalidade e até nossa disposição para doar dinheiro. As mulheres são mais afetadas do que os homens? Pesquisas sugerem que os efeitos prejudiciais da bagunça e da desordem podem ser mais pronunciados nas mulheres do que nos homens.

Um estudo com 60 casais de dupla renda descobriu que mulheres que viviam em lares bagunçados e estressantes tinham níveis mais altos de cortisol (um hormônio associado ao estresse) e sintomas agravados de depressão.

Esses efeitos permaneceram consistentes mesmo quando fatores como satisfação conjugal e traços de personalidade foram levados em consideração.

Em contraste, os homens neste estudo pareciam em grande parte não afetados pelo estado de seus ambientes domésticos.

Os pesquisadores teorizaram que as mulheres podem sentir uma maior responsabilidade por manter a casa organizada.

Eles também sugeriram que o aspecto social do estudo (que envolveu passeios pela casa) pode ter induzido mais medo de julgamento nas mulheres do que nos homens.

Todos nós vamos conviver com bagunça e desorganização em algum grau em nossas vidas.

Às vezes, no entanto, problemas significativos de bagunça podem estar ligados a condições subjacentes de saúde mental, como transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno de acumulação, transtorno depressivo maior, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade e transtornos de ansiedade.

Isso levanta uma questão crucial: o que veio primeiro? Para alguns, a bagunça é a fonte de ansiedade e angústia; para outros, a má saúde mental é a fonte de desorganização e bagunça.

Nem toda bagunça é um problema É importante lembrar que a bagunça não é totalmente ruim, e não devemos buscar a perfeição. As casas reais não se parecem com as das revistas.

Na verdade, espaços desorganizados podem resultar em aumento da criatividade e provocar novos insights.

Viver em constante desordem não é produtivo, mas buscar a perfeição na limpeza também pode ser contraproducente.

O perfeccionismo em si está associado a sentimentos de sobrecarga, ansiedade e má saúde mental.

A bagunça me deixa ansioso, então o que posso fazer sobre isso? É fundamental lembrar que você tem controle sobre o que é importante para você e como deseja priorizar seu tempo.

Uma abordagem é tentar reduzir a bagunça. Você pode, por exemplo, ter um momento dedicado à organização toda semana.

Isso pode envolver a contratação de um profissional de limpeza (se puder pagar) ou ouvir música ou um podcast enquanto arruma a casa por uma hora com os outros moradores.

Estabelecer essa rotina pode reduzir as distrações da bagunça, aliviar sua carga mental geral e diminuir a preocupação de que a desordem saia de controle.

Você também pode tentar a microorganização. Se não tiver tempo para uma limpeza completa, reserve apenas cinco minutos para limpar um pequeno espaço.

Se a bagunça for causada principalmente por outros membros da casa, tente discutir calmamente com eles como essa bagunça afeta sua saúde mental.

Veja se seus filhos, seu parceiro ou companheiros de casa podem negociar algumas limitações como um grupo sobre qual nível de bagunça é aceitável e como será tratado se esse limite for ultrapassado.

Também pode ser útil desenvolver uma mentalidade autocompassiva.

A bagunça não define se você é uma pessoa "boa" ou "má" e, às vezes, até mesmo pode estimular sua criatividade.

Lembre-se de que você merece sucesso, relacionamentos significativos e felicidade, independentemente de seu escritório, casa ou carro estarem bagunçados ou não.

Sinta-se confortável com a pesquisa que sugere que, embora ambientes desorganizados possam nos tornar suscetíveis ao estresse e a tomar decisões ruins, sua mentalidade pode protegê-lo contra essas vulnerabilidades.

Se a bagunça, o perfeccionismo ou a ansiedade começarem a parecer inadministráveis, fale com seu médico sobre uma indicação para um psicólogo.

O psicólogo certo (e você pode precisar experimentar alguns antes de encontrar o certo) pode ajudá-lo a cultivar uma vida orientada por valores que são importantes para você.

A bagunça e a desorganização são mais do que apenas incômodos visuais. Elas podem ter um impacto profundo no bem-estar mental, na produtividade e em nossas escolhas.

Compreender por que a bagunça o afeta pode capacitá-lo a assumir o controle de sua mentalidade, de seus espaços de convivência e, consequentemente, de sua vida.

