Dormir pouco pode aumentar o apetite por comidas gordurosas, segundo um estudo divulgado nesta semana pela Universidade Columbia, nos Estados Unidos.



De acordo com Marie-Pierre St-Onge, autora do estudo, isso acontece porque a visão de alimentos pouco saudáveis, durante um período de restrição de sono, ativa centros de recompensa no cérebro que não são ativados da mesma maneira quando o sono é adequado.



A constatação foi feita depois de submeter vinte e cinco pessoas, entre homens e mulheres, a exames de ressonância magnética enquanto olhavam para imagens de alimentos saudáveis e gordurosos.



Os participantes foram divididos em dois grupos: um que dormiu apenas quatro horas durante cinco noites e outro que dormiu nove horas no mesmo período. Ao compararem dados dos dois grupos, os que dormiram menos se mostraram mais atraídos pelos alimentos gordurosos.



Pesquisas anteriores já mostraram que o sono restrito leva ao maior consumo de alimentos, principalmente doces, e aumenta o risco de obesidade.



"Os resultados sugerem que, sob sono restrito, as pessoas vão achar alimentos ruins melhores do que é, o que pode levar a um maior consumo desses alimentos", afirma St-Onge.




G1

paula e renatoA publicitária Paula Egas perdeu 7 kg nas últimas dez semanas. Com a ajuda do noivo Renato, que é cozinheiro profissional, ela adotou um novo cardápio, com refeições mais leves, usando cereais integrais, comendo de três em três horas. Mas nem sempre foi assim. No primeiro ano de namoro, a paulistana, que hoje mora em Curitiba, ganhou 15 kg. “Ele me conquistou pelo estômago”, brinca. No começo do namoro, há três anos, ela pesava 80 kg. Chegou a 105 kg, antes da dieta atual, e está com 98 kg no momento.

 

O caso de Paula é mais um relato de um problema comum que ocorre com pessoas após o início de um relacionamento estável. O ganho de peso nessas situações não é apenas um mito: é confirmado por estudos, segundo Adriano Segal, psiquiatra ligado à Associação Brasileira para Estudos da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso).

 

“A alimentação no namoro já muda. São mais programas para restaurantes, programas mais caseiros, digamos”, aponta o médico. O especialista afirma que, embora aconteça também entre as mulheres, o ganho de peso na relação é mais comum nos homens. Segal indica alguns fatores para explicar o que acontece. Em primeiro lugar, os solteiros costumam ter uma preocupação maior com a forma por uma questão de aparência – eles querem se manter atraentes.

 

Entre os casados há um segundo fator: eles são, em média, mais velhos do que os solteiros, e essa diferença de idade já explica, em parte, a dificuldade de manter a forma. A partir do segundo filho, as mulheres e seus maridos apresentam tendência ainda maior de ganhar peso.

 

Em terceiro lugar, Segal aponta uma questão que atinge os homens solteiros e que moram sozinhos. Muitas vezes, eles não sabem cozinhar. Fora de casa, eles acabam fazendo menos refeições. Esta alimentação, embora não seja a mais saudável, tende a engordar menos.

 

Dicas para o casal

A relação a dois pode servir também como uma ajuda para recuperar a boa forma. “Especialmente se eles estiverem em uma boa relação, se cuidar estimula o outro a se cuidar também”, diz o psiquiatra. A perda de peso passa por mudanças na alimentação e pela atividade física, e o casal pode se ajudar no processo. Na hora de jantar, Segal aconselha que os dois alterem o cardápio.

 

“Você não precisa comer a velha comida francesa toda vez que sai, pode comer algo mais saudável”, afirma. Em vez de fondue, que é muito gorduroso, o casal pode optar pela comida japonesa, por exemplo. Além disso, é preciso maneirar na bebida. O vinho é saudável quando se bebe apenas uma taça, mas o abuso leva ao ganho de peso.

