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Estudos mostram que cerca de 60% das pessoas já experimentaram ou estão em um relacionamento que poderia ser classificado como relacionamento tóxico em algum momento de suas vidas.

toxico

Essa estatística alarmante nos lembra da importância de reconhecer os sinais de toxicidade em uma relação. Relacionamentos, em sua essência, deveriam ser fontes de apoio, alegria e crescimento mútuo. No entanto, quando a dinâmica se torna prejudicial, gerando sofrimento constante, estamos diante de um relacionamento tóxico.

Neste artigo do SaúdeLAB, vamos explorar os sinais de um relacionamento tóxico, discutir as consequências para a saúde mental e física, e oferecer dicas práticas sobre como sair dessa situação.

Se você suspeita que pode estar em uma relação prejudicial, este guia pode ajudá-lo a tomar as primeiras medidas rumo a um futuro mais saudável.

O que é um relacionamento tóxico? Um relacionamento tóxico é caracterizado por uma dinâmica em que o sofrimento supera consistentemente o prazer e o apoio que deveriam ser naturais em qualquer relação.

Ao invés de proporcionar crescimento e felicidade, um relacionamento tóxico provoca dor, insegurança e desgaste emocional. Esses relacionamentos podem ocorrer em qualquer tipo de interação humana, seja romântica, familiar, de amizade ou até mesmo profissional.

As principais características de um relacionamento tóxico incluem:

Controle excessivo, onde uma das partes tenta dominar as decisões e o comportamento do outro; Manipulação, que pode ser emocional ou psicológica, fazendo com que a pessoa se sinta culpada ou inferior; Falta de respeito, evidenciada por atitudes degradantes, ofensas ou humilhações; Desvalorização, onde as conquistas e sentimentos de uma das partes são minimizados ou ignorados; Isolamento, que ocorre quando o parceiro tóxico tenta afastar a outra pessoa de seus amigos, familiares e redes de apoio. É importante diferenciar conflitos normais de toxicidade. Todo relacionamento saudável enfrentará desafios e desentendimentos ocasionais, mas o que define um relacionamento tóxico é a presença contínua de comportamentos prejudiciais que não são resolvidos de forma saudável. Enquanto conflitos normais podem ser superados com comunicação e compromisso, a toxicidade persiste e se intensifica, prejudicando ativamente o bem-estar de uma ou ambas as partes envolvidas.

Sinais de um relacionamento tóxico Identificar os sinais de um relacionamento tóxico é fundamental para proteger a saúde emocional e física de quem está envolvido.

Um dos sinais mais comuns é o controle e manipulação. Em um relacionamento tóxico, o parceiro pode tentar controlar o outro de várias maneiras, como através de ciúmes extremos, monitoramento constante e decisões unilaterais que desconsideram os sentimentos e desejos da outra pessoa.

A manipulação emocional é uma ferramenta comum, onde o parceiro tóxico faz a outra pessoa se sentir culpada por expressar suas necessidades ou desejos, usando táticas como o gaslighting, que distorce a realidade e faz com que a pessoa duvide de sua própria percepção.

Outro sinal de toxicidade é a crítica constante e a desvalorização. O parceiro tóxico frequentemente critica, menospreza ou ridiculariza a outra pessoa, minando sua autoestima.

Com o tempo, essas críticas podem levar a pessoa a duvidar de si mesma e de seu valor, aceitando comportamentos e atitudes que jamais consideraria em outras circunstâncias. Essa desvalorização contínua corrói a autoconfiança e faz com que a pessoa se sinta constantemente inadequada.

O isolamento social é outro aspecto preocupante de um relacionamento tóxico. Um parceiro tóxico pode tentar afastar a outra pessoa de seus amigos, familiares e redes de apoio, tornando-a mais dependente e vulnerável.

Esse isolamento não é apenas físico, mas também emocional, onde a pessoa começa a sentir que não pode contar com ninguém além de seu parceiro, mesmo quando a relação é prejudicial.

