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Uma técnica que se mostrou promissora em estudos laboratoriais para a criação de uma vacina contra Aids poderá ser testada para combater a dengue. A hipótese vem sendo estudada por profissionais do Hospital Sírio-Libanês, da Universidade de São Paulo e da Universidade de Miami. Uma reunião para discutir a viabilidade da pesquisa foi realizada nessa sexta-feira, 15, em São Paulo.

 

O encontro contou com o biólogo David Watkins, professor do departamento de patologia da Universidade de Miami. Ele é o autor de um estudo, publicado na revista Nature no ano passado, sobre uma nova estratégia para controlar o HIV que pode levar à criação de uma vacina. Em vez de utilizar anticorpos – método usado na maior parte das pesquisas e também em praticamente todas as imunizações disponíveis hoje, a ideia é "ensinar" as células a combater a doença.

 

O foco de Watkins é a célula T CD8, conhecida como "assassina". Em algumas pessoas que foram infectadas pelo HIV e não desenvolveram a doença (cerca de 1 em 300), essa célula matadora combate células contaminadas pelo HIV, impedindo que o vírus se prolifere.

 

"O HIV tem um ‘escudo’ que é muito variável, por isso é difícil, ou talvez até impossível, desenvolver anticorpos", conta Watkins. Por isso, ele decidiu investir nessa estratégia, testada em macacos rhesus. Os animais que receberam compostos indutores de produção de células T CD8 apresentaram uma importante redução na replicação do vírus.

 

Os experimentos com macacos continuam e o cientista admite que ainda há muito trabalho a ser feito. "É um caminho difícil", diz Watkins, que fala português com bastante fluência. O biólogo cresceu no Caribe e, há cerca de 18 anos, ficou encantado pela Bahia após uma viagem de férias. Além disso, tem trabalhado com vários pesquisadores brasileiros. "Decidi que tinha de aprender português, o que foi muito difícil", comenta, bem-humorado.

O biólogo tem conversado há aproximadamente dois anos com o infectologista Esper Kallás, professor da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) e médico do Sírio-Libanês, sobre a possibilidade de se utilizar as células T CD8 para combater a dengue. Se por um lado o vírus causador dessa doença não seja mutável como o HIV, existe o desafio de criar um composto que atue nos quatro tipos de dengue.

 

Kallás explica que os resultados preliminares com a vacina que vem sendo testada pela farmacêutica Sanofi ficaram aquém do esperado. Por isso ele acredita que investir no plano de "educar" as células vale a pena. "O estudo ainda está em fase inicial – é preciso criar a vacina experimental, depois testá-la em cobaias e só então em humanos", diz.

 

"Comprovada a viabilidade do projeto, parte dele seria desenvolvida na Universidade de Miami e o hospital provavelmente colaboraria nos testes clínicos", explica Luiz Fernando Reis, diretor do instituto voltado para a área de ensino e pesquisa do Sírio-Libanês. A proposta de financiamento para a pesquisa também será submetida a empresas internacionais e agências de fomento.

 

A doença, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, ameaça quase 3 bilhões de pessoas no mundo, incluindo o Brasil.

 

Uol

A neuromodulação terapêutica, um procedimento que consiste na introdução de eletrodos no cérebro para modificar as funções das células que não funcionam corretamente, será tema de uma conferência, em Teresina, com o neurocirurgião Erich Fonoff, que atua no Hospital das Clínicas de São Paulo. O método tem demonstrado bons resultados para o tratamento de doenças como o mal de Parkinson, dor de cabeça e angina (um tipo de dor no peito), entre outras. A conferência será neste sábado, 16, no Instituto de Neurociências do Piauí.

 

O evento é voltado para estudantes de medicina e médicos. Erich Fonoff é coordenador do Grupo de Neurocirurgia Funcional do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, referência nacional no assunto. Durante a conferência ele vai falar sobre a neuromodulação terapêutica para tratar pacientes com mal de Parkinson, distonias, dor neuropática, angina, dor de cabeça e dor em membros ocasionada após isquemia.

 

Basicamente, a neuromodulação consiste na implantação de eletrodos no cérebro do paciente, controlados por uma espécie de marcapasso. A técnica vem sendo desenvolvida nas últimas três décadas e, no Brasil, já é considerada como uma intervenção de rotina. Aqui no Piauí, porém, nenhum paciente nunca teve um eletrodo implantado no cérebro.

 

“A ideia é mostrar aos médicos e à sociedade como um todo como funciona essa terapia e que ela, quando bem indicada, pode ajudar na recuperação de pacientes de várias doenças, inclusive algumas sem cura, como o Parkinson”, destaca o neurocirurgião do Instituto de Neurociências, Francisco Alencar, que vai coordenar a conferência.

 

As inscrições para o evento são gratuitas e podem ser feitas na sede do Instituto de Neurociências do Piauí, que fica na Rua Bartolomeu Vasconcelos, nº 2440, bairro Ilhotas, zona Sul de Teresina. O número de vagas é limitado e os interessados podem ter mais informações através do telefone 3216 6656 e 9994 1714.