The Conversation*

Pessoas idosas com fatores de risco para demência, como diabetes e hipertensão, apresentaram uma redução de cerca de 48% no ritmo do declínio cognitivo após três anos de uso de aparelho auditivo, segundo os resultados de um estudo publicado na The Lancet. A perda auditiva é um dos problemas crônicos mais frequentemente encontrados na população idosa; estima-se que, em 2050, 60% dos idosos relatarão algum tipo de alteração auditiva. O estudo ACHIEVE recrutou 977 idosos com idades entre 70 e 84 anos que vivem nos Estados Unidos: uma parte era composta por adultos mais velhos que participavam de outro estudo observacional sobre saúde cardiovascular (chamado ARIC), e a outra parte era formada por idosos saudáveis da comunidade. Todos tinham o diagnóstico de perda auditiva e não haviam recebido tratamento para essa condição.

Os participantes possuíam perfis auditivos semelhantes, e nenhum deles apresentava comprometimento cognitivo significativo.

Os participantes foram divididos aleatoriamente em dois grupos: o primeiro grupo recebeu intervenção auditiva, incluindo o fornecimento de aparelhos auditivos, sessões regulares com fonoaudiólogo e orientações sobre o uso dos dispositivos, bem como estratégias de reabilitação auditiva.

O segundo grupo (controle) participou de encontros individuais com um educador em saúde, abordando tópicos relacionados à prevenção de doenças crônicas, e também realizou um curso interativo sobre envelhecimento saudável.

Para obter os resultados, os idosos foram submetidos a uma bateria de testes neurocognitivos que englobavam evocação tardia de palavras, substituição de símbolos por dígitos, memória lógica, teste de fluência verbal (com nomeação de animais), entre outros.

De acordo com os cientistas, embora não tenha havido uma diferença significativa no declínio cognitivo global entre os dois grupos avaliados, os resultados mostraram variações entre as duas populações que constituíam o estudo.

Em outras palavras, ocorreu uma redução significativa de 48% no declínio cognitivo entre os idosos com maior risco (aqueles do estudo ARIC) que utilizaram aparelhos auditivos, quando comparados ao grupo de controle.

Segundo os pesquisadores, essas descobertas corroboram com evidências prévias que demonstraram a importância de incorporar o tratamento da perda auditiva em idosos como parte das estratégias disponíveis para a diminuição do risco de demência.

Segundo a fonoaudióloga Cristiana Corrêa de Almeida, do setor de audiologia do Hospital Israelita Albert Einstein e coordenadora do curso de pós-graduação em Audiologia Clínica do hospital, o controle da audição em idosos é um fator importante para evitar a demência devido à forte relação existente entre a audição e a saúde cognitiva.

“Vários estudos têm demonstrado a associação entre a perda auditiva não tratada e um risco aumentado de desenvolvimento de distúrbios cognitivos, incluindo a demência”, disse.

Segundo a fonoaudióloga, a audição desempenha um papel fundamental no fornecimento de estímulos sensoriais ao cérebro. Assim, uma perda auditiva não tratada pode levar a uma redução na quantidade e na qualidade dos estímulos sensoriais que chegam ao cérebro, resultando em menor estimulação cognitiva.

“Consequentemente, a falta de estímulos sensoriais pode contribuir para a degeneração neuronal e a diminuição das funções cognitivas”, explicou.

Falta de socialização Além disso, ressalta a especialista, a perda auditiva não tratada pode levar ao isolamento social, uma vez que os idosos podem ter dificuldade em se comunicar e participar de atividades sociais. Esse isolamento social está associado a um aumento do risco de depressão e ansiedade, que, por sua vez, também podem contribuir para a deterioração cognitiva.

“Muitas vezes estes indivíduos precisam fazer um esforço cognitivo extra para entender a fala e processar informações auditivas. Esse esforço adicional pode sobrecarregar o cérebro e afetar negativamente suas funções cognitivas, aumentando o risco de declínio cognitivo”, explicou a fonoaudióloga, que acrescentou que a perda auditiva e a demência compartilham alguns mecanismos neurológicos subjacentes, como inflamação crônica, estresse oxidativo e danos nos vasos sanguíneos.

