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O Brasil é o segundo maior consumidor de cocaína e derivados, atrás apenas dos Estados Unidos, de acordo com o segundo Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), feito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e divulgado nesta quarta-feira, 5. O estudo mostra que o país responde hoje por 20% do mercado mundial da droga. Ao todo, mais de 6 milhões de brasileiros já experimentaram cocaína ou derivados ao longo da vida. Entre esse grupo, 2 milhões fumaram crack, óxi ou merla alguma vez e 1 milhão foram usuários de alguma dessas três drogas no último ano.

 

Só nos últimos 12 meses – ou seja, de janeiro a março de 2011 até o mesmo período de 2012, quando as pessoas foram entrevistadas –, 2,6 milhões de adultos e 244 mil adolescentes brasileiros consumiram cocaína sob alguma forma.

 

Destes usuários constantes, 78% aspiraram o pó, 5% fumaram derivados e 17% usaram as duas formas. Além disso, 27% fizeram uso diário ou superior a duas vezes por semana, e 14% admitiram já ter injetado a droga na veia em alguma ocasião.

 

Segundo os autores da pesquisa, coordenada pelo psiquiatra Ronaldo Laranjeira, essa é a primeira amostra representativa da população brasileira sobre o uso e a dependência de cocaína. Como equivale à nossa população, a cidade de São Paulo, por exemplo, teve mais participantes. Por essa razão, os resultados dão uma noção mais precisa de onde o país se encontra hoje entre os consumidores de drogas. O levantamento mostra, inclusive, uma mudança do papel no Brasil no tráfico internacional. Antigamente, o país era usado como rota de passagem para a cocaína, que vinha da Colômbia, Bolívia e do Peru e seguia para os EUA ou a Europa. Hoje ela já para por aqui – até 60% da droga produzida na Bolívia tem o nosso território como destino.

 

Nos rankings internacionais, as informações sobre cocaína e derivados geralmente aparecem combinadas, já que as substâncias vêm de uma pasta-base comum. Por isso, é impossível afirmar que o Brasil seja o maior consumidor de crack do mundo hoje, embora os pesquisadores acreditem nisso.

 

“Nenhum outro país tem 1 milhão de consumidores de crack atualmente”, afirmou Laranjeira. Pelos dados do Lenad, um em cada cem adultos brasileiros fumou crack no último ano. Já nos países desenvolvidos, tem se notado uma diminuição do uso de cocaína e derivados e um aumento das drogas sintéticas.

 

Detalhes da pesquisa

O estudo entrevistou 4.607 pessoas com idade mínima de 14 anos, em 149 municípios das cinco regiões do país, sobre o consumo de cocaína aspirada ou fumada. Ao todo, foram feitas mais de 800 perguntas, que também avaliaram o uso de álcool, cigarro e outras drogas, como a maconha – cujos dados foram divulgados no início de agosto. Esse consumo também foi associado a problemas como depressão e violência, e os dados serão divulgados posteriormente.

 

A presença da cocaína se mostrou três vezes maior nas áreas urbanas, com principal incidência no Sudeste – 46% dos usuários, ou 1,4 milhão de pessoas. Depois vêm o Nordeste (27%), o Norte e o Centro-Oeste (10% cada) e o Sul (7%).

 

O contato com a droga começa cedo: quase metade (45%) dos usuários provou a substância pela primeira vez antes dos 18 anos. Essa experimentação precoce, de acordo com os pesquisadores, aumenta o risco do uso de outras drogas ao longo da vida e da incidência de doenças psiquiátricas.

 

Além disso, o estudo identificou que quase metade (48%) dos consumidores de cocaína se tornou dependente e, destes, 30% disseram que pretendem parar nos próximos meses. Apenas 1% afirmou que já havia procurado algum tipo de tratamento.

 

Ainda entre os usuários de cocaína, 78% disseram que acham fácil conseguir a droga e 10% admitiram já ter vendido alguma parte do que tinham, ou seja, fazem tráfico.

 

Porta de entrada

O levantamento não conclui se a maconha é ou não uma porta para drogas mais pesadas, como a cocaína e o crack. Apesar disso, a pesquisa aponta que 70% dos usuários de cocaína também consomem maconha e 41% dos fumantes de maconha aspiram ou fumam cocaína. No início de agosto, a Unifesp divulgou dados sobre uso e dependência de maconha no Brasil.