A dependência emocional e a chantagem são formas poderosas de aprisionamento em um relacionamento tóxico. A pessoa pode se sentir emocionalmente dependente de seu parceiro a ponto de temer ficar sozinha, mesmo que reconheça que a relação está prejudicando sua saúde.

A chantagem emocional, onde o parceiro ameaça se machucar ou deixar a relação caso não consiga o que quer, reforça essa dependência e dificulta a saída da relação.

Esses sinais não só afetam a saúde emocional, mas também podem levar a mudanças na saúde mental e física. Relacionamentos tóxicos estão frequentemente associados a sintomas como ansiedade, depressão e estresse crônico.

Além dos impactos emocionais, o corpo também reage ao estresse prolongado, resultando em dores de cabeça, distúrbios digestivos, insônia e outros problemas de saúde física.

Consequências de permanecer em um relacionamento tóxico Permanecer em um relacionamento tóxico pode ter consequências devastadoras para a saúde mental. A exposição prolongada a uma relação tóxica pode levar ao desenvolvimento ou agravamento de condições como ansiedade, depressão e, em casos extremos, estresse pós-traumático.

A pessoa pode começar a sentir-se constantemente em estado de alerta, esperando o próximo conflito ou agressão verbal, o que desgasta a saúde mental e dificulta a capacidade de lidar com outras áreas da vida.

O impacto na saúde física também é significativo. O estresse contínuo experimentado em um relacionamento tóxico pode se manifestar em vários sintomas físicos.

Dores de cabeça frequentes, distúrbios do sono, problemas gastrointestinais e uma sensação constante de cansaço são comuns entre aqueles que estão em relações prejudiciais. O corpo reage ao estresse de maneira intensa, e essas manifestações físicas são um sinal claro de que algo está errado.

Além disso, a erosão da autoestima é uma consequência grave de permanecer em um relacionamento tóxico. Com o tempo, a pessoa pode começar a acreditar que não é digna de amor ou respeito, aceitando cada vez mais comportamentos abusivos.

Essa diminuição do senso de valor próprio pode fazer com que a pessoa se sinta presa na relação, acreditando que não encontrará algo melhor ou que não merece algo melhor. Esse ciclo vicioso é difícil de quebrar, mas reconhecer a erosão da autoestima é o primeiro passo para a recuperação.

Como sair de um relacionamento tóxico Sair de um relacionamento tóxico é um processo que exige coragem e determinação. O primeiro passo fundamental é o reconhecimento do problema. Muitas vezes, a pessoa envolvida em um relacionamento tóxico tem dificuldade em aceitar que a relação é prejudicial, especialmente quando há um vínculo emocional forte.

A negação e a esperança de que as coisas melhorem podem manter a pessoa presa na relação. No entanto, reconhecer que a relação está causando mais mal do que bem é essencial para iniciar a mudança. Esse reconhecimento pode ser doloroso, mas é o primeiro passo para a libertação e para a recuperação da saúde mental e emocional.

Uma vez que o problema é identificado, é crucial reforçar suas redes de apoio. Relacionamentos tóxicos muitas vezes isolam a pessoa de amigos e familiares, mas reconectar-se com essas redes é vital.

Amigos e familiares de confiança podem oferecer suporte emocional, conselhos práticos e uma perspectiva externa que pode ajudar na tomada de decisões. Conversar com pessoas que realmente se importam e querem o seu bem pode fortalecer a sua determinação de sair da relação tóxica.

Além do apoio de amigos e familiares, buscar ajuda profissional é uma etapa importante.

Um terapeuta ou conselheiro pode fornecer um espaço seguro para explorar os sentimentos e dinâmicas da relação, além de ajudar a pessoa a entender por que se envolveu em um relacionamento tóxico e como pode evitar situações semelhantes no futuro.

O apoio psicológico é crucial para construir a resiliência necessária para sair e se recuperar de um relacionamento tóxico.

