Existem muitos truques para aliviar as crises de enxaqueca, e algumas pessoas sugerem algo bem simples: beber Coca-Cola. Mas será que funciona? A neurologista Shae Datta, em entrevista à revista Self, explicou mais sobre o assunto.
De acordo com a especialista, a cafeína é um "estimulante que contrai os vasos sanguíneos no cérebro, aliviando a dor de cabeça causada pelo inchaço". Além disso, ela pode bloquear "os efeitos de uma substância química chamada adenosina, que aumenta durante as crises de enxaqueca". Por isso, muitos medicamentos para enxaqueca contêm cafeína, e o refrigerante, que também tem esse composto, pode ajudar.
No entanto, a cafeína pode trazer efeitos negativos. Algumas pessoas relatam que a substância, ou mesmo a abstinência dela, desencadeia suas crises de enxaqueca. Além disso, o refrigerante pode ajudar a aliviar náuseas e vômitos, sintomas que afetam de 60% a 90% dos indivíduos com enxaqueca e, muitas vezes, são mais debilitantes que a dor de cabeça em si.
A recomendação? Para pessoas saudáveis e sem problemas relacionados ao açúcar no sangue, beber uma Coca-Cola pode ser uma opção. Porém, a médica orienta priorizar cuidados básicos: "Durma pelo menos oito horas, mantenha-se hidratado e registre em um diário os possíveis gatilhos para as enxaquecas".
Pesquisas recentes revelam que o uso contínuo de medicamentos para dormir pode estar relacionado a um aumento significativo no risco de demência, uma condição que afeta milhões de idosos ao redor do mundo. Um estudo conduzido pela Universidade da Califórnia, publicado no Journal of Alzheimer’s Disease, encontrou uma relação alarmante entre medicamentos como zolpidem, clonazepam e diazepam e o desenvolvimento de demência, com um aumento de até 79% no risco.
Medicamentos para dormir aumentam o risco de demência em idosos De acordo com a pesquisa, o uso frequente de medicamentos sedativos foi associado a um aumento substancial do risco de demência, especialmente entre indivíduos brancos. O estudo, que acompanhou 3.000 idosos durante nove anos, constatou que 20% dos participantes desenvolveram a doença ao longo do período. Os pesquisadores observaram que aqueles que faziam uso constante desses fármacos tinham uma probabilidade muito maior de desenvolver demência em comparação aos que os utilizavam esporadicamente ou nunca.
Entre os medicamentos mais comuns identificados como potenciais causadores do aumento do risco estão os hipnóticos não benzodiazepínicos, como o zolpidem, e as benzodiazepinas, como o clonazepam e o diazepam. A frequência do uso e o tipo específico de medicação foram fatores cruciais para o aumento do risco, destacando a necessidade de cautela ao prescrever esses medicamentos para idosos.
Efeitos dos medicamentos para dormir na saúde cerebral O zolpidem, utilizado principalmente para o tratamento de insônia, é um dos medicamentos que mais preocupa os especialistas. Embora seja eficaz no auxílio ao sono, seu uso prolongado pode interferir no funcionamento cerebral, aumentando a probabilidade de doenças neurodegenerativas, como a demência. O clonazepam, comumente utilizado para transtornos de ansiedade e distúrbios do sono, e o diazepam, usado para tratar uma variedade de condições, também demonstraram efeitos colaterais significativos, incluindo prejuízos na memória e coordenação, que podem agravar os sintomas da demência.
Em resposta a esses achados, os pesquisadores recomendam que pacientes com dificuldades para dormir considerem alternativas terapêuticas, como a terapia cognitivo-comportamental, que tem mostrado resultados positivos no tratamento da insônia sem os riscos associados ao uso de medicamentos sedativos. A melatonina também foi citada como uma alternativa mais segura, embora ainda seja necessária mais pesquisa para confirmar seu impacto a longo prazo na saúde cerebral.
Conclusão: cautela no uso de medicamentos para dormir é essencial Embora o tratamento de insônia e ansiedade com medicamentos seja comum, é crucial que os pacientes e médicos estejam cientes dos riscos associados ao uso prolongado de sedativos, especialmente em idosos. Em casos de problemas de sono, alternativas não farmacológicas, como a terapia cognitivo-comportamental, devem ser consideradas como primeira linha de tratamento para prevenir o desenvolvimento de demência.
O câncer de pulmão continua a ser uma das doenças mais letais no Brasil e no mundo, com uma taxa de mortalidade alarmante. Em 2022, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) registrou 32.560 novos casos da doença no Brasil, sendo 18.020 em homens e 14.540 em mulheres. Com esse panorama, é essencial estar atento aos sintomas e fatores de risco para possibilitar uma detecção precoce, que é crucial para aumentar as chances de tratamento.