 

Outros fatores que contribuem para o uso de drogas no país, na opinião de Laranjeira, são a melhoria das condições sociais e o baixo preço dos produtos, pelo menos cinco vezes menor que no exterior. “No passado, a cocaína era a champanhe das drogas, hoje é a cerveja”, compara o psiquiatra.

 

Ele ressalta que, embora os usuários de crack sejam em menor número, a preocupação é maior por causa da alta taxa de mortalidade: quase um terço morre em um prazo de cinco a dez anos.

 

Apesar de todos esses dados, os pesquisadores dizem que é difícil chegar a um número aproximado de usuários de drogas no Brasil, e que ele deve ser bem maior. Por isso, entre as perguntas do questionário, também estava uma pergunta indireta, se as pessoas conheciam alguém que usa cocaína, e 22% responderam que sim.

 

G1

A radiação, assim como o álcool, é uma faca de dois gumes. Ela traz inegáveis benefícios médicos: a radiação pode revelar problemas escondidos, que vão deraiox592012 ossos quebrados a lesões pulmonares, problemas cardíacos e tumores. Além disso, ela pode ser utilizada para tratar e, às vezes, para curar certos tipos de câncer.

 

Entretanto, a radiação também apresenta uma grave desvantagem médica: sua capacidade de corromper o DNA e, 10 ou 20 anos mais tarde, causar um câncer. As tomografias computadorizadas expõem três quartos dos americanos a uma radiação de 100 a 500 vezes maior do que a de um exame de raios X normal e, atualmente, acredita-se que seja responsável por 1,5 por cento de todos os casos de câncer dos Estados Unidos.

 

Reconhecer o perigo envolvido no aumento do número de exames radiológicos levou inúmeros especialistas, incluindo um grande número de radiologistas, a exigir mais parcimônia antes de pedir exames de imagiologia médica.

 

"Houve um aumento no volume de todos os tipos de exames de imagiologia, mas as tomografias respondem pela maior parte desse fenômeno", afirmou a Dra. Rebecca Smith-Bindman, especialista em radiologia e imagiologia biomédica na Universidade da Califórnia, em San Francisco. "Obviamente, esse tipo de exame está sendo utilizado em excesso. Todos os anos, mais de 10 por cento dos pacientes estão sendo expostos a doses altíssimas de radiação."

 

Segundo os especialistas, o segredo para utilizar a radiação médica da forma apropriada é balancear os riscos potenciais e os benefícios conhecidos. Entretanto, a despeito do aumento astronômico no uso da radiação para obter imagens médicas nos últimos anos, esses riscos não são levados em conta na maioria das vezes. As consequências incluem custos médicos desnecessários e riscos para a saúde do paciente no futuro.

 

Tanto os médicos quanto os pacientes têm a responsabilidade de compreender melhor os benefícios e os riscos e considerá-los cuidadosamente antes que os pacientes sejam submetidos a um procedimento radioativo por ordem médica.

 

Os pacientes podem se surpreender ao descobrir que alguns dos usos mais recentes das imagens radiológicas, incluindo tomografias de artérias coronárias para procurar por acúmulos de cálcio, ainda não foram testados cientificamente em ensaios clínicos apropriados, de forma que seus benefícios são apenas conjecturais. Especialistas estimam que o uso generalizado dos exames em artérias coronárias – que expõem o paciente a radiações 600 vezes maiores do que as de um exame de raios X no peito – poderiam resultar em 42 novos casos de câncer a cada 100.000 homens e 62 casos a cada 100.000 mulheres que se submetessem ao exame.

 

A cada 1.000 pessoas que realizam uma tomografia, a radiação acrescenta um novo caso de câncer aos 420 que normalmente ocorreriam. O risco pode parecer pequeno, mas não para a pessoa que for afetada por um câncer que poderia ter sido evitado. O que ajuda a complicar o problema é a gigantesca variação – às vezes em até 10 vezes o mais – nas quantidades de radiação às quais os pacientes são expostos durante um mesmo procedimento em diferentes instituições, ou até em uma mesma instituição, mas em momentos diferentes.