Para aqueles que estão em um relacionamento potencialmente abusivo, é essencial planejar a saída com segurança. Em casos de abuso físico, emocional ou psicológico, a saída deve ser cuidadosamente planejada para garantir a segurança da pessoa envolvida.

Isso pode incluir a preparação de um plano de fuga, a organização de um lugar seguro para ficar, e a busca por apoio legal, se necessário. Priorizar a segurança é crucial para garantir que a saída seja definitiva e livre de riscos adicionais.

Finalmente, depois de sair do relacionamento, é importante estabelecer limites claros e manter distância do ex-parceiro. Isso pode significar cortar todos os contatos, evitar locais onde o ex-parceiro possa estar e ser firme em suas decisões.

Estabelecer esses limites é fundamental para evitar recaídas e para proteger seu espaço emocional enquanto inicia o processo de recuperação.

Dicas para se recuperar após sair de um relacionamento tóxico A recuperação após sair de um relacionamento tóxico é um processo que leva tempo e paciência. O primeiro passo é cuidar da sua saúde mental. Isso pode incluir continuar a terapia, praticar meditação para acalmar a mente, e envolver-se em atividades físicas que ajudem a liberar o estresse e promover o bem-estar.

Manter um foco constante no autocuidado ajuda a reconstruir a saúde emocional e a criar uma base sólida para seguir em frente.

Outro passo importante é redescobrir sua identidade. Relacionamentos tóxicos muitas vezes fazem com que a pessoa perca de vista quem ela realmente é, negligenciando interesses, paixões e até mesmo valores pessoais.

Agora é o momento de se reconectar com essas partes de si mesmo. Explore novos hobbies, dedique-se a atividades que sempre lhe trouxeram alegria, e redescubra o que faz você se sentir realizado e feliz.

Também é essencial fortalecer suas relações saudáveis. Reforçar os laços com pessoas que realmente se importam e oferecem apoio positivo é fundamental para a recuperação. Cerque-se de pessoas que te respeitam e que te valorizam pelo que você é.

Essas relações saudáveis ajudam a reconstruir a confiança nos outros e em si mesmo.

Por fim, seja gentil consigo mesmo. Entenda que a recuperação de um relacionamento tóxico é um processo gradual e que cada pessoa tem seu próprio ritmo. Não se cobre excessivamente e permita-se sentir e processar as emoções que surgirem.

Ser compassivo consigo mesmo é uma parte essencial do processo de cura, permitindo que você avance com força renovada e confiança.

Sair de um relacionamento tóxico pode ser uma das decisões mais difíceis e transformadoras que alguém pode tomar. Ao longo deste artigo, discutimos os sinais de um relacionamento tóxico, as graves consequências de permanecer em uma relação prejudicial, e passos práticos para sair dessa situação e se recuperar.

A importância de reconhecer a toxicidade em uma relação não pode ser subestimada, pois é o primeiro passo para proteger a saúde mental e física.

Convido você a refletir sobre seus próprios relacionamentos. Eles estão baseados em respeito, amor e apoio mútuo? Se você identificou sinais de toxicidade, é hora de considerar seriamente sua saúde e bem-estar. Lembre-se de que você merece estar em relacionamentos que tragam felicidade, crescimento e respeito.

Se você se identificou com os sinais discutidos aqui, encorajo você a buscar ajuda e a tomar as medidas necessárias para sair dessa situação. A recuperação pode ser difícil, mas você não está sozinho e merece viver em um ambiente saudável e amoroso. Comece hoje a construir o futuro que você merece.

Saude Lab

Foto: modernintimacy.com

A Dra. Fernanda Kalume, coordenadora da Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal, do Hospital Regonal Tibérioo Nunes, em Floriano-PI,  numa entrevista ao Piauí Notícias nests quarta-feira, esteve se manifestando sobre a campanha agosto dourado, promoção em andamento.

fernanda

O evento da área da saúde, deve reunir vários profissionais e dos mais variadas áreas.  A entrevista da Dra. Fernanda foi concedida  ao Ivan Nunes.  

