Um pequeno aperto nos seios pode impedir o desenvolvimento de células malignas na mama, que desencadeiam o câncer. De acordo com um estudo apresentado na Sociedade Americana de Biologia Celular, em São Francisco, aplicar pressão física pode fazer com que as células voltem a um padrão de crescimento normal. As informações são do Daily Mail.
"As pessoas já sabem há séculos que a força física pode influenciar nossos corpos", disse Gautham Venugopalan, um dos principais membros da equipe de pesquisa da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos. "Quando levantamos peso, nossos músculos ficam maiores. A força da gravidade é essencial para manter os ossos fortes. Aqui, mostramos que a força física pode desempenhar um papel no crescimento - e reversão das células cancerígenas”, justificou.
O estudo analisou o crescimento de células malignas dentro de um gel injetado em câmaras de silicone. Isso permitiu que os cientistas aplicassem pressão durante as primeiras fases de crescimento das células.
Com o passar do tempo, as células malignas espremidas começaram a crescer de modo normal e organizado. Por outro lado, células não comprimidas continuaram a crescer de forma desordenada e descontrolada, o que leva ao câncer.
"As células malignas não esquecem completamente como é ser saudável, elas só precisam as pistas certas para orientá-las de volta a um padrão de crescimento normal” disse Venugopalan.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, recebeu nesta quarta-feira, 19, no Rio de Janeiro (RJ), o primeiro lote nacional do medicamento biotecnológico oncológico Mesilato de Imatinibe, indicado para o tratamento de Leucemia Mielóide Crônica (LMC) e Estroma Gastrointestinal (tumor maligno do intestino). O medicamento é fruto de uma Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) que envolve os laboratórios públicos Instituto de Tecnologia em Fármacos/Farmanguinhos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Vital Brazil da Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, além de cinco empresas privadas. Com a iniciativa, estima-se que a economia para o Sistema Único de Saúde chegue a R$ 337 milhões, em cinco anos.
“Com esta medida, o Brasil passa a produzir um medicamento que está na última fronteira do tratamento do câncer”, destacou Alexandre Padilha. “E o ministério reforça o compromisso de fortalecer o Complexo Industrial da Saúde e aumentar, progressivamente, a autonomia do país na produção de medicamentos, tornando-o cada vez mais independente de oscilações do mercado internacional”, completou o ministro.
Com a produção nacional do Mesilato de Imatinibe, o custo do comprimido do medicamento será de R$ 17,5 (100 mg) e R$ 70 (400 mg). Atualmente, o Ministério da Saúde compra o produto – de forma centralizada – a um preço de R$ 20,6 (100 mg) e R$ 82,4 (400 mg). “Estamos garantindo o acesso da população a uma assistência farmacêutica de qualidade e, ao mesmo, tempo, racionalizando os recursos públicos”, observou o ministro Alexandre Padilha.
ASSISTÊNCIA– A produção nacional do Mesilato de Imatinibe será suficiente para atender a toda a demanda do Sistema Único de Saúde – aproximadamente oito mil de pacientes hospitalizados. Já no próximo ano, a previsão é que sejam entregues, ao SUS, cerca de quatro milhões de comprimidos do medicamento.
A produção compartilhada por dois laboratórios oficiais é considerada uma forma de garantir que o resultado seja o melhor possível. “Este é um consórcio inédito, que vai permitir a absorção de todo o ciclo tecnológico para a produção do medicamento, desde o fármaco até a embalagem do produto final”, explica o Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha. Na avaliação dos laboratórios públicos envolvidos – Farmanguinhos/Fiocruz e Instituto Vital Brazil – a iniciativa, além de incentivar o desenvolvimento tecnológico nacional, deverá estimular a concorrência e a consequente diminuição de preços praticados pelo mercado para outros medicamentos.
ONCOLOGIA – Com exceção do Mesilato de Imatinibe – cuja aquisição passou a ser centralizada pelo Ministério da Saúde em 1º de maio de 2011 – o fornecimento dos demais medicamentos aos pacientes com câncer atendidos pelo SUS é uma atribuição dos próprios hospitais oncológicos. Nestes casos, a responsabilidade do Ministério da Saúde vai além: o governo federal financia os hospitais do SUS, públicos ou credenciados, para a assistência aos pacientes de forma integral (paga o tratamento completo, incluindo os medicamentos).
INCORPORAÇÕES– Este ano, o Ministério da Saúde aprovou protocolo clínico para a incorporação no SUS, a partir do próximo mês de janeiro, do medicamento Trastuzumabe (contra câncer de mama).