Segundo Almeida, tratar a perda auditiva em estágios iniciais pode ajudar a reduzir a carga cognitiva e manter uma estimulação sensorial adequada para o cérebro, o que pode potencialmente retardar ou minimizar o risco de desenvolvimento de demência.

“Portanto, a intervenção adequada para tratar a perda auditiva em idosos não apenas melhora sua qualidade de vida e interação social, mas também pode ter um impacto positivo na saúde cognitiva e na prevenção da demência. É fundamental que os idosos passem por avaliações auditivas regulares e recebam tratamento adequado, caso seja identificada a perda auditiva”, ressaltou a especialista.

Também é possível prevenir a perda auditiva com atitudes simples que incluem evitar a exposição a ruídos de forte intensidade, evitar o uso excessivo de fones de ouvido, fazer pausas auditivas, adotar hábitos de vida saudáveis, não fumar e monitorar pressão arterial e glicemia. A fonoaudióloga avisa, no entanto, que embora essas medidas possam ajudar a proteger a audição, é importante destacar que a perda auditiva é uma parte natural do envelhecimento para muitas pessoas.

“Por isso, manter um estilo de vida saudável e tomar precauções adequadas podem contribuir para uma melhor saúde auditiva ao longo do tempo”, disse.

Envelhecimento e perda de audição De acordo com Almeida, o processo de envelhecimento do sistema auditivo pode iniciar por volta dos 35 anos e variar consideravelmente entre os indivíduos.

Surgem mudanças na acuidade auditiva, que está ligada à capacidade de perceber os sons, e alterações nas habilidades auditivas do processamento auditivo central, que dizem respeito à maneira como uma pessoa escuta e processa informações auditivas.

O recomendável seria realizar exames auditivos assim que se detectar qualquer sintoma, como dificuldade de compreensão, audição sem compreensão, sensação de ouvidos entupidos, zumbidos, tontura, entre outros.

“A partir do momento de detecção da perda auditiva, seria importante um controle anual da audição para acompanhamento, mas, caso o paciente apresente qualquer sintoma auditivo diferente, deve-se procurar um médico otorrinolaringologista que realizará o encaminhamento para exames diagnósticos imediatamente”, explica a fonoaudióloga.

Um novo estudo de acompanhamento, vinculado à população original do ACHIEVE, está em andamento para analisar os efeitos de longo prazo da intervenção auditiva sobre a cognição e em outros desfechos.

Agência Einstein

Foto: Freepik

O Brasil está entre os países mais avançados do mundo no combate a morte e doenças causadas pelo tabaco. De acordo com a plataforma Progress Hub, que monitora a implementação das propostas da Convenção-Quadro da OMS (Organização Mundial da Saúde) para o Controle do Tabaco, o Brasil ocupa o primeiro lugar na região das Américas em propostas como redução da interferência da indústria, regulamentação do conteúdo dos produtos de tabaco e coordenação da vigilância e da investigação dos produtos ligados ao tabagismo. O Dia Nacional de Combate ao Fumo foi celebrado nesta semana.

Adotada em 2003, a convenção é um dos tratados de maior adesão na história das Nações Unidas, ao oferecer uma estrutura de saúde pública para reduzir o número de mortes e de doenças causadas pelo tabaco, incluindo medidas de preços e impostos para reduzir a demanda, políticas antifumo para oferecer proteção contra a exposição à fumaça, proibições à publicidade, patrocínio e promoção do tabaco, restrições ao comércio ilícito, vendas para jovens e mais. Além de sua posição regional, o Brasil ocupa a 18ª posição entre 180 países em termos de implementação geral do tratado, o que indica um grande progresso no combate à epidemia do tabaco.

Com base em dados do Progress Hub, 12,6% da população adulta do Brasil fuma, 7 pontos percentuais menos que a média global. O tabagismo é mais prevalente entre os homens brasileiros (15,9%), em comparação com as mulheres brasileiras (9,6%). Com 5,4%, a prevalência de tabagismo entre adolescentes de 13 a 17 anos no Brasil é 5 pontos percentuais menor que a média global, com prevalência ligeiramente maior entre adolescentes do sexo feminino (5,6%) do que entre adolescentes do sexo masculino (5,3%).

Preços convidativos Pesquisa recente do Inca (Instituto Nacional de Câncer) reforça um fato observado por pesquisadores há alguns anos: o preço do cigarro fabricado no Brasil, bem como do cigarro contrabandeado, é baixo.