Da redação

 

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta quarta-feira (14) que a mpox é, mais uma vez, uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII).

O mais alto nível de alerta da organização havia sido declarado para o surto da "varíola dos macacos", como era então conhecida a doença, no final de julho de 2022. Somente em maio de 2023 que a organização decidiu rebaixar seu status, por causa da diminuição global do número de casos (como também aconteceu com a Covid).

Agora a preocupação é com a rápida propagação da mpox que vem acontecendo no continente africano, em especial na República Democrática do Congo (RDC), país que vem registrando somente este ano quase 14 mil casos, incluindo 450 mortes, segundo o último relatório do Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças, o Africa CDC (entenda mais abaixo).

Fora da África, até o momento, "o surto continua com um baixo nível de transmissão", afirmou a OMS.

"A OMS está comprometida em coordenar a resposta global nos próximos dias e semanas, trabalhando em estreita colaboração com cada um dos países afetados e alavancando nossa presença local para prevenir a transmissão, tratar os infectados e salvar vidas", disse Tedros Adhanom, diretor-geral da organização nesta quarta-feira.

Abaixo, entenda em 10 tópicos o que essa declaração da OMS representa.

Qual é a atual situação? Por que o alerta? É uma pandemia? É um caso sem precedentes? Por que esse surto é diferente do anterior? Qual o risco para o Brasil? E a vacinação? O que é a mpox? Quais são os sintomas da mpox? Como é a transmissão e o tratamento? Por que a mpox mudou de nome?

1) Qual é a atual situação? Hoje vivemos uma situação bem diferente do surto de 2022.

A principal razão por trás dessa declaração da OMS é a propagação de uma nova variante do vírus (conhecida como Clado Ib), que causa uma maior mortalidade, é mais fácil de transmitir e está circulando na África Central, afetando principalmente crianças e se espalhando por meio de múltiplos modos de transmissão (não apenas a via sexual).

Em toda a África, cerca de 14.250 casos de mpox e mais de 450 mortes foram registrados entre o começo deste ano e o final de julho. Esses números indicam um aumento de 160% no total de infecções e um crescimento de 19% no número de óbitos em relação ao mesmo período de 2023.

Fora isso, na África Central, quatro países da região que não tinham relatados casos anteriormente também confirmaram registros pela primeira vez esse ano - Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda. Um total de 68 casos, ainda segundo a OMS.

A título de comparação, de 1º de janeiro de 2022 a 30 de junho de 2024, foram confirmadas em todo o mundo 208 mortes por mpox, um número bem abaixo do registrado esse ano somente na RDC (segundo o Africa CDC).

2) Por que o alerta? É uma pandemia? É uma questão técnica. E NÃO, não é uma pandemia.

O alerta da OMS é feito para desencadear uma resposta internacional coordenada e desbloquear financiamento para colaboração no compartilhamento de vacinas, tratamentos e testes de diagnóstico.

A virologista Clarissa Damaso, chefe do Laboratório de Biologia Molecular de Vírus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e um dos 16 membros do comitê da OMS que avaliou a emergência do surto de mpox, explica que a declaração apenas facilitará a coordenação internacional para lidar com a doença, e NÃO implica automaticamente em uma nova pandemia.

"É um alerta, não há nenhuma necessidade de pânico. A declaração reflete a preocupação da OMS em evitar que a situação piore e em buscar melhorias", diz Damaso, que dedicou mais de 3 décadas de estudo aos orthopoxvirus (a família do vírus da monkeypox). O termo pandemia é bem diferente e faz referência a disseminação mundial de uma nova doença, quando vários continentes têm uma transmissão sustentada do surto - o que não está acontecendo com a mpox.

Para a OMS, a declaração de uma pandemia é uma caracterização ou descrição de uma situação.