Sintomas comuns do câncer de pulmão: fique alerta O câncer de pulmão é conhecido por sua alta letalidade, sendo responsável por 20% das mortes por tumores malignos. A detecção precoce é difícil, já que os sintomas muitas vezes surgem em estágios mais avançados da doença. No entanto, é importante estar atento a alguns sinais que podem indicar a presença da doença:
Tosse persistente;
Escarro com sangue;
Dor no peito;
Voz rouca;
Cansaço excessivo;
Dificuldade para respirar;
Perda repentina de peso e apetite;
Episódios frequentes de pneumonia ou bronquite;
Mudanças no ritmo e intensidade da tosse, especialmente em fumantes. Caso o câncer de pulmão tenha se espalhado para outros órgãos, podem surgir sintomas como dor óssea, alterações no sistema nervoso, icterícia e nódulos visíveis na pele. Fatores de risco: o que aumenta as chances de desenvolvimento? O câncer de pulmão é altamente associado ao tabagismo, responsável por uma grande parte dos casos diagnosticados. Em 2020, o INCA registrou 28.620 óbitos causados pela doença, com uma prevalência maior entre homens. Outros fatores de risco incluem:
Exposição à poluição do ar;
Infecções pulmonares frequentes;
Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC);
Histórico familiar de câncer de pulmão;
Idade avançada (maior incidência entre 50 e 70 anos). Além disso, a genética e o histórico de doenças respiratórias também podem contribuir para o desenvolvimento do câncer de pulmão.
Prevenção: como reduzir o risco de câncer de pulmão
Embora o diagnóstico precoce não seja amplamente praticado para a população em geral, algumas ações podem ajudar na prevenção do câncer de pulmão:
Abandonar o tabagismo;
Evitar exposição a agentes químicos no ambiente de trabalho;
Praticar atividades físicas regularmente;
Reduzir a exposição ao tabagismo passivo.
A tomografia de baixa dose em fumantes com mais de 55 anos pode ser uma opção para detectar a doença precocemente. No entanto, a decisão sobre o rastreamento deve ser tomada junto a um médico, considerando os riscos e benefícios do exame.
Um dos supostos fatos científicos mais valorizados pelo senso comum é a de que ingerir bebidas alcoólicas regularmente, com moderação, faz mais bem para a saúde do que nunca beber – aquela história dos supostos benefícios de beber uma taça de vinho por dia... Por décadas, estudos parecem validar a ideia. Agora, um novo artigo analisando toda essa bibliografia ousa discordar.
A pesquisa, publicada na revista científica Journal of Studies on Alcohol and Drugs, foi realizada por pesquisadores do Instituto Canadense para Pesquisa do Uso de Substâncias, da Universidade de Victoria, no Canadá. Eles analisaram 107 estudos publicados que tratavam da relação entre os hábitos de consumo de álcool e a longevidade.
Esses estudos observacionais foram conduzidos durante décadas, concluindo que “consumidores moderados tinham taxas menores de certas doenças (como doença arterial coronariana) e vidas mais longas quando comparados aos abstêmios [quem não bebe nunca ou quase nunca]”, explica o pesquisador James Clay, coautor do estudo.
O “paradoxo francês” ajudou a consolidar a ideia de que beber moderadamente é melhor do que não beber. A França tem taxas mais baixas de doenças cardíacas, apesar da dieta alta em gorduras, possivelmente por causa do consumo regular de vinho, segundo essa ideia.
Mas a história não é tão simples assim. Clay explica que todas essas supostas descobertas, agora, estão passando pelo escrutínio científico por causa de defeitos metodológicos em como os estudos foram feitos.
Problemas de design
Vieses ao selecionar os participantes, erros na classificação de quem é abstêmio e quem não é, confusão de fatores de saúde– tudo isso foi encontrado numa análise dos estudos que mostravam as vantagens do consumo regular de álcool.
“[Queríamos] revisar sistematicamente e meta-analisar a literatura científica existente”, explica Clay. Traduzindo: a equipe compilou e combinou os resultados de vários estudos sobre o mesmo tópico. Foi assim que o grupo de pesquisadores percebeu que os estudos que ligavam beber a benefícios de saúde tinham sérios problemas de planejamento.
O método científico existe justamente para garantir confiabilidade e estrutura ao conhecimento produzido pelos cientistas. Uma parte importante disso é que novos experimentos, seguindo as regras, podem mostrar que ideias passadas são falsas. O filósofo da ciência Karl Popper chamou isso de falseabilidade: as ideias científicas podem ser provadas como falsas.
“Um estudo bem desenhado minimiza vieses, mede variáveis com precisão e apropriadamente controla fatores que podem confundir. Isso permite resultados mais precisos e mais generalizáveis”, explica Clay. O problema com os estudos que mostravam os benefícios do álcool era que eles não eram maravilhas em termos de design e projeto, levando a “conclusões errôneas” que agora foram mostradas falsas pelo estudo canadense.
Não dá para comparar
O principal problema de projeto com a maioria desses estudos era que eles normalmente focavam em adultos mais velhos, sem levar em conta os hábitos de bebedeira dessas pessoas no decorrer da vida.
Consumidores moderados foram comparados a adultos abstêmios que só viraram abstêmios porque tiveram que parar ou diminuir a ingestão de álcool exatamente porque desenvolveram problemas de saúde. Comparando-os com quem só continuou a beber porque sempre bebeu pouco, os consumidores regulares ficam parecendo muito mais saudáveis, obviamente.
Assim, a análise abrangente de todos os estudos mostrava que os consumidores moderados de álcool tinham um risco 14% menor de morrer durante o período do estudo do que os “abstêmios”.
Agora, em estudos que não consideravam pessoas que bebiam antes como abstêmios e que contaram com a participação de pessoas mais jovens, os benefícios do álcool para uma vida mais longa desapareciam.
Os estudos de mais qualidade científica, então, não mostravam nenhuma relação entre consumo moderado de álcool e uma vida mais longa.
E é importante lembrar que não dá para beber sem risco. O consumo de álcool pode estar associado a aumento no risco de câncer, doença no fígado, problemas psiquiátricos e dependência química.