 

É o que acontece com Paula e Renato. “Dieta não é fácil mesmo, mas com a ajuda do noivo, tudo está ficando mais fácil de levar. O apoio dele e a ajuda com o preparo dos alimentos são o que mais me estimula”, diz a publicitária.

 

Com o novo cardápio que Renato faz em casa, na versão "light", os dois estão perdendo peso. Paula diz que o noivo não tem o hábito de se pesar, mas que a aliança frouxa no dedo é um sinal da evolução.

 

As atividades físicas - que Paula e Renato não fazem por falta de dinheiro para pagar a academia, segundo ela - podem ser feitas em conjunto ou não, mas os dois deveriam praticar esportes, sugere o médico.


G1

enxaqueca copy copyCientistas europeus e australianos indicaram no domingo ter localizado quatro novos genes associados à forma mais comum da enxaqueca, o que ressalta o caráter obrigatório da doença. As variações genéticas foram detectadas no genoma de 4.800 pacientes de enxaqueca "sem aura" (sem sinais neurológicos precursores: transtornos visuais, por exemplo), a forma assumida por três em cada quatro casos de enxaqueca.

 

Estas variações genéticas não foram encontradas, no entanto, no grupo de 7.000 pessoas livres da doença, disseram os pesquisadores. O estudo também confirmou a existência de outros dois genes de predisposição, em um trio de genes já identificados em um trabalho anterior.

 

A enxaqueca afeta aproximadamente uma em cada seis mulheres e um em cada oito homens e é causa importante de faltas no trabalho. Os novos genes identificados neste estudo reforçam o argumento segundo o qual a disfunção das moléculas responsáveis pela transmissão de sinais entre as células nervosas, no cérebro, contribui para o aparecimento da enxaqueca, disseram os pesquisadores.

 

Além disso, dois destes genes reforçam a hipótese de um possível papel das veias, e, portanto, das alterações do fluxo sanguíneo.

 

A pesquisa, publicada na revista especializada Nature Genetics, foi realizada por um consórcio internacional dedicado à pesquisa sobre a genética da enxaqueca (International Headache Genetics Consortium).


AFP

O uso indiscriminado de medicamentos, sobretudo antibióticos, aumenta de forma considerável o risco de casos de superbactérias – micro-organismos resistentes à maior parte dos tratamentos disponíveis. O alerta é do diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia, Marcos Antonio Cyrillo.

 

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que 440 mil casos de tuberculose resistente são registrados no mundo todos os anos, além de cerca de 150 mil mortes decorrentes de infecções por superbactérias.

 

“Não há hospital livre disso. Lógico que um hospital de grande porte e de alta complexidade ou um hospital universitário com vários leitos de UTI [unidade de terapia intensiva] e que interna pacientes com cirurgias complicadas são o tipo de lugar que pode ter mais bactérias resistentes. Mas nenhum hospital ou casa de repouso com longa permanência está livre disso”, observou Cyrillo.

 

Para o infectologista, o uso indiscriminado de antibióticos configura, de certa forma, um problema cultural, já que o profissional de saúde se sente mais seguro ao receitar o medicamento. “Ele acha que está fazendo um bem para o paciente, mas vários fatores precisam ser levados em conta na hora de fazer um programa de prevenção e também de orientação para o uso de antibiótico”, reforçou.

 

Na tentativa de conter os casos de superbactéria no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou que a venda de antibióticos só pode ser feita com a apresentação de duas vias da receita médica. O objetivo, de acordo com a gerente de Vigilância e Monitoramento em Serviços de Saúde, Magda Machado, é restringir a automedicação, já que uma via fica retida pelo estabelecimento.

 

Ela lembrou que, após os casos da superbactéria KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase) registrados no país nos últimos anos, a Anvisa editou uma nota técnica que trata da identificação, prevenção e controle de infecções relacionadas a micro-organismos multirresistentes. Entre as obrigatoriedades nas unidades de saúde está a higienização das mãos por meio do uso de álcool em gel por profissionais de saúde e visitantes.

 

Agência Brasil