Cientistas canadenses anunciaram nesta segunda-feira, 12, uma descoberta que pode mudar a maneira como a teoria musical trabalha com os conceitos de “consonância” e “dissonância”. Grosso modo, esses termos significam que uma música é prazerosa ou não aos ouvidos, respectivamente. Recentemente, a dissonância tem sido associada a um fenômeno chamado de “batimento”, que é a interferência entre componentes de frequência dentro do ouvido, que seria mais forte nos sons dissonantes do que nos consoantes.
Os resultados da pesquisa liderada por Marion Cousineau, da Universidade do Canadá, contestam essa teoria. O estudo foi publicado pela “PNAS”, a revista científica da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos. A pesquisa foi feita com portadores de uma condição genética chamada amusia, na qual as pessoas têm uma percepção anormal da frequência dos sons.
Os participantes mostraram a aversão normal aos sons que provocam batimento, mas não tiveram preferência pelos sons consoantes ou dissonantes. Para os autores, isso indica que o batimento não é fundamental para a percepção de dissonância.
Além disso, os portadores de amusia não conseguiram identificar o que seriam sons harmônicos. Isso reforça a teoria alternativa, que diz que consonância e dissonância estão relacionados à harmonia das frequências, e não ao batimento.
Cientistas da Universidade Stanford, nos EUA, desenvolveram uma pele de plástico flexível e sensível ao toque que consegue se "curar" sozinha quando cortada ou rasgada. Além disso, o material é capaz de sentir a menor pressão, como o pouso de uma borboleta ou um aperto de mão. O material sintético foi desenvolvido pela equipe da professora Zhenan Bao, da faculdade de engenharia química de Stanford. O trabalho foi financiado pelo Escritório de Pesquisa Científica da Força Aérea (AFOSR) dos EUA e publicado na revista "Nature Nanotechnology".
"Na última década, houve grandes avanços na pele sintética, mas mesmo os materiais mais eficazes tiveram grandes inconvenientes. Alguns precisavam ser expostos a altas temperaturas, o que os tornava inviáveis para uso no dia a dia. Outros se curavam à temperatura ambiente, mas a reparação de um corte mudava sua estrutura mecânica ou química", explica a cientista.
Zhenan diz também que nenhuma "pele" autocurável era boa condutora de eletricidade, uma propriedade crucial, principalmente se o produto for interligado ao mundo digital. Nesse caso agora, porém, o material tem a condutividade similar à de um metal, por meio de uma superfície áspera e ligações de hidrogênio. Segundo o coautor Chao Wang, essas moléculas se quebram facilmente, mas, quando se reconectam, os laços delas se reorganizam e se restauram. Os cientistas destacam que, para criar esse polímero, foram adicionadas pequenas partículas de níquel, para aumentar a resistência mecânica dele.
Para ver como a pele poderia restaurar sua força mecânica e a condutividade após ser danificada, os pesquisadores a cortaram com um bisturi e pressionaram os pedaços suavemente por alguns segundos. O material acabou recuperando 75% da força original e da condutividade, e ficou quase 100% novo em 30 minutos.
"Até a pele humana leva dias para cicatrizar. Então isso é muito legal", avalia Benjamin Chee-Keong Tee, um dos principais autores. Além disso, a mesma amostra pode ser cortada várias vezes no mesmo lugar. Após 50 incisões e reparos, o material ainda resistiu à flexão e ao alongamento, da mesma forma que o original.
A equipe também tem explorado como usar a pele artificial como um sensor eletrônico. Segundo Tee, há várias possibilidades comerciais para o produto, com aplicação em dispositivos e fios elétricos de difícil acesso, como dentro de paredes de prédios ou veículos.
O desafio agora é tornar o tecido elástico e transparente, para envolver e guardar aparelhos eletrônicos e telas de exibição.
A Embrapa promete colocar no mercado em até cinco anos uma alface transgênica com concentração 15 vezes maior de folato. Em fase de estudos de biossegurança, a hortaliça, com apenas 12 gramas, poderá suprir 70% da necessidade diária de ácido fólico, cuja ausência no organismo pode causar de depressão a problemas na gravidez.
O projeto, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, desenvolveu uma alface crespa com genes da planta Arabidopsis thaliana, primeira espécie a ter o genoma completamente sequenciado.
Após serem realizados os testes, a comercialização dependerá da liberação na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). O pesquisador Francisco Aragão, que coordena a pesquisa, afirma:
— A principal função desta alface será servir como alternativa para obtenção de ácido fólico sem necessidade de ingestão de medicamentos.
Segundo ele, a ideia é exercer o mesmo tipo de função que o espinafre possui na Europa — no País, a erva consumida é produzida na Nova Zelândia e possui baixa concentração de folato.
— Futuramente, será possível inserir este gene para a criação de outras espécies transgênica de alface.
Nos homens adultos, é indicada a ingestão de cerca de 200 microgramas por dia, enquanto que para as mulheres a recomendação é de 180 microgramas.
Para complementar a alimentação, há quase uma década a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determina que o ácido fólico seja acrescentado à farinha industrializada. A medida inclui 150 miligramas de ácido sintetizado a cada 100 gramas das farinhas de trigo, milho e, recentemente, também de mandioca.
Alguns especialistas da área de saúde suspeitam, porém, que a medida é pouco eficiente em alguns estados com menos recursos, onde o consumo de farinha é majoritariamente de origem artesanal.
Na gravidez
Segundo o médico Eduardo Fonseca, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), estudos mostram que o consumo adequado de ácido fólico por gestantes reduz em até 80% os casos de má formação do tubo neural de bebês — que implicam em anomalias permanentes como espinha bífida e anencefalia. Na gravidez, a dose diária recomendada dobra para 400 microgramas.
— Temos um estudo que mostra que só 13,8% das mulheres tomam suplemento de ácido fólico antes de engravidar. Além disso, a prevenção ocorre de maneira desigual, pois no sistema público este número cai para 3,8%.
O suplemento deve ser tomado até 1 mês antes e durante os primeiros três meses de gestação. Outros estudos mostram que o ácido fólico ajuda a prevenir fissura labiopalatal (lábio leporino), além de evitar casos de depressão em jovens e adultos.
A pneumonia é a doença que mais mata crianças menores de 5 anos e chega a ser responsável por 18% do total de mortes nessa faixa etária. De acordo com a Organização Mundial da Sáude (OMS), mais de 99% dos óbitos provocados pela pneumonia são registrados em países em desenvolvimento, onde a maioria das crianças não tem acesso ao sistema de saúde.
No Dia Mundial contra a Pneumonia, lembrado hoje, 12, a OMS pediu que os governos deem prioridade a esforços para reduzir as mortes provocadas pela doença, consideradas preveníveis. De acordo com a organização, a pneumonia é um dos problemas mais passíveis de solução no cenário da saúde global. Ainda assim, uma criança morre pela infecção a cada 20 segundos.
“Mais esforços precisam ser feitos em investimentos na proteção, na prevenção e no tratamento de crianças contra as duas maiores causas de mortalidade infantil — a pneumonia e a diarreia”, destacou a OMS.
A pneumonia é uma forma aguda de infecção respiratória que afeta os pulmões e pode ser tratada por meio de antibióticos, mas apenas 30% das crianças infectadas recebem o tratamento adequado. A estimativa é que a doença mate 1,2 milhão de crianças menores de 5 anos todos os anos no mundo, mais que os óbitos provocados pela aids, pela malária e pela tuberculose juntas.