 

Ascom

bebe1622013Um estudo realizado por linguistas do Canadá e da França indica que os bebês de sete meses já conseguem perceber a diferença entre estruturas gramaticais de idiomas distintos ao crescerem em famílias bilíngues.

 

De acordo com a pesquisa, os bebês, ao prestarem atenção na duração e no tom das palavras, percebem a estrutura de uma frase, incluindo verbo e objeto, em idiomas distintos.

 

Para tanto, eles usam palavras auxiliares como preposições e artigos, de pouco ou nenhum significado "como uma âncora para segmentar o discurso em trechos sinteticamente relevantes, dos quais a ordem básica de palavras de uma língua pode ser deduzida", diz o estudo.

 

No teste foi estudada a compreensão que os bebês têm de línguas com estrutura verbo-objeto (como o inglês e línguas latinas) e línguas com estrutura objeto-verbo (como o japonês).

 

Preposições e artigos

As cientistas Judit Gervain, da Universidade Paris Descartes, da França, e Janet Werker, da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, aplicaram testes em 24 bebês de sete meses "bilíngues", expostos a duas línguas em casa, e 47 "monoglotas", expostos a apenas uma língua.

 

As crianças ouviram várias frases e tiveram o comportamento monitorado, para verificar se elas tinham algum tipo de compreensão do que ouviam. O estudo, divulgado pela publicação científica "Nature Communications", diz que os bebês monoglotas conseguem identificar a estrutura verbo-objeto ao identificar palavras auxiliares como preposições e artigos.

 

Crianças bilíngues foram submetidas a testes similares. O exame mostrou que há diferenças na forma como elas identificam os sons, mas os resultados finais foram parecidos. O estudo concluiu que elas conseguem identificar igualmente a estrutura das frases.

 

"Apreender a gramática em um ambiente bilíngue onde duas línguas tem a ordem das palavras de forma diferente, como o inglês e o japonês, é uma tarefa ainda mais desafiadora", diz o artigo. "Os mecanismos que crianças bilíngues usam para resolver esse problema ainda é desconhecido."

 

"Como a maioria da população mundial está exposta a várias línguas desde o nascimento, um melhor entendimento de seu desenvolvimento cognitivo pode ter impacto considerável nas políticas sociais e educativas no mundo", diz o artigo.

 

 

BBC

capaveteDois cientistas israelenses desenvolveram um capacete que emite ondas magnéticas para o cérebro e que, segundo pesquisas, tem efeitos significativos no combate a transtornos como a depressão e o vício do fumo.

 

O capacete, desenvolvido pelo neurocientista Abraham Zangen e pelo físico Yiftach Roth, emite ondas magnéticas em alta frequência para regiões mais profundas no cérebro, que até hoje podiam ser acessadas só com intervenções cirúrgicas ou choques elétricos.

 

Por intermédio dos estímulos, eles obtiveram resultados positivos tanto em casos de pacientes que sofrem de depressão profunda como em pessoas que já tinham tentado parar de fumar por outros meios e não conseguiram.

 

Entretanto, de acordo com Roth, o sistema, denominado Estimulação Transcraniana Magnética Profunda (Deep TMS em inglês) pode ser eficaz no tratamento de um leque 'muito amplo' de problemas, como o mal de Parkinson, distúrbio bipolar, mal de Alzheimer, autismo, distúrbio obsessivo-compulsivo, dependência de drogas e alcoolismo.

 

Diferentes capacetes

 

Mais de 3 mil pessoas, em Israel e no exterior, já participaram de experiências com o capacete, e recentemente a FDA - agência reguladora de medicamentos dos EUA - outorgou um certificado para utilização do sistema no combate à depressão.

 

A ideia de desenvolver o sistema surgiu em 2000. Abraham Zanger, chefe do laboratório de Neurociência da Universidade Ben Gurion, explicou à BBC Brasil que, para cada problema, é criado um capacete diferente, 'adaptado para transmitir as ondas magnéticas às áreas relevantes do cérebro'.

 

'No começo do tratamento houve alguns pacientes que se queixaram de leves dores de cabeça, mas com o tempo as dores passaram', disse.

 

O psiquiatra Hilik Lewkovitz, do hospital psiquiátrico Shalvata, no qual o sistema já está sendo usado, disse que 'o número de pacientes que reagiram de maneira positiva a esse tratamento é significativo'.

 

Ele chamou a tecnologia de 'revolucionária', pois 'não é invasiva e tem poucos efeitos colaterais e que apresenta resultados positivos no tratamento de vários distúrbios psiquiátricos'.

 

Remissão completa

 

Uma pesquisa feita no hospital Beer Yakov concluiu que 32,6% tratados com as ondas magnéticas apresentaram uma remissão completa da depressão e outros 38,4% demonstraram melhora substancial.

 

De acordo com a bióloga Limor Klein Dinur, que dirigiu uma pesquisa com 115 participantes sobre os efeitos do sistema em fumantes, 44% delas pararam de fumar após o tratamento.

 

'Não houve danos às capacidades cognitivas dos participantes, e em alguns casos até observamos uma melhora cognitiva', disse a cientista à BBC Brasil.

 

De acordo com ela, 80% dos participantes que não pararam de fumar diminuíram o número de cigarros fumados em mais de 50%.

 

G1

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