 

Calculando a exposição

Embora os efeitos radioativos que causam o câncer sejam cumulativos, ninguém calcula o volume de radiação ao qual os pacientes foram expostos antes que o médico peça um novo exame. Mesmo quando os pacientes são questionados a respeito de exames anteriores, quase sempre o único objetivo é o de comparar os resultados, e não o de estimar os riscos oriundos da exposição a mais radiação.

 

Conforme escreveu o Dr. Michael S. Lauer, do Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue, no The New England Journal of Medicine três anos atrás: "A questão da exposição à radiação provavelmente não virá à tona, uma vez que cada um dos procedimentos é considerado de forma isolada e os riscos decorrentes de cada um deles são baixos e aparentemente imensuráveis. Além disso, um câncer causado pela exposição à radiação só apareceria depois de muitos anos e não poderia ser facilmente ligado a procedimentos feitos no passado".

 

Depois de uma extensa revisão das causas ambientais e dos fatores de risco para o câncer de mama, o Instituto de Medicina informou no ano passado que só encontrou evidências suficientes para a relação entre o aparecimento desse tipo de câncer e a terapia de reposição hormonal utilizada por mulheres na menopausa aliada à radiação ionizante em doses muito mais altas do que as recebidas durante uma mamografia.

 

Todas as pessoas são expostas a uma determinada quantidade de radiação de fundo – cerca de três millisieverts por ano, oriundos de raios cósmicos, do gás radônio e de elementos radioativos na terra. Em 1980, de acordo com a The Harvard Health Letter, diversas novas fontes de radiação, como exames médicos, usinas nucleares, vazamentos nucleares, aparelhos de televisão, monitores de computador, detectores de fumaça e equipamentos de monitoramento em aeroportos acrescentaram, em média, mais 0,5 millisieverts por pessoa por ano.

 

Entretanto, agora, a quantidade de radiação utilizada para fins médicos supera a radiação de fundo, acrescentando mais três millisieverts a cada ano em média para cada pessoa. (Uma mamografia envolve 0,7 millisieverts e a dose é duas vezes maior com as mamografias 3D.)

 

Existem muitas razões para esse aumento. Médicos e consultórios particulares compraram aparelhos radioativos, que costumam utilizar de forma indiscriminada para recuperar o investimento. O mesmo ocorre com hospitais que adquirem equipamentos desnecessários para que possam se gabar do fato de que possuem os equipamentos mais modernos e a maior capacidade de detectar determinadas doenças. Os médicos que pedem esse tipo de exame não sofrem com os efeitos colaterais e os pacientes acreditam que estão se beneficiando com o que a medicina possui de mais moderno.

 

Lauer escreveu o seguinte em um comentário sobre exames cardiológicos: "Boa parte dos médicos que pedem exames desse tipo não sofre as consequências dos custos decorrentes de procedimentos sem relevância comprovada. Pelo contrário, eles e seus colegas recebem pelos serviços que prestam e seus pacientes não reclamam porque os custos são cobertos por terceiros. Os pacientes ficam felizes por serem submetidos a exames completos e que envolvem tecnologias de ponta".

 

Além das razões financeiras

De acordo com um novo estudo, a imagiologia médica vai muito além das motivações financeiras. Smith-Bindman e seus colegas afirmaram em junho no The Journal of the American Medical Association que o aumento dramático na quantidade de exames de imagiologia médica entre 1996 e 2010, incluindo um aumento de 300 por cento no número de tomografias computadorizadas, ocorreu em seis grandes sistemas médicos pré-pagos, onde o incentivo financeiro deveria encorajar um número menor de exames, não o contrário. O aumento no número de testes duplicou a proporção de pacientes que são expostos a níveis altos ou muito altos de radiação.

 

Os pesquisadores informaram que 20 tomografias eram realizadas a cada 100 pacientes adultos; e que cerca de 35 tomografias eram realizadas a cada 100 pacientes com idades entre 65 e 75 anos. Além disso, as crianças que foram submetidas a tomografias na cabeça durante o estudo foram expostas a doses de radiação que podem triplicar o risco do aparecimento de câncer no cérebro ou de leucemia.

 

Smith-Bindman pediu para que os pacientes passassem a fazer parte da decisão antes de serem submetidos a exames desse tipo. Segundo ela, "os pacientes deveriam questionar: 'Para que eu preciso do exame? Eu preciso mesmo disso? Por quê? Eu disso agora?'".