"Já [a declaração de uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional] canaliza uso de recursos de um país para a compra de vacinas e medicamentos. Não é necessário ter uma emergência global do tipo da Covid-19, onde muitos países são afetados. Pandemia refere-se a você ter uma doença ocorrendo em vários países e em mais de um continente. Às vezes a mortalidade não é alta, mas a morbidade sim (número de pessoas doentes)", acrescenta a especialista.

No caso da Covid, por exemplo, o título de pandemia só foi declarado meses mais tarde que o surto do novo coronavírus foi decretado Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII).

Por outro lado, outras doenças que receberam o título de ESPII nunca foram declaradas pandemia.

3) É um caso sem precedentes? Também não.

Além da Covid, em fevereiro de 2016, a OMS classificou, por exemplo, a microcefalia causada pelo Zika vírus (ZIKV) como uma emergência de saúde global.

No entanto, em novembro do mesmo ano, a emergência foi encerrada. Hoje, o Zika já é considerado endêmico (restrito) nas Américas.

No total, desde 2007 (quando o Regulamento Sanitário Internacional de 2005 entrou em vigor, dando à OMS a responsabilidade de detectar e responder a ameaças globais à saúde), foram feitas seis declarações de Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), começando com a pandemia de H1N1 em 2009. Veja abaixo:

H1N1 (2009-2010): Declaração em 25 de abril de 2009, encerrada em 10 de agosto de 2010. Afetou México e EUA, com 42 casos confirmados e 3 mortes. Poliomielite ou paralisia infantil (2014-presente): Declaração em 5 de maio de 2014, ainda em vigor. Afetou vários países, principalmente o Paquistão, com 74 casos na época. Hoje afeta principalmente Afeganistão, Etiópia, Guiné Equatorial, Quênia, Mali, Níger, Paquistão, Senegal e Somália. Ebola (África Ocidental, 2014-2016): Declaração em 8 de agosto de 2014, encerrada em 29 de março de 2016. Afetou Guiné, Libéria, Nigéria e Serra Leoa, com 1711 casos e 932 mortes. Zika (2016): Declaração em 1º de fevereiro de 2016, encerrada em 18 de novembro de 2016. Afetou Brasil, França, EUA e El Salvador, com 594 casos de microcefalia relatados. Ebola (RDC, 2019-2020): Declaração em 17 de julho de 2019, encerrada em 26 de junho de 2020. Afetou principalmente a República Democrática do Congo, com 2522 casos e 1698 mortes. Covid-19 (2020): Declaração em 30 de janeiro de 2020. Afetou vários países. Pelas estimativas da OMS, desde 2020, a doença matou mais de 7 milhões de pessoas em todo o mundo, um número que pode ser ainda mais alto.

4) Por que esse surto é diferente do anterior? Em resumo, ainda não sabemos por completo.

A nova variante (Clado Ib) parece estar se espalhando mais facilmente por meio de contatos próximos rotineiros, como é o caso entre crianças.

Contudo, existem mais outras três variantes reconhecidas do vírus: o Clado Ia, presente na Bacia do Congo, com mortalidade de até 10%, transmitido principalmente por roedores e com pouca propagação entre humanos; o Clado IIa, que ocorre na África Ocidental, com baixa mortalidade; e o Clado IIb, que provocou o surto de 2022.

Os cientistas ainda desconhecem a causa genética das diferenças na virulência (sua capacidade de produzir casos graves e fatais) e transmissão desses vírus.

Também não está claro se essas mudanças são resultado apenas de fatores comportamentais e ambientais ou se o vírus da mpox está se adaptando a um novo hospedeiro.

5) Qual o risco para o Brasil? No momento, a avaliação do Ministério da Saúde é de que o risco para o Brasil é baixo.

Até o momento, em 2024, foram notificados 709 casos de mpox no país, com um total de 16 óbitos, o mais recente registrado em abril de 2023. Nenhum desses casos, porém, está relacionado com a variante responsável pelo surto na África Central.