“Desde 2017, não há reajuste nem do imposto que incide sobre os produtos derivados do tabaco nem sobre o preço mínimo estabelecido por lei. O preço está congelado desde o fim de 2016”, afirma o pesquisador da Divisão de Pesquisa Populacional – Conprev (Coordenação de Prevenção e Vigilância) do Inca, André Szklo, autor do estudo "O Mercado de Cigarros no Brasil: Novas Evidências sobre Práticas Ilícitas a Partir da Pesquisa Nacional de Saúde 2019".

Szklo afirma que, com isso, a cada ano, o preço vai perdendo o seu valor real e fica mais acessível para a população. Internamente, a indústria não realiza aumento nominal no preço do produto. “É uma estratégia que acaba casando: não tem o reajuste da política fiscal sobre os produtos derivados do tabaco, e a indústria pressiona para o preço ficar baixo, para inibir o contrabando. E o que a gente já está observando é um reflexo natural na proporção de fumantes entre jovens e adolescentes, especialmente meninas”, avaliou o pesquisador do Inca.

De acordo com a coordenadora sênior do Programa de Pesquisa e Líder Regional para a América Latina do IGTC (Instituto para o Controle Global do Tabaco) Graziele Grilo, o Brasil teve avanços importantes em termos de controle do tabaco, mas ainda é necessário manter uma postura vigilante em relação à saúde pública, pois a indústria do tabaco está sempre inovando. Essa visão trata, especialmente, dos dispositivos eletrônicos para fumar, como cigarros eletrônicos e produtos de tabaco aquecido.

“A venda, propaganda, distribuição, fabricação e importação de cigarros eletrônicos e produtos de tabaco aquecido são proibidas no Brasil. No entanto, um corpo crescente de evidências mostra que a publicidade ou marketing desses produtos persiste inclusive nas mídias sociais, o que pode contribuir para a popularização do produto, apelo e iniciação do uso entre os jovens”, esclareceu Graziele.

Segundo o IGTC, o Brasil pode reafirmar sua posição de liderança na luta contra mortes e doenças causadas pelo tabaco com ações adicionais que levam a um progresso contínuo, incluindo o monitoramento da publicidade e do comércio eletrônico, inspeções regulares nos pontos de venda de produtos de tabaco e o estabelecimento de parcerias com agências de controle de fronteira para prevenir o contrabando de dispositivos eletrônicos para fumar. “Ao redobrar seu compromisso como líder na região e no mundo, o Brasil também pode obter uma vitória global no fim da epidemia do tabaco.”

Agência Brasil

Um novo estudo do Instituto Karolinska, na Suécia, descobriu que antioxidantes como as vitaminas C e E podem estimular a formação de vasos sanguíneos em tumores de câncer de pulmão. Os achados, publicados no Journal of Clinical Investigation nesta quinta-feira (31), podem ter implicações importantes para o tratamento do câncer.

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Os pesquisadores revelaram que os antioxidantes ativam uma proteína chamada BACH1, que é necessária para a angiogênese (processo de formação de vasos sanguíneos).

A ativação da BACH1 permite que os tumores de câncer de pulmão cresçam e se espalhem. O estudo também mostrou que os tumores de câncer de pulmão com altos níveis de BACH1 são mais sensíveis à terapia antiangiogênese, que bloqueia o crescimento de novos vasos sanguíneos.

Isso sugere que os pacientes com câncer de pulmão com altos níveis de BACH1 podem se beneficiar mais desse tipo de tratamento.

“Nossos resultados mostram que os antioxidantes não são tão inofensivos quanto se pensava”, disse o líder do estudo, Martin Bergö, professor do Departamento de Biociências e Nutrição do Instituto Karolinska.

Segundo o pesquisador, os antioxidantes "podem, na verdade, acelerar o crescimento e a disseminação do câncer de pulmão". Implicações para o tratamento do câncer Os resultados sugerem que os pacientes com câncer de pulmão devem evitar suplementos dietéticos ricos em antioxidantes, justamente pelo risco de aumento do tumor.

Os pesquisadores ainda estão estudando os mecanismos pelos quais os antioxidantes ativam a BACH1.

Eles também estão investigando se as descobertas do estudo podem ser aplicadas a outros tipos de câncer.

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