 

The New York Times News Service

Além de não resolver os problemas, excesso de bebida pode tornar mais difícil que a pessoa se recupere de experiências traumáticas, aumentando o risco de transtorno de estresse pós-traumático. As descobertas são de pesquisadores do Instituto Nacional de Abuso do Álcool e Alcoolismo, e do Centro de Bowles de Estudos do Álcool, ambos nos Estados Unidos, e foram divulgadas pelo jornal Daily Mail.

 

Ao longo de um mês, os cientistas deram a alguns ratos doses de álcool e os compararam a outros que não tiveram acesso à bebida. Então, usaram leves choques elétricos para que os animais temessem um som específico. Quando o barulho começou a não vir acompanhado pelo choque, os que não tiveram acesso ao álcool gradualmente passaram a não temê-lo, enquanto os outros não pararam de ficar “congelados” no lugar aguardando o incômodo.

 

Depois, a equipe avaliou o cérebro dos ratos. Constatou que as células nervosas no córtex pré-frontal dos expostos ao álcool funcionava de maneira diferente. Fora isso, a atividade de um receptor-chave, o NMDA, foi suprimida nos que receberam doses elevadas do líquido.

 

O padrão é semelhante ao que é visto em pacientes com estresse pós-traumático, que têm dificuldade para superar o medo, mesmo quando não estão mais em uma situação perigosa. A explicação seria que a exposição crônica ao álcool pode causar um déficit na forma como os centros cerebrais cognitivos controlam os centros cerebrais emocionais.

 

Ponto  a Ponto ideias

Os alimentos orgânicos diminuem a exposição a pesticidas e fertilizantes mas não têm um valor nutritivo maior do que os produzidos com técnicas convencionais, segundo um artigo publicado nesta terça-feira pela revista "Annals of Internal Medicine".

 

O consumo dos alimentos orgânicos nos Estados Unidos cresceu muito: as vendas subiram de US$ 3,6 bilhões em 1997 para mais de US$ 28,6 bilhões em 2011. As vendas de alimentos ecológicos representam hoje 12% do total no setor de frutas e verduras e quase 6% em laticínios e ovos.

 

Os produtos orgânicos são produzidos sem o uso de fertilizantes e pesticidas químicos, ou no caso de produtos animais, sem o emprego de hormônios e antibióticos. Além disso, os alimentos orgânicos não podem ser produzidos a partir de pasteurização, organismos geneticamente modificados e com o uso de aditivos químicos.

 

Em geral, os consumidores pagam quase o dobro pelos alimentos ecológicos em comparação com verduras, frutas, carnes, ovos e produtos lácteos produzidos de forma convencional nos EUA. Nos Estados Unidos, existem cadeias de supermercados que se dedicam quase exclusivamente à venda de produtos orgânicos, que não se restringem a alimentos e comercializam sabonetes, detergentes, ração para cachorros e gatos, incenso, têxteis e artigos decorativos.

 

Um estudo feito em 2010 pelo Instituto Nielsen constatou que 76% dos compradores de alimentos orgânicos acreditam que eles são mais saudáveis, 53% para evitar o consumo de pesticidas e fertilizantes, 51% porque acham que são mais nutritivos e 40% porque acreditam que a agricultura orgânica beneficia o meio ambiente.

 

Uma equipe de doze pesquisadores, liderados por Crystal Smith Spangler, da Universidade de Stanford, revisou 17 estudos feitos em humanos e 223 estudos sobre os níveis nutritivos e de contaminação dos alimentos orgânicos, realizados entre 1966 e 2011. "Existem aqueles que acham que a comida orgânica é sempre mais saudável e nutritiva", disse Smith.

 

"Foi surpreendente para mim e meus colegas descobrir que isso nem sempre é verdade". Os cientistas concluíram que não há diferenças significativas entre o conteúdo vitamínico das frutas e verduras orgânicas e das convencionais. Além disso, foram encontrados resíduos detectáveis de pesticidas em 7% dos produtos orgânicos e em 38% dos produtos convencionais, mas só três dos estudos constataram resíduos que excediam os limites impostos pela União Europeia (UE) para produtos tanto de origem orgânica como convencional.

 

Os pesquisadores determinaram também que os riscos de contaminação por bactérias eram praticamente idênticos para os alimentos ecológicos e para os produzidos por métodos convencionais.

 

EFE

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