Atualmente, os pacientes assistidos pelo SUS têm acesso a cerca de 280 procedimentos para o tratamento de diferentes cânceres, incluindo cirurgias, medicamentos e terapias (quimioterapia e radioterapia, por exemplo).
Só este ano, o Ministério da Saúde investiu R$ 2,2 bilhões na assistência oncológica aos usuários do SUS. Para o próximo ano, a previsão é que estes recursos cheguem a R$ 2,4 bilhões.
A ingestão de aspirina por cerca de 10 anos pode mais que dobrar o risco de perda de visão, de acordo com um estudo feito por cientistas da Universidade de Wisconsin. Os especialistas usaram dados do estudo Beaver Dam – sobre doenças oculares relacionadas à idade – e concluíram que a aspirina pode aumentar a chance de degeneração macular úmida, problema que pode levar à cegueira. As informações são do Daily Mail.
A degeneração macular afeta um quarto da população acima de 60 anos no Reino Unido e mais da metade das pessoas com 75 anos ou mais. Exames oftalmológicos foram realizados a cada cinco anos ao longo de um período de 20 anos em cerca de 5 mil participantes. Os voluntários, de 43 a 86 anos, foram questionados sobre o uso regular – pelo menos duas vezes por semana - de aspirina. A duração média de acompanhamento foi de 14,8 anos.
Os resultados chegaram a 512 casos de Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) seca e 117 casos de DMRI úmida ao longo do estudo. Os pesquisadores descobriram que aqueles que tomaram aspirina por cerca de 10 anos tinham um risco 1,4% de desenvolver DMRI úmida em comparação com 0,6% dos não-usuários. Não houve associação encontrada entre aspirina e a DMRI seca.A perda da visão causada pela doença não pode ser revertida.
Apesar da constatação, os cientistas afirmaram que os benefícios de tomar uma aspirina diariamente superam o pequeno risco de efeitos colaterais em pacientes com doença cardíaca, embora um médico deva sempre ser consultado.
Cientistas da Universidade Autônoma de Barcelona, na Espanha, desenvolveram uma nova vacina mais eficiente e mais barata contra a leishmaniose humana. A vacina, testada em hamsters, pode ser produzida a baixo custo utilizando as larvas dos insetos transmissores. A pesquisa representa um passo importante para a luta contra a doença que causa a morte de 70 mil pessoas a cada ano nos países em desenvolvimento e de cães, que também sofrem da doença e são reservatórios naturais do patógeno.
Os resultados foram apresentados na revista PloS ONE.
A leishmaniose é um dos principais problemas de saúde atuais em escala mundial. Em seres humanos é causada pelo protozoário parasita Leishmania infantum. A doença é transmitida por insetos Phlebotominae subfamily (flebótomos) que são muito semelhantes aos mosquitos.
Alguns 1,5 a 2 milhões de novos casos surgem a cada ano e, adicionalmente, 350 milhões de pessoas estão em risco de contrair a doença. A leishmaniose é considerada uma doença endêmica em partes da Ásia, África, sul da Europa, México, América Central e América do Sul, e é a segunda doença tropical parasitária mais mortal, depois da malária.
As manifestações clínicas aparecer na forma de feridas cutâneas menores a complicações nos órgãos e, no pior dos casos, a morte.
Os tratamentos atuais não são satisfatórios e, embora a via mais razoável para combater a doença seja a obtenção de uma vacina eficaz, as vacinas convencionais até agora falharam. A equipe comparou os resultados se aplicar estratégias vacinais diferentes no melhor modelo animal para o estudo da variante humana da doença: o hamster dourado.
Os resultados mostram que a estratégia mais eficaz é uma combinação de duas vacinas criadas pelos investigadores: três doses de DNA de genes de L. infantum e duas doses de proteínas codificadas por estes genes.
A vacina de proteína pode ser obtida a um baixo custo, graças à utilização de larvas de insetos. Para criar a vacina os cientistas isolaram os genes do protozoário, os inseriram em um vírus que afeta insetos (baculovírus) e infectaram larvas de um pequeno verme, a larva do repolho (Trichoplusia ni).
As larvas agem como biorreatores e produzem em grandes quantidades as proteínas que codificam estes genes, e que são responsáveis por uma resposta protetora em indivíduos vacinados.
Usando este método, uma vacina de DNA pode ser fabricada com genes codificadores de proteínas do protozoário e uma segunda vacina com proteínas associadas a estes genes (produzida a um baixo custo), com o objetivo de aumentar sua eficácia.
Esta estratégia de vacina pode ser utilizada tanto em uma forma preventiva quanto terapêutica, em humanos e em cães.
A equipe agora planeja novos testes com o objetivo de transferir o mais rapidamente possível o resultado da pesquisa para a prática clínica.