Como precaução, a pasta disse que está atualizando as recomendações e o plano de contingência para a doença, mas ainda não deu detalhes sobre o projeto. Na última terça-feira (13), também foi convocada uma reunião com especialistas que teve como objetivo revisar os serviços de vigilância e assistência médica.

Fora isso, Clarissa Damaso, ressalta que o país tem uma vantagem significativa devido à pesquisa local já existente sobre o vírus, o que permitiu uma resposta mais rápida e eficaz durante o surto de 2022.

Mas para que a mpox não vire uma preocupação no país, a especialista também enfatiza a necessidade de investimento contínuo em pesquisa para aprimorar a capacidade de resposta do Brasil a futuras crises sanitárias e ressalta a importância de o Ministério da Saúde estar preparado para agir diante de casos mais graves ou variantes mais virulentas, como o clado Ib.

Os cuidados atuais com mpox devem ser mantidos. Qualquer pessoa que apresente lesões, coceira ou alterações em qualquer parte do corpo deve procurar imediatamente um atendimento médico especializado, como um infectologista, para uma avaliação adequada. Isso é importante porque os sintomas podem indicar tanto varicela quanto mpox, e é essencial obter um diagnóstico preciso

6) E a vacinação? No Brasil, a vacinação contra a doença começou em março do ano passado para grupos específicos, como pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA), profissionais de laboratório que trabalham diretamente com orthopoxvírus [a família do vírus da monkeypox] e pessoas que tiveram contato direto com fluidos e secreções corporais de pessoas suspeitas.

Em 2022, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a liberação do uso emergencial da vacina contra a monkeypox, chamada de Jynneos/Imvanex.

A medida tinha validade de seis meses, mas quando o prazo esgotou em fevereiro de 2023, a pedido do ministério, a agência prorrogou a dispensa de registro para que a pasta importasse e utilizasse no Brasil o imunizante, que é fabricado pela empresa Bavarian Nordic A/S.

Isso porque as doses já tinham sido adquiridas por meio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e importados pelo governo federal, um número aproximado de 49 mil. Apesar disso, as vacinas, que possuem prazo de até 60 meses de validade, só foram utilizadas no ano passado, 6 meses após a aprovação do imunizante.

Ao g1, o Ministério da Saúde disse que "caso novas evidências demonstrem a necessidade de alterações no planejamento, as ações necessárias serão adotadas e divulgadas" sobre a imunização contra a doença.

Vale lembrar que especialistas sugerem que a vacinação deve ser recomendada principalmente quando há contato com casos confirmados para evitar surtos epidêmicos.

Uma campanha de vacinação em massa é considerada improvável, a menos que surja uma emergência sanitária de maiores proporções.

Essas estratégias são vistas como essenciais para proteger os grupos mais vulneráveis à doença.

E como o atual surto está ligado ao Clado Ib, Damaso avalia que uma estratégia do tipo no Brasil, nesse momento, não se faz necessária.

7) O que é a mpox? É uma zoonose viral: uma doença que foi transmitida aos humanos a partir de um vírus que circula entre animais. Antes do surto de 2022, ocorria principalmente na África Central e Ocidental, sobretudo em regiões perto de florestas, pois os hospedeiros são roedores e macacos.

É causada pelo vírus monkeypox, que pertence à mesma família (poxvírus) e gênero (ortopoxvírus) da varíola humana. A varíola humana, no entanto, foi erradicada do mundo em 1980, e era muito mais letal. A taxa de letalidade histórica da varíola dos macacos, antes do atual surto, era considerada na faixa de 3% a 6%. O primeiro caso foi detectado em humanos em 1970.

As complicações são mais comuns em pacientes com problemas no sistema imunológico. Quadros graves estão relacionados ao surgimento de pneumonia, sepse, encefalite (inflamação do cérebro) e infecção ocular, que pode até levar à cegueira.

8) Quais são os sintomas da mpox? De acordo com Giliane Trindade, virologista, professora e cientista da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), os sintomas mais comuns nem sempre são caracterizados por uma manifestação externa: pode ser apenas uma dor na região anal.

Além disso, ela explica que os casos também podem apresentar "poucas lesões e lesões atípicas", muitas vezes em regiões não descritas em surtos passados.

"Os principais sintomas continuam a febre, o inchaço e o desenvolvimento de lesões, ainda que poucas", explica a professora da UFMG. Segundo a virologista, depois do período de incubação (em torno de 7 dias), os sintomas inespecíficos (febre, prostração, perde de apetite) duram pelo menos de 3 a 4 dias. É após esse período que as lesões aparecem. Depois de 3 a 4 semanas, elas cicatrizam, as crostas se desprendem e forma uma cicatriz.

São sintomas clássicos da doença:

febre, dor de cabeça e dores no corpo, dor nas costas, calafrios, cansaço, feridas na pele (erupções cutâneas) e gânglios inchados (que comumente precedem a erupção característica da doença)

9) Como é a transmissão e o tratamento? A mpox é transmitida, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) por meio de:

contato próximo com as lesões de pele, por secreções respiratórias ou objetos usados por uma pessoa que está infectada. Ao contrário da Covid, em que há transmissão pelo ar através de pequenas gotículas suspensas no ar, o entendimento atual em relação à mpox é que o vírus causador da doença se espalha pelo contato próximo com uma pessoa infectada, que pode passar o vírus pelas lesões características na pele ou por gotículas grandes espalhadas expelidas pelo sistema respiratório, como os presentes nos espirros.

A doença geralmente se resolve sozinha (é autolimitada) e os sintomas costumam durar de 2 a 4 semanas. Não há tratamentos específicos para infecções por vírus da mpox, segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.

No entanto, o vírus da doença e o da varíola são geneticamente semelhantes, o que significa que medicamentos e vacinas para se proteger da varíola também podem ser usados ​​para prevenir e tratar a varíola dos macacos.

10) Por que a mpox mudou de nome? A mpox era chamada de varíola dos macacos porque foi identificada pela primeira vez em colônias de macacos, em 1958. Só foi detectada em humanos em 1970.

Entretanto, o surto mundial de 2022 não tem relação nenhuma com os primatas - todas as transmissões identificadas foram atribuídas à contaminação por transmissão entre pessoas.

Por causa disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um processo de consulta pública para encontrar um novo nome para a doença e assim combater o racismo e estigma provocado pelo nome.

Durante o processo, foram ouvidos vários órgãos consultivos até chegar no termo "mpox" (do inglês, "monkeypox").

A Secretaria de Saúde do Piauí (Sesapi) e o Centro de Inteligência em Agravos Tropicais Emergentes e Negligenciados (CIATEN) realizam, nesta quinta-feira (15), o seminário "Inteligência Artificial para o Cuidado Integral aos Pacientes" em alusão à Semana Nacional das Leishmanioses. O evento acontece no auditório do Centro de Ciências da Natureza (CCN) da Universidade Federal do Piauí (UFPI).

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Além de promover o alinhamento conceitual sobre as leishmanioses visceral e tegumentar, o seminário também abordará temas como conceitos clínicos, epidemiologia, diagnóstico, estratégias de controle, e a organização do atendimento aos pacientes em diferentes níveis de complexidade. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas por meio do link: https://www.even3.com.br/semanaleishmaniose2024/.

“Convidamos todos os municípios e regionais de saúde, porque essa é uma endemia de grande difusão e que trabalhamos no estado. Faremos essa discussão com os gestores municipais, com mesas temáticas e palestras, para empoderar os municípios a se organizarem no enfrentamento dessa endemia”, destaca Inácio Lima, técnico da área de vigilância em saúde da Sesapi

A Semana Nacional das Leishmanioses foi instituída em 2012 e visa estimular ações educativas e preventivas, promover debates e outros eventos sobre as políticas públicas de vigilância e controle da doença que divide-se em tegumentar americana, quando acometem a pele e as mucosas, e em visceral (ou calazar), quando afeta órgãos internos.

Sesapi